Quem acha que sabe tudo não pode entender Deus – esta a
mensagem principal do Papa Francisco na manhã desta terça-feira, 13 de
maio, na Missa em Santa Marta.
As leituras do dia – observou o Santo Padre – mostram-nos dois grupos
de pessoas. Na Primeira Leitura encontramos aqueles que foram dispersos devido
ao assassinato de Estevão e que com eles levam a semente do Evangelho e
proclamam-no por todo o lado. Chegam mesmo ao coração dos pagãos, abrindo,
assim, as portas àqueles que eram considerados impuros. E tudo isto foi
possível porque foram dóceis ao Espírito Santo.
“...o Espírito Santo suavemente leva-nos e a virtude é deixar-se levar pelo
Espírito Santo, não fazer resistência ao Espírito Santo, ser dóceis ao Espírito
Santo. E o Espírito Santo age hoje na Igreja, age hoje na nossa vida.”
O segundo grupo que nos apresentam as Leituras é aquele dos
intelectuais, que se aproximavam de Jesus no templo: são os doutores da lei.
Com estes Jesus teve sempre problemas. Para esta gente existem apenas os
mandamentos – sublinhou o Papa Francisco – não existe coração, amor, beleza ou
harmonia – mas é gente que quer apenas explicações.
“E tu dás-lhes explicações e eles, não convencidos, voltam com outra pergunta.
E assim: andam, andam... Como andaram à volta de Jesus toda uma vida, até ao
momento que conseguiram apanhá-lo e matá-lo! Estes não abrem o coração ao
Espírito Santo! Creem que mesmo as coisas de Deus se possam entender apenas com
a cabeça, com as ideias. São orgulhosos. Acreditam que sabem tudo. E aquilo que
não entra na sua inteligência não é verdade. Até podes ressuscitar um morto à
sua frente, que não acreditam!”
“Esta gente tinha-se desligado, não acreditava no Povo de Deus, acreditavam
apenas nas suas coisas e, assim, tinham construído todo um sistema de
mandamentos que distanciavam a gente impedindo-as de entrar na Igreja, no povo.
Não podiam crer! Este é o pecado de resistir ao Espírito Santo.”
O Papa Francisco terminou a sua homilia pedindo ao Senhor que nos dê a graça da
docilidade ao Espírito Santo para nos defendermos do orgulho e da soberba.