sábado, 30 de abril de 2016
sexta-feira, 29 de abril de 2016
SANTA CATARINA DE SENA
Neste dia, celebramos a vida de uma das mulheres que marcaram profundamente a história da Igreja: Santa Catarina de Sena. Reconhecida como Doutora da Igreja, era de uma enorme e pobre família de Sena, na Itália, onde nasceu em 1347.
Voltada à oração, ao silêncio e à penitência, não se consagrou em uma congregação, mas continuou, no seu cotidiano dos serviços domésticos, a servir a Cristo e Sua Igreja, já que tudo o que fazia, oferecia pela salvação das almas. Através de cartas às autoridades, embora analfabeta e de frágil constituição física, conseguia mover homens para a reconciliação e paz como um gigante.
Dotada de dons místicos, recebeu espiritual e realmente as chagas do Cristo; além de manter uma profunda comunhão com Deus Pai, por meio da qual teve origem sua obra: “O Diálogo”. Comungando também com a situação dos seus, ajudou-o em muito, socorrendo o povo italiano, que sofria com uma peste mortífera e com igual amor socorreu a Igreja que, com dois Papas, sofria cisão, até que Catarina, santamente, movimentou os céus e a terra, conseguindo banir toda confusão. Morreu no ano de 1380, repetindo: “Se morrer, sabeis que morro de paixão pela Igreja”.
Santa Catarina de Sena, rogai por nós!
quinta-feira, 28 de abril de 2016
AJUDE NA PREVENÇÃO DA GRIPE H1N1
O outono é estação em que ocorre aumento das doenças respiratórias, em razão da queda de temperatura. Entre as enfermidades, causa preocupação especial a gripe H1N1, que tem sintomas significativamente mais graves do que a gripe comum. Nessa época do ano, recomenda-se atenção especial para as ações de prevenção dessa enfermidade e de outras doenças respiratórias.
A Paróquia Nossa Senhora do Líbano, com o objetivo de contribuir para que todos tenham uma vida cada vez mais saudável, pede a cada evangelizador que adote as seguintes medidas para evitar a proliferação do vírus H1N1:
- Lavar as mãos com frequência, principalmente antes de consumir alimento.
- Utilizar lenço descartável para higiene nasal.
- Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir.
- Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca.
- Higienizar as mãos após tossir ou espirrar.
- Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas,
- Manter os ambientes bem ventilados.
- Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe.
*Essas recomendações são do Ministério da Saúde
quarta-feira, 27 de abril de 2016
ACOLHER JESUS NA PESSOA DO IRMÃO
Desde o início de seu pontificado, em março de 2013, o Papa Francisco tem demonstrado bastante preocupação com a questão dos refugiados e migrantes. Sua primeira viagem apostólica foi à ilha de Lampedusa, na Itália, que é hoje uma das portas de entrada na Europa para refugiados advindos do norte da África. Ele é o principal incentivador que faz com que países da Europa abram suas portas para acolher esses migrantes.
“A revelação bíblica encoraja a recepção do estrangeiro, motivando-a com a certeza de que, assim fazendo, abrem-se as portas a Deus e, no rosto do outro, manifestam-se os traços de Jesus Cristo. Muitas instituições, associações, movimentos, grupos comprometidos, organismos diocesanos, nacionais e internacionais experimentam o encanto e a alegria da festa do encontro, do intercâmbio e da solidariedade. Eles reconheceram a voz de Jesus Cristo: ‘Olha que Eu estou à porta e bato’ ”, afirmou, em sua Mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado 2016, celebrado no dia 17 de janeiro. “Como pode a Igreja agir senão inspirando-se no exemplo e nas palavras de Jesus Cristo? A resposta do Evangelho é a misericórdia”, apontou.
Os refugiados são pessoas que precisam fugir de seus países de origem para preservar a vida e a liberdade, já que muitas das vezes o próprio Estado, além de não garantir, os priva desses direitos por questões políticas ou religiosas. Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), o número de deslocamentos forçados em todo o mundo aumentou de 37,5 milhões de pessoas em 2005 para 59,5 milhões em 2014: um total de 63% em nove anos. A essas pessoas, o Papa insiste que a Igreja deve estar sempre de braços abertos.
Lampedusa
Muitos migrantes saem de países como Líbia e Tunísia, que passam por conflitos políticos desde 2011, e atravessam o Mar Mediterrâneo – em barcos ou até mesmo a nado – até Lampedusa, a fim de chegar à Europa. Nessa tentativa de travessia, em apenas um fim de semana de 2015 mais de 700 pessoas morreram em um naufrágio, segundo uma estimativa da Acnur. O Papa Francisco se preocupou com a crise migratória, a ponto de fazer sua primeira viagem apostólica para a ilha, em julho de 2013. Essa foi a primeira vez que um Papa visitou o local, para “chorar os mortos que ninguém chora”, conforme disse o Sumo Pontífice à época, referindo-se às vítimas desses naufrágios.
“Estes nossos irmãos e irmãs procuravam sair de situações difíceis para encontrarem um pouco de serenidade e de paz; procuravam um lugar melhor para si e suas famílias, mas encontraram a morte. Quantas vezes outros que procuram o mesmo não encontram compreensão, não encontram acolhimento, não encontram solidariedade! E as suas vozes sobem até Deus! Uma vez mais vos agradeço, habitantes de Lampedusa, pela solidariedade”, disse, em sua homilia, na missa pelas vítimas dos naufrágios celebrada no Campo Desportivo Arena na localidade Salina. Além de agradecer pela acolhida que os migrantes já recebiam em Lampedusa, o Papa pediu para que esse gesto fosse cada vez mais realizado e difundido.
Quando em visita ao local, ele preferiu não levar nenhum representante político. O primeiro ponto visitado foi a “Porta da Europa”, um monumento em homenagens aos que perderam a vida no mar.
Europa de portas abertas
Durante o Ângelus na Praça São Pedro, no dia 6 de setembro de 2015, o Papa Francisco fez um apelo a todas as paróquias e comunidades europeias para que acolhessem, cada uma, pelo menos uma família de refugiados. Sua intenção era fazer com que, através da Igreja, as portas da Europa pudessem se abrir para acolhê-los.
“Ao aproximar-se o Jubileu da Misericórdia, dirijo um apelo às paróquias, às comunidades religiosas, aos mosteiros e aos santuários de toda a Europa a expressar o aspecto concreto do Evangelho e a acolher uma família de refugiados. Um gesto concreto em preparação para o Ano Santo da Misericórdia”, recomendou. Também duas paróquias do Vaticano acolheram, cada uma delas, na mesma semana, uma família de refugiados.
Em seu discurso de Páscoa deste ano, o Papa não hesitou em lembrar mais uma vez destes irmãos desabrigados de pátria e de lares. “Que a próxima rodada da Cúpula Mundial Humanitária não deixe de colocar no centro a pessoa humana com a sua dignidade e possa desenvolver políticas capazes de ajudar e proteger as vítimas de conflitos e de outras situações de emergência, especialmente os mais vulneráveis e os que sofrem perseguição por motivos étnicos e religiosos”, pediu.
A Cúpula Mundial Humanitária ocorrerá pela primeira vez em maio deste ano e tem como missão “encontrar soluções globais para desafios globais”. Para isso, haverá consultas regionais em locais onde a ONU está presente. A partir dessas propostas de soluções, serão votadas pela cúpula da organização as melhores atitudes para amenizar tragédias globais e crises como a dos refugiados e migrantes.
Lesbos
Ainda pensando na questão da recepção dos refugiados na Europa, Papa Francisco chegou, no dia 16 de abril, à Ilha grega de Lebos, no Mar Egeu, entre a Ásia (Turquia) e a Europa (Grécia). O local é, segundo o presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, Cardeal Antônio Maria Vegliò, “um dos rostos da crise humanitária em andamento, assim como Lampedusa”.
“Milhares de homens, mulheres e crianças, muitas vezes sozinhos, em fuga das guerras e perseguições políticas e religiosas, são obrigados a realizar viagens irregulares e dramáticas na tentativa desesperada de colocar-se a salvo. E, com o desejo de pedir asilo, desembarcam nestas costas, símbolo de esperança”, afirmou.
A visita do Papa a Lesbos é, para ele, um sinal concreto da proximidade de Francisco com os migrantes e refugiados e coloca novamente em primeiro plano o problema migratório na Europa.
Lava-pés
Para deixar clara a preocupação com a crise migratória no mundo, principalmente na Europa, o Santo Padre, no rito do Lava-pés deste ano, lavou os pés de 12 refugiados e refugiadas. O ato ocorreu, como já é tradicional em seu pontificado, fora do Vaticano. Foi realizado no centro de requerentes de asilo de “Castelnuovo di Porto”, no norte de Roma, que acolhe, sobretudo, jovens refugiados.
“Recordemo-nos e mostremos que é bom viver juntos como irmãos, com culturas, religiões e tradições diferentes: todos somos irmãos! E isto tem um nome: paz e amor”, incentivou ele durante a homilia da celebração, realizada no dia 24 de março, Quinta-feira Santa.
Nathalia Cardoso
nathaliacardoso@testemunhodefe.com.br
terça-feira, 26 de abril de 2016
PAPA SE ENCONTRA COM REFUGIADOS
“Vim aqui com meus irmãos, o Patriarca Bartolomeu I e o Arcebispo Hieronymos II, para estar com vocês e ouvir seus dramas. Viemos para chamar a atenção do mundo para esta grave crise humanitária e solicitar uma resolução”, disse Francisco. “Como pessoas de fé, queremos unir nossas vozes para falar abertamente em nome de vocês, esperando que o mundo preste atenção a estas situações trágicas e as resolva de modo digno”, continuou.
O Papa Francisco chegou na manhã de sábado, 16, à Ilha de Lesbos, na Grécia. O Santo Padre foi recebido na pista do aeroporto pelo Primeiro Ministro Alexis Tsipiras e, em seguida, foi saudado pelo Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu e pelo Arcebispo de Atenas e de toda a Grécia, Sua Beatitude Hieronymos.
“O senhor chega em um momento crítico para o nosso povo: a questão econômica, mas estes são problemas que afligem não só a Grécia, aqui devemos enfrentar também a questão dos refugiados e isto é maior do que podemos resistir. O Sínodo da Igreja da Grécia enviou uma carta a todos os líderes da Europa e, sobretudo, aos chefes das Igrejas Cristãs, para que saibam deste problema, para que estejam juntos espiritualmente. Obrigado por aceitar este convite para vir aqui. Seja bem-vindo!”, disse o Arcebispo de Atenas ao Papa.
O primeiro compromisso de Francisco em Lesbos foi a visita ao campo de refugiados de Mòria, onde cumprimentou 150 menores e 250 pessoas que pedem asilo político. O encontro foi marcado pelas súplicas de alguns refugiados ao encontrarem os líderes religiosos.
Em seu discurso aos migrantes, o Papa expressou sua alegria por estar ali e reafirmou sua solidariedade para com os migrantes. “Hoje quis estar aqui com vocês. Quero dizer-lhes que não estão sozinhos. Ao longo destes meses e semanas, vocês sofreram inúmeras tribulações à busca de uma vida melhor. Muitos se sentiram obrigados a fugir de situações de conflito e perseguição, sobretudo por amor aos seus filhos pequeninos. Suportaram grandes sacrifícios por amor das suas famílias; sentiram a amargura de deixar todos os seus bens, sem saber qual o destino que lhes aguarda”, disse o Pontífice.
Muitos, afirmou o Pontífice, aproveitam de tais tribulações, mas outros tentam ajudar com generosidade. E deixou a seguinte mensagem aos refugiados: “Não percam a esperança! O maior dom que podemos dar uns aos outros é o amor; um olhar misericordioso; a solicitude de ouvirmos e compreendermos; uma palavra de encorajamento; uma oração. Oxalá possam partilhar este dom uns com os outros”.
O Santo Padre recordou o episódio do Bom Samaritano, uma parábola alusiva à misericórdia de Deus, destinada a todos. Ele é Misericordioso! E concluiu:“Que todos os nossos irmãos e irmãs, neste continente, possam – à semelhança do Bom Samaritano – ir ao seu auxílio, animados por aquele espírito de fraternidade, solidariedade e respeito pela dignidade humana, que caracterizou a sua longa história. Queridos amigos, que Deus os abençoe, especialmente as crianças, os idosos e os que sofrem no corpo e no espírito. Sobre vocês e quem os acompanha, invoco os dons divinos da fortaleza e da paz”.
Após o discurso, foi assinada uma Declaração Conjunta entre Francisco, o Patriarca Bartolomeu I e o Arcebispo Hieronymos II.
O Papa Francisco também se encontrou com a comunidade católica e autoridades locais.
"Vós, habitantes de Lesbos, dais provas de que nestas terras, berço de civilização, ainda pulsa o coração duma humanidade que sabe reconhecer, antes de tudo, o irmão e a irmã, uma humanidade que quer construir pontes e evita a ilusão de levantar cercas para se sentir mais segura. Na verdade, em vez de ajudar o verdadeiro progresso dos povos, as barreiras criam divisões e, mais cedo ou mais tarde, as divisões provocam confrontos", disse o Pontífice no seu discurso.
A bordo do voo do Papa de volta à Roma, 3 famílias de refugiados sírios acompanharam, 12 pessoas no total, dentre as quais 6 menores, todos muçulmanos.
As negociações foram intermediadas pela Secretaria de Estado junto às autoridades gregas e italianas. Duas das famílias são originárias de Damasco e a outra de Deir Azzor – região ocupada pelos extremistas do auto-proclamado Estado Islâmico: as três famílias tiveram as casas bombardeadas.
"A acolhida e ajuda às famílias ficarão a cargo do Vaticano. A hospitalidade inicial será garantida pela Comunidade de Santo Egídio”, informou o diretor da Sala de imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi.
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segunda-feira, 25 de abril de 2016
SÃO MARCOS, ROGAI POR NÓS!
Celebramos com muita alegria a vida de santidade de um dos quatro Evangelistas: São Marcos. Era judeu de origem e de uma família tão cristã que sempre acolheu aos primeiros cristãos em sua casa: “Ele se orientou e dirigiu-se para a casa de Maria, mãe de João, chamado Marcos; estava lá uma numerosíssima assembleia a orar” (Atos 12,12).
A tradição nos leva a crer que na casa de São Marcos teria acontecido a Santa Ceia celebrada por Jesus, assim como dia de Pentecostes, onde “inaugurou” a Igreja Católica. Encontramos na Bíblia que o santo de hoje acompanhou inicialmente São Barnabé e São Paulo em viagens apostólicas, e depois São Pedro em Roma.
São Marcos na Igreja primitiva fez um lindo trabalho missionário, que não teve fim diante da prisão e morte dos amigos São Pedro e São Paulo. Por isso, evangelizou no poder do Espírito Alexandria, Egito e Chipre, lugar onde fundou comunidades. Ficou conhecido principalmente por ter sido agraciado com o carisma da inspiração e vivência comunitária, que deram origem ao Evangelho querigmático de Jesus Cristo segundo Marcos.
São Marcos, rogai por nós!
domingo, 24 de abril de 2016
PALAVRA DE DEUS NO DOMINGO
31Depois que Judas saiu, do cenáculo
disse Jesus:
'Agora foi glorificado o Filho do Homem,
e Deus foi glorificado nele.
32Se Deus foi glorificado nele,
também Deus o glorificará em si mesmo,
e o glorificará logo.
33aFilhinhos,
por pouco tempo estou ainda convosco.
34Eu vos dou um novo mandamento:
amai-vos uns aos outros.
Como eu vos amei,
assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.
35Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos,
se tiverdes amor uns aos outros.'
Palavra da Salvação.
sábado, 23 de abril de 2016
MADRE TERESA DE CALCUTÁ SERÁ CANONIZADA NO VATICANO
O Papa Francisco vai presidir a canonização de Madre Teresa de Calcutá na Praça São Pedro, em 4 de setembro. A confirmação do local da celebração foi divulgada no dia 19, pela Congregação para a Causa dos Santos..
A data da canonização havia sido anunciada pelo Vaticano em 15 de março. Madre Teresa, batizada com o nome de Anjezë Gonxhe Bojaxhiu, nasceu em 1910, em Skopje, atual capital da Macedônia, e faleceu em setembro de 1997. João Paulo II a beatificou em 19 de outubro de 2003.
O milagre que abriu caminho para a canonização de Madre Teresa de Calcutá – atestado pela Congregação das Causas dos Santos – é atribuído à intercessão da Beata no caso de um homem brasileiro de 35 anos, afetado por uma grave doença no cérebro que se curou de uma forma inexplicável em 2008.
O milagre atribuído à religiosa albanesa e que a levará à glória máxima dos altares foi a cura inexplicável de um homem brasileiro.
Beatificações e canonizações em 2016
O calendário das beatificações e canonizações para 2016 prevê ainda as seguintes celebrações ao longo do ano:
- A beatificação de Valentim Palencia Marquina, em 23 de abril, em Burgos, na Espanha;
- A beatificação de Francisco Maria Greco, em 21 de maio, em Cosenza, na Itália;
- As canonizações de Estanislau de Jesus Maria e Maria Elisabeth Hesselblad, em 5 de junho, no Vaticano;
- A beatificação de Giacomo Abbondo, em 11 de junho, em Vercelli, na Itália;
- A beatificação de Maria Celeste Crostarosa, em 18 de junho, em Foggia, Itália;
- A beatificação de Ladislao Bukowinski, em 11 de setembro, em Qaraghandy, no Cazaquistão;
- A beatificação de Elisabetta Sanna, em 17 de setembro, em Codrongianos, na Itália;
- A beatificação de Engelmar Unzeitig, em 24 de setembro, em Würzburg, na Alemanha;
- As canonizações de José Sanchez del Rio e de José Gabriel do Rosário Brochero, em 16 de outubro, no Vaticano;
- A beatificação de Mario Borzaga, em 11 de dezembro, em Vientiane; no Laos
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sexta-feira, 22 de abril de 2016
JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE
Faltando pouco mais de três meses para a Jornada Mundial da Juventude 2016, em Cracóvia, na Polônia, a organização já recebeu mais de 700 mil inscrições. O número de inscritos do Brasil passou de 15 mil. “Os jovens inscritos são de paróquias, movimentos e comunidades, também responsáveis pelos setores juventudes”, explica padre João Chagas, do setor Juventude do Pontifício Conselho para os Leigos, em Roma.
A JMJ 2016 ocorrerá de 25 de julho a 1º de agosto e celebrará a vida e missão de São João Paulo II, responsável por instituir as jornadas pelo mundo.
“O ritmo de trabalho está acelerando em cada área dessas preparações, porém é mais claramente visível no Campus Misericordiae, lugar onde o Santo Padre irá encontrar-se com os jovens na Vigília no sábado e na Missa de Envio no domingo”, explicou o coordenador geral do COL JMJ Cracóvia 2016, dom Damian Muskus.
Inscrições
A segunda etapa de inscrições e pagamento devem ocorrer até 30 de junho. Podem participar peregrinos de 14 a 30 anos, sendo idade recomendada pelo Comitê Organizador
As conferências episcopais, os movimentos, associações e comunidades podem estabelecer uma faixa etária diferente para os jovens que participam da JMJ dentro de sua organização.
O site oficial do evento traz conteúdos em seis idiomas: inglês, polonês, alemão, espanhol, francês e italiano.
Inscrições acesse: www.krakow2016.com
quinta-feira, 21 de abril de 2016
CULTURA ENGARÇADA
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
O maior e mais grave desafio da sociedade brasileira é recompor o tecido da cultura, cheio de buracos. Aí está um dos mais relevantes desarranjos a serem enfrentados para encontrar saídas diante dos muitos problemas que afligem o país. A cultura sustenta as dinâmicas da sociedade e, por isso, os muitos buracos em seu tecido são preocupantes. Não se pode deixar de constatar que a extrema fragilidade no mundo da política deve-se a este horrendo fenômeno: o esgarçamento da cultura. No conjunto de tudo o que precisa ser corrigido está a política partidária, atualmente uma das mais potentes ameaças ao tecido cultural. Fragilizado, esse tecido não contribui suficientemente para o surgimento de líderes capazes de apontar novos rumos e promover a união.
Pensar o Brasil, neste momento, não é apenas uma questão de intervenção no mundo da política. Incontestavelmente, isso se configura em necessidade urgente em razão do lamaçal que se permitiu formar. Contudo, é preciso ir além e considerar o seríssimo problema de ordem antropológica, que é mais abrangente. A cultura brasileira precisa de reparos, seu tecido carece de remendos para que não aumentem os rasgões. Necessita de investimento para recompô-la, permitindo-a sustentar dinâmicas exigidas pela complexidade da vida moderna. No palco das discussões e preocupações não podem estar simplesmente mudanças de poder partidário, nem mesmo o considerável e relevante cumprimento da Constituição. A sociedade brasileira precisa de algo mais: uma correção de relevância antropológica que qualifique a cultura, sustentáculo indispensável para o funcionamento social, configuração com capacidade para fazer surgir ações inspiradas no bem e na justiça.
Essa urgente necessidade precisa estar na pauta de todos os segmentos da sociedade. Não se pode ficar somente, e o tempo todo, vendo “o circo pegar fogo” na política. Desconsiderar a importância de reformular a cultura é assistir passivamente o suicídio de uma sociedade, com tristes consequências. Todos estão ameaçados diante dos graves desarranjos culturais, como a generalizada indiferença relativista, apontada pelo Papa Francisco na sua Exortação Apostólica Alegria do Evangelho, relacionada com a desilusão e a crise de ideologias. Por um lado, há uma reação a tudo o que parece totalitário. Por outro, recrudescem-se os fundamentalismos, inclusive religiosos, que alavancam terrorismos de todo o tipo. A vida social está prejudicada, portanto, não apenas pelos números da economia, mas, dentre outros fatores, por uma cultura em que cada um pretende ser portador da verdade. Isso compromete a cidadania, pois inviabiliza a união de cidadãos em busca de projetos comuns, necessários ao bem de todos, que estão além de simplesmente contemplar ambições pessoais.
Os desgastes da cultura que a incapacitam na tarefa de sustentar o bem e a justiça têm uma lista enorme de razões. Consequentemente, para corrigi-la, várias atitudes precisam ser assumidas, a cada dia, e por todos. Uma exigência que pede, de todos os segmentos, urgente inovação para que possam contribuir na busca da solução dos problemas da contemporaneidade. É triste constatar que instituições - religiosas, governamentais, educacionais e tantas outras - continuem a funcionar como há trinta, quarenta anos, sem se atualizar. Gastam muito, inclusive tempo e a paciência alheia, e não trazem novas respostas. Não conseguem ser força para refazer o tecido da cultura e alavancar mudanças. As consequências são muitas e graves, a exemplo da crescente violência, claro reflexo do desgaste da cultura. O número de homicídios na capital mineira ultrapassa índices de guerra. No entanto, parece algo normal. Há lugares na região metropolitana que, em apenas uma noite, já se alcança o patamar de tolerância indicado pela ONU. Imagine se essa realidade for ainda mais temperada por fundamentalismos, pela cultura das facções e pelo ódio. A cultura brasileira não pode, inclusive, viver mais da ilusão de se considerar como pacata, de índole fortemente solidária e outros adjetivos que não correspondem aos cenários de desafeição, desrespeito e massacre, sobretudo dos indefesos e mais pobres. A situação é grave. Há de se incluir diariamente na pauta, e envolver, a partir de programas e ações, as instituições e segmentos todos da sociedade brasileira na recomposição do tecido de nossa cultura.
domingo, 17 de abril de 2016
PALAVRA DE DEUS NO DOMINGO
Evangelho de Jesus Cristo segundo João 10,27-30
Naquele tempo, disse Jesus:
27As minhas ovelhas escutam a minha voz,
eu as conheço e elas me seguem.
28Eu dou-lhes a vida eterna
e elas jamais se perderão.
E ninguém vai arrancá-las de minha mão.
29Meu Pai, que me deu estas ovelhas,
é maior que todos,
e ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai.
30Eu e o Pai somos um.'
Palavra da Salvação.
quinta-feira, 14 de abril de 2016
EXPOSIÇÃO
A exposição intitulada "Mestres Santeiros Paulistas do Século XVII na Coleção Santa Gertrudes" foi aberta de forma oficial pelo Museu de Arte Sacra de São Paulo (MAS-SP) no dia 20 de março, para visitação do público.
Nesta mostra, estão presentes os mestres santeiros mais importantes da história, como Frei Agostinho de Jesus, a quem é atribuída a suposta autoria da escultura da Imagem de Nossa Senhora Aparecida encontrada nas águas do Rio Paraíba do Sul.
Entre os destaques está a escultura também de Frei Agostinho de Jesus com semelhança à imagem de Nossa Senhora da Conceição, encontrada pelos pescadores no ano de 1717.
Devoto fervoroso de Nossa Senhora, Ladir Biezus começou a coleção de peças logo nos anos 1970, com uma imagem de Santa Gertrudes - que dá o nome à exposição. Posteriormente, as demais imagens foram sendo adquiridas. De acordo com ele, foi feita uma pesquisa para que se chegasse às imagens oriundas de São Paulo e que possuíssem traços em comum.
Ao explicar a sua proximidade com Nossa Senhora e o fato de que as imagens marianas são as mais presentes em sua coleção, Biezus disse que "o Século XVII era uma época em que os portugueses vinham à procura do ouro e em busca de expansão de território. Confrontados pelos perigos, imagino que a noite em suas angústias sobrevinha o medo. Então, penso que a presença da imagem de Nossa Senhora era um refúgio, um colo, um pouco de paz para a alma. Eles as traziam consigo".
"Muitas são as imagens marianas produzidas nesta época. Na minha pesquisa identifiquei que a maioria das imagens produzidas nesta época eram imagens feminina. Eu mesmo identifiquei cerca de 96%. Isso representa a busca de um feminino sagrado e arquetípico que naufragou no inconsciente e que precisa ser resgatado. O oposto dessa busca do feminino sagrado que Nossa Senhora representa é o fundamentalismo de toda a natureza. São exacerbações das qualidades guerreiras e masculinas. Onde Nossa Senhora está presente a comunidade, a nação, estão ao abrigo do fundamentalismo", ressaltou.
Com curadoria de Maria Inês Lopes Coutinho, a mostra de imagens permanece no Museu de Arte Sacra até 29 de maio, quando seguirá para o Santuário Nacional de Aparecida.
Nesta ocasião, a Casa da Mãe Aparecida promoverá uma adequação na estrutura de seu Museu, localizado na Torre Brasília, para melhor acomodação da exposição, que terá a curadoria de Antonio Carlos Suster Abdalla, sendo inclusive, incluída como um dos eventos preparativos para o Jubileu dos 300 anos do encontro da Imagem da Padroeira do Brasil. (LMI)
Conteúdo publicado em gaudiumpress.org
quarta-feira, 13 de abril de 2016
MENSAGEM PASCAL DAS IGREJAS CRISTÃS DE JERUSALÉM
O desejo da paz na Terra Santa e em todo o Oriente Médio, o acolhimento dos refugiados e o respeito pela dignidade das pessoas, foram os temas centrais da mensagem que os patriarcas e chefes das Igrejas locais de Jerusalém difundiram por ocasião da Páscoa.
Um texto não de circunstância, mas uma chave de leitura aberta à esperança, assinado pelo Patriarca Latino de Jerusalém, Dom Fouad Twal, pelo Patriarca greco-ortodoxo de Jerusalém, Théophilo III, pelo Patriarca armênio-ortodoxo de Jerusalém, Norhan Manougian, pelo Custódio da Terra Santa, Frei Pierbattista Pizzaballa, e pelos responsáveis locais de novas confissões cristãs presentes em Jerusalém.
Construir pontes
Segundo o jornal da Santa Sé, L’Osservatore Romano, o documento convida a refletir sobre o mistério daquela tristeza jubilosa, emblemática do caminho de preparação para a Páscoa, que caracteriza a condição da humanidade que espera a ressurreição prometida por Cristo.
“O sofrimento do ser humano e a agonia são transformados em alegria graças à Cruz de Cristo, onde as realidades humana e divina se encontram e da qual Jesus triunfa sobre a morte e o sofrimento. O túmulo vazio, aqui em Jerusalém, representa a encarnação da esperança divina para toda a criação”, destaca a mensagem.
“Um evento de salvação não destinado exclusivamente a uma raça, a um povo ou uma nação, que nos convida a considerar com compaixão e misericórdia o sofrimento e a dor de muitas pessoas do mundo. Porém, isso não pode ser feito construindo muros de alienação, intolerância ou rejeição. O mundo precisa construir pontes através das quais a compreensão, a amizade e o acolhimento possam se tornar uma realidade a favor de quem sofre e para aqueles cuja dignidade é ofendida e são expostos a grandes sofrimentos”, afirma ainda o texto.
Paz para a Terra Santa
Os patriarcas e chefes das Igrejas locais fazem um apelo em favor dos milhões de refugiados e em prol das vítimas da violência, da intolerância e da discriminação. “Rezamos para que a força da luz radiante da Páscoa possa brilhar em todos esses lugares e faça abrir os olhos e os corações do mundo sobre estas realidades”, frisa a nota.
O anúncio jubiloso da Páscoa deve ter um significado particular para a terra martirizada que custodia os lugares de Jesus: “Jerusalém como cidade da ressurreição é a cidade da esperança para a Terra Santa e para o mundo inteiro. Hoje, a nossa esperança é a de uma paz justa para o povo da Terra Santa e para todo o Oriente Médio. Jerusalém merece viver em paz tornando-se uma cidade em que o povo de Deus viva junto e respeite todo ser humano”, conclui a mensagem.
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terça-feira, 12 de abril de 2016
DEUS É MAIOR QUE OS NOSSOS PECADOS
Na Audiência Geral da quarta-feira, 30, o Papa Francisco encerrou a série de catequeses sobre a misericórdia no Antigo Testamento, meditando sobre o Salmo 51(50), chamado Miserere.
Trata-se de uma oração penitencial, precedida de uma confissão de culpa, na qual o orante deixa-se purificar pelo amor de Deus que o torna uma nova criatura. A tradição atribui este Salmo ao Rei Davi que, após ter cometido adultério com Betsabeia, fazendo que o marido desta, Urias, fosse morto, é ajudado pelo profeta Natã a reconhecer a sua culpa diante de Deus.
O Salmo tem início com palavras de súplicas: “Ó Deus, tem piedade de mim, conforme a tua misericórdia; no teu grande amor cancela o meu pecado. Lava-me de toda a minha culpa, e purifica-me de meu pecado”.
Verdade
Nesta oração, manifesta-se a verdadeira necessidade do homem: a única coisa de que realmente necessitamos na nossa vida é ser perdoados, libertados do mal e das suas consequências.
Assim, neste Salmo, somos convidados a ter os mesmos sentimentos de Davi, reconhecendo a nossa miséria, certos da misericórdia do Senhor. “Deus é maior que os nossos pecados”, afirmou Francisco, repetindo esta frase inúmeras vezes e convidando a multidão a fazer o mesmo.
Fidelidade do Pai
“Deus, que nunca nos abandona, ao perdoar, cancela os nossos pecados, faz de nós novas criaturas.” E o Papa se dirigiu aos fiéis para perguntar se havia alguém que não tinha pecados.
Portanto, nós, pecadores perdoados, podemos até mesmo ensinar aos outros a não pecarem mais. “A dignidade que o perdão de Deus nos dá é levantar-se depois de um pecado”, explicou o Pontífice, citando o Salmista: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, renova em mim um espírito resoluto. Quero ensinar teus caminhos aos que erram e a ti voltarão os pecadores”.
O Papa então concluiu: “Todo pecador perdoado é chamado a compartilhar com cada irmão e irmã que encontra este dom, pois todos são, como nós, necessitados da misericórdia de Deus. O perdão purifica o coração e transforma a vida”.
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segunda-feira, 11 de abril de 2016
REGIONAL SUL 1 DA CNBB TEM NOVO SECRETÁRIO EXECUTIVO
O regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou, na terça-feira, dia 29, a nomeação de seu novo secretário executivo. Padre João Carlos Deschamps de Almeida, da região episcopal Lapa da arquidiocese de São Paulo (SP), dá continuidade aos trabalhos do padre Nelson Rosselli Filho, que atuava na função antes de assumir o secretariado executivo das Campanhas da Fraternidade e da Evangelização, na sede da Conferência, em Brasília (DF).
Padre João Carlos Deschamps de Almeida dinamizará ações no estado de São Paulo
O bispo auxiliar de São Paulo e secretário-geral do regional Sul 1 da CNBB, dom Julio Endi Akamine, deu posse ao novo secretário durante celebração eucarística celebrada na sede do episcopado paulista.
Currículo
Nascido em 02 de janeiro de 1963, padre João Carlos é natural de Campo Grande (MS). Ele foi ordenado em 1992, atualmente é pároco da paróquia São João Gualberto, em Pirituba (SP). Cursou filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas) e fez teologia pelo Centro Universitário Assunção (UniFAI), Unidade Ipiranga.
Na região Lapa, coordenou o Conselho de Presbíteros. No período de 2008 a 2014, exerceu o cargo de coordenador Pastoral da Região Lapa. Foi assistente eclesiástico do Encontro de Casais em Cristo e da Pastoral da Pessoa Idosa. Desde 2008, é o pároco da paróquia São João Gualberto.
Funções
No secretariado regional, padre João Carlos terá a missão de articular, executar e dinamizar as atividades desenvolvidas pela CNBB no âmbito do estado de São Paulo. De acordo com o Regulamento do Conselho Episcopal Regional, “o secretário-executivo, presbítero é nomeado pela Presidência ouvindo o parecer da Comissão Episcopal Representativa”.
O artigo 8º do Regimento interno do Secretariado recorda ainda que “o secretário executivo colabora com a Presidência e com a Comissão Episcopal Representativa na dinamização e coordenação das atividades do Secretariado Regional; executa as determinações da Comissão Episcopal Representativa; mantém os contatos com a CNBB, com os demais Conselhos Episcopais regionais e com as sub-regiões Pastorais do Regional”.
Com informações e foto do regional Sul 1 da CNBB
domingo, 10 de abril de 2016
PALAVRA DE DEUS NO DOMINGO
Naquele tempo:
1Jesus apareceu de novo aos discípulos,
à beira do mar de Tiberíades.
A aparição foi assim:
2Estavam juntos Simão Pedro,
Tomé, chamado Dídimo,
Natanael de Caná da Galiléia,
os filhos de Zebedeu
e outros dois discípulos de Jesus.
3Simão Pedro disse a eles: 'Eu vou pescar'.
Eles disseram: 'Também vamos contigo'.
Saíram e entraram na barca,
mas não pescaram nada naquela noite.
4Já tinha amanhecido,
e Jesus estava de pé na margem.
Mas os discípulos não sabiam que era Jesus.
5Então Jesus disse:
'Moços, tendes alguma coisa para comer?'
Responderam: 'Não'.
6Jesus disse-lhes:
'Lançai a rede à direita da barca, e achareis.'
Lançaram pois a rede
e não conseguiam puxá-la para fora,
por causa da quantidade de peixes.
7Então, o discípulo a quem Jesus amava
disse a Pedro: 'É o Senhor!'
Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor,
vestiu sua roupa, pois estava nu,
e atirou-se ao mar.
8Os outros discípulos vieram com a barca,
arrastando a rede com os peixes.
Na verdade, não estavam longe da terra,
mas somente a cerca de cem metros.
9Logo que pisaram a terra,
viram brasas acesas, com peixe em cima, e pão.
10Jesus disse-lhes:
'Trazei alguns dos peixes que apanhastes'.
11Então Simão Pedro subiu ao barco
e arrastou a rede para a terra.
Estava cheia de cento e cinqüenta e três grandes peixes;
e apesar de tantos peixes, a rede não se rompeu.
12Jesus disse-lhes: 'Vinde comer'.
Nenhum dos discípulos
se atrevia a perguntar quem era ele,
pois sabiam que era o Senhor.
13Jesus aproximou-se,
tomou o pão e distribuiu-o por eles.
E fez a mesma coisa com o peixe.
14Esta foi a terceira vez que Jesus,
ressuscitado dos mortos,
apareceu aos discípulos.
15Depois de comerem,
Jesus perguntou a Simão Pedro:
'Simão, filho de João,
tu me amas mais do que estes?'
Pedro respondeu:
'Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo'.
Jesus disse: 'Apascenta os meus cordeiros'.
16E disse de novo a Pedro:
'Simão, filho de João, tu me amas?'
Pedro disse: 'Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo'.
Jesus lhe disse: 'Apascenta as minhas ovelhas'.
17Pela terceira vez, perguntou a Pedro:
'Simão, filho de João, tu me amas?'
Pedro ficou triste,
porque Jesus perguntou três vezes se ele o amava.
Respondeu: 'Senhor, tu sabes tudo;
tu sabes que eu te amo'.
Jesus disse-lhe: 'Apascenta as minhas ovelhas.
18Em verdade, em verdade te digo:
quando eras jovem,
tu te cingias e ias para onde querias.
Quando fores velho,
estenderás as mãos e outro te cingirá
e te levará para onde não queres ir.'
19Jesus disse isso,
significando com que morte Pedro iria glorificar a
Deus. E acrescentou : 'Segue-me'.
Palavra da Salvação.
sábado, 9 de abril de 2016
FIÉIS LEIGOS
Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Os leigos são cristãos que têm uma missão especial na Igreja e na sociedade. Pelo batismo, receberam essa vocação de viver intensamente a serviço do Reino de Deus. O ministério ordinário do cristão leigo é estar no mundo testemunhando o Cristo Ressuscitado. É um cristão que segue a Cristo radicalmente e O testemunha em seus ambientes. Esse é o lugar por excelência dos leigos. Constituem a maioria da Igreja, Povo de Deus, e imaginamos como é importante que esses nossos irmãos, que se alimentam da Palavra e Eucaristia em nossas Assembléias, sejam sempre mais sal da terra e luz do mundo.
Porém, além de seu protagonismo no ministério ordinário que lhes é confiado pela Igreja, eles desempenham vários ministérios, em geral, extraordinários, dentro da comunidade eclesial. Os leigos são chamados a desempenhar diversas tarefas: catequista, ministro extraordinário da Comunhão Eucarística, da Consolação e da Esperança, em alguns lugares também do Batismo e do Matrimônio, agente das diferentes pastorais, atividades como, por exemplo, o edificante serviço aos pobres e aos doentes. São chamados, ainda a colaborar no governo paroquial e diocesano, participando dos conselhos pastorais e econômicos.
São membros ativos da comunidade, assumindo ministérios e serviços para fazer acontecer a missão da Igreja de Cristo. Entretanto, como disse acima, a missão mais importante dos leigos é no mundo. Eles são chamados a realizar sua missão dentro das realidades que encontram no seu dia a dia. Na família, no trabalho, na escola, no mundo da política, nos movimentos populares, nos meios de comunicação, eles são chamados a testemunhar, pela Palavra e pela vida, a mensagem de Jesus Cristo.
A missão do leigo é ser fermento nos ambientes em que vive; nesses campos de vida e de atuação, ser “sal da vida e luz do mundo”. O Concílio Vaticano II e os ensinamentos dos últimos Papas insistem muito na necessidade de os leigos participarem ativamente na construção de uma nova sociedade, aperfeiçoando os bens existentes e sanando os males.
"Os Cristãos Leigos são homens e mulheres da Igreja no coração do mundo, homens e mulheres do mundo no coração da Igreja". (Documento de Aparecida, 210). São João Paulo II dizia-nos: "a Evangelização do Continente não pode realizar-se hoje sem a colaboração dos fiéis leigos". (EAm 44). O Documento de Aparecida retoma e reafirma as posições do Concílio Vaticano II de que os Leigos são membros efetivos do Povo de Deus e são Igreja. Para exercerem sua missão, sem dúvida que o ponto de partido é o encontro com Cristo Ressuscitado. A primeira e única opção fundamental é por Cristo. Tendo esse encontro, que transforma vidas e histórias, estarão prontos para dialogar com todas as realidades sem perder a identidade cristã.
Duas são as dimensões da vocação laical. Em uma, os leigos são chamados a exercerem diversas ações na comunidade eclesial e em diferentes formas de apostolado. Devem dar seu testemunho de vida e assumir diversos ministérios e serviços na evangelização, na catequese, na animação de comunidades, na liturgia, dentre outros. (Cf. DA 211). A outra dimensão, esta essencial, é a de atuar no mundo, "a vinha do Senhor", com a tarefa de ser fermento, sal e luz seja pelo testemunho, seja pela ação transformadora na construção da sociedade justa e solidária, conforme os critérios evangélicos. Esta missão específica deve ser vivenciada pelos leigos na política, na realidade social, na economia, nos meios de comunicação, nos sindicatos, no mundo do trabalho urbano e rural, na cultura, na família e em tantas outras realidades. (Cf EN 70 e DA 210).
O protagonismo dos leigos está presente na caminhada da Igreja, através de todos os seus fiéis e de suas lideranças, que promovem e levam à frente a tarefa da evangelização, sempre em união com seus pastores. Para contribuir nesse processo, a CNBB possui uma Comissão Episcopal para o Laicato, que tem como função, na Igreja no Brasil, promover a vocação e missão, formação e espiritualidade dos leigos, bem como sua organização e atuação na Igreja e na sociedade. É uma Comissão da Conferência Episcopal que tem essa especial direção. Fazem parte da Comissão Episcopal do Laicato os Setores Leigos, Juventude e CEBs. A Comissão tem relação de comunhão com o CNLB – Conselho Nacional do Laicato do Brasil – e com outros Movimentos e Associações Laicais. São expressões vivas e dinâmicas da presença e da força dos leigos nas comunidades.
Neste ano, a 54ª Assembleia Geral Ordinária da CNBB (6 a 15 de abril em Aparecida-SP) terá como tema principal: “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na Igreja e na Sociedade”, com o lema: “Sal da Terra e Luz do Mundo” (Mt 5, 13-14). Como tema principal terá mais tempo para aprofundamento do tema e para discussões em grupos e em plenário. Já são mais de dois anos que esse tema está sendo aprofundado e, provavelmente, neste ano deverá sair o documento que atualiza essa presença do cristão leigo como Igreja no mundo de hoje.
Nesta esperança depositada da Igreja em seus leigos, é dever de todos que abraçam este estado de vida, propagar a fé e defender todas as diretrizes da Igreja e confirmar esta santidade, pois temos a certeza de participar ativamente dos mistérios de Cristo. “Os fiéis leigos estão na linha mais avançada da vida da Igreja: por eles, a Igreja é o princípio vital da sociedade. Por isso, eles, sobretudo, devem ter uma consciência cada vez mais clara, não somente de que pertencem à Igreja, mas de que são Igreja, isto é, comunidade dos fiéis na Terra sob a direção do chefe comum, o Papa, e dos Bispos em comunhão com ele. Eles são Igreja” (Papa Pio XII).
sexta-feira, 8 de abril de 2016
EM TEMPOS DE CRISES
Dom Rodolfo Luis Weber
Arcebispo de Passo Fundo
Vivemos um tempo de crise em nosso Brasil. Uma situação aparentemente tranquila e sob controle começou a desmoronar. Conhecemos os diferentes fatos geradores da situação atual. Entre as causas destaca-se a corrupção. O Papa Francisco quando fala da corrupção escreve: Esta praga putrefata da sociedade é um pecado grave que brada aos céus, porque mina as próprias bases da vida pessoal e social. A corrupção impede de olhar para o futuro com esperança, porque, com sua prepotência e avidez, destrói os fracos e esmaga os mais pobres. É um mal que se esconde nos gestos diários para se estender depois aos escândalos públicos. (O rosto da misericórdia, nº 19).
Nesta situação complexa multiplicam-se as interpretações dos acontecimentos. Os fatos e os problemas, muitas vezes, são tratados com muita emoção. Outras vezes, é usada mais a persuasão do que uma argumentação baseada em fatos. Todos reconhecem que a situação é grave, por isso mesmo é tempo de ser criterioso para distinguir o verdadeiro do falso, o fato do boato. É preciso argumentar a partir de fundamentos constitucionais. A busca da verdade, a identificação e o julgamento dos responsáveis são imprescindíveis.
A crise é um momento negativo e de sofrimento para o país, pois gerou desconfortos, desconfianças, desemprego, conflitos, tensões, desequilíbrios, injustiças e incertezas. Tem algo de positivo neste contexto? O positivo está em trazer à superfície esquemas criminosos escondidos que se tornaram públicos. A aparente normalidade era ilusória e estava corroendo por dentro as instituições da nação. Indivíduos envolvidos foram investigados, processados, julgados e condenados, e a investigação continua.
Em segundo lugar, a crise obriga a busca de soluções, do restabelecimento do equilíbrio, além de tornar-se uma oportunidade de crescimento e de colocar em pauta as reformas necessárias. Ninguém pode ficar indiferente, especialmente quem foi escolhido pela sociedade para cuidar do bem comum. Vejo com preocupação que neste aspecto o debate e a busca de soluções, muitas vezes, são paliativos. Comentam-se os fatos e procura-se os culpados. A meu ver, é uma parte da solução da crise. Falta a apresentação, a discussão e a aprovação das propostas de reforma do Estado Brasileiro. Sabemos que estruturas inadequadas são propícias para desvirtuar pessoas e propiciam privilégios para alguns. Leis e estruturas mais adequadas favorecem a realização do bem comum e o controle social.
A crise que vivemos é uma oportunidade para refletir e aprofundar quais são nossos direitos e nossos deveres como cidadãos. Uma chance para conhecer melhor as instituições públicas, como elas funcionam e qual a sua finalidade. Sem dúvida é uma oportunidade para diminuir a corrupção. Concluo retornado ao Papa Francisco: para a erradicar (a corrupção) da vida pessoal e social são necessárias prudência, vigilância, lealdade, transparência, juntamente com a coragem da denúncia.
quinta-feira, 7 de abril de 2016
SÃO JOÃO BATISTA DE LA SALLE
Nasceu na França, em Reims, no ano de 1651, dentro de uma família abastada. Perdeu muito cedo seus pais, e foi ele, com este amor alimentado na oração, na vivência dos mandamentos, na vida sacramental, que educou os seus irmãos. E o carisma da educação foi brotando naquele coração chamado à vida religiosa e sacerdotal.
Esse sacerdote, centrado na Eucaristia, teve suas escolas populares espalhadas pela França, Europa, e hoje, pelo mundo
Estudou em Paris, e deu passos concretos de encontro às necessidades no campo da educação: cuidar e educar de maneira virtuosa os homens. Sendo assim, foi uma resposta de Deus para a Igreja.
La Salle teve uma santidade reconhecida pela sociedade. Doze ‘irmãos’ se uniram a ele nesse projeto de Deus. Esse sacerdote, centrado na Eucaristia, teve suas escolas populares espalhadas pela França, Europa, e hoje, pelo mundo.
São João Batista de La Salle, fundador dos “irmãos das escolas cristãs”, nos prova que quando se tem uma inspiração, e como Igreja, ela fará bem à sociedade, vale a pena nos doarmos, mesmo que a incompreensão nos visite.
Faleceu no dia 07 de abril de 1719, em Rouen, na França, e é intercessor dos mestres e educadores, para que sejamos na sociedade um sinal de esperança.
São João Batista de La Salle, rogai por nós!
quarta-feira, 6 de abril de 2016
EXORTAÇÃO PÓS SINODAL
A Exortação Apostólica Pós-Sinodal Amoris laetitia (A alegria do amor), do Papa Francisco, será publicada na sexta-feira, dia 8.
O texto estará disponível em seis línguas, entre as quais o português, será publicado quase seis meses após a conclusão da Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre a Família realizado em outubro passado. Um ano antes, em 2014, houve uma Assembleia Extraordinária sobre o mesmo tema.
Depois de dois anos de intenso trabalho no que o Francisco chamou de “caminho sinodal”, o texto do Pontífice é aguardado pelas dioceses do mundo inteiro por oferecer diretrizes e linhas de ação sobre temas práticos que dizem respeito à família.
A Exortação será apresentada aos jornalistas na Sala de Imprensa da Santa Sé pelo Secretário-Geral do Sínodo dos Bispos, Cardeal Lorenzo Baldisseri, e pelo Arcebispo de Viena (Áustria), Cardeal Christoph Schönborn.
Também participa da coletiva um casal italiano de professores, docentes de Filosofia: Professor Francesco Miano, que leciona na Universidade de Roma Tor Vergata e a Professora Giuseppina De Simone, da Faculdade Teológica de Nápoles.
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terça-feira, 5 de abril de 2016
FESTA DA DIVINA MISERICÓRDIA
Nas missas de domingo, 03 de abril, celebramos a Festa da Divina Misericórdia.
São João Paulo II beatificou e canonizou, no ano 2000, sua conterrânea Santa Faustina Kowalska, uma santa religiosa que recebeu visões e revelações de Nosso Senhor a respeito da Divina Misericórdia. Em seu famoso diário, Santa Faustina relata o momento em que Jesus lhe pediu a instituição da festa da Sua Misericórdia:
"A Minha imagem já está na tua alma. Eu desejo que haja a Festa da Misericórdia. Quero que essa Imagem, que pintarás com o pincel, seja benzida solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa, e esse domingo deve ser a Festa da Misericórdia."
Atendendo ao apelo do próprio Jesus pelas palavras de Santa Faustina, João Paulo II estabeleceu o segundo domingo da Páscoa – tradicionalmente conhecido como Dominica in Albis – como a festa da Divina Misericórdia. E, este ano, ele mesmo será canonizado por ocasião da festa que instituiu.
Mas, o que é verdadeiramente a misericórdia de Deus? Qual a teologia que está por trás dessa bela festa da Igreja?
O padre Reginald Garrigou-Lagrange, ao explicar por que "Mãe de misericórdia é um dos maiores títulos de Maria", distingue a "misericórdia, que é uma virtude da vontade, e a piedade sensível, que não passa de uma louvável inclinação da sensibilidade". Esta última – que "nos leva a nos compadecer dos sofrimentos do próximo, como se nós o sentíssemos em nós mesmos" – é própria apenas dos seres humanos, não de Deus, "já que [Ele] é um espírito puro" [2]. Nas palavras de Santo Tomás de Aquino, "não é próprio de Deus contristar-se com a miséria de outrem" [3]. Mas, é própria de Deus a misericórdia, que é fundada na vontade. Ao dirigir-se às criaturas, Ele sempre as ama misericordiosamente.
Em nenhuma outra obra divina essa realidade é mais palpável que na Redenção. O homem, que já era um nada diante de Deus pela simples condição de criatura, após o pecado, ficou, por assim dizer, "abaixo do nada". E foi por este homem que o próprio Deus se encarnou e manifestou a Sua misericórdia.
Quanto à questão se a Encarnação teria acontecido, mesmo que o homem não tivesse pecado, alguns teólogos escolásticos – como Duns Escoto – são da posição afirmativa: ainda se o homem não tivesse pecado, Deus teria se encarnado. O Aquinate, ao contrário, responde deste modo:
"As obras puramente voluntárias de Deus, sem haver nenhum débito para com a criatura, nós não as podemos conhecer, senão enquanto manifestadas pela Sagrada Escritura, que nos torna conhecida a vontade divina. Ora, como a Sagrada Escritura, sempre dá como razão à Encarnação o pecado do primeiro homem, mais convenientemente se diz que a obra da Encarnação foi ordenada por Deus como remédio do pecado, de modo que, se o pecado não existisse, a Encarnação não teria lugar. Embora por aí não fique limitado o poder de Deus; pois, Deus teria podido encarnar-se mesmo sem ter existido o pecado."
Tomás destaca que a Encarnação é um ato da soberana liberdade de Deus. Quando Ele decidiu encarnar-Se, em seu plano de amor, fê-lo como realidade que pressupunha a queda do homem. Não se deve ficar construindo hipóteses, como se Deus pudesse caber em raciocínios humanos, nem limitar o poder de Deus, que "teria podido encarnar-se mesmo sem ter existido o pecado".
Então, a misericórdia infinita de Deus se mostra eminentemente na Redenção. Por isto é coerente dizer que do peito aberto de Jesus, trespassado pela lança, brotam os rios "da misericórdia divina" – a água e o sangue [5]: porque, de fato, é na Redenção que Ele manifesta de modo mais elevado a Sua misericórdia. Muito mais que na Criação, a propósito. Nesta, Deus faz as criaturas do nada; naquela, porém, Ele faz muito mais: transforma um réprobo, uma pessoa que merecia o inferno, em um salvo, em um eleito.
"De dois modos podemos dizer que uma obra é grande. – Quanto ao modo de agir e então a maior obra é a da criação, em que o ser foi feito do nada. – Ou quanto à grandeza da obra. E neste sentido maior obra é a justificação do ímpio, que termina pelo bem eterno da participação divina, do que a criação do céu e da terra, que termina no bem da natureza mutável. Por isso, Agostinho, depois de ter dito, que maior obra é fazer do ímpio um justo, que criar o céu e a terra, acrescenta: O céu e a terra passarão; porém a salvação e a justificação dos predestinados permanecerão."
Mas, pergunta-se, como é possível conciliar a misericórdia de Deus com a Sua justiça? Garrigou-Lagrange, ao falar desses dois atributos divinos, escreve que, se a justiça é um "galho" da árvore do amor de Deus, esta árvore não é senão a sua misericórdia e a sua bondade, sempre desejosa de comunicar-se aos homens e "irradiar-se". Em outras palavras, a justiça divina sempre se manifesta na vida dos homens como demonstração de Seu amor e de Sua misericórdia. Quando somos acometidos por doenças e sofrimentos, podemos certamente dizer que elas não passam de "penas medicinais", "remédios de Deus", a fim de que nos convertamos e nos voltemos a Ele. Em meio às cruzes deste "vale de lágrimas", urge que enxerguemos, em nossas vidas, a ação onipotente de Deus, que é capaz de tirar o bem do mal – e verdadeiramente o faz.
Entretanto, quando Deus nos perdoa e não nos pune por nossos pecados, não está, de certo modo, cometendo uma "injustiça"? Segundo Tomás, não:
"Deus age misericordiosamente, quando faz alguma coisa não em contrário, mas, além da sua justiça. Assim, quem desse duzentos dinheiros ao credor, ao qual só deve cem, não pecaria contra a justiça, mas agiria liberal ou misericordiosamente. O mesmo se daria com quem perdoasse a injúria, que lhe foi feita; pois, quem perdoa, de certo modo dá; e por isso o Apóstolo chama ao perdão, doação (Ef 4, 32): Perdoai-vos uns aos outros como também Cristo vos perdoou. Donde resulta que, longe de suprimir a justiça, a misericórdia é a plenitude dela. Donde, o dizer a Escritura (Tg 2, 13): A misericórdia triunfa sobre o justo."
O perdão misericordioso concedido aos pecadores não está "abaixo" da justiça – como que a contrariando –, mas "além" dela. Em Deus, não existe "justiça comutativa" – dar a alguém aquilo que se lhe deve –, já que Ele não deve nada a ninguém. O que há é a "justiça distributiva", em que Ele distribui seus dons aos homens, dons que não lhes eram devidos; obras, portanto, de Sua misericórdia.
Pergunta-se, ainda, como conciliar a misericórdia divina com a existência do inferno. Para resolver esse problema, é preciso entender que o inferno existe não por uma deficiência do amor de Deus – que é, por essência, infinito –, mas por um abuso da liberdade humana. Quando um católico, por exemplo, que recebeu a graça de ser incorporado à Igreja, ter acesso aos Sacramentos, à vida dos santos e à Palavra de Deus, se fecha aos apelos do céu e endurece o seu coração, está vivendo uma realidade chamada "remorso". O remorso, longe de ser uma dor pela ofensa cometida contra Deus, é um "remordimento" de si mesmo, como um animal que se põe a lamber as próprias feridas. Nessa atitude, percebe-se uma rebelião contra Deus, uma atitude de orgulho que impede que a misericórdia divina aja efetivamente sobre a alma. Por isso, é necessário sempre pedir a Deus a graça do verdadeiro arrependimento de nossos pecados.
Quem não chegou ao conhecimento do Evangelho deve acolher os apelos de Deus em sua consciência para que se salve por caminhos que só Ele conhece. No caso de um católico, todavia, privilegiado por estar na Santa Igreja, desprezar o grande dom dos Sacramentos – sobretudo, o da Confissão e o da Eucaristia – seria uma grande ingratidão. "A quem muito se deu, muito se exigirá. Quanto mais se confiar a alguém, dele mais se há de exigir" [9], diz Nosso Senhor. Eis o coração da festa da Divina Misericórdia: como alguém, incorporado ao Corpo Místico de Cristo e consciente do amor infinito que Jesus manifestou por si na Cruz, pode deixar de corresponder a essa atitude, devolvendo com amor a um Deus tão bondoso?
A tal ponto chegou a bondade de Deus que, não se contentando em compadecer-Se e encarnar-Se para nos salvar, quis deixar-nos o precioso dom da Eucaristia, a fim de que, comungando quotidianamente de Seu próprio Corpo e Sangue, nos santificássemos. Então, como Ele nos deu tanto, devemos respondê-Lo com muito, ao invés de presumirmos de nossa salvação e afundarmo-nos no pecado. Diz Nosso Senhor a Santa Faustina: "A falta de confiança das almas dilacera-Me as entranhas. Dói-Me ainda mais a desconfiança da alma escolhida. Apesar do Meu amor inesgotável, não acreditam em Mim, mesmo a Minha morte não lhes é suficiente. Ai da alma que deles abusar!".
Ora, não se disse, no começo do programa, com o Aquinate, que "não é próprio de Deus contristar-se"? Como, então, entender a mensagem de Jesus, que diz sentir dilaceradas as Suas entranhas pela "falta de confiança das almas"? Que se entenda: Nosso Senhor verdadeiramente sofreu, ao encarnar-Se e experimentar a Paixão. Mas, considerando que agora está no Céu, em corpo glorioso, e não pode mais sentir dor, dizer que Deus "se entristece" ou "sente dor" não é nada mais que um recurso metafórico e pedagógico para fazer as pessoas compreenderem o quanto Ele ama os homens. Não se pode atribuir paixões a Deus: Ele realmente nos amou, nos ama e nos amará eternamente, porque não revoga seus decretos de amor. Entretanto, a dor propriamente dita só aconteceu no coração humano de Cristo em seu suplício terreno.
Por isso, a festa da Divina Misericórdia e a devoção a Jesus misericordioso são uma forma de renovar a tradicional devoção ao Sagrado Coração de Jesus; de celebrar o coração humano de Cristo que amou a Deus infinitamente e fez-Se vítima para salvar a humanidade.
ENTIDADES ASSINAM CONCLAMAÇÃO DIRIGIDA AO POVO BRASILEIRO
Entidades conclamam sociedade brasileira para busca de soluções pacíficas para a crise
Durante evento de assinatura da Conclamação ao Povo Brasileiro, iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizada nesta sexta-feira, 1º, com participação do Ministério da Justiça, da Procuradoria Federal dos Direitos dos Cidadãos e do Instituto dos Advogados Brasileiros, o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da Conferência, dom Leonardo Ulrich Steiner, ressaltou a necessidade de diálogo nas diferenças de pensamento e de respeito à pessoa humana. “Para nós que temos o Evangelho como livro de vida, cada pessoa humana é um filho e uma filha de Deus. E ninguém pode agredir um filho e uma filha de Deus, seja por meio da palavra ou de uma agressão física”, declarou.
Dom Leonardo Steiner disse que a CNBB tomou a iniciativa de buscar instituições e pessoas que ajudem na manifestação contrária à violência, que está presente em um momento, considerado pelo prelado, “fecundo da democracia”.
O documento, divulgado na manhã desta terça-feira, conclama “todos os cidadãos e cidadãs, comunidades, partidos políticos e entidades da sociedade civil organizada, a fazer sua parte e cooperar para este mesmo fim, adotando, em suas manifestações, a busca permanente de soluções pacíficas e o repúdio a qualquer forma de violência, convictos de que a força das ideias, na história da humanidade, sempre foi mais bem sucedida do que as ideias de força”.
“Temos voltado a discutir questões importantes do nosso Brasil, questões constitucionais, a importância dos partidos e da política. Nós temos visto manifestações de rua, o que pode contribuir muito para a democracia brasileira, mas todas essas manifestações, às vezes, vêm junto com uma determinada violência que nós não gostaríamos que impedisse a democracia brasileira, a nossa jovem democracia brasileira”, disse o bispo.
A iniciativa da CNBB, segundo dom Leonardo, pretende apontar a necessidade do diálogo, da convivência fraterna, de discussões realmente frutíferas. "Que as diferenças sejam colocadas sobre a mesa para o bem do Brasil e não haja, através de palavras e outros meios, uma agressão que a gente sente um pouco crescente”, acrescentou.
As diferenças, na avaliação de dom Leonardo, são “salutares e necessárias”. “Há sempre necessidade de oposição, mas ela jamais pode ser violenta, jamais pode ser uma agressão à pessoa humana, porque a pessoa humana tem uma dignidade incalculável”, afirmou, lembrando da filiação humana a Deus.
Alteridade
O ministro da Justiça, Eugênio Aragão, destacou em sua fala a existência da democracia com o princípio de alteridade. “Isso significa que nós consideramos os nossos interlocutores tão legitimados quanto nós ao tratar o próximo do mesmo jeito que gostaríamos de ser tratados e fazer disso, como disse Kant, uma regra universal de ética”, explicou. Aragão demonstrou preocupação com o momento em que o país se encontra, com “sentimentos de raiva, às vezes ódio que afloram por conta da divergência política, e não só política, mas também por conta da intolerância a respeito de opções que as pessoas fazem para suas vidas”. O ministro afirmou que a divergência não pode fazer de ninguém inimigo, mas é legítima e necessária numa sociedade plural.
Redes Sociais
O procurador federal dos Direitos dos Cidadãos, Aurélio Veiga dos Rios, ressaltou a luta contra os diversos tipos de intolerância realizada pela Procuradoria. Aurélio salientou que o ato não tem nenhum cunho partidário, governista ou anti-governista. “Estamos aqui, todos irmanados, seja governo, sejam eventuais representantes da oposição, dos advogados, do Ministério Público, enfim, das pessoas em geral, para fazer um alerta sobre os perigos da intolerância, de não aceitarmos apenas atos de vandalismo, mas agressões físicas e morais, especialmente aquelas feitas pelas redes sociais”, declarou.
O procurador contou que tem se assustado com a quantidade de mensagens de ódio e de ressentimento que se passa dentro das redes na internet. “E ela não só atinge a questão política, as eventuais divergências, mas ela atinge, principalmente, categorias de pessoas e isso é absolutamente inaceitável”, afirmou Aurélio, que lembrou das reflexões do papa Francisco sobre o perdão e a necessidade de compreensão da alteridade.
Paz
O presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), Técio Lins e Silva, afirmou que a iniciativa da CNBB deve “possibilitar que o país, no momento de gravíssima crise, encontre caminhos para a pacificação nacional”. O advogado destacou como resumo da conclamação a paz, a tolerância e a compreensão.
Busca de apoios
De acordo com dom Leonardo Steiner, a CNBB continuará a procurar mais entidades para que se manifestem a respeito da “necessidade do respeito pela democracia, mas também o respeito nas discussões que a política exige e pede”.
O bispo lembrou do encontro com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, na última terça-feira, 29 de março, quando expressou a preocupação da Conferência com o momento político e social que o país enfrenta, com “cenário de crescente intolerância se instalando no país, com evidências de maior risco à liberdade de expressão e manifestação”. Naquela ocasião, o secretário geral da CNBB adiantou a necessidade do empenho das instituições e autoridades do país em medidas que levem à promoção da paz social e evitem a produção de conflitos”.
Conclamação ao Povo Brasileiro
Reunidos, por iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB,-
Ministério da Justiça,
Ministério Público Federal,
Instituto dos Advogados Brasileiros,
Considerando as graves dificuldades institucionais, econômicas e sociais da atual conjuntura nacional, que geram inquietação e incertezas quanto ao futuro;
Considerando que nenhuma crise, por mais séria que seja, pode ter adequada solução fora dos cânones constitucionais e legais em decorrência do primado do Direito;
Considerando que as divergências naturais, numa sociedade plural, não devem ser resolvidas, senão preservando-se o respeito mútuo, em virtude da dignidade da pessoa humana;
Considerando que, em disputas políticas, necessariamente haverá aqueles que obtêm sucesso e aqueles que não alcançam seus objetivos;
Considerando que, nestes casos, o êxito não pode significar o aniquilamento do opositor, nem o insucesso pode autorizar a desqualificação do procedimento;
Considerando que, sejam quais forem os grupos políticos, suas convicções e valores não devem ser colocados acima dos interesses gerais do bem comum do Estado, que tem o dever de priorizar os grupos mais vulneráveis da população;
Considerando, por fim, que às entidades subscritas cabe desenvolver o seu mais ingente esforço para assegurar a prevalência das garantias constitucionais, norteadas por nossa Carta Cidadã de 1988 no artigo 3º:
Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I. construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II. garantir o desenvolvimento nacional;
III. erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV. promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Conclamam todos os cidadãos e cidadãs, comunidades, partidos políticos e entidades da sociedade civil organizada, a fazer sua parte e cooperar para este mesmo fim, adotando, em suas manifestações, a busca permanente de soluções pacíficas e o repúdio a qualquer forma de violência, convictos de que a força das ideias, na história da humanidade, sempre foi mais bem sucedida do que as ideias de força.
Se assim o fizermos, a História celebrará a maturidade, o equilíbrio e a racionalidade de nossa geração que terá sabido evitar a conflagração, que somente divide e não constrói, fazendo emergir dos presentes desafios, ainda mais fortalecidas, as Instituições, a República e a Democracia.
Brasília, 31 de março de 2016
Dom Leonardo Ulrich Steiner
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
Dr. Eugênio Aragão
Ministério da Justiça
Dr. Aurélio Veiga dos Rios
Ministério Público Federal
Dr. Técio Lins e Silva
Instituto dos Advogados Brasileiros
segunda-feira, 4 de abril de 2016
ANUNCIAÇÃO DO SENHOR
Com alegria contemplamos o mistério do Deus Todo-Poderoso, que na origem do mundo cria todas as coisas com sua Palavra
Neste dia, a Igreja festeja solenemente o anúncio da Encarnação do Filho de Deus. O tema central desta grande festa é o Verbo Divino que assume nossa natureza humana, sujeitando-se ao tempo e espaço.
Hoje é o dia em que a eternidade entra no tempo ou, como afirmou o Papa São Leão Magno: “A humildade foi assumida pela majestade; a fraqueza, pela força; a mortalidade, pela eternidade.”
Com alegria contemplamos o mistério do Deus Todo-Poderoso, que na origem do mundo cria todas as coisas com sua Palavra, porém, desta vez escolhe depender da Palavra de um frágil ser humano, a Virgem Maria, para poder realizar a Encarnação do Filho Redentor:
“No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem e disse-lhe: ‘Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo.’ Não temas , Maria, conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Maria perguntou ao anjo: ‘Como se fará isso, pois não conheço homem?’ Respondeu-lhe o anjo:’ O Espírito Santo descerá sobre ti. Então disse Maria: ‘Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tu palavra’” (cf. Lc 1,26-38).
Sendo assim, hoje é o dia de proclamarmos: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14a). E fazermos memória do início oficial da Redenção de TODOS, devido à plenitude dos tempos. É o momento histórico, em que o SIM do Filho ao Pai precedeu o da Mãe: “Então eu disse: Eis que venho (porque é de mim que está escrito no rolo do livro), venho, ó Deus, para fazer a tua vontade” (Hb 10,7). Mas não suprimiu o necessário SIM humano da Virgem Santíssima.
Cumprindo desta maneira a profecia de Isaías: “Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco” (Is 7,14). Por isso rezemos com toda a Igreja:
“Ó Deus, quisestes que vosso Verbo se fizesse homem no seio da Virgem Maria; dai-nos participar da divindade do nosso Redentor, que proclamamos verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Por nosso Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo”.
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