A Igreja celebra amanhã, o dia dos religiosos.
Queremos apresentar os nossos agradecimentos aos religiosos, e de modo particular, aos Joseleitos de Cristo, pela dedicação e testemunho em favor do Reino.
Alguns Joseleitos
Uma reflexão sobre os religiosos:
Amado, amada de Deus, Irmão e Irmã de Vida Consagrada,
TENHO SEDE!
O Papa João Paulo II definiu a Vida Consagrada como: “uma
vida profundamente arraigada nos exemplos e ensinamentos de Nosso Senhor. Ela é
um dom de Deus para a sua Igreja, por meio do Espírito Santo. A profissão dos
conselhos evangélicos, característica da Vida Consagrada, faz com que os traços
de Jesus pobre, casto, obediente, adquiram especial visibilidade no meio do
mundo. A vivência dos conselhos evangélicos atrai o olhar dos fiéis para o
mistério do Reino de Deus atuante na história com a sua plena realização no fim
dos tempos”. (Exortação Apostólica pós
sinodal –“VIDA CONSECRATA” – 1996 - João Paulo II – nº 1)
A Vida Consagrada é um caminho de especial seguimento de
Cristo. É um deixar tudo para estar com Cristo e colocar-se com Ele ao serviço
de Deus e dos irmãos. É entrega total ao Senhor da vida, é acolhimento total de
Cristo na própria vida e na vida da Igreja. O consagrado, a consagrada faz de
Cristo o sentido total da própria vida; preocupa-se em reproduzir, na medida do
possível, “aquela forma de vida que o Filho de Deus assumiu ao entrar no mundo”
(LG 44). Às pessoas de vida consagrada Cristo pede uma adesão total, que
implica o abandono de tudo, para viver na intimidade com Ele e segui-Lo para
onde quer que Ele vá.
O documento de Aparecida ensina que: “Num continente onde se
manifestam sérias tendências de secularização, também na vida consagrada, os
religiosos são chamados a dar testemunho da absoluta primazia de Deus e de seu
Reino. A vida consagrada se converte em testemunha do Deus da vida em uma
realidade que relativiza seu valor (obediência), é testemunha de liberdade
frente ao mercado e às riquezas que valorizam as pessoas pelo ter (pobreza), e
é testemunha de uma entrega no amor radical e livre a Deus e à humanidade
frente à erotização e banalização das relações (castidade) (DA nº 219)
Hoje a sociedade questiona a vida religiosa, principalmente
através de duas perguntas: POR QUE SE CONSAGRAR? PARA QUE SE CONSAGRAR? Só há
uma resposta à primeira pergunta: é por amor a Jesus, aquele sobre o qual
repousa o Espírito do Pai; aquele em quem devemos manter os olhos fixos, pois,
é Ele o autor e consumador de nossa fé; aquele que anuncia a verdade e denuncia
a mentira e a injustiça sem desânimo, sem desfalecer, sem medo; aquele em quem
devemos nos espelhar e seguir, olhando para seu exemplo de humildade, de
perseverança, de obstinação, para assim, cumprir a missão que é dele e nossa,
ou seja, guiados pela mão do Pai, ser um sinal da aliança de Deus com a humanidade,
ser luz para os cegos que vivem nas trevas da ambição, do orgulho, da
ignorância e do pecado e ser instrumento de libertação para os que vivem
prisioneiros das injustiças humanas. Já temos assim a resposta à segunda pergunta:
o para quê se consagrar? Para amar a Jesus e as pessoas a quem os consagrados
são chamados a servir com humildade, característica de João Batista, o
precursor que veio preparar os caminhos do Senhor. Como João Batista, o
religioso é chamado a testemunhar que não é o Cristo, mas sim servo de Cristo e
servidor do Reino de justiça, fraternidade e amor, cuja semente Jesus plantou
na face da terra há 2000 anos.
Para melhor servir o
povo de Deus com dedicação total, os religiosos assumem o compromisso de viver
a castidade, pobreza e obediência, por livre vontade, reconhecendo que o único
protagonista deste acontecimento é o Senhor, pois, estes votos somente ganham
sentido se forem assumidos por amor a Jesus e por amor ao povo de Deus. Hoje,
tem sentido profundo viver a castidade, a pobreza e a obediência, como denúncia
contra a idolatria do corpo e do prazer, a idolatria do dinheiro e dos bens
materiais e a idolatria do poder. Eis aí a beleza dos votos e da caminhada que
os consagrados ou consagradas fazem, não atrás e nem à frente, mas ao lado do
povo.
Quando renovam os seus votos, o fazem para, unidos a Cristo
de modo mais concreto, ser instrumento de luz no meio das trevas que dominam a
vida e o mundo. Uma civilização de morte se impõe sobre a sede de viver e de
ser
feliz. A injustiça impera, aumentando o fosso entre aqueles que possuem
muito e os que nada possuem. Os direitos dos cidadãos são lesados, a dignidade
ofendida. A violência tomou conta da cidade e do campo. O aborto é legislado,
as crianças abandonadas, os jovens dominados pelas drogas. A discriminação e o
preconceito separam os irmãos dos irmãos, fazendo-os inimigos entre si. A
poluição degrada o meio ambiente. A corrupção impregna as instituições e
destrói a ética.
Neste contexto sombrio que gera insegurança e medo, os cristãos
e de um modo todo especial, os consagrados, as consagradas são chamados a serem
os profetas da luz, os missionários da vida, semeadores do bem, os artífices da
paz.
O santo
padre Bento XVI tem sempre lembrado aos consagrados que o mundo tem necessidade
de Deus, mas não de um Deus qualquer, mas do Deus de Jesus Cristo, do Deus que
se fez carne e sangue, que nos amou a ponto de morrer por nós, que ressuscitou
e criou em si mesmo um espaço para o homem. Este Deus deve viver em nós, e nós
nele. Esta é a nossa vocação. Somente assim o nosso agir produzirá frutos e
frutos que permaneçam.
Hoje,
contemplando o mistério do crucificado, os consagrados acampam entre os
empobrecidos, excluídos, injustiçados, negados pela história e pela sua
inserção. Proclamam a inclusão de todas as culturas, etnias, crenças e classes
sociais. Resgatam o rosto de Deus pobre e proclamam que sua misericórdia é
infinita.
Por isto, e muito mais, amado, amada de Deus, vocês merecem
todo o nosso apoio, admiração, homenagem e oração, neste dia a vocês dedicado.
Parabéns!
Um bom dia e fiquem com Deus!
Dom Pedro Brito Guimarães
Padre José Gumercindo (fundador dos Joseleitos)