quarta-feira, 29 de outubro de 2014

MADRE ASSUNTA FOI BEATIFICADA EM SÃO PAULO

Por Fernando Geronazzo

Milhares de pessoas participaram da celebração de beatificação de madre Assunta Marchetti na manhã deste sábado, 25, na Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo.
A missa foi presidida pelo arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, e contou com a presença do prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, Cardeal Angelo Amato, enviado do Papa Francisco para presidir o Rito de Beatificação da religiosas italiana, co-fundadora da Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeu (Scalabrinianas), que viveu e morreu na Capital paulista.
Também concelebraram a missa os bispos auxiliares da Arquidiocese, bispos e arcebispos de várias partes do Brasil, além de Dom Italo Castellani, arcebispo de Lucca, arquidiocese italiana onde se localiza a terra natal da Beata, Camaiore.
Peregrinos de várias cidades brasileiras e delegações da Itália, Estados Unidos, Filipinas e diversos países da América Latina, onde atuam as missionárias Scalabrinianas. Na praça da Sé, foram instalados telões para que a multidão acompanhasse os ritos.
A celebração também foi transmitida ao vivo pela rádio, TV e internet, sendo acompanhada em várias partes do mundo.

Beatificação

O Rito de Beatificação começou com a leitura da biografia de Madre Assunta, lida pela postuladora de sua causa de beatificação, Irmã Leocádia Mezzono. Em seguida, Dom Odilo fez a solicitação ao enviado pontifício para que o nome da Serva de Deus fosse inscrita no número dos beatos.
Logo depois, o Cardeal Amato fez a leitura, primeiramente em latim, daCarta Apostólica do Papa Francisco que proclama Assunta Marchetti Bem-aventurada.
Na mesma carta, posteriormente lida em português, o Santo Padre apresenta Madre Assunta como “testemunha da caridade de Cristo para com os migrantes e órfãos, dos quais foi ‘mãe’ terna”.
Sob os aplausos da multidão, foi descerrado o arazzo, quadro com a imagem da nova Beata, pintado pela artista russa Natalia Tsarkova. o momento foi cluncído com a procissão da relíquia da Beata Assunta, trazida pelas superiora geral das Missionárias Scalabrinianas, Irmã Irmã Neusa de Fátima Mariano, acompanhada de crianças com flores.

Testemunha das bem-aventuranças

Na homilia, o Cardeal Scherer destacou que esse era um momento muito especial na vida da Igreja, “que reconhece e proclama formalmente que sua filha Assunta Marchetti foi uma cristã extraordinária que viveu de maneira exemplar sua fé esperança e caridade”. (acesse a íntegra da homilia)
Ao se referir o trecho do Evangelho proclamado na missa, sobre as bem-aventuranças, Dom Odilo frisou que Madre Assunta não somente viveu segundo as bem-aventuranças, mas ainda dedicou sua vida inteira para o bem do próximo, testemunhando as bem-aventuranças”.
Na mensagem dirigida no final da celebração, o Cardeal Amato salientou que, no Brasil, Madre Assunta encontrou no Brasil sua pátria espiritual e sua família composta de órfãos necessitados, pobres para acolher e doentes para serem curados.
“A caridade da Madre não era ostentação, mas serviço humilde sacrificado e paciente. É esta a herança que a Beata assunta Marchetti deixa não só às suas irmãs, mas a todos nós. O seu convite à caridade inclui a exortação à humildade, à pobreza e também à alegria de fazer o bem  com generosidade e simplicidade”, completou.

História

Assunta Marchetti nasceu em Lombrici - Camaiore, Itália, em 15 de agosto de 1871 e faleceu em São Paulo junto aos órfãos do Orfanato Cristóvão Colombo (atualmente chamado Associação Educadora e Beneficente Casa Madre Assunta Marchetti), no bairro de Vila Prudente, em 1º de julho de 1948.
A religiosa chegou ao Brasil com suas companheiras em 27 de outubro de 1895 e teve uma vida de Fé, esperança e caridade radical. Amou intensamente o próximo e especialmente, as suas irmãs de Congregação, dedicando-se de modo preferencial aos migrantes, aos órfãos, aos doentes, aos sofredores e aos pobres que precisavam de ajuda.