Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
O mês de maio, trás como proposta a contemplação da Maria a
Mãe de Jesus como modelo de fé e seguimento do Cristo. Toda sua vida foi uma
peregrinação na esperança acreditando firmemente nas promessas de Deus.
Torna-se exemplo de mulher que quer com passo decidido alcançar sua vocação humana e
cristã, trilhando o caminho da entrega, do serviço e da total disponibilidade.
De veras como apresenta o Papa Paulo Vi na Encíclica
Marialis Cultus, Maria é modelo de mulher forte, profetisa de Israel,
que não vacila em anunciar no Magnificat a ação do Deus fiel que exalta os
humildes e os pobres e deixa os ricos de mãos vazias. Ela não se submete aos
clichês do seu tempo que obrigavam a mulher a passividade e ao conformismo, pelo
contrário, no seu sim faz acontecer um processo de libertação continua a
serviço do Reino de Deus.
Ela vivenciou profundamente no acompanhamento de seu Filho,
que a verdadeira realeza e senhorio consiste em praticar com fidelidade a
vontade de Deus com humildade e colocando-se sempre como Jesus
cingida para abraçar a bacia e a toalha, símbolos da doação e trabalho para o
resgate dos irmãos. Um culto e uma espiritualidade mariana que não nos leva a
conversão e a missão na comunidade, é certamente falsa e inautêntica uma vez
que se afasta do caminho escolhido por Nossa Senhora para cumprir sua vocação.
A oração de Maria, cheia de silêncio amoroso e compassivo a
aproximava do sofrimento e da dor de seus filhos prediletos, os pobres e
necessitados como em Caná da Galiléia. Estar na Escola de Maria, é tornar-se cada
vez mais desapegado, pequeno e humilde, indicando sempre a observância e a
escuta da Palavra do seu Filho. Que aprendamos com Ela a estar ao pé da Cruz,
oferecendo como sacrifício agradável a Deus, nossos projetos, desejos, e
sentimentos, aceitando sempre o desígnio divino em nossa vida e missão. Que
sejamos como Ela como afirmava São João Crisóstomo, barquinhos a vela dirigidos
e conduzidos pelo vento impetuoso do Espirito Santo. Que neste mês consigamos
crescer na mística de ser e viver como Maria, a aventura da fé, com ousadia e
criatividade evangélicas, encarnando a Boa Nova do Ressuscitado em todos os
ambientes e lugares. Deus seja louvado!