quinta-feira, 28 de julho de 2016

APROXIMA-SE A NOSSA PEREGRINAÇÃO



No próximo dia 30 de julho, por ocasião do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, peregrinaremos até a Paróquia Nossa Senhora da Lapa - Lapa. 

Nos encontraremos às 14h30 em frente à Porta Santa, atravessaremos a porta, teremos um momento de oração e a Santa Missa às 15 horas. 

ALGUMAS INFORMAÇÕES IMPORTANTES: 


PORTA SANTA E IGREJAS DE PEREGRINAÇÃO

A Porta Santa tem um valor simbólico muito especial na fé cristã. Jesus mesmo é a porta dos pastores e das ovelhas (cf. Jo 10,7). Quem quiser chegar a Deus, precisa passar por esta porta: “Ninguém vai ao Pai, a não ser por mim” (Jo 14,6). Ele é a “porta da misericórdia” de Deus para o mundo e todos podemos bater a essa porta, sempre que quisermos; ela nunca deixará de se abrir para nós.

Passar pela Porta Santa é uma ação simbólica e deve significar nossa atitude de fé em Deus misericordioso e em Jesus Cristo Salvador, bem como nosso desejo de obter misericórdia e indulgência da parte de Deus. A passagem pela Porta Santa deve ser preparada com fé e oração, para levar-nos ao encontro profundo com o Deus da misericórdia através da escuta da Palavra, da Confissão e da Eucaristia.

A Porta Santa aberta é um convite a entrar, a não ficar fechados e indiferentes diante da graça especial que Deus nos oferece. Uma das obras de misericórdia espirituais, ao longo do Ano Santo, pode ser justamente esta: visitar pessoas afastadas da Igreja e da prática da vida cristã e convidá-las com carinho a passarem pela Porta Santa, que é Cristo, e a retomarem a participação na vida da Igreja.

PEREGRINAÇÕES

Peregrinações fazem parte de quase todas as tradições religiosas do mundo. Na Bíblia, conhecemos as peregrinações anuais para o templo de Jerusalém, que também Jesus fazia. No Cristianismo, os lugares relacionados com as origens da nossa fé e ligados a Jesus Cristo e aos apóstolos tornaram-se metas de peregrinação bem cedo e continuam sendo até hoje. Muitos outros “lugares santos” e santuários, especialmente significativos para a fé, como os lugares das aparições de Nossa Senhora ou o túmulo dos santos e dos mártires, passaram a fazer parte da piedade popular e metas de peregrinação. A Igreja põe grande valor nas peregrinações e estimula a pastoral dos santuários e lugares santos.

As peregrinações também têm forte valor simbólico e lembram o peregrinar do homem pelo mundo, sem que tenha aqui “pátria definitiva” (cf. Fl 3,20): estamos à procura da “cidade que há de vir”, a “Jerusalém celeste” (cf. Ap 21,1-2). Somos peregrinos neste mundo e buscamos a “casa do Pai” (cf. Jo 14,2). Quando o homem se põem a peregrinar, ele procura matar um pouco daquela saudade misteriosa do encontro com Deus, que todos trazem no coração. Ao fazê-lo, os cristãos procuram seguir os passos de Jesus Cristo Salvador, “caminho, verdade e vida”, que vai à frente da humanidade peregrinante, para que ela não perca o rumo nem desfaleça no caminho (cf. Jo 14, 5-6).

INDULGÊNCIAS

O Jubileu inclui também a concessão especial da indulgência, que se relaciona sempre com o perdão de Deus para os nossos pecados. “O Senhor é misericordioso e compassivo, lento para a cólera e rico em bondade” (Sl 103,8). A indulgência está ligada ao poder de perdoar os pecados, que Jesus confiou aos apóstolos e à Igreja: “Aqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados” (Jo 20,23). Pela confissão, os pecados são perdoados; e pela indulgência, ficam curadas as consequências do pecado em nós; a misericórdia de Deus nos restaura para a prática do bem 7.

A recepção válida da indulgência plenária, conforme prescrição da Igreja, deve obedecer a algumas condições: arrependimento sincero dos pecados e desejo firme de conversão; confissão sacramental, ou ter confessado há pouco tempo; participação da Santa Missa e comunhão eucarística; renovação da profissão da fé católica; oração pelo Papa e as suas intenções pela Igreja de todo o mundo; alguma ação concreta de caridade. Os fiéis e peregrinos deverão ser avisados sobre essas normas no início de cada Missa, na qual é concedida a indulgência.

O Papa Francisco observa que, no Ano Santo da Misericórdia, a indulgência ganha uma relevância ainda maior 8. Não tenhamos medo, nem falso respeito humano ao falar das indulgências: se houve abusos no passado, com a “venda de indulgências” por parte de alguns, isso foi errado e deve estar superado. Mas isso não nos deve impedir de realizar hoje, com propriedade, algo aprovado pela fé católica e pela prática legítima da Igreja. O povo de Deus tem o direito de receber a indulgência ligada às práticas do Ano Santo.

Também os doentes, idosos e pessoas impedidas de participar das peregrinações podem ganhar a indulgência, bem como os encarcerados. Recomendo a leitura da Carta do Papa Francisco, de 1º de Setembro de 2015, sobre a concessão das indulgências no Ano Santo da Misericórdia (cf. www.arquisp.org.br).

Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo Metropolitano de São Paulo