Um dia após a Solenidade de Todos os Santos, a Igreja celebra a Comemoração dos fiéis defuntos.
A data teve origem no início do século XX, durante a primeira guerra mundial, quando o papa Bento XV concedeu a todos os sacerdotes a faculdade de celebrar três missas neste dia. Por isso a liturgia do dia contém três Missas diferentes.
Devemos evitar o nome Finados, pois se origina do latim fine+ar - acabar, findar (1) – usada pelos pagãos que creem na morte como o fim de tudo.
Após celebrar a Igreja Triunfante, lembramo-nos dos fiéis defuntos, aqueles que, marcados com o sinal da fé, partiram deste mundo e esperam a purificação total para entrarem na glória de Deus – a Igreja Padecente.
Na ressurreição, Cristo venceu a morte, então por que devemos temê-la? Como podemos nos unir a Cristo, senão pela morte do corpo?
Por isso São Paulo diz, na carta aos Filipenses: "Para mim, viver é Cristo, e morrer é lucro." (Fl 1,21). Portanto, este é um dia em que devemos nos lembrar de nossos entes queridos com saudade, não com tristeza, pois a morte, para o cristão, deve significar a passagem para a vida eterna com Deus.
De acordo com o Missal Cotidiano, devemos rezar constantemente pelos nossos irmãos falecidos, pois “subsiste no homem, mesmo quando morre em estado de graça, muita imperfeição, muita coisa a ser mudada, purificada do antigo egoísmo” (2).
A liturgia das três missas, toda voltada à intercessão pelos mortos, lembra a ressurreição e a vida eterna como recompensa àqueles que creem e seguem os ensinamentos de Cristo.
Na terceira Missa, a oração depois da comunhão, suplica: “Ó Deus, pela Eucaristia que celebramos, derramai vossa misericórdia sobre os Vossos filhos e filhas falecidos; e aos que destes a graça do batismo, concedei-lhes a plenitude da alegria eterna”.
Que neste dia, por intercessão da Virgem de Fátima, a misericórdia de Deus leve ao céu todos os nossos irmãos e irmãs que morreram na esperança da vida eterna.
Por Andrea Cammarota