sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

11 PLANO DE PASTORAL

Em entrevista ao jornal O São Paulo, semanário da Arquidiocese de São Paulo, Padre Tarcísio Marques, coordenador do Secretariado Arquidiocesano de Pastoral, falou sobre as marcas na ação pastoral da Arquidiocese deixadas pelo 11º Plano de Pastoral.



Leia a íntegra da entrevista abaixo:

O São Paulo - No dia 25 de janeiro, completou um ano o lançamento do 11º Plano de Pastoral. Que avaliação o senhor faz da aplicabilidade do plano até agora? O que ainda pode avançar?
Pe. Tarcísio - Por primeiro, a mobilização para torná-lo conhecido em toda a Arquidiocese e fora dela. Houve uma grande mobilização pelas regiões episcopais, pastorais e movimentos promovendo um aprofundamento sobre seu conteúdo de forma geral e particularmente sobre a sua primeira urgência, Igreja em Estado Permanente de Missão, pois estava relacionada ao primeiro ano da vigência do próprio Plano. Para dar corpo ao que o Plano propõe, foi-se subsidiando as lideranças em nível paroquial, setorial e regional, bem como os agentes de pastoral e animadores de movimentos e novas comunidades, na elaboração de seus projetos pastorais com consistência. Houve, desta forma, treinamento sobre como se elabora um projeto pastoral em todas as instâncias, o que permitiu que o Plano fizesse ressoar em toda a Arquidiocese o que cada comunidade e pastoral pode dar de si em vista da presença da Igreja na cidade como um todo. Neste ano, a segunda urgência - Igreja, Casa da Iniciação Cristã – já foi se delineando por meio das assembléias que se efetivaram em todas as instâncias das regiões episcopais, cujo material comum foi levado à Assembleia Arquidiocesana, que, por fim, definiu suas metas pastorais deste ano.

O São Paulo - Nas assembleias preparatórias ao 11º Plano , dom Odilo, especialmente, alertou que o Plano precisaria ser revertido em projetos de ação das pastorais, comunidades e movimentos e demais organismos da Arquidiocese. Isso concretamente tem acontecido (há dados sobre projetos já sistematizados)?
Pe. Tarcísio - Como afirmei, foi exatamente desta maneira que o Plano foi se fazendo conhecido e efetivado na Arquidiocese. Cada região episcopal, antes de realizar sua assembléia no ano passado, mobilizou os setores que, por sua vez, mobilizaram as paróquias e demais comunidades a elaborarem seus projetos de pastoral. É de nosso conhecimento que um grande número de paróquias e comunidades realizou esses projetos. Com essa participação mais significativa, os setores pastorais realizaram suas assembléias e, por fim, com a riqueza que os setores trouxeram, realizaram-se as assembléias regionais, que, noutro momento planejado, trouxeram suas contribuições para a efetivação da Assembléia Arquidiocesana.

O São Paulo - Como o Secretariado de Pastoral tem se estruturado para trabalhar as prioridades do 11º Plano em 2014: “A fé que rezamos”, do Catecismo da Igreja Católica, o documento conciliar Sacrossanctum Concilium e as urgências “Igreja Casa da Iniciação Cristã” e “Igreja em Estado permanente de missão”? Qual o cronograma de reuniões, formações arquidiocesanas e outras atividades para 2014 (ou ao menos do primeiro semestre)?
Pe. Tarcísio - Bem, o cronograma de atividades da Arquidiocese é sempre denso. Mas este cronograma também conta com o que cada região episcopal planeja no seu nível. Toda a elaboração dos projetos pastorais que já citei tem seus níveis próprios, seja o paroquial, o setorial ou o regional. No que tange à Arquidiocese, tudo o que foi já trazido da riqueza das regiões episcopais deve contar com o apoio e o incentivo do Secretariado Pastoral para sua execução. O Secretariado Arquidiocesano, neste contexto, deve exercer sua função própria, que é a de executar, subsidiar, assessorar e criar instâncias de aprofundamento daquilo que já foi pensado e definido em assembléia. Nossa  programação em 2014 prevê  o  encontro de dom Odilo com os padres que exercem funções, sobretudo nas paróquias e comunidades; também numerosos encontros – dos Coordenadores dos Setores Pastorais das Regiões Episcopais,  o das Equipes de Coordenação das Regiões, Setores, Pastorais, Movimentos, Novas Comunidades e outros Organismos arquidiocesanos, os das Coordenações Pastorais do Conselho Arquidiocesano de Pastoral  CAP – como meios para subsidiar e incentivar a aplicação do projeto pastoral arquidiocesano. É previsto que um grupo formado por agentes de pastoral das regiões episcopais possa assessorar aprofundamentos de projetos de pastoral por toda a Arquidiocese. Especificamente, as regiões episcopais terão suas reuniões a fim de que tudo se efetive. Também as instâncias de comunicação da Arquidiocese, como o Jornal O São Paulo, seu site e a Rádio 9 de Julho, deverão estar a serviço de todo esse processo para tornar realidade o que cada projeto de pastoral exige. Cursos e encontros formativos para o clero e o laicato já estão previstos em todo o calendário deste ano. Enfim, todas as celebrações e encontros que reúnem as instâncias arquidiocesanas trarão em seu bojo o que ajuda que as metas deste ano sejam consideradas, promovidas e efetivadas.

O São Paulo - O senhor enquanto assessor do secretariado arquidiocesano de Pastoral percebe que quais são os principais desafios para a articulação Pastoral na Arquidiocese? A maior dos entraves é pontual ou se deve ao "tamanho" (abrangência) da Arquidiocese?
Pe. Tarcísio - Na verdade, sou coordenador do Secretariado de Pastoral Arquidiocesano. Tenho a função de dirigir a equipe que executa, anima e acompanha o cumprimento das metas pastorais arquidiocesanas em consonância ao nosso bispo, Dom Odilo Pedro Scherer. Meu trabalho é levar a cabo o que ele, como pastor, evoca e põe para que a Arquidiocese esteja a serviço da evangelização em nossa grande e querida Cidade de São Paulo. Tudo isso sempre tem sido feito em sintonia com o Plano de Pastoral Arquidiocesano, permanecendo, com requer o ser cristão, a serviço de todas as pessoas. Coordenar é algo bom e exigente, sim! No entanto, fique claro que o que digo como exigente não significa entrave ou peso; pois é um imenso prazer servir carinhosamente à minha Igreja. Não definiria nada como entrave para a vida pastoral de nossa Igreja, pois a Igreja já nasceu para estar em meio das pessoas, sendo solícita e sinal de alegria e esperança para todos, claro que primordialmente entre os marginalizados e vítimas de muitas formas de opressão. Nem mesmo os que se irritam com a Igreja, divergem dela ou criam obstáculos para sua ação devem ser vistos como entraves, porque todos somos irmãos e irmãs. Jamais devemos usar do expediente do ódio e da exclusão se queremos estar no meio do povo e servi-lo como Jesus nos ensinou. Talvez a palavra dificuldade seja mais adequada para definir os imensos desafios desta grande cidade, com seus abismos sociais, suas imensas periferias povoadas por gente simples que merece uma grande e constante atenção do Poder Público e de todos nós. Há desafios pastorais a serem enfrentados no que tange a compreender e expressar-se de acordo com a linguagem e o entendimento dos diversos grupos, tribos e movimentos, religiosos ou não, que estão presentes por toda a Cidade. Há o desafio não somente das periferias geográficas, mas as imateriais também. Um desafio que se destaca é compreender a juventude e atualizar os ensinamentos do Evangelho para sua linguagem e compreensão; pois não basta somente ensinar, mas é preciso reunir, formar comunidade em que os jovens sejam também agentes da evangelização. Seria injusto não lembrar os idosos e solitários: impressiona o número de pessoas cada vez mais solitárias numa cidade que fervilha de gente indo e vindo. E os presídios na cidade? E as casas para menores infratores? E o povo da rua? E as pessoas de outras denominações cristãs ou de outras religiões? E os que se declaram sem religião ou ateus? E os poucos recursos humanos para evangelizar? E os poucos recursos financeiros para investir na formação e liberação de agentes de pastoral para tantos desafios onde a Igreja sempre deve estar presente? Os desafios são muitos mesmo! Jesus já sabia disso! Por isso disse: “A messe é grande, mas os operários são poucos”. A meu ver, o que se define por desafio acaba se tornando incentivo na promoção de um valor cristão inalienável: servir árdua e generosamente, sem esperar ganhos financeiros, mas prazerosamente em meio de todos como simples servidor, jamais como quem manda e oprime.


quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

PRESENÇA JOVEM NO BRASIL

Existem hoje, no país, 9.183 grupos de jovens da Pastoral da Juventude, em 2.675 paróquias. Foi o que informou o assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude, padre Antônio Ramos do Prado, durante a Ampliada Nacional da Pastoral da Juventude (ANPJ), que acontece em Ribeirão das Neves, de 20 a 26 de janeiro.
Os dados, apresentados pelo assessor, são resultados de uma pesquisa realizada junto aos regionais e dioceses do Brasil, com o objetivo de fazer um diagnóstico da realidade da Pastoral da Juventude no Brasil.


A pesquisa constata, ainda, que das 2.675 paróquias, 1765 têm coordenação de PJ, mas 1641 não têm assessoria e acompanhamento.
No encontro, os jovens apontaram os desafios e avanços das dioceses e regionais com relação à Pastoral da Juventude e indicaram membros para a Comissão Nacional de Assessores, responsável por acompanhar as formações de assessores e jovens nos regionais.

A Pastoral da Juventude comemora os seus 40 anos. A Ampliada aborda o tema “Somos Igreja Jovem: 40 anos construindo a civilização do amor” e lema “Não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos” (At 4, 20). Participam da ANPJ cem delegados de todos os regionais da CNBB, com a finalidade de avaliar a caminhada da PJ e definir diretrizes para a ação pastoral.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

A CATEQUESE DE ADULTOS

A pessoa amadurece constantemente no conhecimento, amor e seguimento de Jesus Mestre, se aprofunda no mistério de sua pessoa, de seu exemplo e de sua doutrina. Para esse passo são de fundamental importância a catequese permanente e a vida sacramental, que fortalecem a conversão inicial e permitem que os discípulos missionários possam perseverar na vida cristã e na missão em meio ao mundo que os desafia 
(Doc. de Aparecida n. 278).


1. Um dos assuntos mais delicados no campo da pastoral catequética é, sem dúvida, a questão de uma formação cristã sistemática dos adultos, em especial dos jovens e dos casados com pouco tempo. Uma coisa é uma palestra ocasional e outra o labor de acompanhar o crescimento cristão das pessoas. Os pastores que se sentem fascinados por Cristo e querem ser instrumentos de sua ação não podem descansar. Haverão de buscar meios e modos de formar os cristãos. Limitar-nos-emos, nesta comunicação, a umas poucas observações que a experiência sugere, observações completamente insuficientes.

2. Antes de mais nada deve-se afirmar que uma paróquia (ou a diocese) precisa criar espaços e condições para que adultos venham a ter ocasião de uma permanente formação da fé. Não bastam slogans de paróquias renovadas e animadas, não basta apenas melhorar as condições exteriores (prédios adequados, aparelhagem audiovisual). Regularmente, aberto a todos, deverá existir um “curso” em que são discutidos, estudados e aprofundados os grandes temas de nossa fé: profundo e existencial conhecimento de Cristo Jesus vivo e ressuscitado, compreensão adequada do que vem a ser a fé cristã e a conversão evangélica, o mistério teológico das comunidades, o discipulado, a reta compreensão dos sacramentos e as características de um cristão adulto e atuante no mundo em nossos dias. Com isto deve-se ter em mente a formação de um laicato adulto e não apenas visto como “colaborador” dos “padres”. Não esquecer que há uma categoria de adultos particularmente importante: os que abandonaram a prática da fé, que tiveram uma formação cristã insuficiente e que, por diversos motivos, voltam ao seio da comunidade. Esse assunto é de fundamental urgência.

3. Há adultos que não praticam regularmente. São batizados mas não experimentam senso de pertença a uma comunidade, participam mais ou menos esporadicamente de algumas missas, sem comprometimento e consciência daquilo que estão fazendo. Esta categoria de pessoas é quase inatingível. Por vezes, quando perdem um ente querido, nos momentos cruciais da vida (nascimento de um filho, perda de um parente ainda jovem, doença que tenha vindo para ficar), as cordas de sua vida se tornam mais sensíveis ao mundo de Deus. Será preciso que cristãos se façam presentes nestas vidas dando claramente as razões de sua fé. Há um trabalho de porta em porta a ser inventado com discernimento. Os agentes de pastoral saberão rever seriamente os assim ditos cursos de batismo, de preparação para o casamento no sentido de fazer com que eles sejam momentos de evangelização de adultos meio perdidos no tempo e no espaço do universo cristão. A dilatação do tempo desses encontros é fundamental. Não faz pastoral e evangelização sem respeitar as lentidões do tempo de cada um e do tempo de Deus. A pastoral saberá acolhê-los com cortesia quando procuram os sacramentos. Os mais atuantes agentes de pastoral, a começar pelos padres darão um belo testemunho do ser cristão, servindo-se dos momentos em que doentes chamam a Igreja ou quando a família pede que o corpo de seus entes queridos sejam encomendados. A grande questão é como fazer com que eles saiam do indiferentismo.

4. Há católicos que frequentam regularmente a missa dominical, pedem o batismo para seus filhos, encaminham-nos para a primeira eucaristia, mas não têm compromisso com o Evangelho e a Igreja. Melhorar a comunicação na liturgia da missa dominical, já que muitas vezes sua presença na comunidade se limita a tanto. Há, ao longo do ano litúrgico, possibilidade de se fazer uma catequese de adultos desde o advento até a parusia. Um sacerdote zeloso e uma equipe de liturgia não dada apenas a efeitos exterior poderão ser excelentes instrumentos da ação de Deus. Insisto: instrumentos de um agir de Deus. Esse tipo de católicos seriam os melhores participantes de um curso de formação à noite ou em fins de semana. As grandes preocupações desse “curso” poderiam ser: nossa cultura de morte, os “supermercados religiosos”, educação dos filhos, fidelidade e construção do casamento, como despertar a sede de Deus, tema do consumismo versus partilha, transformação da sociedade, políticas inumanas, a delicada questão do “gênero”. Precisamos formar cristãos católicos adultos. Como motivar os adultos a participarem desses encontros feitos com esmero, respeitando os horários?

5. Há também aqueles adultos que já estão engajados. Tais pessoas deverão ser convidadas a buscar uma eminente santidade de vida e uma ação corajosa e lúcida no mundo, sem pietismo e devocionalismo. Muitos desses pertencem a movimentos de espiritualidade cristã, também conjugal. Para estes é fundamental a realização de retiros, de revisões sérias de seu trabalho pastoral e evangelizador segundo o método do ver, julgar e agir. Esses leigos precisarão ter consciência de que precisam ser multiplicadores.


6. Terminamos estas reflexões com algumas considerações de Casiano Floristán, conhecido pastoralista espanhol: “A essência da catequese, sobretudo a de adultos, não reside em fórmulas ou ensinamentos, mas na iluminação cristã da existência em suas dimensões mais profundas. Não esqueçamos que o ser humano é o centro da revelação. A primeira coisa que ele precisa compreender é o significado de sua existência, seja de alegria ou de sofrimento. Não se trata de proclamar um evangelho abstrato, mas iluminar a realidade atual com a luz e a força do evangelho. Nenhum campo importante da existência humana pode ser excluído, mesmo que não possamos achar na Escritura receitas concretas para cada aspecto vital. Por isso há a necessidade de traduzir e de atualizar hoje e aqui a mensagem cristã. É oportuno partir da experiência para que, apoiando-se nela, seja possível ouvir hoje a Boa Nova. Esse pressuposto deve tornar possível o diálogo na fé, uma vez que somente a fé pode ouvir a voz de Deus. Trata-se de se criar um clima dialogante: falar com os outros e não aos outros, ouvir juntos a voz dos fatos e dos feitos da palavra de Deus, caminhar juntos e viver em comum para serem todos crentes na Igreja do Senhor”.

sábado, 25 de janeiro de 2014

ANIVERSÁRIO DE ORDENAÇÃO SACERDOTAL

Nosso Pároco Pe. Júlio Cesar, celebra hoje 11 anos de ordenção sacerdotal. Membro da Congregação Sociedade Joseleitos de Cristo,  Padre Júlio Cesar foi ordenado em 2003 em Nova Friburgo, sua cidade natal. 


MÃOS DE SACERDOTE

Mãos de Sacerdote
São mãos à serviço  de Jesus,
Partindo cada dia o Pão,
Saciando a fome do irmão.
Mãos que apontam
O caminho a seguir,
Caminho que é Jesus,
Fazendo a todos sentir
A graça e o perdão que levantam
O caído, o sofrido, rumo ao Pai.
E caminhando, e caminhando vai
A procissão dos que louvam e cantam,
Graças pelos teus Sacerdotes, Pai!
Pelos irmãos fortes, valorosos.
Que sejam firmes,  santos, fervorosos
Para levar teu nome ao mundo inteiro,
Fortalecer na fé os que são fracos.
Mãos que se elevam aos céus,
Traçando a cruz da salvação.
Mãos que acolhem os que estão ao léu
E lhes curam as feridas do coração.
São mãos dos Sacerdotes!
Do Pai recebem um grande dote:
Ser um  outro CRISTO, como seu Filho JESUS.
Louvando e cantando seu “Amém”!
São de CRISTO IMAGEM.
Assim quis o Pai,
O Pai quis assim,
No seu abraço eterno,

Em seu amor sem fim.


                                      


 Queremos rezar pelo Padre Júlio Cesar e  por todos os Sacerdotes que, no seu ministério, tanto rezam por nós:

PAI!
Na ternura do teu coração
Peço-te, rogo-te, te suplico,
Em nome de Jesus,
Jesus, o teu querido FILHO:
Guarda no teu amor
Os nossos SACERDOTES,
Os teus sacerdotes, que são nossos,
Protege-os do mal,
Do mal do mundo,
Do ataque do maligno,
Da pusilanimidade, da falta de fé,
Do desrespeito
ao sagrado,
das buscas do mundo prevaricador,
do desejo das riquezas,
do fraco pastoreio,
da preguiça de meditar,
meditar Tua Palavra,
da entrega ao ócio,
de não te buscar devidamente,
devidamente com amor,
de amor, com filial escuta.
Fortalece-os na oração,
Na oração de contemplação,
Na entrega total de si.
Que cada EUCARISTIA
seja um transbordar de vida,
de vida que VIBRE PELO REINO,
de busca incontida do amor,
do amor que és TU em nós!
PAI, guarda-os no teu amor, como pediu JESUS.
Que todos sejam “um”,
Convertidos pela oração,
Convertidos, bem transformados,
Transformados e “transformadores”
Guardados no teu coração,
Guardados no teu amor.

Amém. Assim seja

FESTA DA CONVERSÃO DE SÃO PAULO

Com a Igreja, a nossa Arquidiocese se alegra por celebrar seu patrono.
A festa litúrgica de 25 de janeiro foi instituída pela Igreja para dar graças a Deus pelos imensos benefícios que ela recebeu de Deus através de São Paulo. O seu martírio é celebrado junto com São Pedro no dia 29 de junho. Em primeiro lugar a Igreja quer agradecer a Deus a sua conversão, depois, a sua vocação e a missão de pregar o Evangelho aos Gentios.
São Paulo (ou Saulo) nasceu em Tarso (Município de Roma) na Cilícia (Ásia menor) no início da era cristã, de família israelita, da tribo de Benjamim; muito fiel à doutrina e à tradição judaica; seu pai comprara a cidadania romana, o que era possível naquele tempo, então Saulo nasceu como cidadão romano, legalmente.
Aos 15 anos de idade foi enviado para Jerusalém onde recebeu a formação do rabino Gamaliel (At 22,3; 26,4; 5,34), e foi formado na arte rabínica de interpretar as Escrituras, e deve ter aprendido a profissão de curtidor de couro, seleiro.
Por volta do ano 36 era severo perseguidor dos cristãos, mas se converteu espetacularmente quando o próprio Senhor lhe apareceu na estrada de Jerusalém para Damasco, onde foi batizado por Ananias. Em seguida permaneceu num lugar perto de Damasco chamado Arábia.

São Paulo esteve no apedrejamento de Santo Estevão, e sem dúvida as orações desse Santo na hora da morte foram fundamentais para a graça da conversão de São Paulo.
No ano 39 se encontrou com Pedro e Tiago em Jerusalém (Gal 1,18) e depois voltou para Tarso (At 9,26-30) acabrunhado pelo fracasso do seu trabalho em Jerusalém. Ali ficou por cerca de 5 anos, até o ano 43. Nesta época, Barnabé, seu primo, que era discípulo em Antioquia, importante comunidade cristã fundada por S.Pedro, o levou para lá.
Em 44 Paulo e Barnabé foram encarregados pela comunidade de Antioquia para levar a ajuda financeira aos irmãos pobres de Jerusalém. No ano 45, por inspiração do Espírito Santo, Paulo e Marcos (o evangelista) foram enviados a pregar aos gentios (At 13,1-3).
A primeira viagem durou cerca de 3 anos (45-48) percorrendo a ilha de Chipre e parte da Ásia Menor. No ano de 49 Paulo e Barnabé vão a Jerusalém para o primeiro Concílio da Igreja, para resolver a questão da circuncisão, surgida em Antioquia. Esta presença de São Paulo em Jerusalém foi fundamental para que o Cristianismo não ficasse dependente do antigo judaísmo, como uma “seita” a mais. Graças a ele os pagãos ficaram livres da circuncisão e o Cristianismo surgiu com nova força.
A segunda viagem apostólica de São Paulo foi de 50 a 53, durante a qual Paulo escreveu, em Corinto, as duas Cartas aos Tessalonicenses (At 15,36-18,22). São as primeiras Cartas de Paulo.
A terceira viagem foi de 53 a 58. Neste período ele escreveu “as grandes epístolas”, Gálatas e I Coríntios, em Éfeso; II Coríntios, em Filipos; e aos Romanos, em Corinto. No final desta viagem Paulo foi preso por ação dos judeus e entregue ao tribuno romano Cláudio Lísias, que o entregou ao procurador romano Felix, em Cesaréia. Aí Paulo ficou preso dois anos (58-60), onde apelou para ser julgado em Roma; tinha direito a isso por ser cidadão romano. Partiu de Cesaréia no ano 60 e chegou em Roma em 61, após sério naufrágio perto da ilha de Malta.
Em Roma ficou preso domiciliar até 63. Neste período ele escreveu as chamadas “cartas do cativeiro” (Filemon, Colossenses, Filipenses e Efésios). Depois deste período Paulo deve ter sido libertado e ido até  a Espanha, “os confins do mundo” (Rom 15,24), como era seu desejo. Em seguida deve ter voltado da Espanha para o oriente, quando escreveu as Cartas pastorais a Tito e a Timóteo, por volta de 64-66.
Foi novamente preso no ano 66, no  oriente, e enviado a Roma, sendo morto em 67 face à perseguição de Nero contra os cristãos desde o ano 64. S. Paulo foi um dos homens mais importantes do cristianismo. Deixou-nos 14 Cartas.

A festa litúrgica da conversão de São Paulo apareceu no século VI e é própria da Igreja latina. O martírio do Apóstolo dos gentios é comemorado no dia 29 de junho. A celebração do dia 25 de janeiro tem por finalidade considerar as várias facetas do Apóstolo por excelência. Ele diz de si mesmo: “Eu trabalhei mais que todos os apóstolos…”, mas também: “Eu sou o menor dos apóstolos… não sou digno de ser chamado apóstolo”.
Apresenta, ele mesmo, as credenciais: viu o Senhor, Cristo ressuscitado lhe apareceu, ele é testemunho da Ressurreição de Cristo, foi enviado diretamente por Cristo. É como um dos Doze. Pertence a Jesus desde aquela hora em que, no caminho de Damasco, vencido por Cristo e prostrado em terra perguntou-lhe: “Senhor, que queres que eu faça?” Paulo então passou a pregar e propagar a fé que desejava exterminar. Em poucos segundos de contato direto Jesus o transformou de um ferrenho perseguidor no maior Apóstolo do seu Evangelho em todos os tempos.

São Paulo tirou da sua experiência esta consoladora conclusão: “Jesus veio a esta mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o primeiro. Precisamente por isso encontrei misericórdia. Em mim especialmente Jesus Cristo quis mostrar toda a sua longanimidade, para que eu sirva de exemplo a todos aqueles que pela fé nele alcançarão a vida eterna.” “Conheço um homem em Cristo que foi arrebatado até ao terceiro céu. Se no corpo ou fora do corpo, não sei. Deus o  sabe. Só sei que esse homem ouviu palavras inefáveis…” (2Cor 12,2).
São Paulo foi um Apóstolos de “fogo”; apaixonado por Jesus Cristo até a última fibra do seu corpo. Cristo era tudo para ele: “Para mim no viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Fil 1, 21). “Tudo posso Naquele que me dá forças” (Fil 4,13). “Estou pregado à cruz de Cristo. Eu vivo, mas já não sou que vivo, é Cristo que vive em mim”. (Gal 2, 19-20).
Terminou a vida dizendo: “Combati o bom combate, terminei minha carreira, guardei a fé” (1Tm 4,7) São Pedro e São Paulo foram as grandes colunas da Igreja em Roma; martirizados pelo mesmo Nero derramaram o seu sangue em Roma. Desde então a Sede da Igreja está em Roma.



quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

INSCRIÇÕES PARA A CATEQUESE 2014


As inscrições para a Catequese paroquial de Iniciação (crianças de 08 anos), Primeira Comunhão, Perseverança (para crianças que fizeram a Primeira Comunhão) e Crisma (jovens de 14 anos e adultos), já podem ser feitas pelos pais ou responsáveis na Secretaria Paroquial. 

Os encontros de catequese serão iniciados no dia 08 de fevereiro com uma celebração às 16 horas na Igreja, com a  presença dos catequizandos e os pais. 

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

COMO A CATEQUESE É IMPORTANTE!

No Brasil, a Igreja tem valorizado muito a catequese. Através de encontros, cursos, mobilizações, celebrações, publicações e tantas outras coisas, tem despertado interesse maior nas pessoas a participarem desse ministério, que é de fundamental importância para formação do povo de Deus. Nas palavras do papa João Paulo II,“Quanto mais a Igreja, a nível local ou universal, se mostrar capaz de dar prioridade à catequese, tanto mais encontrará na catequese o meio para a consolidação da sua vida interna como comunidade de fiéis, bem como da sua atividade externa missionária”[1].
Neste breve espaço, buscaremos evidenciar alguns aspectos da importância da catequese na vida e missão da paróquia. Sabemos que a vida paroquial do cristão pode empobrecer-se, e depressa entrar em  ritualismo vazio, ou simplesmente em sentimentalismo, se não estiver fundada em conhecimento sério do que significam os mistérios cristos. Além disso, sem este conhecimento, o cristão será incapaz de dar razão à sua fé. Baseados na sagrada escritura e nos principais documentos da Igreja sobre a catequese[2], vemos que os mais importantes aspectos da catequese na vida e missão da paróquia são:

1) Catequese: um caminho de iniciação à vida de fé
Após o deslocamento de uma catequese simplesmente doutrinária para um modelo mais experiencial, a Igreja trouxe uma catequese mais viva, que introduz nos mistérios cristãos o catequizando, para que este, tenha uma experiência de fé. Esta integra tanto a dimensão doutrinal como a da experiência com Deus, ao tornar discípulo de Cristo o catequizando, seja criança ou adulto.
Esta metodologia leva à pratica da fé, a uma fé viva e atuante, que se expressa, sobretudo, na vida litúrgica, missionária e orante da Igreja. É uma iniciação no caminho da espiritualidade cristã, abrangendo a sagrada liturgia com todos os seus sacramentos, a leitura orante da Palavra de Deus, a religiosidade popular, a prática da oração pessoal e comunitária.

2) Um lugar de encontro com Jesus Cristo
É catequese cristocêntrica, que nos conduz à essência da vida cristã, que é o nosso Salvador Jesus Cristo, ao Seu evangelho, à opção por Ele, que nos revela o Pai no Espírito Santo. Para nós é muito claro, como nos diz o papa Bento XVI, que “Não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande idéia, mas através do encontro com um acontecimento, com uma Pessoa, que dá um novo horizonte à vida e, com isso uma orientação decisiva”[3].
A catequese deve anunciar a Boa Nova e formar discípulos e missionários; deve favorecer o encontro com Jesus Cristo, Salvador de todos os homens. Os encontros de catequese não são aulas, os catequizandos não são alunos e os catequistas não são professores. Isto não deve  constituir-se apenas de uma mudança de termos, mas de atitudes.
Os encontros de catequese visam a levar os catequizando a uma viva experiência de fé, a um verdadeiro encontro com Cristo Senhor, em um clima comunitário, de amizade, de união. Este encontro é um dom divino, revelando-se assim um inestimável tesouro, como nos diz o Documento de Aparecida: “Conhecer a Jesus Cristo é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria”[4].
O encontro com Cristo é necessário sempre recordá-lo e reavivá-lo. São grandes as possibilidades e muitos os meios culturais que a catequese pode utilizar para ajudar as pessoas a encontrar Jesus Cristo.  Além de vários meios espirituais, podem ser usados todos os recursos que a nossa cultura nos oferece como, por exemplo, os da cultura midiática, desde os tradicionais como jornal, televisão, rádio, até os mais modernos como internet e outros, todos podem estar a serviço da Palavra de Deus, para que Cristo seja amado e conhecido. A catequese tem este único fim: servir ao homem, para que ele possa encontrar Jesus Cristo, a fim de que Ele possa levar todos a percorrer a estrada da vida nova.

3) Um processo de inserimento na vida eclesial
A catequese nos introduz na vida da Igreja, nos leva a ser igreja, a pertencer ao corpo místico de Cristo, à comunhão dos santos. É na Igreja que a vida cristã cresce, comunica-se e se desenvolve. Cristo após instituí-la, ordenou que ela levasse sua mensagem a todos os homens de todos os tempos e lugares, até que Ele volte: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). Por isto a Igreja é “o sacramento universal da salvação”, é necessária para a salvação.
A catequese deve ensinar o Credo da Igreja, os Sacramentos da Igreja, a Moral da Igreja, a Liturgia e a Oração da Igreja. Deve incentivar os catequizandos à participação nos movimentos, pastorais e outros grupos evangelizadores da Igreja. A catequese deve ser integrada às outras pastorais, tornando-se orgânica e de conjunto, a catequese da comunhão.

4) Processo permanente de formação integral
A catequese de iniciação compreende todo o processo de formação catequética, até à recepção dos três sacramentos da iniciação cristã: Batismo, Eucaristia e Crisma. Terá a orientação da paróquia, mas se dará por acompanhamento também dos pais/responsáveis. Esta fase destina-se a forjar as atitudes básicas do cristão e a tornar conhecidos os pontos fundamentais da doutrina da Igreja. Ela despertará também o catequizando para suas responsabilidades na Igreja e no mundo, levando-o a assumir compromissos concretos na comunidade, em testemunho coerente, como se espera do cristão.
A fase de iniciação é importantíssima, mas, graças, a Deus a formação cristã se prolonga pela vida inteira. Não só as crianças, mas também os adultos começam a merecer maior atenção, e cada vez mais buscam melhorar sua formação. A finalidade específica da catequese, no entanto, não é só de introduzir a pessoa na fé, mas também, de promover o crescimento e de alimentar quotidianamente as suas vidas, em todas as idades, em formação permanente, capacitando o cristão a conhecer, celebrar, viver, anunciar e testemunhar a Boa Nova de Cristo.
A Catequese é um processo de educação gradual e progressivo, adaptando-se e respeitando os ritmos de crescimento de cada um, abrangendo as diversas dimensões que deverão integrar-se harmonicamente ao longo de todo o processo formativo: “Trata-se das dimensões humana, espiritual, intelectual, comunitária e pastoral-missionária”[5].

5) Escola de conhecimento da Palavra de Deus
A Sagrada Escritura é para nós o livro da fé, e, por isso mesmo, é o texto principal da catequese. A alma da catequese é a santa Bíblia, a Palavra de Deus, onde a vida é orientada para novas atitudes, segundo os valores do evangelho. A catequese é considerada anúncio da Palavra de Deus, a serviço da qual se coloca. O princípio da interação fé e vida, aplicado à leitura da Bíblia, gera um tipo de leitura vital e orante da Palavra de Deus. Deve ser incentivada a utilização da Bíblia nos encontros de forma catequética e orante. Assim Paulo orientou Timóteo: “Desde a infância conheces as Sagradas Escrituras e sabes que elas têm o condão de te proporcionar a sabedoria que conduz à salvação, pela fé em Jesus Cristo. Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça” (2Tm 3,15.16).
É também muito importante ensinar os métodos de leitura da Palavra de Deus, e os vários meios de acesso à Bíblia, tanto impresso, como em vídeo e áudio. O verdadeiro catequista tem a convicção (mística) de que é profeta hoje, comunicando a Palavra de Deus com seu dinamismo e eficácia, na força do Espírito Santo.

6) Lugar de iniciação às virtudes e  à moral católica
A Moral da Igreja é a base, é o alicerce do nosso comportamento; por isso é ensinada na catequese, de modo que o cristão, conhecendo os dogmas da fé e a doutrina das sagradas virtudes, viva conforme as leis de Deus, em uma vida virtuosa. Nos ensina o nosso Catecismo: “Importa, na catequese, revelar com toda clareza a alegria e as exigências do caminho de Cristo. A catequese da vida nova” (CIC,1697).
As virtudes humanas (fortaleza, prudência, justiça e temperança) e as virtudes teologais (fé, esperança e caridade), faz que abracemos a beleza e a atração das retas disposições em vista do caminho de Cristo, do bem. “O caminho de Cristo “leva à vida”; um caminho contrário “leva à perdição” (Mt 7, 13). A parábola evangélica dos dois caminhos está sempre presente na catequese da Igreja. E significa a importância das decisões morais para a nossa salvação”[6]. Foram nas virtudes que os santos se inspiraram com prodigalidade para amar e seguir Jesus Cristo. A virtude da caridade nos fez tomar uma opção preferencial pelos pobres. Assim a catequese é transformadora e libertadora: uma mensagem de fé, que iluminando a existência humana, forma uma consciência crítica diante das estruturas injustas, levando a uma ação transformadora das realidades sociais: “a Igreja é chamada, em virtude da sua própria missão evangelizadora, a servir o homem. Tal serviço tem a sua raiz primeiramente no fato prodigioso e empolgante de que, com a encarnação, o Filho de Deus uniu-se de certa forma a todo o homem”[7].

7) Um lugar de interação fé e vida
O conteúdo da catequese compreende dois elementos que se interagem: a experiência da fé e a experiência da vida. A afirmação do princípio de interação fé e vida é a recusa tanto do excesso da teoria desligada da realidade da vida, como de uma fé sem compromisso com as realidades humanas, desvalorizando as necessidades do “aqui e agora”. São dois excessos que nos alienam e nos afastam da verdadeira fé da Igreja. O método tradicionalmente utilizado é o Ver-Julgar-Agir-Celebrar-Avaliar, cabendo a cada catequista fazer as adaptações necessárias. Portanto não é suficiente ter a doutrina e suas verdades fundamentias em mente. O conhecimento é fundamental, mas deve levar sempre à fé e à conversão. O cristianismo é uma experiência de fé, vida e salvação. A catequese deve dar prioridade ao aspecto experiencial e prático da fé, para que o catequizando torne-se verdadeiro discípulo e missionário de Jesus Cristo e possa dar a vida por Ele.

(Palestra no 1º Retiro Pastoral da Paróquia Santa Rita de Cássia, Aureny I-Palmas-TO, 27-11-2011).

NOTAS


[1] JOÃO PAULO II, Catequese Tradendae, 15: “a Igreja é convidada a consagrar à catequese os seus melhores recursos de pessoal e de energias, sem se poupar a esforços, trabalhos e meios materiais”.
[2] Catequesi Tradendae, 1979; Catequese Renovada, 1983; Diretório Geral de catequese, 1997; Diretório Nacional de catequese, 2005.
[3] BENEDETTO XVI, Deus Caritas Est, n.12; Documento de Aparecido, n. 243.
[4] Documento de Aparecido, n. 29.
[5] Documento de Aparecido, n. 280
[6] CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, n. 1696. 1697.


[7]  JOÃO PAULO II, Christifideles Laici, 36.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

A IMPORTÂNCIA DA CATEQUESE

A introdução de uma criança na vida religiosa começa em casa, desde o seu nascimento. A família, como Igreja doméstica, deve ser o berço da iniciação cristã. A presença dos pais na vida dos filhos passa pelo amor, respeito, exemplo e valores. É na catequese familiar que se aprende o amor a Deus e o respeito à Igreja. A oração deve ser aprendida em primeiro lugar na Igreja domiciliar, que é o lar.
A catequese ministrada na Igreja é um processo de educação na fé e maturidade dentro de uma comunidade, levando a uma consciente e ativa participação do mistério litúrgico e estimulando uma ação apostólica. É através da catequese também que a criança se prepara para a realização da sua Primeira Eucaristia.
A catequese não se restringe aos encontros semanais. Isso é parte de uma estrutura que envolve a dinâmica de tornar crianças e adolescentes cristãos comprometidos com o Reino de Deus, com a sua Palavra, a comunidade, sua família e consigo mesmo. Todo esse cuidado visa criar uma nova postura ante uma sociedade que privilegia o passageiro, o momentâneo, o fulgaz.
A catequese não é apenas ensino de conteúdo durante um período na vida de crianças e adolescentes. “A catequese é um aprendizado dinâmico da vida cristã (…) vai além do ensino, ela põe em prática a dinâmica do encontro com Jesus Cristo (…) ela educa para a vida de comunidade.” (Doc CNBB 84 – 40). Se uma análise de consciência for feita, muitos chegarão à conclusão de que, na maioria das vezes, não valorizam a vida catequética de seus filhos na comunidade. Essa educação é trocada por outras coisas supérfluas e não é dado o devido valor no que mais importa: formação religiosa e espiritual.
Os pais proporcionam a seus filhos cursos de esportes, língua inglesa, instrumentos musicais, atividades excelentes para crianças. Entretanto, omitem-se nos caminhos para esclarecer a fé em Cristo. Não aprenderam ou esqueceram que Jesus é a “luz do mundo” (Jo8,12).
Uma boa reflexão é o que é mais importante: educar seu filho na fé ou abrir mão de algumas atividades de lazer por dois anos? Deus não tira férias ou folga dos seus filhos, mas é preciso que cada um faça sua parte.
Lembrar do exemplo do próprio Jesus é um ótimo exercício. Ele viveu com os apóstolos para prepará-los com seus ensinamentos. Foram três anos de caminhada e, ainda sim, no momento da cruz, muitos vacilaram.


Na nossa Paróquia, a Catequese para Primeira Eucaristia dura dois anos e a crianças podem ingressar com 8 anos de idade;

Após a Primeira Eucaristia, as crianças são convidadas a participar do grupo de Perseverança.


segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

O TEMPO COMUM

Com o fim do Tempo do Natal, iniciamos hoje a primeira parte do Tempo Comum. 
“Tempo comum”, “Tempo ordinário” ou “Tempo durante o ano” são três designações para o período de cerca de dois terços de todo o ano litúrgico (33 ou 34 semanas) e que tem como característica própria celebrar o mistério de Cristo na sua globalidade, em vez de se centrar numa dimensão desse mesmo mistério de Cristo.


As Normas apresentam este tempo litúrgico do seguinte modo (NGALC, n. 43-44):
Além dos tempos referidos, que têm características próprias, há ainda trinta e três ou trinta e quatro semanas no ciclo do ano, que são destinadas não a celebrar um aspecto particular do mistério de Cristo, mas o próprio mistério de Cristo na sua globalidade, especialmente nos domingos. Este período é denominado Tempo Comum.
O Tempo Comum começa na segunda-feira a seguir ao domingo que ocorre depois do dia 6 de Janeiro e prolonga-se até à terça-feira antes da Quaresma inclusive; retoma-se na segunda-feira a seguir ao Domingo do Pentecostes e termina antes das Vésperas I do Domingo I do Advento. Para os domingos e os dias feriais deste tempo há uma série de formulários próprios, que se encontram no Missal e na Liturgia das Horas.

A grande dificuldade em perceber o que é específico do tempo comum está na oposição que estabelecemos com os restantes “tempos” do ano litúrgico. Como chamamos “tempos fortes” ao ciclo do Natal (Advento e Tempo do Natal) e da Páscoa (Quaresma, Tríduo Pascal e Tempo Pascal), tendemos a considerar o Tempo comum como um “tempo fraco”, por oposição aos outros ciclos. O ciclo do Natal e da Páscoa concentram-se numa dimensão do mistério de Cristo, o que lhes dá uma fisionomia própria e facilmente identificável. Mas isso não significa que o Tempo comum não tenha também identidade própria ou se defina apenas pela negativa: o período que não pertence aos dois ciclos celebrativos ditos “fortes”. Num certo sentido, também o Tempo comum é um “tempo forte”, destinado a aprofundar a presença de Cristo na existência cristã. Sem este Tempo comum, as nossas celebrações do ano litúrgico perderiam unidade, pois limitar-se-iam a considerar momentos episódicos da vida de Cristo e do seu mistério, sem contudo os integrar no conjunto da sua existência e, por isso, sem impregnar toda a nossa existência cristã. Além disso, importa ter presente que a semana “comum” ou “ordinária” nasceu, na Igreja, antes de qualquer um dos “tempos fortes”.

O novo Calendário enumera estes domingos de I a XXXIV, designando-os “per annum”. Já quanto aos dias feriais, não têm formulários próprios: usam-se os do Domingo correspondente. Contudo, o Leccionário apresenta leituras específicas para todos os dias feriais.

O que caracteriza este longo tempo litúrgico é a celebração do mistério de Cristo “na sua globalidade, especialmente nos Domingos” (Normas Gerais do Ano Litúrgico e do Calendário, n. 43). Esta globalidade significa que a manifestação do Senhor não se celebra exclusivamente no ciclo natalício, mas continua no Tempo comum; significa que a Páscoa não se celebra apenas no ciclo próprio, mas que ilumina toda a existência cristã ao longo do ano; significa que toda a vida de Cristo, com a salvação que traz e torna presente, acompanha a vivência cristã de todo o ano litúrgico.

É na celebração do Domingo, Dia do Senhor e “Páscoa semanal”, que o Tempo comum encontra o seu centro significativo. Ora, os Domingos do Tempo comum são aqueles que se podem considerar os Domingos no seu estado mais puro: Páscoa semanal e primeiro dia da semana, que dá sentido à vivência de toda a semana. Por isso, as orações da celebração eucarística, ao longo da semana, são as do Domingo.

Ao nível das leituras bíblicas, o Tempo comum tem também características próprias. O Evangelho, a mais importante das leituras bíblicas, é lido de forma semi-contínua. Deste modo, apresenta-nos a vida de Jesus e as suas palavras, não apenas nos grandes momentos, mas também na normalidade quotidiana dos seus gestos e dos seus ensinamentos. Os textos evangélicos aparecem-nos, assim, como a grande escola dos discípulos de Cristo, dos cristãos, que acompanham o Mestre e O escutam no dia a dia; que procuram configurar as suas vidas com a do próprio Cristo. O Tempo comum é tempo de amadurecimento da vivência da fé, até ao momento culminante da solenidade de Cristo Rei.

Solenidades e festas do Senhor no Tempo Comum


A Liturgia celebra o mistério de Cristo na sua totalidade, ao longo do ano litúrgico. Celebra os momentos da história da salvação, a partir do mistério de Cristo. Os acontecimentos da vida de Jesus não aparecem como momentos isolados: é sempre a totalidade da obra da redenção que é celebrada. Contudo, desde o período medieval que entraram na Liturgia as chamadas festas devocionais ou de “ideias”. O Missal actual, no final do Próprio do Tempo, apresentam uma série de solenidades do Senhor no Tempo per annum: Santíssima Trindade, Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, Sagrado Coração de Jesus, Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo. Nenhuma destas celebrações se centra em algum aspecto do mistério de Cristo que não esteja já presente em outras celebrações do ano litúrgico. A nível teológico, são “duplicados”, que sublinham sempre aspectos do único mistério de Cristo já presentes noutros momentos do ano. Todas estas solenidades nasceram no segundo milênio cristão.

sábado, 11 de janeiro de 2014

BATISMO DO SENHOR

Celebramos amanhã, a Festa do Batismo do Senhor. Com essa festa,  concluímos o tempo do Natal. A reflexão sobre o Mistério da Encarnação continua. É uma ótima oportunidade para examinarmos a nossa própria vida batismal hoje e a ação eclesial para o trabalho de iniciação cristã pedida pela Igreja para educar e evangelizar os novos cristãos.
O Batismo de Jesus, por João, no rio Jordão, é um evento que nos mostra com intensidade como o Salvador quis solidarizar-se com o gênero humano, imerso no pecado. João chamava à penitência e administrava um batismo de conversão. No entanto, Jesus, o Cordeiro sem mancha, que veio tirar o pecado do mundo, submete-se ao batismo de João. É um momento de Epifania, quando a Trindade se manifesta e aparece claramente a missão do Filho que deve ser escutado.
Podemos contemplar, pois, no episódio do batismo do Senhor, aquela condescendência divina que faz com que Deus assuma tudo o que é próprio da nossa frágil condição humana. Jesus não teve pecado, mas, num gesto de solidariedade para com toda a humanidade, assumiu o que decorre do nosso pecado, desde o batismo dos pecadores até a morte ignominiosa da cruz.
A condescendência divina, manifestada de forma tão pungente na vida, as atitudes e as palavras de Jesus, nos estimulam a amar com todas as nossas forças a Deus que tanto nos ama e a nos tornar mais compassivos e condescendentes para com todos aqueles que, de uma ou de outra maneira, sofrem e precisam de nossa solidariedade. A contemplação da caridade divina deve encher nosso coração de caridade. São Paulo ensinou-nos, entre outras coisas, que a caridade é prestativa, não é orgulhosa, alegra-se com o bem, tudo crê, tudo espera, tudo desculpa.
Estes dias de tantas catástrofes em nossa região sudeste demonstram como é importante o compartilhar as dores e sofrimentos das pessoas.
O batismo que recebemos foi o batismo instituído por Jesus, o batismo da Nova Aliança. O batismo de João era apenas um sinal de conversão. O Batismo que Jesus confiou à Sua Igreja é um sinal eficaz, pois não só significa, mas realiza a libertação e a renovação de nosso ser, tornando-nos filhos de Deus à semelhança do único Filho. Os Padres da Igreja chegaram a dizer que Jesus desceu às águas justamente para santificá-las e transmitir-lhes aquele poder de purificação e renovação, que é exercido toda vez que a Igreja batiza em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Ao celebrarmos a Festa do Batismo do Senhor Jesus, temos diante de nós uma ocasião propícia para renovar nossas promessas batismais. Viver intensamente os compromissos de nosso batismo é o grande convite que Deus faz a cada um de nós. A graça divina jamais falta àquele que, com sinceridade de coração, procura viver segundo o “homem novo”, nascido da água e do Espírito. Os inúmeros santos e santas canonizados pela Igreja são um eloquente testemunho de que a força do batismo pode fazer maravilhas na pessoa e na sociedade que ajudaram a transformar segundo o desígnio de Deus.
Que a graça do batismo nos torne, na Igreja e através da Igreja, o Corpo místico do Senhor, verdadeiros discípulos-missionários de Jesus! O batismo liga-nos também à Igreja, à qual Cristo uniu-se de maneira irrevogável. Não podemos querer Cristo sem Sua Igreja. O “Cristo total” é a Cabeça e o Corpo. Contemplando, assim, o Mistério de Cristo, que resplandece na face da Igreja e vivendo a graça do nosso batismo, anunciemos com humildade e caridade a fé que nos salva e enche de alegria a nossa vida!
Que a vida cristã desse seguidor de Cristo nos inspire a viver com entusiasmo em nossos mudados tempos a alegria do seguimento de Jesus, mesmo com as dificuldades hodiernas.


Dom Orani João Tempesta
Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

CORAGEM! SOU EU, NÃO TENHA MEDO"

No Evangelho de hoje, ouviremos Jesus nos dizer: "Coragem! sou eu, não tenha medo"

Quantas vezes perdemos a paz por causa do medo que nos assalta ! Ficamos sem  sono na madrugada , tomados de ansiedade , devido aos medos que carregamos : medo da morte, medo de perder a quem amamos , medo do futuro e tantos outros .
Nessa hora é preciso reagir pela oração ! Eu digo isso porque  experimento ! Quando sou tomada por medos sem fundamentos , ou até aqueles que tem uma razão , vou em busca de Deus. Procuro não ficar ”patinando” nos meus temores , pois me fazem muito mal !
Ao invés de deixar que o medo me paralise , vou em busca daquele que me dá coragem ! E como é maravilhoso experimentar os efeitos da ação de Deus ! Como criança , eu me lanço nos braços de Deus e digo : ” estou com medo !”
Após falar abertamente dos meus medos na oração , a sensação é de alívio e de paz .
Hoje mesmo,  vivi esta experiência ,  e ao tomar a palavra de Deus ,
 Ele me disse : ” Fortalecei esses braços cansados , firmai os joelhos vacilantes.
Dizei aos aflitos : ”Coragem ! Nada de medo !” ( Is 35,3-4)
Essa palavra é para você , que está paralisado por alguma situação de medo !
vamos rezar :
Pai  Eterno , eu me lanço em sua palavra que me diz : ”CORAGEM ! NADA DE MEDO !
Que essa palavra assumida na fé , devolva-me a coragem ! liberta-me do medo pela tua palavra !
Enche-me do teu Espírito Santo de coragem e força ! Livra-me dos meus temores !
Eu coloco sob o teu domínio todas as áreas da minha vida : minha família , meus relacionamentos  , meu casamento , meu futuro , meu trabalho ,minha saúde , minha vida afetiva , toda a minha pessoa ! Liberta -me de todo domínio do medo !
Eu assumo essa palavra para mim : ”CORAGEM ! NADA DE MEDO !”

Escute Deus falar ao seu coração : ”CORAGEM ! NADA DE MEDO ! ”


domingo, 5 de janeiro de 2014

SOLENIDADE DA EPIFANIA DO SENHOR

A festa da Epifania é conhecida também como a festa dos reis magos que irão representar a aceitação futura de toda mensagem de Jesus nas diversas etnias e culturas da terra. Que possamos sempre nos desacomodar e ir de encontro ao que o Senhor nos pede em relação a nós e aos nossos irmãos.

“Tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que alguns magos do oriente chegaram a Jerusalém, perguntando: 'Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo'. Ao saber disto, o rei Herodes ficou perturbado assim como toda a cidade de Jerusalém. Reunindo todos os sumos sacerdotes e os mestres da lei, perguntava-lhes onde o messias deveria nascer. Eles responderam: 'Em Belém, na Judéia, pois assim foi escrito pelo profeta: e tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um chefe que vai ser o pastor de Israel, o meu povo'. Então Herodes chamou em segredos os magos e procurou saber deles cuidadosamente quando a estrela tinha aparecido. Depois os enviou a Belém, dizendo: 'Ide e procurai obter informações exatas sobre o menino. E,
quando o encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-lo'. Depois que ouviram o rei, eles partiram. E a estrela, que tinham visto no oriente, ia diante deles, até parar sobre o lugar onde estava o menino. Ao verem de novo a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande. Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra. Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, retornaram para a sua terra, seguindo outro caminho”. (Mt 02, 01-12)
'Onde está o Rei dos Judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo'.
Quando fizemos uma análise do que significava a figura do rei para o povo de Israel no início da sua história, percebemos que era um líder responsável pela manutenção do povo em todos os sentidos. Infelizmente esta figura foi se deteriorando no decorrer do tempo e o mal exemplo doas outras nações, bem como a dominação romana, fez que o rei estivesse mais em busca de seu prazer do que da salvação de seu povo.
Percebemos em Herodes o homem que recebe um poder de Deus mas não sabe utilizá-lo. Fica perdido em seu egoísmo lhe levando automaticamente a sentir medo de suas próprias atitudes.
Os reis magos representam a aceitação do projeto de Deus em outros povos que com humildade reconhecem a presença de Deus na história. O povo de Israel não soube aproveitar a Aliança que Deus fez com eles. Muitas vezes temos grandes tesouros escondidos e não temos coragem de descobri-los e utilizá-los para o nosso bem
e para o bem do próximo.
Os presentes oferecidos a Jesus menino são o futuro de sua missão. O ouro representa o reinado, o incenso a sua divindade e a mirra o seu sofrimento. Quando queremos realmente fazer a vontade de Deus teremos que enfrentar a nós mesmos. Precisamos sair de nosso comodismo e relativizar nossas posições. Se Herodes fosse mais corajoso em relação a sua própria pessoa, como foram os magos, certamente iria ir de encontro ao projeto de Deus em Jesus Cristo. O comodismo pode nos levar a morte quando passamos a nos preocupar só com nossos interesses pessoais.

Quanto mais poder temos, mais responsabilidade assumimos não em favor de nós mesmos mas em relação a nossa missão. A humildade dos reis magos é muito importante para nós hoje que pensamos ser os protagonistas da história deixando Deus o nosso Criador em segundo plano.
Devemos nesta festa dos reis magos dar o verdadeiro presente a Jesus que é o nosso coração. Não podemos nos iludir com a compra e a venda do mundo moderno. O ser humano vale muito mais do que isto. Fomos criados para Deus e só nele poderemos encontrar a razão de nossa vida.
Fonte: catolico.org.br


sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

SANTÍSSIMO NOME DE JESUS

Celebramos hoje, a Memória do Santíssimo nome de Jesus. 


“Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o Nome que está acima de todos os nomes, para que ao Nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor” (Fil 2, 9-11).
A Igreja celebra oito dias após o Natal, em 2 janeiro, de acordo com o "Diretório da Liturgia" da CNBB, a festa do Santíssimo Nome de Jesus; porque oito dias depois de seu Nascimento, São José O circuncidou e lhe colocou o nome de Jesus, conforme o Anjo tinha dito à Virgem Maria:
“O anjo disse-lhe: Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus" (Lc 1, 30-31).
E assim foi cumprido conforme a Lei de Moisés: “Completados que foram os oito dias para ser circuncidado o menino, foi-lhe posto o Nome de Jesus, como lhe tinha chamado o anjo, antes de ser concebido no seio materno” (Lc 2, 21).
O Santíssimo Nome de Jesus foi dado pelo céu; tanto assim que o Arcanjo Gabriel o confirma em sonho a São José: “Enquanto assim pensava, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados” (Mt 1, 20-21). Cabia ao pai dar o nome para o filho no costume judaico.
E o Anjo deixou bem claro a José a razão deste nome: "porque ele salvará o seu povo de seus pecados". A palavra "Jesus", em hebraico, quer dizer: "Deus Salva" ou "Salvador".
No momento da Anunciação, o anjo Gabriel dá-lhe como nome próprio o nome de Jesus, que exprime ao mesmo tempo Sua identidade e missão. Uma vez que "só Deus pode perdoar os pecados" (Mc 2,7), é Ele que, em Jesus, seu Filho eterno feito homem, "salvará seu povo dos pecados" (Mt 1,21). Em Jesus, portanto, Deus recapitula toda a sua história de salvação em favor dos homens. “O Filho do Homem tem poder de perdoar pecados na terra” (Mc 2, 10). Ele pode dizer ao pecador: “Teus pecados estão perdoados” (Mc 2,5). E o Senhor transmite esse poder aos homens – os Apóstolos – (Jo 20,21-23) para que o exerçam em seu Nome.
A Ressurreição de Jesus glorifica o nome do Deus Salvador, pois a partir de agora é o nome de Jesus que manifesta em plenitude o poder supremo do "nome acima de todo nome". Os espíritos maus temem Seu nome, e é em nome d'Ele que os discípulos de Jesus operam milagres, pois tudo o que pedem ao Pai em Seu nome o Pai lhes concede. É no nome de Jesus que os enfermos são curados, é em Seu nome que os mortos ressuscitam, os coxos andam, os surdos ouvem, os leprosos ficam curados... Esse nome bendito tem poder!
Depois que o pecado atingiu a humanidade, somente o Nome do Deus Redentor pode salvar o homem. E este nome é Jesus. É pelo Nome de Jesus que os Apóstolos operaram maravilhas, pois Ele lhes tinha dito:“Estes milagres acompanharão os que crerem: expulsarão os demônios em meu Nome, falarão novas línguas, manusearão serpentes e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal; imporão as mãos aos enfermos e eles ficarão curados” (Mc 16,17-18). Portanto, o Nome Santo de Jesus tem poder e deve ser invocado com respeito, veneração e fé.
Após o milagre do aleijado na porta do Templo, os fariseus e doutores da lei quiseram impedir os Apóstolos de pregar em Nome de Jesus:“Todavia, para que esta notícia não se divulgue mais entre o povo, proibamos com ameaças, que no futuro falem a alguém nesse Nome. Chamaram-nos e ordenaram-lhes que absolutamente não falassem nem ensinassem em nome de Jesus” (At 4, 17-18).
Mas eles se negam a deixar de pronunciar este santo Nome, porque sabem que não há salvação em nenhum outro: “Esse Jesus, pedra que foi desprezada por vós, edificadores, tornou-se a pedra angular. Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos” (At 4, 11-12).
O nome de Jesus significa também que o próprio nome de Deus está presente na Pessoa de seu Filho feito homem para a redenção universal e definitiva dos pecados. É o único Nome divino que traz a salvação e a partir de agora pode ser invocado por todos, pois se uniu a todos os homens pela Encarnação.
O nome do Deus Salvador era invocado uma só vez por ano pelo sumo sacerdote para a expiação dos pecados de Israel, depois dele aspergir o propiciatório do Santo dos Santos com o sangue do sacrifício. O propiciatório era o lugar da presença de Deus. Quando São Paulo diz de Jesus que "Deus o destinou como instrumento de propiciação, por seu próprio Sangue" (Rm 3,25), quer afirmar que na humanidade deste último"era Deus que em Cristo reconciliava consigo o mundo" (2Cor 5,19).
O Nome de Jesus está no cerne da oração cristã. Todas as orações litúrgicas são concluídas pela fórmula "por Nosso Senhor Jesus Cristo...". A "Ave-Maria" culmina no: "e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus". O nome de Jesus está no centro da Ave-Maria; o Rosário é centrado no Nome de Jesus, por isso tem poder.
A oração oriental denominada "oração a Jesus" diz: "Jesus Cristo, Filho de Deus Vivo, Senhor, tem piedade de mim, pecador". Numerosos cristãos, como Santa Joana d'Arc, morreram tendo nos lábios apenas o nome de Jesus.

Que nós possamos também hoje e sempre pronunciar com fé e devoção este nome doce e santo, que tem poder, como aquele cego de Jericó, que clamou com fé e ficou curado: "Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim!"