Dom Pedro Carlos Cipollini
Bispo de Amparo (SP)
Bispo de Amparo (SP)
Entre os santos de Deus está em destaque Maria, mãe de Jesus
( Mt. 2,1; Mc 3,32; Lc 2,48; Jo 19,25). É com a Bíblia na mão que a chamamos
bem-aventurada. O povo louva Maria porque Deus a escolheu para ser mãe de seu
filho Jesus, nosso único salvador. Ela é bem-aventurada porque acreditou!
São milhares os devotos, centenas os santuários dedicados à
Mãe de Jesus. No Brasil a lembramos a festa de Nossa Senhora Aparecida,
Padroeira do Brasil, que hoje celebramos com alegria. Todo o Brasil conta com
inúmeras Igrejas a ela dedicadas, em especial a Basílica Nacional de Aparecida
. Muitas mulheres levam em seus nomes uma homenagem a Maria: Aparecida, do
Carmo, da Graça, de Fátima, de Lurdes, da Penha, etc.
O culto a Maria se funda na Palavra de Deus: “Isabel cheia
do Espírito Santo exclamou: bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto
do teu ventre... Bem-aventurada aquela que acreditou...”(Lc 1,41-42;45). O
Espírito Santo inspirou Isabel para reconhecer Maria como bem aventurada.
Maria recebeu de Deus a plenitude da graça e por isso é
saudada pelo Anjo como “cheia de graça” (Lc 1,28). A mesma Maria, reconhecendo
sua pequenez de serva disse: “Todas as gerações me chamarão de bem-aventurada”
(Lc 1,48). Durante a vida, até a última provação, quando Jesus morre na cruz
diante dela, sua fé não vacilou. Por isso a Igreja venera em Maria a realização
mais pura da fé. O povo ama seu Filho Jesus Cristo “autor e consumador da fé”
(Hb 12,2). Ama sua mãe, fiel discípula, a primeira que nele acreditou, aderindo
ao plano de Deus, quando da anunciação do Anjo.
A devoção à Virgem Maria faz parte do culto cristão. Porém,
o culto a Maria, mesmo sendo singular, é diferente do culto que se presta á
Santíssima Trindade. Ao Deus Uno e Trino: Pai, Filho e Espírito Santo, nós
adoramos. Enquanto a Maria nós veneramos. Este culto de veneração se justifica
porque ela é reconhecida como Mãe do Filho de Deus, é saudada como “a Mãe do
meu Senhor” (Lc 1, 43). O concílio de Éfeso (ano 431) reconheceu Maria como Mãe
de Deus: Mãe de Jesus, o Deus encarnado.
Maria não afasta de Jesus, pelo contrário, pede-nos que
sigamos seu Filho: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5). Ela não é o
centro da fé, o centro é Jesus. Porém Maria faz parte do centro . Ninguém como
Maria teve tanta ligação com Jesus: ela o trouxe em seu ventre por nove meses,
conviveu com Ele em Nazaré por trinta anos e o seguiu fielmente toda sua vida.A
carne de Jesus veio de Maria.
Maria de Nazaré, “Nossa Senhora” como a chamamos com
carinho, nos ajuda a crescer na fé em seu filho Jesus. Aproximemo-nos dela e
ela nos ajudará a compreender os segredos de Deus revelados em seu filho Jesus,
o qual ao morrer na cruz a entregou como mãe de seus discípulos ( Jo 19,27).
Por isso podemos aclamar: Viva a mãe de Deus e nossa!