A programação e o logotipo do
Jubileu Extraordinário da Misericórdia foram apresentados na manhã de terça-feira,
5, aos jornalistas, em coletiva na Sala de Imprensa da Santa Sé.
Os detalhes foram expostos pelo presidente do Pontifício
Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella –
responsável pela organização do evento.
De acordo com o Arcebispo, a ideia do Jubileu nasceu em 29
de agosto do ano, quando Francisco lhe manifestou o desejo de convocá-lo.
“Conseguimos manter um segredo pontifício”, declarou satisfeito, pois o anúncio
“da surpresa” foi feito somente no dia 14 de março deste ano.
Dom Fisichella recordou que o Jubileu da Misericórdia “não é
e não deseja ser o Grande Jubileu do Ano 2000. Qualquer comparação, portanto,
não tem sentido, porque cada Ano Santo tem as suas peculiaridades e as próprias
finalidades”. Trata-se, sobretudo de um Jubileu temático, que assenta
fortemente no conteúdo central da fé e pretende recordar à Igreja a sua missão
prioritária de ser sinal e testemunho da misericórdia em todos os aspectos da
sua vida pastoral.
O Arcebispo explicou que o Papa deseja que este Jubileu não
seja vivido somente em Roma, mas também nas Igrejas locais. Pela primeira vez
na história dos Jubileus, é oferecida a possibilidade de abrir a Porta Santa –
Porta da Misericórdia – nas próprias dioceses, particularmente na Catedral ou
numa igreja especialmente significativa ou num Santuário nomeadamente
importante para os peregrinos.
Logotipo
Dom Fisichella apresentou também o logotipo do Jubileu, que
representa uma “suma teológica” da misericórdia e do lema que o acompanha. No
lema, tirado de Lc 6,36, Misericordiosos como o Pai, propõe-se viver a
misericórdia seguindo o exemplo do Pai, que pede para não julgar e não
condenar, mas perdoar e dar amor e perdão sem medida (cf. Lc 6,37-38). O
logotipo é obra do padre jesuíta M. I. Rupnik. A imagem mostra o Filho que
carrega aos seus ombros o homem perdido.
“O desenho é feito de tal forma que realça o Bom Pastor que
toca profundamente a carne do homem e o faz com tal amor capaz de lhe mudar a
vida. Além disso, um detalhe não é esquecido: o Bom Pastor com extrema
misericórdia carrega sobre si a humanidade, mas os seus olhos confundem-se com
os do homem.”
A cena é colocada dentro da amêndoa, também esta é uma
figura cara da iconografia antiga e medieval que recorda a presença das duas
naturezas, divina e humana, em Cristo. As três ovais concêntricas, de cor
progressivamente mais clara para o exterior, sugerem o movimento de Cristo que
conduz o homem para fora da noite do pecado e da morte. Por outro lado, a
profundidade da cor mais escura também sugere o mistério do amor do Pai que
tudo perdoa.
Calendário
Dom Fisichella apresentou ainda o calendário das
celebrações, que têm início oficialmente em 8 de dezembro deste ano. “Quisemos
que o primeiro evento fosse dedicado a todos aqueles que trabalham na
peregrinação, de 19 a 21 de janeiro de 2016. É um sinal que pretendemos dar
para deixar claro que o Ano Santo é uma verdadeira peregrinação e deve ser
vivida como tal. Pediremos aos peregrinos para fazer um percurso a pé,
preparando-se assim para atravessar a Porta Santa com o espírito de fé e de
devoção.”
No dia 3 de abril haverá uma celebração destinada a todas as
pessoas que se revêm na espiritualidade da misericórdia (movimentos,
associações, institutos religiosos). Todas as pessoas do voluntariado
caritativo, por sua vez, serão convocadas no dia 4 de setembro. A esfera da
espiritualidade mariana terá o seu dia em 9 de outubro para celebrar a Mãe da
Misericórdia.
Não faltam eventos dedicados especificamente aos
adolescentes crismados: 24 de abril. E os jovens do mundo inteiro são
convocados em Cracóvia para a Jornada Mundial da Juventude de 26 a 31 julho.
Outro evento será destinado aos diáconos que por vocação e
ministério são chamados a presidir à caridade na vida da comunidade cristã.
Para eles haverá o Jubileu a 29 de maio. No 160º aniversário da Festa do
Sagrado Coração de Jesus, a 3 de junho, celebrar-se-á o Jubileu dos Sacerdotes.
Em 25 de setembro será o Jubileu dos catequistas e das catequistas. Em 12 de
junho, haverá o encontro dirigido a todos os doentes, às pessoas com
deficiência e àqueles que com amor e dedicação cuidam deles. Em 6 de novembro
será celebrado o Jubileu dos presos – um evento inédito. Espera-se que não seja
realizado somente nas prisões, mas está sendo estudada a possibilidade para que
alguns prisioneiros possam ter a oportunidade de celebrar com o Papa Francisco,
em São Pedro, o seu próprio Ano Santo.
Outra novidade será o “missionário da misericórdia” – um
sacerdote que seja nas paróquias e dioceses a extensão do Papa Francisco. O
“missionário” – cujo envio será feito pelo Papa na Quarta-feira de Cinzas –
deverá três características: paciente, bom pregador e bom confessor. A
modalidade de escolha dos sacerdotes, que poderão ser também bispos
eméritos, ainda está sendo estudada.
Site
O website oficial do Jubileu já foi publicado: www.iubilaeummisericordiae.va,
acessível em www.im.va. O
website está disponível em sete línguas: italiano, inglês, espanhol, português,
francês, alemão e polonês.
No website podem-se encontrar as informações oficiais acerca
do calendário dos principais eventos públicos, as indicações para a
participação nos eventos com o Santo Padre e todas as outras comunicações
oficiais relativas ao Jubileu.
As redes sociais também serão utilizadas para promover o
evento, e um aplicativo especial está sendo estudado. Haverá também subsídios
divididos em cinco livros, com textos pertinentes à misericórdia.
Segurança
Na próxima semana, haverá a primeira reunião bilateral entre
representantes da Santa Sé e autoridades italianas. Na pauta, entre outros
temas, a questão da segurança.
“Acreditamos que o tema da Misericórdia com a qual o Papa
Francisco colocou a Igreja no caminho jubilar possa ser um momento de
verdadeira graça para todos os cristãos e um despertar para continuar no
percurso da nova evangelização e conversão pastoral que o Papa nos indicou”,
finalizou Dom Rino Fisichella.