terça-feira, 5 de agosto de 2014

IDE E ANUNCIAI

Dom Canísio Klaus
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)


Contrariando a concepção popular de que “agosto é o mês do desgosto”, a Igreja no Brasil propõe o mês de agosto como o mês das vocações. A sugestão é de que em cada final de semana se celebre uma vocação específica e de que ao longo do mês se façam orações e reflexões, acompanhadas de ações que criem um ambiente favorável para acolher o chamado que Deus faz a cada um dos seus filhos.

O coração do mês é a Semana Nacional da Família, celebrada nos dias 10 a 16 de agosto. Isso porque, na concepção das lideranças da Igreja Católica, a família é a base de todas as vocações. Na medida em que as famílias viverem a fé cristã, a voz de Deus será escutada e encontrará eco. São as famílias que levam os filhos até a pia batismal e propiciam espaço para o encontro com Deus, através da oração. É na família que a pessoa compreende a profundidade do amor a Deus e o significado do amor ao próximo. É aí que se aprende a servir e partilhar.
Junto com a vocação à vida de família está a vocação aos diversos ministérios leigos. Muitas das pessoas que abraçam a vocação matrimonial também são chamadas a exercerem serviços específicos na comunidade. Entre estes serviços destacamos a catequese, a liturgia e o serviço da caridade. Animados pela vocação fundamental de todos os cristãos que é o batismo, os leigos são sal da terra e luz do mundo em meio às organizações da sociedade e às realidades mundanas, vivendo e testemunhando aí a sua missão de batizados.
Como cristãos, professamos a convicção de que Deus, em seu infinito desígnio, não chama a todas as pessoas para a vida familiar. A algumas, ele reserva outra missão. Por vezes, esta missão é a de serem cristãos leigos que vivem como solteiros no mundo. Outras vezes, é a de serem pessoas consagradas que se unem em comunidades para testemunharem os valores do Reino de Deus a partir da vida religiosa. Outras vezes ainda, é a de serem sacerdotes para consagrarem suas vidas a Deus e aos irmãos através do anúncio do Evangelho de Jesus Cristo. E é justamente com a vocação sacerdotal que se iniciam as celebrações do mês de agosto.

Para subsistir, a Igreja necessita dos sacerdotes que fazem o papel de Jesus Cristo Bom Pastor, indicando o caminho a ser seguido e animando os fiéis através da celebração dos sacramentos da Eucaristia e da Reconciliação. Conforme expressão consagrada por Dom Cláudio Hummes, “a Igreja caminha com os pés dos sacerdotes”. Porém, é no trabalho conjunto de todos que a Igreja ganha forma e se firma como a continuadora da obra evangelizadora de Jesus Cristo. Por isso, enquanto cumprimentamos os padres pelo sim que deram ao chamado do Mestre, peçamos a Deus a graça de termos muitas pessoas que aceitam o convite para servi-lo “como apóstolos leigos, como sacerdotes, como religiosos e religiosas, para o bem do Povo de Deus e de toda a humanidade. Amém”.