"A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma.
Ninguém considerava propriedade particular as coisas que possuía, mas tudo era
posto em comum entre eles. Com grande poder, os apóstolos davam testemunho da
ressurreição do Senhor Jesus. E todos eles gozavam de grande aceitação."
(At 4, 32-33)
O relato da Páscoa é um dos pontos centrais da fé cristã.
Sem a Páscoa é possível que não houvesse se propagado o cristianismo. Depois da
crucificação e morte de Jesus, os discípulos esconderam-se devido ao temor de
que também eles teriam a mesma sorte. Porém, depois da ressurreição, esses
mesmos discípulos saíram a proclamar, com toda a força e ousadia, o poder de
Jesus Cristo, mesmo que ameaçados de prisão, tortura e morte. Desde então, o
perigo e as ameaças estiveram sempre presentes aos seguidores e seguidoras de
Jesus.
Seguir Jesus implica imitá-lo em suas ações. Paulo, na Carta
aos Filipenses, assinalou o espírito da atuação de Jesus. Desde uma posição de
privilégio e poder, esvaziou-se, despojou-se a si mesmo, tomando a forma de
servo. Paulo desafia, então, a quem segue Jesus a assumir a mesma atitude: “...
não façam nada por competição e por desejo de receber elogios, mas por
humildade, cada um considerando os outros superiores a si mesmo. Que cada um
procure, não o próprio interesse, mas o interesse dos outros. Tenham em vocês
os mesmos sentimentos que havia em Jesus Cristo”. (Fl 2, 3-5)
A ressurreição de Cristo, sinal de que a vida venceu a
morte, afirma a eficácia do seu ato de salvação. Sua vida e atitudes nos
oferecem um exemplo que vale a pena ser seguido. Este período da quaresma e da
Páscoa (passagem) é o tempo oportuno para um reposicionamento. A Bíblia ensina
o que é a vontade de Deus:
- Chama a uma conversão de coração, e não a uma adoração da
boca para fora;
- Chama a lermos os “sinais dos tempos”, ou seja, aquilo que acontece em nossa
realidade, sobretudo com os mais pobres;
- Chama a vivermos na liberdade de filhos e filhas de Deus, sem apego a
formalismos que impedem a vida;
- Chama a fazermos a sua vontade, para que não sejamos escravos dos
“mandamentos dos homens” e da dominação dos poderes do mundo.