quinta-feira, 14 de abril de 2016

EXPOSIÇÃO


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A exposição intitulada "Mestres Santeiros Paulistas do Século XVII na Coleção Santa Gertrudes" foi aberta de forma oficial pelo Museu de Arte Sacra de São Paulo (MAS-SP) no dia 20 de março, para visitação do público.
Nesta mostra, estão presentes os mestres santeiros mais importantes da história, como Frei Agostinho de Jesus, a quem é atribuída a suposta autoria da escultura da Imagem de Nossa Senhora Aparecida encontrada nas águas do Rio Paraíba do Sul.

Entre os destaques está a escultura também de Frei Agostinho de Jesus com semelhança à imagem de Nossa Senhora da Conceição, encontrada pelos pescadores no ano de 1717.

Devoto fervoroso de Nossa Senhora, Ladir Biezus começou a coleção de peças logo nos anos 1970, com uma imagem de Santa Gertrudes - que dá o nome à exposição. Posteriormente, as demais imagens foram sendo adquiridas. De acordo com ele, foi feita uma pesquisa para que se chegasse às imagens oriundas de São Paulo e que possuíssem traços em comum.

Ao explicar a sua proximidade com Nossa Senhora e o fato de que as imagens marianas são as mais presentes em sua coleção, Biezus disse que "o Século XVII era uma época em que os portugueses vinham à procura do ouro e em busca de expansão de território. Confrontados pelos perigos, imagino que a noite em suas angústias sobrevinha o medo. Então, penso que a presença da imagem de Nossa Senhora era um refúgio, um colo, um pouco de paz para a alma. Eles as traziam consigo".

"Muitas são as imagens marianas produzidas nesta época. Na minha pesquisa identifiquei que a maioria das imagens produzidas nesta época eram imagens feminina. Eu mesmo identifiquei cerca de 96%. Isso representa a busca de um feminino sagrado e arquetípico que naufragou no inconsciente e que precisa ser resgatado. O oposto dessa busca do feminino sagrado que Nossa Senhora representa é o fundamentalismo de toda a natureza. São exacerbações das qualidades guerreiras e masculinas. Onde Nossa Senhora está presente a comunidade, a nação, estão ao abrigo do fundamentalismo", ressaltou.

Com curadoria de Maria Inês Lopes Coutinho, a mostra de imagens permanece no Museu de Arte Sacra até 29 de maio, quando seguirá para o Santuário Nacional de Aparecida.

Nesta ocasião, a Casa da Mãe Aparecida promoverá uma adequação na estrutura de seu Museu, localizado na Torre Brasília, para melhor acomodação da exposição, que terá a curadoria de Antonio Carlos Suster Abdalla, sendo inclusive, incluída como um dos eventos preparativos para o Jubileu dos 300 anos do encontro da Imagem da Padroeira do Brasil. (LMI)

Conteúdo publicado em gaudiumpress.org