sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

DIRETÓRIO SOBRE HOMILIAS

A Congregação do Culto Divino e da Disciplina dos Sacramentos (CCDDS), apresentou na terça-feira, 10, um novo diretório para ajudar sacerdotes e seminaristas a prepararem as suas homilias, pedindo que estas evitem a improvisação.
“A homilia não pode ser improvisada, é preciso que quem a pronuncia saiba e reavive em si sem cessar a consciência do que a Igreja lhe pede”, declarou, em coletiva de imprensa, Dom Arthur Roche, secretário da Congregação.
O diretório homilético pretende fornecer um conjunto de “linhas mestras” que ajudem a inspirar quer os membros do clero quer os futuros padres para o desempenho da sua missão.
Nesse sentido, recomenda que a homilia seja preparada com estudo, não seja demasiado longa e se mostre atenta à atualidade e à vida da comunidade concreta em que é pronunciada.
Articulado em duas partes, o documento debruça-se sobre “a natureza, a função e o contexto peculiar da homilia”, ao mesmo tempo que enuncia “as coordenadas metodológicas e de conteúdo que o sacerdote deve conhecer” e “levar em consideração ao preparar e pronunciar a homilia”.
A obra vai ao encontro da preocupação manifestada pelo Papa Francisco acerca desta matéria, na sua exortação apostólica ‘A alegria do Evangelho’, na qual refere que “a pregação dentro da liturgia requer uma séria avaliação por parte dos pastores”.
O prefeito da Congregação do Culto Divino e da Disciplina dos Sacramentos, disse aos jornalistas que a homilia exige “formação espiritual”, que vai além da “eloquência” ou da “técnica”, porque é preciso falar “daquilo que se vive”.
O Bispo admitiu que, em relação à duração das homilias, há diferenças culturais, porque 10 ou 15 minutos de intervenção na Europa podem ser “muito” e na África podem ser insuficientes, embora o diretório proponha como orientação de base uma maior brevidade.
A homilia, que acontece durante a Missa, após a proclamação do Evangelho, está reservada aos “ministros ordenados” (bispos, sacerdotes e diáconos), como um “serviço litúrgico”, segundo “a fé da Igreja e não de forma pessoal”.

Após o Sínodo dos Bispos de 2008, dedicado à Palavra de Deus, o Papa Bento XVI sublinhou a necessidade de melhorar a qualidade das homilias, uma preocupação retomada por Francisco, seu sucessor.