domingo, 31 de maio de 2015

SANTÍSSIMA TRINDADE

A Solenidade que hoje celebramos não é um convite a decifrar o mistério que se esconde por detrás de "um Deus em três pessoas"; mas é um convite a contemplar o Deus que é amor, que é família, que é comunidade e que criou os homens para os fazer comungar nesse mistério de amor.
Na primeira leitura, Jahwéh revela-se como o Deus da relação, empenhado em estabelecer comunhão e familiaridade com o seu Povo. É um Deus que vem ao encontro dos homens, que lhes fala, que lhes indica caminhos seguros de liberdade e de vida, que está permanentemente atento aos problemas dos homens, que intervém no mundo para nos libertar de tudo aquilo que nos oprime e para nos oferecer perspectivas de vida plena e verdadeira.
A segunda leitura confirma a mensagem da primeira: o Deus em quem acreditamos não é um Deus distante e inacessível, que se demitiu do seu papel de Criador e que assiste com indiferença e impassibilidade aos dramas dos homens; mas é um Deus que acompanha com paixão a caminhada da humanidade e que não desiste de oferecer aos homens a vida plena e definitiva.
No Evangelho, Jesus dá a entender que ser seu discípulo é aceitar o convite para se vincular com a comunidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Os discípulos de Jesus recebem a missão de testemunhar a sua proposta de vida no meio do mundo e são enviados a apresentar, a todos os homens e mulheres, sem excepção, o convite de Deus para integrar a comunidade trinitária.
Quem acolheu o convite de Deus (apresentado em Jesus) para integrar a comunidade trinitária, torna-se testemunha, no meio dos homens, dessa vida nova que Deus oferece. O papel dos discípulos é continuar a missão de Jesus, testemunhar o amor de Deus pelos homens e convidar os homens a integrar a família de Deus. Os irmãos com quem nos cruzamos pelos caminhos da vida recebem essa mensagem? As nossas palavras e os nossos gestos testemunham esse amor com que Deus ama todos os homens? As nossas comunidades são a imagem viva da família de Deus e apresentam um convite credível e convincente aos homens para que integrem a comunidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo?

A missão que Jesus confiou aos discípulos - introduzir todos os homens na família de Deus - é uma missão universal: as fronteiras, as raças, a diversidade de culturas, não podem ser obstáculo para a presença da proposta libertadora de Jesus no mundo. Todos os homens e mulheres, sem excepção, têm lugar na família de Deus. Tenho consciência de que Jesus me envia a todos os homens - sem distinção de raças, de etnias, de diferenças religiosas, sociais ou económicas - a anunciar-lhes o amor de Deus e a convocá-los para integrar a comunidade trinitária? Tenho consciência de que sou chamado a apresentar a todos os homens - mesmo àqueles que habitam no outro lado do mundo - o convite para integrar a família de Deus?

Num mundo onde Deus nem sempre faz parte dos planos e das preocupações dos homens, testemunhar o amor de Deus e apresentar aos homens o convite para integrar a família de Deus é um enorme desafio. O confronto com o mundo gera muitas vezes, nos discípulos, desilusão, sofrimento, frustração…  Nos momentos de decepção e de desilusão convém, no entanto, recordar as palavras de Jesus:
"Eu estarei convosco até ao fim dos tempos". Esta certeza deve alimentar a coragem com que testemunhamos aquilo em que acreditamos.


A celebração da Solenidade da Trindade não pode ser a tentativa de compreender e decifrar essa estranha charada de "um em três". Mas deve ser, sobretudo, a contemplação de um Deus que é amor e que é, portanto, comunidade. Dizer que há três pessoas em Deus, como há três pessoas numa família - pai, mãe e filho - é afirmar três deuses e é negar a fé; inversamente, dizer que o Pai, o Filho e o Espírito são três formas diferentes de apresentar o mesmo Deus, como três fotografias do mesmo rosto, é negar a distinção das três pessoas e é também negar a fé. A natureza divina de um Deus amor, de um Deus família, de um Deus comunidade, expressa-se na nossa linguagem imperfeita das três pessoas. O Deus família torna-Se trindade de pessoas distintas, porém unidas. Chegados aqui, temos de parar, porque a nossa linguagem finita e humana não consegue "dizer" o indizível, não consegue definir cabalmente o mistério de Deus.


sábado, 30 de maio de 2015

TRÍDUO DE NOSSA SENHORA DO LÍBANO

Com alegria, os paroquianos e devotos de Nossa Senhora do Líbano, celebram desde o dia 28 o tríduo preparatório para a festa da padroeira do Jardim Líbano. 
O primeiro dia de celebração contou com a presença do Padre Reinaldo Cruz de Santana, da Sociedade Joseleitos de Cristo, que foi pároco da paróquia por 6 anos. Já o segundo dia, contou com a presidência do Padre Geraldo Raimundo Pereira, da Arquidiocese de São Paulo, que foi Administrador Paroquial da Paróquia e hoje, é pároco da Paróquia Santa Maria Goretti, no Butantã. 

PRIMEIRO DIA:










SEGUNDO DIA:







NOSSA SENHORA DO LÍBANO


Amanhã, celebraremos a Festa de nossa padroeira, Nossa Senhora do Líbano. Conheçamos um pouco da história dessa devoção: 

No dia 8 de dezembro de 1854, o Papa Pio IX proclamou solenemente o dogma da Imaculada Conceição, isto é, a Virgem Maria foi concebida no seio de sua mãe sem a mancha do pecado original. A grandeza deste evento teve uma consonância extraordinária no mundo cristão, em geral, e no mundo católico, em particular. Espalhou a alegria e a tranqüilidade em muitos países. Cinqüenta anos mais tarde, a Igreja Católica celebrou o jubileu de ouro do estabelecimento deste dogma. Nesta ocasião o Patriarca Maronita e o Núncio Apostólico no Líbano e Síria, de comum acordo, inspiraram aos Libaneses um impulso de fé e de entusiasmo para homenagear a Virgem Maria. Tiveram a idéia de erguer um monumento religioso para perpetuar a lembrança da confirmação do dogma da Imaculada Conceição e para destacar o amor do povo libanês a Maria Santíssima, através de todos os séculos e por todas as gerações.
Após de consultar Bispos, padres e leigos, os responsáveis religiosos decidiram chamar o monumento pelo nome de Nossa Senhora do Líbano. A opinião de vários engenheiros e arquitetos deu como resultado a escolha do lugar chamado ? O Rochedo?, na pequena aldeia de Harissa, para construir nele o monumento. Este Rochedo é uma maravilhosa colina com vista belíssima ao mar e a Beirute. Além disso, o lugar escolhido fica perto da Nunciatura Apostólica, de Bkerke, residência do Patriarca Maronita, de Charfe, residência do Patriarca sírio-catolico e não longe de Bzummar, residência patriarcal dos Armênios católicos.
Podemos crer que a providencia inspirou aos responsáveis a escolha desta colina que simboliza, por sua beleza, a magnificência e a santidade da Virgem Maria, Senhora do Líbano. Neste lugar alto eleva-se um belo Santuário com uma estatua artística da mãe de Deus, a Imaculada Conceição.
A estatua feita de bronze e pintada de branco, veio de França, a cidade de Leon. Sua altura é de 8 metros e meio, com 5 metros de diâmetro e pesa quinze toneladas. Uma verdadeira obra prima de extraordinária beleza A Virgem com as mãos estendidas e abertas para o mar (Bahia de Junieh) e a capital Beirute.
A base da estatua foi construído de pedra natural, a sua altura é de 20 metros, sua circunferência inferior é de 64 metros e a superior de 12 metros. Uma escada em colimação de 110 degraus leva os peregrinos até o cume aos pés da estatua.  
Terminada a construção do Santuário e as praças preparadas, a inauguração foi marcada para o primeiro domingo de maio de 1908. Desde a madrugada daquele dia histórico, inumeráveis multidões chegavam de toda parte do Líbano com as suas bandeiras e confrarias. Assim, todas as praças, as ruas e todos os lugares vizinhos estavam transbordando de fieis devotos à Virgem Maria . As dez horas, o Núncio Apostólico Frediano Gianini começou a cerimônia religiosa, benzendo o Santuário e a estatua.
Em seguida, o Patriarca Elias Hoyek com vários Bispos e sacerdotes celebraram a missa Pontifical. O Governador geral do Líbano foi representado pelo Comandante chefe do exercito libanês, Barbar Khazen. Em seu sermão o Patriarca destacou sobre tudo o amor e a devoção particular dos Libaneses para a Virgem Maria, através de todos os tempos.
No final do Oficio divino, a cerimônia foi encerrada por uma procissão do Ícone de Nossa Senhora do Líbano na grande praça do Santuário. Naquele momento O Patriarca declarou que o primeiro Domingo de Maio será a festa anual de Nossa Senhora do Líbano.

 Oração a  Nossa Senhora do Líbano
Ó Maria, rainha dos montes e dos mares, Senhora do nosso querido Líbano, cuja glória te foi dada, tu quiseste que ele seja o teu símbolo.
O teu brilho supera o da neve do Líbano e o perfume da tua pureza espalha-se como o perfume das flores do Líbano. Tu te elevaste majestosa como o cedro do Líbano. 
 A ti pedimos, ó Virgem, volve o teu materno olhar para todos os teus filhos e, estendendo as tuas imaculadas mãos, abençoa a todos eles.
Amém

terça-feira, 26 de maio de 2015

TERCEIRIZAÇÃÇÕES NO BRASIL

Por Edcarlos Bispo e Nayá Fernandes

Desde 2004 tramita no Congresso um Projeto de Lei (PL) que versa sobre as questões da terceirização do trabalho. Após dez anos, o projeto não foi aprovado, porém, sua discussão foi reacendida e a quebra de braço entre parlamentares, empresários e centrais sindicais está a todo vapor.
No centro da discussão, aproximadamente 20 milhões de trabalhadores terceirizados não possuem uma legislação que garanta seus direitos e os protejam. Ouvindo alguns lados dessa história, O SÃO PAULO apresenta dados e explicações sobre esse fato. 



Para começar, a visão jurídica da matéria
No Brasil, a terceirização é um fenômeno que tomou fôlego a partir de 1990. Antes, sua prática era restrita, considerando-se lícita apenas a prestação de serviços de conservação e limpeza. Toda contratação intermediada era considerada fraudulenta, gerando vínculo empregatício dos trabalhadores terceirizados com a empresa tomadora dos serviços respectivos.
Essa orientação, que se encontrava em rota de colisão com tendência universal - no sentido da terceirização como prestação de serviços especializados - veio a ser atenuada com a edição do Enunciado nº 331, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ‘verbis’: “Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (lei nº 7.102, de 20.6.83), de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e subordinação direta”, explicou, ao O SÃO PAULO, Gabriela Campos Ribeiro, advogada trabalhista e doutora em Direito pela USP.
Gabriela comentou também que desde janeiro de 1994 – data da publicação do referido Enunciado 331, hoje Súmula 331 do TST – tornou-se possível a terceirização de atividade-meio das empresas. “Um hospital, por exemplo, passou a poder contratar, com empresas de colocação de mão de obra, os serviços de cozinheiro ou de recepcionista”, explicou.
A partir daí, a terceirização se popularizou no Brasil. “Hoje ela é amplamente praticada, sendo que não se forma vínculo diretamente entre os trabalhadores terceirizados – trabalhadores empregados da empresa prestadora de serviços que atuam em favor do tomador de serviços – desde que não sejam diretamente subordinados ao tomador e desde que a terceirização seja feita em atividades-meio”, continuou a advogada, ao ressaltar que “a terceirização de atividade-fim é repudiada pelos nossos tribunais. Ainda assim, a empresa tomadora de serviços precisa ser muito cautelosa na escolha da empresa para a qual irá terceirizar serviços, pois terá responsabilidade subsidiária em caso de inadimplemento das obrigações trabalhistas”.

Direitos e deveres de cada um
Os trabalhadores terceirizados têm os mesmos direitos dos demais trabalhadores regidos pela CLT. Sendo lícita a terceirização, eles terão além dos benefícios legais (salário, DSR, férias com 1/3, décimo terceiro salário, FGTS, entre outros), têm os benefícios da Convenção Coletiva aplicável à sua categoria profissional. A Convenção Coletiva aplicável ao trabalhador terceirizado é normalmente diferente da Convenção Coletiva aplicável aos trabalhadores da tomadora de serviços, pois no Brasil o enquadramento sindical que define a categoria profissional de cada trabalhador é dado pela atividade econômica preponderante do empregador.
O responsável principal pelo trabalhador terceirizado é o seu empregador, ou seja, a empresa prestadora de serviços. Se ele sofrer um acidente do trabalho a empregadora deve acolhê-lo e tomar as providências para que o acidente seja comunicado aos órgãos oficiais e ele, se for o caso, seja afastado para que entre no gozo de benefício previdenciário. Se o acidente decorrer de culpa ou dolo do empregador ou de terceiro (tomador de serviços) podem o empregador e o tomador de serviços ser responsabilizados e ter de pagar indenização por perdas e danos e por dano moral, dependendo da gravidade do evento.
Além disso, é importante esclarecer que a jurisprudência trabalhista se consolidou no sentido de que, em principio, na terceirização lícita, não haverá responsabilidade solidária, mas apenas subsidiária. A solidariedade aparecerá na terceirização ilícita e em situações previstas em lei (fraude, abuso de direito etc).
Na opinião de Gabriela, a terceirização é uma boa opção quando alguém tem um conhecimento especializado e consegue atender melhor e com mais eficiência os seus clientes. “ A terceirização não pode ser pensada como mecanismo para fragilizar direitos trabalhistas ou forma de intermediação fraudulenta de mão de obra. Quem terceiriza está delegando a outrem algo que o outro faz melhor e com expertise.

Entenda:
Atividade-meio e atividade-fim
A atividade-fim da empresa é o principal produto ou serviço que ela presta ou desenvolve. Isso pode ser verificado em seu contrato social e no seu CNAE (Código Nacional de Atividade Econômica). A atividade-meio é aquela realizada como instrumento para chegar ao fim. Serviços de limpeza, segurança, informática, são imprescindíveis para a atividade bancária, por exemplo, mas não são o “core business” de um Banco. 
*Gabriela Ribeiro

Atenção!

Ao contratar ou ser contratado por uma empresa terceirizada, pesquise sobre como aquela empresa trata seus funcionários no que se refere à tempo de serviço, salário, décimo terceiro, férias, seguro saúde e seguro em caso de acidentes.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

A IMPORTÂNCIA LITÚRGICA DO TEMPO COMUM


 Retomamos o Tempo Comum (TC) após termos celebrado o período pascal: Tríduo e Tempo Pascal, preparado pela Quaresma. No desenvolvimento do Ano Litúrgico, o Tempo Comum encerra uma grande riqueza espiritual e    e pedagógica pelo fato de nos conduzir nos caminhos de Deus. O TC tem características próprias ao longo das trinta e três ou trinta e quatro semanas.  Não se celebram aspectos especiais do mistério pascal de Cristo, mas o mistério é visto e contemplado em sua globalidade, particularmente,  nos domingos[1] .
“O Tempo Comum é um tempo importante, tão importante que, sem ele, a celebração do mistério de Cristo e sua progressiva assimilação pelos cristãos seriam reduzidos a episódios isolados, ao invés de impregnar toda a existência dos fiéis e das comunidades. Somente quando se compreender que o Tempo Comum é um tempo indispensável, que desenvolve o mistério pascal de modo progressivo e profundo, pode-se dizer que se sabe o que seja o ano litúrgico. Dar atenção unicamente aos “tempos fortes” significa esquecer que o ano litúrgico consiste na celebração, com sagrada lembrança no curso de um ano, de todo o mistério de Cristo e da obra da salvação”[2]
O TC é um tempo privilegiado em que a comunidade aprofunda o mistério pascal, assimila e interioriza a Palavra de Deus no contexto da história e cultiva o compromisso batismal,  lembrado e celebrado na vigília pascal. E nesta perspectiva deve ser lembrado e cultivado o domingo como páscoa semanal, dia da assembléia e dia da eucaristia[3].
No TC, fazemos a leitura contínua da Sagrada Escritura pela qual revivemos, nos diversos domingos, os inesgotáveis aspectos do Mistério pascal de Cristo. Esses domingos recebem sua força ou sua espiritualidade de duas fontes: dos tempos fortes e dos próprios domingos. Assim, o Tempo Comum é vivido como prolongamento do respectivo tempo forte[4]. Nesta primeira parte do TC, partimos da vida que nasceu no Natal, se manifestou na Epifania e, para produzir frutos, necessita da ação do Espírito Santo que age no Batismo de Jesus. Batizados com o Espírito Santo, como Igreja, produzimos bons frutos.
No Ano A,  fazemos na liturgia a proclamação do evangelho de Mateus onde aparece a centralidade do Reino de Deus. O evangelista apresenta Jesus como o Mestre da Justiça. Jesus inicia dizendo ao ser batizado por João Batista: Por enquanto deixe como está! Porque devemos cumprir toda justiça(cf. Mt 3,15). No contexto das bem-aventuranças, Jesus vai exigir dos seus seguidores uma prática da justiça superior a burocrática e formal das lideranças judaicas. Se a justiça de vocês não superar a dos doutores da  Lei e dos fariseus, vocês no entrarão no Reino do Céu (cf. Mt 5,20).
Exigirá para essa justiça prioridade absoluta: Em primeiro lugar busquem o Reino de Deus e a sua justiça, e Deus dará a vocês, em acréscimo, todas essas coisas (cf Mt 6,33).
O Evangelho de Mateus sugere um discipulado comprometido com a justiça que faz o Reino de Deus acontecer.



[1] . cf CNBB. Guia Litúrgico Pastoral.p. 13.

[2] MARTIN, J. Lopez, L´anno litúrgico, Ed. Paoline, C. Balsamo, 1987, p.200).

[3] cf CNBB. Guia Liturgico Pastoral. p. 11.
[4] BECKHÄUSER, Frei Alberto. Viver o Ano Litúrgico, Vozes, Petrópolis, 2003, p. 163.

domingo, 24 de maio de 2015

PENTECOSTES NA PARÓQUIA

















PENTECOSTES


O tema deste domingo é, evidentemente, o Espírito Santo. Dom de Deus a todos os crentes, o Espírito dá vida, renova, transforma, constrói comunidade e faz nascer o Homem Novo.
O Evangelho apresenta-nos a comunidade cristã, reunida à volta de Jesus ressuscitado. Para João, esta comunidade passa a ser uma comunidade viva, recriada, nova, a partir do dom do Espírito. É o Espírito que permite aos crentes superar o medo e as limitações e dar testemunho no mundo desse amor que Jesus viveu até às últimas consequências.
Na primeira leitura, Lucas sugere que o Espírito é a lei nova que orienta a caminhada dos crentes. É Ele que cria a nova comunidade do Povo de Deus, que faz com que os homens sejam capazes de ultrapassar as suas diferenças e comunicar, que une numa mesma comunidade de amor, povos de todas as raças e culturas.
Na segunda leitura, Paulo avisa que o Espírito é a fonte de onde brota a vida da comunidade cristã. É Ele que concede os dons que enriquecem a comunidade e que fomenta a unidade de todos os membros; por isso, esses dons não podem ser usados para benefício pessoal, mas devem ser postos ao serviço de todos.

A comunidade cristã só existe de forma consistente, se está centrada em Jesus. Jesus é a sua identidade e a sua razão de ser. É n’Ele que superamos os nossos medos, as nossas incertezas, as nossas limitações, para partirmos à aventura de testemunhar a vida nova do Homem Novo. As nossas comunidades são, antes de mais, comunidades que se organizam e estruturam à volta de Jesus? Jesus é o nosso modelo de referência? É com Ele que nos identificamos, ou é num qualquer ídolo de pés de barro que procuramos a nossa identidade? Se Ele é o centro, a referência fundamental, têm algum sentido as discussões acerca de coisas não essenciais, que às vezes dividem os crentes?
• Identificar-se como cristão significa dar testemunho diante do mundo dos “sinais” que definem Jesus: a vida dada, o amor partilhado. É esse o testemunho que damos? Os homens do nosso tempo, olhando para cada cristão ou para cada comunidade cristã, podem dizer que encontram e reconhecem os “sinais” do amor de Jesus?

• As comunidades construídas à volta de Jesus são animadas pelo Espírito. O Espírito é esse sopro de vida que transforma o barro inerte numa imagem de Deus, que transforma o egoísmo em amor partilhado, que transforma o orgulho em serviço simples e humilde… É Ele que nos faz vencer os medos, superar as cobardias e fracassos, derrotar o cepticismo e a desilusão, reencontrar a orientação, readquirir a audácia profética, testemunhar o amor, sonhar com um mundo novo. É preciso ter consciência da presença contínua do Espírito em nós e nas nossas comunidades e estar atentos aos seus apelos, às suas indicações, aos seus questionamentos.


sábado, 23 de maio de 2015

PASTORAL DO DÍZIMO

No último domingo, os membros da Pastoral do Dízimo estiveram reunidos para um dia de convivência e confraternização. 










sexta-feira, 22 de maio de 2015

SANTA RITA DE CASSIA

Nasceu na Itália, em Cássia, no ano de 1380. Seu grande desejo era consagrar-se à vida religiosa. Mas, segundo os costumes de seu tempo, ela foi entregue em matrimônio para Paulo Ferdinando.
Tiveram dois filhos, e ela buscou educá-los na fé e no amor. Porém, eles foram influenciados pelo pai, que antes de se casar se apresentava com uma boa índole, mas depois se mostrou fanfarrão, traidor, entregue aos vícios. E seus filhos o acompanharam.
Rita então, chorava, orava, intercedia e sempre dava bom exemplo a eles. E passou por um grande sofrimento ao ter o marido assassinado e ao descobrir depois que os dois filhos pensavam em vingar a morte do pai. Com um amor heroico por suas almas, ela suplicou a Deus que os levasse antes que cometessem esse grave pecado. Pouco tempo mais tarde, os dois rapazes morreram depois de preparar-se para o encontro com Deus.
Sem o marido e filhos, Santa Rita entregou-se à oração, penitência e obras de caridade e tentou ser admitida no Convento Agostiniano em Cássia, fato que foi recusado no início. No entanto, ela não desistiu e manteve-se em oração, pedindo a intercessão de seus três santos patronos – São João Batista, Santo Agostinho e São Nicolas de Tolentino – e milagrosamente foi aceita no convento. Isso aconteceu por volta de 1441.
Seu refúgio era Jesus Cristo. A santa de hoje viveu os impossíveis de sua vida se refugiando no Senhor. Rita quis ser religiosa. Já era uma esposa santa, tornou-se uma viúva santa e depois uma religiosa exemplar. Ela recebeu um estigma na testa, que a fez sofrer muito devido à humilhação que sentia, pois cheirava mal e incomodava os outros. Por isso teve que viver resguardada.
Morreu com 76 anos, após uma dura enfermidade que a fez padecer por 4 anos. Hoje ela intercede pelos impossíveis de nossa vida, pois é conhecida como a “Santa dos Impossíveis”.

Santa Rita de Cássia, rogai por nós!


HOJE TEREMOS MISSA, ÀS 19H30. 

quinta-feira, 21 de maio de 2015

SEM COMUNICAÇÃO, A FAMÍLIA ACABA


 No domingo, dia 17 de maio, celebramos a Ascensão de Jesus ao céu; com esta solenidade litúrgica, recordamos também o envio missionário dos apóstolos: “ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura” (Mc 16,15). Essas palavras de Jesus referem-se à primeira e mais importante missão da Igreja, que é evangelizar. Nelas estão presentes três conceitos de comunicação: “ide”, “anunciai” e “Boa Nova”.
Por isso, a Igreja relaciona o Dia Mundial das Comunicações Sociais com o Domingo da Ascensão e o envio missionário: a Igreja tem a missão de comunicar; evangelizar é ação comunicadora feita de muitos modos, sobretudo na relação de pessoa a pessoa; é levar uma mensagem – o Evangelho; a um destinatário – “a todos os povos”; com uma  metodologia – “ide”, ou seja, saindo de si, dirigindo-se aos outros, inclusive com os modernos recursos técnicos da Comunicação Social.
Na sua Mensagem para o 49º Dia Mundial das Comunicações Sociais, de 2015, o Papa Francisco trata da comunicação em família. Essa abordagem não podia ser mais oportuna, uma vez que a Igreja está preparando a assembleia do Sínodo, de outubro deste ano, sobre o tema da família. Achei a intuição do Papa Francisco muito iluminada! Com frequência, quando falamos do tema da família, pensamos logo nos grandes princípios cristãos que regem o casamento e a família; ou nos problemas do divórcio, da diminuição do apreço ao casamento e à família, nas questões morais ligadas à vida sexual e à transmissão da vida... Tudo isso tem sentido, mas as questões, tantas vezes, são bem mais simples: as pessoas não se falam mais, não há diálogo, não há sintonia no convívio familiar... E aí fica difícil manter viva a família!
O Papa está nos recordando que há questões bem simples na vida familiar, que não devem ser descuidadas no casamento e na vida em família. E se refere à “comunicação” na vida familiar. Será que muitos daqueles “grandes” problemas da família não estão ligados às questões de “comunicação”? Será que a atual avalanche de mensagens de todo tipo, recebidas e assimiladas por meio de todos os recursos de comunicação ao nosso alcance, de maneira nem sempre criteriosa, não está sufocando a comunicação que precisa existir no seio da vida familiar?
Seria interessante perguntar: quanto tempo ainda nos resta, cada dia, para a comunicação em família? Para conversar, trocar ideias, partilhar vivências, informações ou afetos? Ou, simplesmente, para “jogar conversa fora”, pelo prazer de estar juntos, comunicar a alma, partilhar o convívio e manifestar estima e afeto? E qual é a qualidade desse tempo que ainda temos para a comunicação em família? Talvez, enquanto conversamos, a televisão ligada pede atenção, navegamos na Internet, atendemos a telefonemas ou estamos ligados em mensagens de quem está bem distante de nós?
O Papa Francisco, na sua Mensagem, recorda que a família existe, acima de tudo, por um fato de comunicação: o namoro é comunicação; a vida do casal é comunicação; assim, as relações de paternidade e maternidade, de filiação e de fraternidade; sem esquecer que também as relações de parentesco se cultivam na comunicação dos parentes. Se os membros da família deixam de se comunicar de pessoa a pessoa, estas vão se distanciando e a família se torna insignificante, é sufocada e vai à falência múltipla, por falta de oxigenação...
Muitos problemas e crises no casamento e na vida familiar não surgiriam se a boa comunicação fosse mais bem cultivada no seu convívio; e muitas questões doutrinais, como a fidelidade e a indissolubilidade matrimonial, não seriam “problemas”, se houvesse verdadeira comunicação na vida familiar.
Quanta coisa uma boa conversa consegue resolver! A comunicação mais elementar é a boa conversa, a escuta, a busca sincera da sintonia com o outro, para estar “ligado” nas mensagens dos outros; às vezes, é preciso desligar um pouco dos próprios programas e dar atenção ao outro; não raro, é bom abaixar o volume da voz, ou ficar antenado nas mensagens cifradas dos outros, que pedem atenção e compreensão; e o diálogo, feito entrevista leal, consegue avivar novamente a qualidade dos relacionamentos...
Para não ser vítima do excesso de comunicação formal, que invade todos os espaços e minutos do dia, a família precisa zelar pela boa qualidade da comunicação entre os seus membros. A família vive de comunicação. Vale a pena ler a Mensagem do Papa.

Publicado no jornal O SÃO PAULO, edição 3051, de 13 a 19 de maio de 2015

Cardeal Odilo Pedro Scherer

quarta-feira, 20 de maio de 2015

SALAS DE CATEQUESE E ENCONTROS

Com a ajuda da comunidade que vendeu a ação entre amigos da Caritas Arquidiocesana e através da doação de alguns paroquianos, conseguimos equipar as salas de catequese, crisma e encontros com carteiras universitárias, armário e materiais de evangelização. O nosso intuito é proporcionar um ambiente mais agradável e favorável à uma catequese renovada fugindo  do padrão aula onde os catequizandos sentavam um atrás do outro, dificultando a interação. 
Á todos os que contribuíram na realização desse projeto, os nossos agradecimentos.