sábado, 17 de agosto de 2013

MENSAGEM AOS RELIGIOSOS

A Igreja celebra amanhã, o dia dos religiosos. 
Queremos apresentar os nossos agradecimentos aos religiosos, e de modo particular, aos Joseleitos de Cristo, pela dedicação e testemunho em favor do Reino. 


Alguns Joseleitos

Uma reflexão sobre os religiosos: 

Amado, amada de Deus, Irmão e Irmã de Vida Consagrada,

TENHO SEDE!

O Papa João Paulo II definiu a Vida Consagrada como: “uma vida profundamente arraigada nos exemplos e ensinamentos de Nosso Senhor. Ela é um dom de Deus para a sua Igreja, por meio do Espírito Santo. A profissão dos conselhos evangélicos, característica da Vida Consagrada, faz com que os traços de Jesus pobre, casto, obediente, adquiram especial visibilidade no meio do mundo. A vivência dos conselhos evangélicos atrai o olhar dos fiéis para o mistério do Reino de Deus atuante na história com a sua plena realização no fim dos tempos”.  (Exortação Apostólica pós sinodal –“VIDA CONSECRATA” – 1996 - João Paulo II – nº 1)
A Vida Consagrada é um caminho de especial seguimento de Cristo. É um deixar tudo para estar com Cristo e colocar-se com Ele ao serviço de Deus e dos irmãos. É entrega total ao Senhor da vida, é acolhimento total de Cristo na própria vida e na vida da Igreja. O consagrado, a consagrada faz de Cristo o sentido total da própria vida; preocupa-se em reproduzir, na medida do possível, “aquela forma de vida que o Filho de Deus assumiu ao entrar no mundo” (LG 44). Às pessoas de vida consagrada Cristo pede uma adesão total, que implica o abandono de tudo, para viver na intimidade com Ele e segui-Lo para onde quer que Ele vá.
O documento de Aparecida ensina que: “Num continente onde se manifestam sérias tendências de secularização, também na vida consagrada, os religiosos são chamados a dar testemunho da absoluta primazia de Deus e de seu Reino. A vida consagrada se converte em testemunha do Deus da vida em uma realidade que relativiza seu valor (obediência), é testemunha de liberdade frente ao mercado e às riquezas que valorizam as pessoas pelo ter (pobreza), e é testemunha de uma entrega no amor radical e livre a Deus e à humanidade frente à erotização e banalização das relações (castidade) (DA nº 219)
Hoje a sociedade questiona a vida religiosa, principalmente através de duas perguntas: POR QUE SE CONSAGRAR? PARA QUE SE CONSAGRAR? Só há uma resposta à primeira pergunta: é por amor a Jesus, aquele sobre o qual repousa o Espírito do Pai; aquele em quem devemos manter os olhos fixos, pois, é Ele o autor e consumador de nossa fé; aquele que anuncia a verdade e denuncia a mentira e a injustiça sem desânimo, sem desfalecer, sem medo; aquele em quem devemos nos espelhar e seguir, olhando para seu exemplo de humildade, de perseverança, de obstinação, para assim, cumprir a missão que é dele e nossa, ou seja, guiados pela mão do Pai, ser um sinal da aliança de Deus com a humanidade, ser luz para os cegos que vivem nas trevas da ambição, do orgulho, da ignorância e do pecado e ser instrumento de libertação para os que vivem prisioneiros das injustiças humanas. Já temos assim a resposta à segunda pergunta: o para quê se consagrar? Para amar a Jesus e as pessoas a quem os consagrados são chamados a servir com humildade, característica de João Batista, o precursor que veio preparar os caminhos do Senhor. Como João Batista, o religioso é chamado a testemunhar que não é o Cristo, mas sim servo de Cristo e servidor do Reino de justiça, fraternidade e amor, cuja semente Jesus plantou na face da terra há 2000 anos.
 Para melhor servir o povo de Deus com dedicação total, os religiosos assumem o compromisso de viver a castidade, pobreza e obediência, por livre vontade, reconhecendo que o único protagonista deste acontecimento é o Senhor, pois, estes votos somente ganham sentido se forem assumidos por amor a Jesus e por amor ao povo de Deus. Hoje, tem sentido profundo viver a castidade, a pobreza e a obediência, como denúncia contra a idolatria do corpo e do prazer, a idolatria do dinheiro e dos bens materiais e a idolatria do poder. Eis aí a beleza dos votos e da caminhada que os consagrados ou consagradas fazem, não atrás e nem à frente, mas ao lado do povo.
Quando renovam os seus votos, o fazem para, unidos a Cristo de modo mais concreto, ser instrumento de luz no meio das trevas que dominam a vida e o mundo. Uma civilização de morte se impõe sobre a sede de viver e de ser 
feliz. A injustiça impera, aumentando o fosso entre aqueles que possuem muito e os que nada possuem. Os direitos dos cidadãos são lesados, a dignidade ofendida. A violência tomou conta da cidade e do campo. O aborto é legislado, as crianças abandonadas, os jovens dominados pelas drogas. A discriminação e o preconceito separam os irmãos dos irmãos, fazendo-os inimigos entre si. A poluição degrada o meio ambiente. A corrupção impregna as instituições e destrói a ética.
Neste contexto sombrio que gera insegurança e medo, os cristãos e de um modo todo especial, os consagrados, as consagradas são chamados a serem os profetas da luz, os missionários da vida, semeadores do bem, os artífices da paz.

                O santo padre Bento XVI tem sempre lembrado aos consagrados que o mundo tem necessidade de Deus, mas não de um Deus qualquer, mas do Deus de Jesus Cristo, do Deus que se fez carne e sangue, que nos amou a ponto de morrer por nós, que ressuscitou e criou em si mesmo um espaço para o homem. Este Deus deve viver em nós, e nós nele. Esta é a nossa vocação. Somente assim o nosso agir produzirá frutos e frutos que permaneçam.
                Hoje, contemplando o mistério do crucificado, os consagrados acampam entre os empobrecidos, excluídos, injustiçados, negados pela história e pela sua inserção. Proclamam a inclusão de todas as culturas, etnias, crenças e classes sociais. Resgatam o rosto de Deus pobre e proclamam que sua misericórdia é infinita.
Por isto, e muito mais, amado, amada de Deus, vocês merecem todo o nosso apoio, admiração, homenagem e oração, neste dia a vocês dedicado.

Aceitem, portanto, da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, o nosso abraço, cheio de ternura e amor. Que neste dia, do nascente ao poente, todos os raios do sol, todos os pingos de chuva, todas as luzes da lua e das estrelas, todas as vozes, todas as mãos, todas as flores dos jardins, irradiem, reguem, iluminem, proclamem, aplaudam, enfeitem e perfumem este dia, em homenagem a vocês.

Parabéns!

Um bom dia e fiquem com Deus!


                       

   Dom Pedro Brito Guimarães




Padre José Gumercindo (fundador dos Joseleitos)