quarta-feira, 30 de setembro de 2015

SÃO JERÔNIMO, ROGAI POR NÓS!



Neste último dia do mês da Bíblia, celebramos a memória do grande “tradutor e exegeta das Sagradas Escrituras”: São Jerônimo, presbítero e doutor da Igreja. Ele nasceu na Dalmácia em 340, e ficou conhecido como escritor, filósofo, teólogo, retórico, gramático, dialético, historiador, exegeta e doutor da Igreja. É de São Jerônimo a célebre frase: “Ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo”.

Com posse da herança dos pais, foi realizar sua vocação de ardoroso estudioso em Roma. Estando na “Cidade Eterna”, Jerônimo aproveitou para visitar as Catacumbas, onde contemplava as capelas e se esforçava para decifrar os escritos nos túmulos dos mártires. Nessa cidade, ele teve um sonho que foi determinante para sua conversão: neste sonho, ele se apresentava como cristão e era repreendido pelo próprio Cristo por estar faltando com a verdade (pois ainda não havia abraçado as Sagradas Escrituras, mas somente escritos pagãos). No fim da permanência em Roma, ele foi batizado.

Após isso, iniciou os estudos teológicos e decidiu lançar-se numa peregrinação à Terra Santa, mas uma prolongada doença obrigou-o a permanecer em Antioquia. Enfastiado do mundo e desejoso de quietude e penitência, retirou-se para o deserto de Cálcida, com o propósito de seguir na vida eremítica. Ordenado sacerdote em 379, retirou-se para estudar, a fim de responder com a ajuda da literatura às necessidades da época. Tendo estudado as línguas originais para melhor compreender as Escrituras, Jerônimo pôde, a pedido do Papa Dâmaso, traduzir com precisão a Bíblia para o latim (língua oficial da Igreja na época). Esta tradução recebeu o nome de Vulgata. Assim, com alegria, dedicação sem igual e prazer se empenhou para enriquecer a Igreja universal.

Saiu de Roma e foi viver definitivamente em Belém no ano de 386, onde permaneceu como monge penitente e estudioso, continuando as traduções bíblicas, até falecer em 420, aos 30 de setembro com, praticamente, 80 anos de idade. A Igreja declarou-o padroeiro de todos os que se dedicam ao estudo da Bíblia e fixou o “Dia da Bíblia” no mês do seu aniversário de morte, ou ainda, dia da posse da grande promessa bíblica: a Vida Eterna.

São Jerônimo, rogai por nós!


(cancaonova.com)

terça-feira, 29 de setembro de 2015

SÃO MIGUEL, SÃO GABRIEL E SÃO RAFAEL


Com alegria, comemoramos a festa de três Arcanjos neste dia: Miguel, Gabriel e Rafael. A Igreja Católica, guiada pelo Espírito Santo, herdou do Antigo Testamento a devoção a estes amigos, protetores e intercessores que do Céu vêm em nosso socorro pois, como São Paulo, vivemos num constante bom combate. A palavra “Arcanjo” significa “Anjo principal”. E a palavra“Anjo”, por sua vez, significa “mensageiro”.



São Miguel
O nome do Arcanjo Miguel possui um revelador significado em hebraico: “Quem como Deus”.Segundo a Bíblia, ele é um dos sete espíritos assistentes ao Trono do Altíssimo, portanto, um dos grandes príncipes do Céu e ministro de Deus. No Antigo Testamento o profeta Daniel chama São Miguel de príncipe protetor dos judeus, enquanto que, no Novo Testamento ele é o protetor dos filhos de Deus e de sua Igreja, já que até a segunda vinda do Senhor estaremos em luta espiritual contra os vencidos, que querem nos fazer perdedores também. “Houve então um combate no Céu: Miguel e seus anjos combateram contra o dragão. Também o dragão combateu, junto com seus anjos, mas não conseguiu vencer e não se encontrou mais lugar para eles no Céu”. (Apocalipse 12,7-8)

São Gabriel
O nome deste Arcanjo, citado duas vezes nas profecias de Daniel, significa “Força de Deus” ou “Deus é a minha proteção”. É muito conhecido devido a sua singular missão de mensageiro, uma vez que foi ele quem anunciou o nascimento de João Batista e, principalmente, anunciou o maior fato histórico: “No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré… O anjo veio à presença de Maria e disse-lhe: ‘Alegra-te, ó tu que tens o favor de Deus’…” a partir daí, São Lucas narra no primeiro capítulo do seu Evangelho como se deu a Encarnação.

São Rafael
Um dos sete espíritos que assistem ao Trono de Deus. Rafael aparece no Antigo Testamento no livro de Tobit. Este arcanjo de nome “Deus curou” ou “Medicina de Deus”, restituiu à vista do piedoso Tobit e nos demonstra que a sua presença, bem como a de Miguel e Gabriel, é discreta, porém, amiga e importante. “Tobias foi à procura de alguém que o pudesse acompanhar e conhecesse bem o caminho. Ao sair, encontrou o anjo Rafael, em pé diante dele, mas não suspeitou que fosse um anjo de Deus” (Tob 5,4).

São Miguel, São Gabriel e São Rafael, rogai por nós!

(cancaonova.com)

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

O EVANGELHO SEGUNDO JOÃO



Este Evangelho tem características muito próprias, que o distinguem dos Sinópticos. Mesmo quando refere idênticos acontecimentos, JOÃO apresenta perspectivas e pormenores diferentes dos Sinópticos. Não obstante, enquadra-se, como estes, no mesmo gênero literário de Evangelho e conserva a mesma estrutura fundamental e o mesmo caráter de proclamação da mensagem de Jesus.



Autor

A antiga tradição da igreja atribui o quarto evangelho a João “o discípulo a quem Jesus amava” (13.23; 19.26; 20.2; 21.7,20), que pertencia ao “círculo íntimo” dos seguidores de Jesus (Mt 17.1; Mc 13.3). De acordo com escritores cristãos do séc. I , João mudou-se para Éfeso, provavelmente durante a guerra Judaica de 66-70dC, onde continuou seu ministério.

Data

A mesma tradição que localiza João em Éfeso sugere que ele escreveu seu evangelho na última parte do séc. I. Na falta de provas substanciais do contrário, a maioria dos eruditos aceita esta tradição.

Conteúdo

Enquanto era bem provável que João conhecesse as narrativas dos outros três Evangelhos, ele escolheu não seguir a seqüência cronológica de eventos dos mesmos como uma ordem tópica. Nesse caso, eles podem ter usado as tradições literárias comuns e/ou orais. O esquema amplo é o mesmo, e alguns acontecimentos em particular do ministério de Jesus são comuns a todos os quatro livros. Algumas das diferenças distintas são: 1) Ao invés das parábolas familiares, João tem discursos extensos; 2) Em lugar dos muitos milagres e cura dos sinóticos, João usa sete milagres cuidadosamente escolhidos a dedo que servem como “sinais”; 3) O ministério de Jesus gira em torno das três festas da Páscoa, ao invés de uma, conforme citado nos Sinóticos; 4) Os ditos “Eu sou” são unicamente joaninos.

João divide o ministério de Jesus em duas partes distintas: os caps. 2-12 dão uma visão de seu ministério público, enquanto os caps. 13-21 relatam seu ministério privado aos seus discípulos. Em 1.1-18, denominado “prólogo”, João lida com as implicações teológicas da primeira vinda de Jesus. Ele mostra o estado preexistente de Jesus com Deus, sua divindade e essência, bem como sua encarnação.

Um Evangelho original

Alguns temas importantes dos Sinópticos não aparecem aqui: a infância de Jesus e as tentações, o sermão da montanha, o ensino em parábolas, as expulsões de demônios, a transfiguração, a instituição da Eucaristia… Por outro lado, só JOÃO apresenta as alegorias do bom pastor, da porta, do grão de trigo e da videira, o discurso do pão da vida, o da ceia e a oração sacerdotal, os episódios das bodas de Caná, da ressurreição de Lázaro e do lava-pés, os diálogos com Nicodemos e com a samaritana…
Ao contrário dos Sinópticos, em que toda a vida pública de Jesus se enquadra fundamentalmente na Galileia, numa única viagem a Jerusalém e na breve presença nesta cidade pela Páscoa da Paixão e Morte, no IV Evangelho Jesus atua, sobretudo na Judéia e em Jerusalém, onde se encontra pelo menos em três Páscoas diferentes (2,13; 6,4; 11,55; ver 5,1).

O vocabulário é reduzido, mas muito expressivo, de forte poder evocativo e profundo simbolismo, com muitas palavras-chave: verdade, luz, vida, amor, glória, mundo, julgamento, hora, testemunho, água, espírito, amar, conhecer, ver, ouvir, testemunhar, manifestar, dar, fazer, julgar…
Mas a grande originalidade de JOÃO são os discursos. Nos Sinópticos, estes são pequenas unidades literárias sistematizadas; aqui, longas unidades com um único tema (3,14-16; 4,26; 10,30; 14,6).

O estilo é muito característico, desenvolvendo as mesmas idéias de forma concêntrica e crescente. Assim, os temas da “Luz”: 1,4.5.9; 3,19-21; 8,12; 9; 11,9-10; 12,35-36.46; da “Vida”: 1,4; 3,15-16; 5,1-6,71 (desenvolvimento); 10,10.17-18.28; 11,25-26; 12,25.50; da “Hora”: 2,4; 5,25.28; 7,30; 8,20; 12,23.

Caráter dramático. Depois de tantos anos, Jesus continua a ser rejeitado pelo seu próprio povo (1,11) e os judeus cristãos a serem hostilizados pelos judeus incrédulos (9,22.34; 12,42; 16,2). O homem aceita a oferta divina e tem a vida eterna, ou a rejeita e sofre a condenação definitiva (3,36).
Apesar disso, todo o Evangelho respira serenidade e vai ao ponto de transformar as dúvidas em confissões de fé (4,19.25; 6,68-69), os escárnios em aclamações (19,3.14) e a infâmia da cruz num trono de glória (3,14; 8,28; 12,32). Para isso, o evangelista serve-se dos recursos literários da ironia (3,10; 4,12; 18,28), do mal-entendido (2,19.22; 3,3; 4,10.31-34; 6,41-42.51; 7,33-36; 8,21-22.31-33.51-53.56-58), das antíteses (luzes-treva, verdade-mentira, vida-morte, salvação-condenação, celeste-terreno) e das expressões com dois sentidos: do alto ou de novo (3,3), pneuma (3,8), no sentido de vento e espírito, erguer para significar crucificar e exaltar, ver no sentido físico e espiritual, água viva, etc..

Simbolismo, que pertence à própria estrutura deste Evangelho, organizado para revelar tudo o que nele se relata: milagres, diálogos e discursos. Assim, os milagres são chamados “sinais”, porque revelam a identidade de Jesus, a sua glória, o seu ser divino e o seu poder salvador, como pão (6), luz (9), vida e ressurreição (11), em ordem a crer nele; outras vezes são “obras do Pai”, mas que o Filho também faz (5,19-20.36).

Valor Histórico

Chamar “sinais” aos milagres é indicar que se trata de fatos significativos e não de meros símbolos. Com efeito, o próprio Jesus se proclama testemunha da verdade (18,37) e o texto apóia-se numa testemunha ocular. É um testemunho que não se confina a meros acontecimentos históricos, pois tem como objeto a fé na pessoa e na obra salvadora de Jesus; mas brota de acontecimentos vistos por essa testemunha (19,35; 20,8; 21,24).

Ao incluir alguns termos aramaicos e uma sintaxe semita, mostra que é um escrito ligado à primitiva tradição oral palestinense. Por outro lado, os muitos pormenores relativos às instituições judaicas, à cronologia e geografia, provam o rigor da informação, às vezes confirmada por descobertas arqueológicas. Sem as informações de JOÃO, não se poderiam entender corretamente os dados dos Sinópticos.
Se fosse apenas uma obra teológica, o autor não teria o cuidado constante de ligar o relato às condições reais da vida de Jesus. Uma contraprova do seu valor histórico: quando não possui dados certos, não inventa. Assim, no período anterior à Encarnação, fala da preexistência do Verbo, mas nada diz da sua vida no seio do Pai, como seria de esperar.

Cristo Revelado

O livro apresenta Jesus como ó único Filho gerado por Deus que se tornou carne. Para João, a humanidade de Jesus significava essencialmente uma missão dupla: 1) como o”Cordeiro de Deus (1.29), ele procurou a redenção da humanidade; 2) Através de sua vida e ministério, ele revelou o Pai. Cristo colocou-se coerentemente além de si mesmo perante o Pai que o havia enviado e a quem ele buscava glorificar. Na verdade, os próprios milagres que Jesus realizou como “sinais”, testemunham a missão divina do Filho de Deus.

O Espírito Santo em Ação

A designação do ES como “Confortador” ou “Consolador” (14.16) é exclusiva de João e significa literalmente. “alguém chamado ao lado”. Ele é “outro consolador”, isto é, alguém como Jesus, o que estendeu o ministério de Jesus até o final desta era. Seria um grave erro, entretanto, compreender o objetivo do Espírito apenas em termos daqueles em situações difíceis. Ao contrário, João demonstra que o papel do Espírito abrange cada faceta da vida. Em relação ao mundo exterior de Cristo, ele trabalha como o agente que convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo (16.8-11). A experiência de ser “nascido no Espírito” descreve o Novo Nascimento (3.6). Como, em essência, Deus é o Espírito, aqueles que o adoram devem fazê-lo espiritualmente, isto é, conforme comandado e motivado pelo ES (4.24). Além disso, em antecipação do Pentecostes, o Espírito torna-se o capacitador divino para o ministério autorizado (20.21-23).
João revela a função do ES em continuar a obra de Jesus, guiando os crentes e a um entendimento dos significados, implicações e imperativos do evangelho e capacitando-os a realizar “obras maiores” do que aquelas realizadas por Jesus (14.12). Aqueles que crêem em Cristo hoje podem, assim, enxergá-lo como um contemporâneo, não apenas como uma figura do passado distante.

Objetivo e Teologia

Este Evangelho propõe-se confirmar na fé em Jesus, como Messias e Filho de Deus (20,30-31). Destina-se aos cristãos, na sua maioria vindos do paganismo (pois explica as palavras e costumes hebraicos), mas também em parte vindos do judaísmo, com dificuldades acerca da condição divina de Jesus e com apego exagerado às instituições religiosas judaicas que se apresentam como superadas (1,26-27; 2,19-22; 7,37-39; 19,36). Sem polemizar contra os gnósticos docetas, que negavam ter Jesus vindo em carne mortal (1 Jo 4,2-3; 5,6-7), JOÃO não deixa de sublinhar o realismo da humanidade de Jesus (1,14; 6,53-54; 19,34). Por outro lado, é um premente apelo à unidade (10,16; 11,52; 17, 21-24; 19,23) e ao amor fraterno entre todos os fiéis (13,13.15.31-35; 15,12-13).

JOÃO pretende dar-nos a chave da compreensão do mistério da pessoa e da obra salvadora de Jesus, sobretudo através do recurso constante às Escrituras: “Investigai as Escrituras (…): são elas que dão testemunho a meu favor” (5,39). Embora seja o Evangelho com menos citações explícitas do Antigo Testamento, é aquele que o tem mais presente, procurando, das mais diversas maneiras (por métodos deráchicos), extrair-lhe toda a riqueza e profundidade de sentido em favor de Jesus como Messias e Filho de Deus, que cumpre tudo o que acerca dele estava anunciado por palavras e figuras (19,28.30).

Além destes temas fundamentais da fé e do amor, JOÃO contém a revelação mais completa dos mistérios da Santíssima Trindade e da Encarnação do Verbo, o Filho no seio do Pai, o Filho Unigênito, que nos torna filhos (adotivos) de Deus; a doutrina sobre a Igreja (10,1-18; 15,1-17; 21,15-17) e os Sacramentos (3,1-8; 6,51-59; 20,22-23) e sobre o papel de Maria, a “mulher”, nova Eva, Mãe da nova humanidade resgatada (2,1-5; 19,25-27).

Esboço de João

Prólogo 1.1-8
I. O ministério público de Jesus 1.19-12.50

Preparação 1.19-51
As bodas em Caná 2.1-12
Ministério em Jerusalém 2.13-3.36
Jesus e a mulher de Samaria 4.1-42
A cura do filho de um oficial do rei 4.43-54
A cura de um paralítico em Betesda 5.1-15
Honrando o Pai e o Filho 5.16-29
Testemunhas do Filho 5.30-47
Ministério na Galiléia 6.1-71
Conflito em Jerusalém 7.1-9.41
Jesus, o bom Pastor 10.1-42
Ministério em Betânia 11.1-12.11
Entrada triunfal em Jerusalém 12.12-19
Rejeição final: descrença 12.20-50

II. O ministério de Jesus aos discípulos 13.1-17.26

Servir— um modelo 13.1-20
Pronunciamento de traição e negação 13.21-38
Preparação para a partida de Jesus 14.1-31
Produtividade por submissão 15.1-17
Lidando com rejeição 15.18-16.4
Compreendendo a partida de Jesus 16.5-33
A oração de Jesus por seus discípulos 17.1-26

III. Paixão e ressurreição de Jesus 18.1-21.23

A prisão de Jesus 18.1-14
Julgamento perante o sumo sacerdote 18.15-27
Julgamento perante Pilatos 18.28-19.16
Crucificação e sepultamento 19.17-42
Ressurreição e aparições 20.1-21.23

Epílogo 21.24-25

(http://blog.cancaonova.com/padreanderson/2010/02/20/resumo-evangelho-de-joao/)

domingo, 27 de setembro de 2015

COMUNIDADE ESTUDA O EVANGELHO SEGUNDO JOÃO

No sábado, 26 de setembro, o Padre Glailson William da Arquidiocese de Fortaleza, ministrou o curso sobre o Evangelho segundo João em nossa Paróquia. 


VISÃO PANORÂMICA DO 4º EVANGELHO

Este Evangelho tem características muito próprias, que o distinguem dos Sinópticos. Mesmo quando referem idênticos acontecimentos, João apresenta perspectivas e pormenores diferentes dos Sinóticos. Não obstante, enquadra-se, como estes, no mesmo gênero literário de Evangelho e conserva a mesma estrutura fundamental e o mesmo caráter de proclamação da mensagem de Jesus.

Alguns temas importantes dos Sinóticos não aparecem aqui: a infância de Jesus e as tentações, o sermão da montanha, o ensino em parábolas, as expulsões de demônios, a transfiguração, a instituição da Eucaristia… Por outro lado, só João apresenta as alegorias do bom pastor, da porta, do grão de trigo e da videira, o discurso do pão da vida, o da ceia e a oração sacerdotal, os episódios das bodas de Caná, da ressurreição de Lázaro e do lava-pés, os diálogos com Nicodemos e com a samaritana…

Ao contrário dos Sinóticos, em que toda a vida pública de Jesus se enquadra fundamentalmente na Galiléia, numa única viagem a Jerusalém e na breve presença nesta cidade pela Páscoa da Paixão e Morte, no IV Evangelho Jesus atua, sobretudo na Judeia e em Jerusalém, onde se encontra pelo menos em três Páscoas diferentes (2,13; 6,4; 11,55; ver 5,1).

O vocabulário é reduzido, mas muito expressivo, de forte poder evocativo e profundo simbolismo, com muitas palavras-chave: verdade, luz, vida, amor, glória, mundo, julgamento, hora, testemunho, água, espírito, amar, conhecer, ver, ouvir, testemunhar, manifestar, dar, fazer, julgar etc. Mas a grande originalidade de João são os discursos. Nos Sinóticos, estes são pequenas unidades literárias sistematizadas; aqui, longas unidades com um único tema (3,14-16; 4,26; 10,30; 14,6). O estilo é muito característico, desenvolvendo as mesmas ideias de forma concêntrica e crescente. Assim, os temas da “Luz”: 1,4.5.9; 3,19-21; 8,12; 9; 11,9-10; 12,35-36.46; da “Vida”: 1,4; 3,15-16; 5,1-6,71 (desenvolvimento); 10,10.17-18.28; 11,25-26; 12,25.50; da “Hora”: 2,4; 5,25.28; 7,30; 8,20; 12,23. Tem um caráter dramático. Depois de tantos anos, Jesus continua a ser rejeitado pelo seu próprio povo (1,11) e os judeus cristãos a serem hostilizados pelos judeus incrédulos (9,22.34; 12,42; 16,2). O homem aceita a oferta divina e tem a vida eterna, ou a rejeita e sofre a condenação definitiva (3,36).

Apesar disso, todo o Evangelho respira serenidade e vai ao ponto de transformar as dúvidas em confissões de fé (4,19.25; 6,68-69), os escárnios em aclamações (19,3.14) e a infâmia da cruz num trono de glória (3,14; 8,28; 12,32). Para isso, o evangelista serve-se dos recursos literários da ironia (3,10; 4,12; 18,28), do mal-entendido (2,19.22; 3,3; 4,10.31-34; 6,41-42.51; 7,33-36; 8,21-22.31-33.51-53.56-58), das antíteses (luz-trevas, verdade-mentira, vida-morte, salvação-condenação, celeste-terreno) e das expressões com dois sentidos: do alto ou de novo (3,3), pneuma (3,8), no sentido de vento e espírito, erguer para significar crucificar e exaltar, ver no sentido físico e espiritual, água viva, etc.

Outra característica é o simbolismo, que pertence à própria estrutura deste Evangelho, organizado para revelar tudo o que nele se relata: milagres, diálogos e discursos. Assim, os milagres são chamados “sinais”, porque revelam a identidade de Jesus, a sua glória, o seu ser divino e o seu poder salvador, como pão (6), luz (9), vida e ressurreição (11), em ordem a crer nele; outras vezes são “obras do Pai”, mas que o Filho também faz (5,19-20.36).





OBJETIVO E TEOLOGIA

Este Evangelho se propõe a confirmar o leitor na fé em Jesus, como o Messias e Filho de Deus (20,30-31). Destina-se aos cristãos, na sua maioria vindos do paganismo (pois explica as palavras e costumes hebraicos), mas também em parte vindos do judaísmo, com dificuldades acerca da condição divina de Jesus e com apego exagerado às instituições religiosas judaicas que se apresentam como superadas (1,26-27; 2,19-22; 7,37-39; 19,36).

João não deixa de sublinhar o realismo da humanidade de Jesus (1,14; 6,53-54; 19,34). Por outro lado, é um premente apelo à unidade (10,16; 11,52; 17,21-24; 19,23) e ao amor fraterno entre todos os fiéis (13,13.15.31-35; 15,12-13). João pretende dar-nos a chave da compreensão do mistério da pessoa e da obra salvadora de Jesus, sobretudo através do recurso constante às Escrituras: «Investigai as Escrituras (...): são elas que dão testemunho a meu favor» (5,39). Embora seja o Evangelho com menos citações explícitas do Antigo Testamento, é aquele que o tem mais presente, procurando, das mais diversas maneiras, extrair-lhe toda a riqueza e profundidade de sentido em favor de Jesus como Messias e Filho de Deus, que cumpre tudo o que acerca dele estava anunciado por palavras e figuras (19,28.30).



Além destes temas fundamentais da fé e do amor, João contém a revelação mais completa dos mistérios da Santíssima Trindade e da Encarnação do Verbo, o Filho no seio do Pai, o Filho Unigênito, que nos torna filhos (adotivos) de Deus; a doutrina sobre a Igreja (10,1-18; 15,1-17; 21,15-17) e os Sacramentos (3,1-8; 6,51-59; 20,22-23) e sobre o papel de Maria, a “mulher”, nova Eva, Mãe da nova humanidade resgatada (2,1-5; 19,25-27).

COMPOSIÇÃO E AUTOR

Embora seja evidente a unidade da obra e o seu fio condutor, notam-se algumas pequenas irregularidades. A mais surpreendente é uma dupla conclusão (20,30-31; 21,24-25); o capítulo 16 parece uma repetição do 14; em 14,31 Jesus manda sair do lugar da ceia e só em 18,1 é que de fato saem. Isto leva a pensar que a obra não foi redigida de uma só vez.

Este Evangelho tem na base uma testemunha ocular «que dá testemunho destas coisas e que as escreveu» (21,24; ver 19,35). O autor esconde-se atrás de um singular epíteto: «O discípulo que Jesus amava» (13,23; 19,26; 20,2; 21,24; ver 1,35-39; 18,15). A tradição, a partir de Santo Ireneu, é unânime em atribuir o IV Evangelho a João, irmão de Tiago e filho de Zebedeu, um dos Doze Apóstolos.

A análise interna deixa ver que o autor era judeu e tinha convivido com Jesus. Não constitui problema para a autoria joanina o fato de João ser um pescador, iletrado; então, era corrente não ser o próprio autor a escrever a sua obra. Também é provável que um grupo de discípulos interviesse na redação, sob a sua orientação e autoridade; daí a primeira pessoa do plural «nós», que por vezes aparece (3,11; 21,24).

Foi este o último Evangelho a ser publicado, entre o ano 90 e 100. Não pode ser uma obra tardia do século II, como pretendeu a crítica liberal do século passado; a sua utilização por Santo Inácio de Antioquia, martirizado em 107, e a publicação em 1935 do papiro de Rylands, datado de cerca do ano 120, desautorizou tal pretensão. Tem-se discutido muito acerca do meio cultural de que depende; mas devemos ter em conta a sua grande originalidade e a afinidade com o pensamento paulino das Cartas do cativeiro. Os discursos de auto-revelação, que não aparecem em toda a Bíblia, não procedem dos escritos gnósticos e mandeus (parece serem estes que imitam João); têm raízes no Antigo Testamento, sobretudo nos livros sapienciais, onde a Sabedoria personificada se auto-revela falando na primeira pessoa (Pr 8,12-31; Sb 6,12-21).



VALOR HISTÓRICO

Chamar “sinais” aos milagres é indicar que se tratam de fatoS significativos e não de meros símbolos. Com efeito, o próprio Jesus se proclama testemunha da verdade (18,37) e o texto apoia-se numa testemunha ocular. É um testemunho que não se confina a meros acontecimentos históricos, pois tem como objeto a fé na pessoa e na obra salvadora de Jesus; mas brota de acontecimentos vistos por essa testemunha (19,35; 20,8; 21,24).

Ao incluir alguns termos aramaicos e uma sintaxe semita, mostra que é um escrito ligado à primitiva tradição oral palestinense. Por outro lado, os muitos pormenores relativos às instituições judaicas, à cronologia e geografia, provam o rigor da informação, às vezes confirmada por descobertas arqueológicas. Sem as informações de João, não se poderiam entender corretamente os dados dos Sinóticos.

Se fosse apenas uma obra teológica, o autor não teria o cuidado constante de ligar o relato às condições reais da vida de Jesus. Uma contraprova do seu valor histórico: quando não possui dados certos, não inventa. Assim, no período anterior à Encarnação, fala da preexistência do Verbo, mas nada diz da sua vida no seio do Pai, como seria de esperar.



DIVISÃO E CONTEÚDO

A concepção desta obra obedece a uma linha de pensamento teológico coerente e unificadora. Face aos vários esquemas propostos, limitamo-nos a assinalar as unidades do conjunto para deixar ver um pouco da sua riqueza e profundidade:

· Prólogo (1,1-18): uma solene abertura, que anuncia as ideias mestras.

· Manifestação de Jesus ao mundo (1,19-12,50), como Messias, Filho de Deus, através de sinais, discursos e encontros. Distinguem-se aqui cinco grandes secções:

- Primeiro ciclo da manifestação de Jesus: 1,19-4,54. Semana inaugural.

- Jesus revela a sua divindade: Ele é «o Filho», igual ao Pai: 5,1-47

- Jesus é «o Pão da Vida»: 6,1-71.

- Jesus é «a luz do mundo»: grandes declarações messiânicas por ocasião das festas das Tendas e da Dedicação: 7,1-10,42.

v Jesus é «a vida» do mundo: 11,1-12,50.

· Revelação de Jesus aos seus (13,1-21,25): manifestação a todos como Messias e Filho de Deus através do “Grande Sinal”, por ocasião da sua Páscoa definitiva.

· 6. A Última Ceia: 13,1-17,26.

· 7. Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus: 18,1-20,29.

· Epílogo (20,30-21,25): dupla conclusão. Aparição na Galiléia.


PALAVRA DE DEUS NO DOMINGO




Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 9,38-43.45.47-48


Naquele tempo:
38João disse a Jesus:
'Mestre, vimos um homem expulsar demônios em teu nome.
Mas nós o proibimos, porque ele não nos segue'.
39Jesus disse:
'Não o proíbais, pois ninguém faz milagres em meu nome
para depois falar mal de mim.
40Quem não é contra nós é a nosso favor.
41Em verdade eu vos digo:
quem vos der a beber um copo de água,
porque sois de Cristo,
não ficará sem receber a sua recompensa.
42E, se alguém escandalizar
um destes pequeninos que crêem,
melhor seria que fosse jogado no mar
com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço.
43Se tua mão te leva a pecar, corta-a!
É melhor entrar na Vida sem uma das mãos,
do que, tendo as duas, ir para o inferno,
para o fogo que nunca se apaga.
45Se teu pé te leva a pecar, corta-o!
É melhor entrar na Vida sem um dos pés,
do que, tendo os dois, ser jogado no inferno.
47Se teu olho te leva a pecar, arranca-o!
É melhor entrar no Reino de Deus com um olho só,
do que, tendo os dois, ser jogado no inferno,
48'onde o verme deles não morre,
e o fogo não se apaga''.
Palavra da Salvação.

sábado, 26 de setembro de 2015

SÃO COSME E SÃO DAMIÃO

Hoje, lembramos dois dos santos mais citados na Igreja: Cosme e Damião. Eram irmãos gêmeos, médicos de profissão e santos na vocação da vida. Viveram no Oriente e, desde jovens, eram habilidosos médicos. Com a conversão passaram a ser também missionários, ou seja, aproveitando a ciência com a confiança no poder da oração levavam a muitos a saúde do corpo e da alma.


Viveram na Ásia Menor, até que diante da perseguição de Diocleciano, no ano 300 da era cristã, foram presos pois eram considerados inimigos dos deuses e acusados de usar feitiçarias e meios diabólicos para disfarçar as curas. Tendo em vista esta acusação, a resposta deles era sempre:

“Nós curamos as doenças, em nome de Jesus Cristo e pelo Seu poder!”

Diante da insistência, quanto à adoração aos deuses, responderam: “Teus deuses não têm poder algum, nós adoramos o Criador do céu e da terra!”

Jamais abandonaram a fé e foram decapitados em 303. São considerados os padroeiros dos farmacêuticos, médicos e das faculdades de medicina.

São Cosme e São Damião, rogai por nós!

(cancaonova.com)

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

A PAIXÃO CEGA



Dom Aldo Pagotto
Arcebispo Metropolitano da Paraíba

A história registra o surgimento, o desaparecimento e o ressurgimento de grupos fanáticos, depois de terem realizado inúmeros males. Alguns membros desses grupos são idealistas, radicais, intransigentes, autoritários. Outros são interesseiros, nitidamente oportunistas, pois só querem dinheiro. Outros sentem necessidade de serem dominados, obcecados, fixados numa ideia estática, irredutível. Ideologias nascem, desaparecem, ressurgem em roupagens de conveniência do momento.

Entre uma ideologia e a loucura, um fio de cabelo dividido por uma navalha divide-as. A diferença é mínima, pois os antigos manicômios abrigavam mentes fixadas em desejos projetados e nunca satisfeitos. Napoleões compartilhavam sua sina com reis e rainhas, videntes do futuro e profetas do apocalipse. A mistificação é um mecanismo de fuga. Quem sofre de carência crônica, quem teve por muito tempo um desejo reprimido e não canalizado de forma adequada, experimenta frustrações. O acúmulo explode em reações inimagináveis, incontroláveis. A pessoa destempera-se de vez...

Pessoas impulsionadas por paixões não resolvidas geralmente se agridem e se deixam destruir por dentro. Essa atitude gera vários tipos de somatizações. A compensação para o desconforto leva a pessoa a disferir golpes agressivos contra si e contra os outros também. Sentimentos confusos de culpa não resolvida levam à revolta, ao pessimismo, ao murmúrio. Nessa guerra deletéria todos saem perdendo. Para romper esse ciclo de desafeto é preciso enfrentá-lo e o desmontar cuidadosamente, fazendo opção pela vida, não pela destruição de alguém. A sina das pessoas esquizofrênicas faz com que elas usem o esquema da provocação. Estas sentem necessidade de agredir. Alimentam-se continuamente de confusão. Necessitam sentirem-se vítimas, provocadas, perseguidas. Na tentativa de legitimar o uso da força, denotam mágoas, inventam palavras e gestos inconvenientes. A força do amor não correspondido gera o ódio que supera a razão e o bom senso. Atitudes passionais provocam alucinações na mente.

Paixão não é amor, mas reação emotiva, primária, instintiva. É preciso canalizar sua força arrasadora. Perceba e evite em você e ao seu redor dar trela à fixação nervosa na busca de culpados e de se vingar a qualquer custo. Paixões desordenadas e não canalizadas desequilibram a pessoa por dentro. Evite se candidatar ao destempero. Paixão que não é orientada de forma adequada é capaz de levar uma pessoa a matar ou morrer. Não poucos apaixonados preferem morrer a buscar novos caminhos possíveis. Enquanto o amor liberta, a paixão cega.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

SÃO PIO PIETRELCINA


Este digníssimo seguidor de S. Francisco de Assis nasceu no dia 25 de maio de 1887 em Pietrelcina (Itália). Seu nome verdadeiro era Francesco Forgione. Ainda criança era muito assíduo com as coisas de Deus, tendo uma inigualável admiração por Nossa Senhora e o seu Filho Jesus, os quais via constantemente devido à grande familiaridade. Ainda pequenino havia se tornado amigo do seu Anjo da Guarda, a quem recorria muitas vezes para auxiliá-lo no seu trajeto nos caminhos do Evangelho.


Conta a história que ele recomendava muitas vezes as pessoas a recorrerem ao seu Anjo da Guarda estreitando assim a intimidade dos fiéis para com aquele que viria a ser o primeiro sacerdote da história da Igreja a receber os estigmas do Cristo do Calvário. Com quinze anos de idade entrou no Noviciado da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos em Morcone, adotando o nome de “Frei Pio” e foi ordenado sacerdote em 10 de agosto de 1910 na Arquidiocese de Benevento. Após a ordenação, Padre Pio precisou ficar com sua família até 1916, por motivos de saúde e, em setembro desse mesmo ano, foi enviado para o convento de São Giovanni Rotondo, onde permaneceu até o dia de sua morte.

Abrasado pelo amor de Deus, marcado pelo sofrimento e profundamente imerso nas realidades sobrenaturais, Padre Pio recebeu os estigmas, sinais da Paixão de Jesus Cristo, em seu próprio corpo. Entregando-se inteiramente ao Ministério da Confissão, buscava por meio desse sacramento aliviar os sofrimentos atrozes do coração de seus fiéis e libertá-los das garras do demônio, conhecido por ele como “barba azul”.

Torturado, tentado e testado muitas vezes pelo maligno, esse grande santo sabia muito da sua astúcia no afã de desviar os filhos de Deus do caminho da fé. Percebendo que não somente deveria aliviar o sofrimento espiritual, recebeu de Deus a inspiração de construir um grande hospital, conhecido como “Casa Alívio do Sofrimento”, que se tornou uma referência em toda a Europa. A fundação deste hospital se deu a 5 de maio de 1956.

Devido aos horrores provocados pela Segunda Guerra Mundial, Padre Pio cria os grupos de oração, verdadeiras células catalisadoras do amor e da paz de Deus, para serem instrumentos dessas virtudes no mundo que sofria e angustiava-se no vale tenebroso de lágrimas e sofrimentos. Na ocasião do aniversário de 50 anos dos grupos de oração, Padre Pio celebrou uma Missa nesta intenção. Essa Celebração Eucarística foi o caminho para o seu Calvário definitivo, na qual entregaria a alma e o corpo ao seu grande Amor: Nosso Senhor Jesus Cristo; e a última vez em que os seus filhos espirituais veriam a quem tanto amavam.

Era madrugada do dia 23 de setembro de 1968, no seu quarto conventual com o terço entre os dedos repetindo o nome de Jesus e Maria, descansa em paz aquele que tinha abraçado a Cruz de Cristo, fazendo desta a ponte de ligação entre a terra e o céu.

Foi beatificado no dia 2 de maio de 1999 pelo Papa João Paulo II e canonizado no dia 16 de junho de 2002 também pelo saudoso Pontífice. Padre Pio dizia: “Ficarei na porta do Paraíso até o último dos meus filhos entrar!”

São Pio de Pietrelcina, rogai por nós!

terça-feira, 22 de setembro de 2015

O SENTIDO DA EUCARISTIA NA COMUNIDADE


Por que e para que sua comunidade celebra a Eucaristia? Qual a idéia de Eucaristia que algumas comunidades transmitem em suas celebrações? O que alguns padres comunicam quando celebram? São perguntas que podem orientar a reflexão sobre este tão grande do imenso mistério, deixado por Cristo na sua Páscoa, como presença real da nossa Salvação e para a nossa Salvação.
De tempos em tempos, é saudável que os agentes da Pastoral Litúrgica considerem como a comunidade está celebrando a Eucaristia; de que modo os celebrantes da comunidade relacionam-se com a Eucaristia e que frutos a Eucaristia produz na comunidade, do ponto de vista de freqüência nos demais Sacramentos (da Penitência, em especial), do ponto de vista da espiritualidade; como a Eucaristia tem fomentado a solidariedade, a fraternidade, na comunidade? Se tais frutos não se fazem presentes, está ai um convite para se avaliar o “modus celebrandi” da Eucaristia, na comunidade. Não fazer avaliações somente para considerar queixas e elogios, mas para perceber frutos concretos, que fazem crescer a comunidade seja do ponto de vista do discipulado, seja do enquanto comunidade cristã. Como é possível que uma comunidade celebre a Eucaristia todos os dias (ou ao menos semanalmente) e não aconteça nenhum tipo de mudança? O que está impedindo a Eucaristia de produzir frutos, na comunidade? 
Um outro dado que merece a atenção da Pastoral Litúrgica é o exagero de Missas. Explico. Algumas comunidades celebram Missa para qualquer evento que realizam. É uma constatação que, num primeiro momento, pode soar como positiva. Mas tem um lado preocupante: a constatação de que a missa serve para quase tudo: atrair público para uma festa de escola; vender o cd que o grupo de jovens gravou ou, apresentar um teatrinho infantil, momento máximo na Missa com crianças. Pergunto: por que isso acontece? — Porque a Missa é o local mais público, a manifestação mais pública da comunidade. Nada mais justo, pensa a Pastoral Litúrgica que promove Missa como promotora de eventos, que aproveitar a Missa para promoções e campanhas. É claro que a instrumentalização da Missa banaliza a própria celebração.
Este fato, contudo, não está restrito apenas ao âmbito da comunidade. A mídia, há pouco tempo atrás, classificava de “Missas-shows” aqueles mega eventos, nos quais, o povo católico era convidado a comparecer em massa para “uma missa diferente”. O repertório musical da celebração eram sucesso de um cantor famoso, ou de um padre cantor. Todos pulavam o tempo todo levantando as mãos.... e, no final da Missa, continuava o show com cantores famosos ou com o padre artista. Uma missa promocional para vender o cd do pop star. — Quem não quer aproveitar a oportunidade de um público de milhares de pessoas, com transmissão pela tv, para promover seu produto? Graças a Deus, este tipo de “celebração Eucarística” (???) já não é mais tão comum, embora alguém ainda promova isso, sempre em nome da evangelização, é claro.
— Está certo transformar a Missa em show ou fazer da Missa um evento de promoções que liga a música daquele cantor famoso com a religião? Como católicos, precisamos pensar e refletir profundamente sobre tudo isso. Antes de emitir qualquer opinião é importante entender o que é Eucaristia. Refletir porque Jesus Cristo instituiu a Eucaristia e porquê celebramos a Eucaristia. A Pastoral Litúrgica de nossas comunidades precisa criar uma formação permanente em suas atividades para estudar e, pelo estudo, compreender o valor da Eucaristia para a comunidade, em vista de produzir frutos, na comunidade. Não basta o esforço para fazer Missa bonita ou atraente, é preciso celebrar para conduzir os celebrantes a participar e comungar o projeto divino. Sem isto, como diz São Tiago, a fé é morta.
Serginho Valle

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

SÃO MATEUS, ROGAI POR NÓS!



A Igreja celebra hoje, de forma especial, a vida de São Mateus apóstolo e evangelista, cujo nome antes da conversão era Levi. Morava e trabalhava como coletor de impostos em Cafarnaum, na Palestina. Quando ouviu a Palavra de Jesus: “Segue-me” deixou tudo imediatamente, pondo de lado a vida ligada ao dinheiro e ao poder para um serviço de perfeita pobreza: a proclamação da mensagem cristã!

Mateus era um rico coletor de impostos e respondeu ao chamado do Mestre com entusiasmo. Encontramos no Evangelho de São Lucas a pessoa de Mateus que prepara e convida o Mestre para a grande festa de despedida em sua casa. Assim, uma numerosa multidão de publicanos e outros tantos condenados aos olhos do povo, sentaram-se à mesa com ele e com Àquele que veio, não para os sãos, mas sim para os doentes; não para os justos, mas para os pecadores. Chamando-os à conversão e à vida nova.

Por isso tocado pela misericórdia Daquele a quem olhou e amou, no silêncio e com discrição, livrou-se do dinheiro fazendo o bem.

É no Evangelho de Mateus que contemplamos mais amplamente trechos referentes ao uso do dinheiro, tais como:
“Não ajunteis para vós, tesouros na terra, onde a traça e o caruncho os destroem.” e ainda:“Não podeis servir a Deus e ao dinheiro.”

Com Judas, porém, ficou o encargo de “caixa” da pequena comunidade apostólica que Jesus formava com os seus. Mateus deixa todo seu dinheiro para seguir a Jesus, e Judas, ao contrário, trai Jesus por trinta moedas!

Este apóstolo a quem festejamos hoje com toda a Igreja, cujo significado do nome é Dom de Deus, ficou conhecido no Cristianismo nem tanto pela sua obra missionária no Oriente, mas sim pelo Evangelho que guiado pelo carisma extraordinário da inspiração pôde escrever, entre 80-90 na Síria e Palestina, grande parte da vida e ensinamentos de Jesus. Celebramos também seu martírio que acabou fechando com a palma da vitória o testemunho deste apóstolo, santo e evangelista.

São Mateus, rogai por nós!

(cancaonova.com)

domingo, 20 de setembro de 2015

ASSEMBLEIA PAROQUIAL

Aconteceu ontem no Salão Paroquial, a nossa Assembleia Paroquial. Com o tema "Em atenção à Tua Palavra lançarei as redes " (Lc, 5,5), os membros do Conselho de Pastoral Paroquial (CPP) e do Conselho de Assuntos Econômico (CAE), com mais um representante de cada pastora e movimento, avaliaram as atividades pastorais de 2015 e planejaram as atividades pastorais para 2016, ano que a nossa Paróquia celebrará os seus 15 anos de fundação. 
O fruto da assembleia foi a elaboração do nosso projeto de Pastoral para o próximo ano. 















PALAVRA DE DEUS NO DOMINGO




Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 9,30-37


Naquele tempo:
30Jesus e seus discípulos atravessavam a Galiléia.
Ele não queria que ninguém soubesse disso,
31pois estava ensinando a seus discípulos.
E dizia-lhes:
'O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens,
e eles o matarão.
Mas, três dias após sua morte, ele ressuscitará'.
32Os discípulos, porém, não compreendiam estas palavras
e tinham medo de perguntar.
33Eles chegaram a Cafarnaum.
Estando em casa, Jesus perguntou-lhes:
'O que discutíeis pelo caminho?'
34Eles, porém, ficaram calados,
pois pelo caminho tinham discutido quem era o maior.
35Jesus sentou-se, chamou os doze e lhes disse:
'Se alguém quiser ser o primeiro,
que seja o último de todos
e aquele que serve a todos!'
36Em seguida, pegou uma criança, colocou-a no meio deles,
e abraçando-a disse:
37'Quem acolher em meu nome uma destas crianças,
é a mim que estará acolhendo.
E quem me acolher, está acolhendo, não a mim,
mas àquele que me enviou'.
Palavra da Salvação.

sábado, 19 de setembro de 2015

FALTA DE EDUCAÇÃO NA LITURGIA



Cada vez mais impressiona-me a falta de educação nas celebrações litúrgicas, de modo particular na Missa. Isto se faz presente para com o local sagrado, manifestado no modo de se vestir, por exemplo, e até mesmo de falar alto dentro de uma igreja, antes da celebração e no momento da celebração. São evidências de uma falta de catequese, mas também de um discernimento em favor de respeito para com o espaço onde pessoas e a comunidade se encontram com Deus. Hoje, o uso de celular durante a Missa aumentou o grau de desrespeito para com a celebração. A questão beira à falta de educação, do ponto de vista social. Já vi pessoas de todas as idades usando o celular dentro da igreja, durante alguma celebração, sem contar aqueles pais que deseducam seus filhos, contribuindo com o distanciamento do sagrado, permitindo que eles fiquem totalmente alheios à celebração, brincando com joguinhos no celular.

A educação de desligar, ou ao menos, colocar o celular no vibratório, é esquecida por muitos que participam de nossas celebrações. Outro dia, um padre me contava que durante a celebração do Batismo, o celular da madrinha tocou e ela atendeu, pedindo ao padre que tivesse um pouco de paciência porque precisava atender ao telefone. Um pai de uma noiva comentou comigo que um dos padrinhos de sua filha atendeu o celular no presbitério, durante a celebração e na frente de todos os convidados. Sei que muitos de nós já fomos molestados com gente atendendo celular perto de nós, durante a missa, ou saindo da igreja falando alto, respondendo a uma chamada, como se fossem os únicos dentro da igreja.

A falta de educação está também em adolescentes e jovens que passam a celebração conversando o tempo todo, brincando, dando risadinhas sem dar a mínima que alguém gostaria de silêncio para poder participar da celebração. Acrescente-se a isso os casais de namorados que começam trocar beijos e carícias no meio da assembléia. Pior que isso, no momento da comunhão entram na fila para comungar, com todas as evidências de nenhum tipo de preparação para aquele momento. Infelizmente, também adultos e idosos demonstram pouca educação para com a celebração e com o espaço celebrativo, quando passam a missa cochichando, falando uns com os outros.

Em algumas comunidades é urgente iniciar um verdadeiro movimento em favor da boa educação celebrativa e de respeito para com o espaço celebrativo, principalmente antes das celebrações. Precisar pedir silêncio dentro uma igreja para começar a Missa é uma necessidade dispensável onde se entende o valor da Missa e o respeito pelo espaço celebrativo, a igreja.
Serginho Valle

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

A FÉ, CONVENIÊNCIA OU SENTIDO PARA A VIDA?



Dom José Antônio Peruzzo
Arcebispo de Curitiba (PR)

Impressiona como até Deus e seu nome santo se tornaram produto intercambiável. Seu significado parece receber sempre novas matizações segundo gostos, preferências e até oportunismos. Ao menos no caso do Deus cristão, mais do que “adaptá-lo” segundo modismos religiosos, é preciso a humildade para acolhê-lo como se revelou. Sem essa premissa a experiência de fé seria, sim, alienadora. E a religião se tornaria apenas uma fuga do que não se pode explicar. Ou também conveniência, para que Deus nos dê o que nos agrada, mas não podemos ter.

É justamente esta a reflexão que salta aos olhos no evangelho deste domingo (Jo 6, 60-69). Trata o texto de palavras de Jesus dirigidas aos que se beneficiaram da multiplicação dos pães. O debate continuou por dias após o acontecimento. E Jesus se apresentara como “pão da vida”, como “pão vivo descido do céu”. Falava também de ressurreição. E eis a reação: “Esta palavra é dura! Quem pode escutá-la?” (Jo 6, 60). O evangelista até acrescenta que os “discípulos murmuravam entre si” face ao significado exigente de Jesus.

Algo de importante a observar é que eram os “discípulos” a murmurar. Não eram os judeus, não eram os adversários. Eram, sim, os que já tinham uma intensa história de convivência com o Senhor. Por que o murmúrio? Porque percebiam que o seguimento comportava disposições a mudanças de vida e renúncia no caminho da conversão. Queriam aqueles “discípulos” tão somente um tipo de seguimento e de identidade religiosa que atendesse a preferências acomodatícias. É algo como a amizade por interesse.

Ainda tomando em apreço a reflexão do evangelista, vale sua observação: “A partir daí, muitos dos seus discípulos voltaram atrás e não andavam com ele” (Jo 6, 66). Em outras palavras, a proximidade ao Senhor já não lhes era compensadora, não respondia às conveniências que almejavam. Na realidade, queriam que Jesus lhes apresentasse um Deus à sua imagem e semelhança. Tratava-se mais de um consumo religioso do que de relação de confiança e de amizade com o Senhor. E até Jesus se tornou um “produto descartável”.

Por toda a Sagrada Escritura enumeram-se os exemplos de religiosidade de conveniência, segundo a qual Deus serve na medida em que “me atende”. Mais do que relação com Ele, o pendor é explorá-lo. E vale a pena bater em diferentes portas até encontrar um Deus assim. Entretanto, outra é a face daquele Deus revelado por Jesus Cristo. Pedro até disse que ele, Jesus, tinha “palavras de vida eterna” (Jo 6, 69). Percebera ele que Jesus não era uma entidade religiosa a ser invocada em situações de apuros. Segui-lo comporta reconhecer n´Ele o caminho que transfigura o sentido da existência. Mais do que lhe apresentar pedidos, talvez tenha chegado o momento de nos perguntar sobre o que temos a oferecer a Ele.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

A ACOLHIDA DOS DEVOTOS DA SANTA PORTA E DOS SILENCIOSOS



O ministério da acolhida litúrgica convive com uma realidade nem sempre cômoda, mas não tão difícil de conviver. Refiro-me aos “devotos da santa porta”, aos quais incluo dois grupos de celebrantes: aqueles que, nas celebrações, se instalam no fundo da igreja e, aqueles que aparecem nas celebrações de vez em quando. Um dado de fácil convivência se houver respeito e acolhimento.
Nossas comunidades têm muitos irmãos e irmãs que vivem "lá fora", sem perceber nem participar da festa que é viver com o Pai todos os dias. Este fato pode provocar a indiferença para com aqueles que se fazem presentes na celebração e nem sempre participam do modo como gostaríamos ou consideramos que deveriam participar. Muito facilmente, criticamos essa gente e nos comportamos como "o irmão mais velho" da parábola do “Filho Pródigo”, tornando-nos indiferentes para com eles (Lc 15,11-32). Isto significa que, no exercício do ministério da acolhida, podem aparecer alguns perigos, dos quais eu cito apenas um que resume e relaciona-se com muitos outros.
Lembro a questão dos fariseus que, no tempo de Jesus, não se misturavam porque se consideravam os puros. Assumiam uma atitude de gente superior, de quem estava acima dos demais, e se tornavam indiferentes aos que não pertencentes ao seu grupo. Equipe de Celebrações e, principalmente, equipes de acolhida com o feitio farisáico não servem para as comunidades. São equipes que se espelham no irmão mais velho, na parábola do “Filho pródigo” que, em vez de acolher e participar da festa, prefere o afastamento, a indiferença, o não acolhimento.
Ao contrário da indiferença, a equipe de acolhida se distingue pela simpatia e pela alegria de receber “quem aparece de vez em quando na celebração” e quem participa da celebração de modo mais silencioso e quieto, no fundo da igreja. Isto vale também para algumas motivações que, considero, despropositais durante a celebração, como por exemplo, “não fique no fundo da igreja, venha mais para frente”. As vezes, a pessoa precisa estar na celebração, mas lá no fundo, para ficar quieta e na quietude encher-se da paz celebrativa. Ou ainda considerações do tipo “tem muita gente nova que nunca vejo na igreja”. Isto acontece em algumas Missas, como de Primeira Comunhão. É complicado ouvir isso; a pessoa quase nunca vem à igreja e quando vem é recebido com ironia. O melhor é dizer: “que bom que você veio! Apareça outras vezes, esta igreja é sua”. A gentileza de também respeitar a timidez de quem não fica no fundo da igreja, mas não gosta de levantar os braços durante a celebração, é permitir que a celebração aconteça de modo sereno e sem a preocupação de controles.
Não se pode cair na pretensão de querer que todos tenham os mesmos sentimentos e os expressem da mesma forma. Existem momentos psicológicos na vida dos celebrantes que exigem deles ficar quietos e existem momentos que pedem alegria e expressão corporal. Como também, existem diferentes modos de rezar. Quem por exemplo, foi educado em escolas de oração silenciosa reza silenciosamente e não precisa dançar ou levantar as mãos na celebração para demonstrar que está participando; isto precisa ser respeitado, esteja ele nos primeiros bancos ou nas portas da igreja.
(Serginho Valle)
 

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

MÉTODO PARA LER A BÍBLIA




Para compreendermos melhor a Bíblia, o ideal é elaborarmos um diário. A gente lê todos os dias e faz o diário todos os dias.
Comece hoje mesmo:
Pegue um caderno. Ele vai servir exclusivamente para o seu Diário Espiritual. Ponha no alto da página a data e, em seguida, anote o trecho lido: 1Jo 1,2.

A primeira coisa que você vai anotar, todos os dias, são as promessas de Deus que você encontrou na leitura. É muito importante anotar as promessas de Deus. Ele as cumpre. São promessas de Deus e não dos homens. É por isso também que é bom ler e riscar: fica mais fácil encontrar as promessas contidas nos trechos lidos.

Se você reparou bem, no final do capítulo 1, o versículo 9 diz: “Se reconhecermos os nossos pecados, Deus aí está, fiel e justo, para nos perdoar os pecados e para nos purificar de toda iniqüidade”. É ou não uma promessa? E que promessa! Deus aí está, fiel e justo para nos perdoar os pecados. Basta-nos cumprir uma única condição: reconhecer os nossos pecados. Uma condição muito simples não é?
Vamos agora anotar. Escreva no seu caderno: Promessa. Agora copie o trecho e ponha a citação: 1 Jo 1,9.

Veja então o início do capítulo 2: não é uma promessa? “Filhinhos meus, isto vos escrevo para que não pequeis. Mas se alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo.” É uma importantíssima promessa: podemos ter a certeza de que, se pecarmos, teremos um intercessor junto ao Pai, e esse intercessor é Jesus, o justo. A promessa continua no versículo 2: “Ele é a expiação dos nossos pecados, e não somente pelos, mas também pelos de todo o mundo”.
Anote então no seu caderno e ponha a citação: 1 Jo 2,1-2.

O versículo 25 é bem claro, porque nele aparece a palavra promessa: “Eis a promessa que ele nos fez: A vida eterna”. Essa é a promessa de Deus, e não é pouca coisa: é a vida eterna. Anote e ponha a citação.

O segundo item que você anota são as ordens de Deus. Se são ordens, elas precisam ser cumpridas. Para isso, temos de conhecê-las.
Veja 1 João 2,15. Não há aí uma ordem? Anote então: “Não ameis o mundo, nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai”. e pode continuar no versículo 16, que complementa: “Porque tudo o que há no mundo: a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procedem do Pai, mas do mundo”.

Observe que em 1 João 2,28 há outra importantíssima ordem. Nem vou apresentá-la aqui. Encontrou? Então anote.

A terceira coisa que se anota no Diário Espiritual são os Princípios Eternos. A maneira mais fácil de compreender o que é um princípio eterno é aprender na prática. Veja 1 João 1,5. Temos aí um princípio eterno. Nada o mudará. Queiramos ou não, é assim porque é assim. “Deus é luz e nele não há treva alguma.”
Continue com os versículos 6 e 7. Eles também trazem princípios eternos. São princípios que regem o Reino de Deus. Anote.
Veja 1 João 2,9. Não se trata de um princípio eterno? Vá em frente com os versículos 10 e 11. Percebeu? Então anote.

São, portanto três coisas: Promessas, Ordens e Princípios eternos.
Em seguida, você vai anotar coisas muito concretas e pessoais:

1 – Qual a mensagem de Deus para mim no dia de hoje? No texto que leu, você vai encontrar a mensagem que Deus tem para você no dia de hoje. É só prestar atenção. Em seguida, escreva.

2 – Como posso colocar isso em prática na minha vida? Como pôr em prática tudo o que você leu, tudo o que Deus lhe falou. Não tenha medo de dizer isso por escrito.

Esse é o ponto de chegada do Diário Espiritual. É cem por cento prático e concreto. Pegue a Bíblia, leia o trecho indicado e faça em seguida o seu diário.
Amanhã você vai pegar o capítulo 3 e fazer o diário. Depois de amanhã o 4 e, por fim o 5. Em quatro dias você faz toda a primeira Carta de São João.

Depois disso, você vai retomá-la novamente, parte por parte e vai fazer o diário. Acredite, não será simples repetição. Haverá novidades. Especialmente na mensagem de Deus e em como pôr em prática o que você leu.

Experimente e você vai ver.
Eu fiz de propósito. Assim como se joga a pessoa na piscina para que ela perca o medo, eu fiz questão de colocá-lo frente a frente com o Diário Espiritual para você se aventurar e aprender na prática. Siga em frente!

do livro: A Bíblia no meu dia-a-dia

terça-feira, 15 de setembro de 2015

APOSTOLADO CELEBRA 14 ANOS

O Apostolado da Oração de nossa Paróquia, celebrou ontem os 14 anos de sua fundação.
Na celebração, as paroquianas Carla Lughi, Maria do Carmo, Sueli e Célia, foram acolhidas como zeladoras. 
 Após a missa, aconteceu uma confraternização no salão Paroquial.