segunda-feira, 26 de maio de 2014

PAPA NA TERRA SANTA

O Papa Francisco está desde sábado na Terra Santa, e ficará até hoje, segunda-feira, 25. Serão três dias para cumprir uma agenda de 28 compromissos oficiais. Francisco será recebido por autoridades civis e eclesiásticas, entre elas, o Núncio Apostólico em Israel e Delegado Apostólico na Palestina, Dom Giuseppe Lazzarotto.
O bispo destaca a importância da visita no âmbito das comemorações dos 50 anos do encontro entre Paulo VI e o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Atenágoras.




“Após 50 anos, o Papa Francisco e o Patriarca Bartolomeu querem recordar juntos aquele gesto, com todos os líderes das Igrejas cristãs de Jerusalém, para abrir novos caminhos. Aquele foi, realmente, um momento que deu impulso a uma mudança muito significativa, da qual, ainda hoje, colhemos os frutos. Foi um gesto inspirado pelo Espírito Santo”, reforça Dom Giuseppe.
De acordo com o Núncio, o encontro será histórico, porque marcará um novo passo no caminho do diálogo ecumênico, sendo simbolizado por um novo abraço entre dois líderes tão importantes para o Cristianismo.


Dom Giuseppe Lazzarotto destacou também que o povo precisa da presença do Santo Padre, da sua palavra, dos seus gestos, que trarão otimismo e encorajamento. “Da minha parte, espero que esta viagem do Papa possa dar esperança e confiança aos cristãos, que enfrentam grandes dificuldades e exclusão na terra de Jesus. Esperamos aprender a viver e a caminhar juntos, como uma grande família, em comunhão, diálogo e paz”, concluiu o Núncio.
O Vigário do Patriarcado Latino de Jerusalém para Israel e Nazaré, Dom Giacinto-Boulos Marcuzzo, que é um dos organizadores da da Viagem Papal, destaca a continuidade com as visitas realizadas pelos Papas Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI.
“Também a do Papa Francisco será uma peregrinação de “oração e penitência” – como dizia sobretudo Paulo VI – e pastoral, isto é, de contato pessoal com as pessoas do lugar”, explica o bispo.


Dom Marcuzzo destaca que no âmbito das relações diplomáticas, essa visita terá novidades. “A diferença é que, desta vez, o Estado de Israel fez imposições e pediu que fossem introduzidos novos aspectos protocolares. Se terá, por exemplo, a visita ao Muro das Lamentações, ao Grande Rabinato e a Yad Vashem, mas acrescentaram ainda a deposição de uma coroa de flores no túmulo de Herzl, além das duas visitas oficiais ao Chefe de Estado e o encontro com Netanyahu”, explica.
Ainda segundo o organizador, essas condições ocuparam muito espaço, tornando impossível uma visita do Papa à Nazaré, e em parte, limitando o aspecto pastoral da visita em favor do aspecto protocolar.
Dom Marcuzzo explica, por exemplo, que até mesmo os bispos da Igreja local da Terra Santa, exceto o séquito papal e o Patriarca, não poderão participar de todos os momentos da manhã da segunda-feira, 26, inclusive a visita à Mesquita de Omar e o encontro com os líderes muçulmanos.
“Sentimos muito, sobretudo, que em Jerusalém os cristãos não poderão ver o Papa, porque onde ele passará o Papa, como disse a polícia, existirá restrição à circulação(…). O aspecto pastoral, porém, será muito bem evidenciado durante a passagem por Amã, na Jordânia e em Belém”, concluiu o vigário.