“Santos escondidos” vivem seu itinerário de imitação de Cristo no dia a dia. Em uma celebração na Basílica São Paulo Fora dos Muros, em 14 de abril de 2013, Bergoglio falou sobre a “classe média da santidade”, como dizia o escritor francês, Joseph Malegue.
Abaixo, elenco treze conselhos mencionados por Francisco em diferentes ocasiões para alcançar a santidade.
Foto: Arquivo CN09
1. Santo não é super-heroi
Muito ao contrário do que se pensa, santos não são super-heróis, mas pecadores. Um
caminho que compreende humildade e sofrimento para deixar que Cristo nos santifique.
“Humilhação nossa, para que o Senhor cresça”, é regra da santidade. “Os Santos não são
super-homens e nem nasceram perfeitos. São pessoas que antes de chegar à glória do céu
viveram uma vida normal, com alegrias e tristezas, fatigas e esperanças, mas quando
conheceram o amor de Deus, o seguiram de coração, sem nenhuma condição ou hipocrisia”.
2.Inimigos podem ser santos
Ao citar a conversão de São Paulo, que de inimigo da Igreja tornou-se santo, o Papa
Francisco garante que o coração de Saulo mudou, mas Paulo não se tornou um herói. Ele
pregou o Evangelho em todo o mundo e terminou a vida com um pequeno grupo de amigos,em Roma, até ser morto, à imitação de Jesus Cristo.
3. Não existe curso de santidade
O Papa explica que as Cartas de São Paulo são endereçadas a pessoas que pecam, mas são
filhos da Igreja santificada pelo Corpo e Sangue de Cristo. “A santidade é um dom de Jesus
à sua Igreja e para fazer ver isto Ele escolhe pessoas em que se vê claro o seu trabalho para santificar”, afirma o Santo Padre.
4. Santidade é vocação para todos
“Os Santos, amigos de Deus, nos asseguram que esta promessa não decepciona. Em sua
existência terrena, eles viveram em profunda comunhão com Deus, tornando-se semelhantes a Ele. No rosto dos irmãos humildes e desprezados eles viram o rosto de Deus, e agora o contemplam face a face em sua beleza gloriosa”, disse Francisco.
5. Servir com alegria
Os santos “dedicaram suas vidas a serviço dos outros, suportaram sofrimentos e
adversidades sem odiar e respondendo ao mal com o bem, difundindo alegria e paz. Os
santos nunca odiaram. O amor é de Deus, mas o ódio vem de quem? Vem do diabo. Os
santos são homens e mulheres que têm alegria no coração e a transmitem aos outros. Não
devemos odiar os outros, mas servir aos outros, os necessitados, rezar e se alegrar: este é o caminho da santidade”.
6. Não é privilégio de poucos
“Ser santos não é um privilégio de poucos, como se alguém recebesse uma grande herança.
Todos nós recebemos a herança de nos tornarmos Santos no Batismo. Ser santo é uma
vocação para todos. Todos nós somos chamados a percorrer o caminho da santidade e o
caminho que leva à santidade tem um nome e um rosto: Jesus Cristo. No Evangelho, Ele nos mostra a estrada das Bem-Aventuranças”.
7. Santidade em comunidade
O Papa convida a aceitar o chamado à santidade com alegria e a sustentar o próximo porque não se percorre sozinho o caminho da santidade, mas juntos, no único corpo que é a Igreja, amada e santificada pelo Senhor Jesus Cristo. “Vamos em frente com ânimo, neste caminho da santidade”, convida.
8. Não precisa ser padre ou bispo
“Para ser santo, não é preciso ser bispo, padre ou religioso: não, todos somos chamados a ser santos! Muitas vezes somos tentados a pensar que a santidade só está reservada àqueles que têm a possibilidade de se desapegar dos afazeres normais, para se dedicar exclusivamente à oração”.
9. Santos no dia a dia
A santidade se faz no testemunho cristão nas ocupações de cada dia e no estado de vida em
que se encontra: consagrado, casado, solteiro. O que se espera que se cumpra com
honestidade e competência o trabalho, oferecendo tempo ao serviço dos irmãos. “Onde você trabalha pode se torna santo”, completa o Pontífice.
10. Cara de santinho
A santidade é consistente, não é oca. “Alguns pensam que a santidade é fechar os olhos e
fazer cara de santinho! Não, a santidade não é isto! A santidade é algo maior, mais profundo, que Deus nos dá”. O Senhor não nos chama para algo pesado, triste. Ele convida a compartilhar a alegria.
11. Pais e avós santos
Ao ensinar com paixão aos filhos ou netos a conhecerem e a seguirem Jesus se alcança a
santidade. Ser bons pais e avós exige muita paciência. É, justamente, exercitando esta
paciência que acontece a santidade.
12. Sem fofoca
Um passo importante é não falar mal de ninguém. O Papa dá como exemplo um mulher que ao mercado fazer compras e encontra uma vizinha. Começam a falar “e depois vêm os
mexericos”. Mas, quando a mulher decide romper com esta atitude e diz: “Não, não, não,
não posso dizer mal de ninguém”, torna-se um passo para a santidade.
13. Orar para ser santo
A oração é um outro passo para a santidade. Ir à missa ao domingo, comungar, confessar-se.
A recitação do Rosário contribui para nossa santidade. Ao rezar na rua, ver um pobre,
devemos parar e dar atenção a esse necessitado: é um passo rumo à santidade! São pequenas coisas. “Cada passo rumo à santidade fará de nós pessoas melhores, livres do egoísmo e do fechamento em nós mesmos, abertos aos irmãos e às suas necessidades”, ensina Francisco
Depois de ler estas treze orientações, faça um exame de consciência. A proposta é do próprio Papa Francisco: “como respondemos até agora ao chamamento do Senhor à santidade? Tenho a vontade de me tornar um pouco melhor, de ser mais cristão, mais cristã? Esta é a estrada da santidade”.
Rodrigo Luiz dos Santos é editor-chefe de Jornalismo da TVCN e apresentador de programas relacionados à Igreja. Missionário na Canção Nova, estudou Filosofia e formou-se em Jornalismo pela Faculdade Canção Nova.
Casado com Adelita Stoebel, missionária na mesma comunidade católica, Rodrigo é pai de Tobias.