Os bispos sírio-católicos, divulgam declaração ao final do Sínodo realizado nos dias passados em Harissa, no Líbano.
Créditos: Redação, com Rádio Vaticano
É preciso chegar a uma “solução diplomática” para levar a paz à Síria e ao Iraque. É o que pedem com determinação os bispos sírio-católicos, numa declaração divulgada ao final do Sínodo realizado nos dias passados em Harissa, no Líbano, sob a presidência do patriarca de Antioquia dos Sírios, Ignace Youssif III Younan.
Os Bispos voltam a invocar o fim da guerra na Síria, que chegou a seu quinto ano, e convidam as nações envolvidas no conflito a seguirem um percurso de “negociação para encontrar uma solução política pacífica”.
No documento, os prelados não deixam de denunciar as “barbáries” realizadas pelos milicianos do Estado Islâmico, condenando a profanação de túmulos cristãos e a transformação das igrejas em mesquitas. Denunciam ainda a estratégia de aniquilamento do patrimônio cultural e arqueológico da Síria e do Iraque.
Os bispos sírio-católicos condenam ainda toda forma de perseguição, que está provocando uma onda migratória sem precedentes. Em especial, recorda-se a dramática situação dos cidadãos de Mosul e da planície de Nínive – uma ameaça que provocou o êxodo de mais de 100 mil cristãos só na região do Curdistão iraquiano. Por isso, os prelados renovam seu apelo aos líderes do Iraque para que enfrentem os conflitos através do diálogo e da compreensão. Na mensagem, expressa-se satisfação pela libertação do padre Jacques Murad, ocorrida no início de outubro, que ficou em cativeiro por quatro meses.
Em entrevista a uma emissora árabe-cristã, o sacerdote contou sua experiência na prisão e referiu que celebrou a missa num dormitório subterrâneo, onde também estavam detidos outros 250 cristãos de Qaryatayn, sequestrados pelos jihadistas. “Os cristãos eram interrogados com frequência sobre sua fé e a doutrina cristã, e não se converteram ao Islã não obstante as pressões. Rezavam sempre o terço. Esta experiência de prova fortificou a fé de todos, e também a minha como sacerdote. É como renascer”, declarou Pe. Murad.