quinta-feira, 19 de março de 2015

JOSELEITOS CELEBRAM 65 ANOS DE FUNDAÇÃO

Hoje, a Congregação dos Padres Joseleitos de Cristo, celebra 65 anos de sua fundação. As celebrações acontecem em todas as paróquias e obras onde a Congregação vive a sua missão e espiritualidade, mas de modo especial, na Casa Mãe, localizada na Cidade de Tucano (BA) (onde o Conselho Geral do Instituto está reunido desde a última terça-feira), onde às 19h30 horas, será celebrada uma missa festiva com a presidência do Bispo Diocesano de Serrinha, D. Otorino Assolari. 

O FUNDADOR: 
Pe. José Gumercindo dos Santos, nasceu no dia 15 de agosto de 1907, na cidade de Itabaiana, Sergipe. Filho de José Januário dos Santos e de Maria Rita de Jesus, tinha como irmãs Maria Dulcina e Maria Epunina. O pequeno José Gumercindo desde cedo mostrava o seu amor e zelo às coisas de Deus, logo que a idade lhe permitiu começou o serviço à Igreja como coroinha, com 4 anos ornamentava pequenos altares, onde celebrava à sua maneira. No dia 15 de agosto de 1914 quando tinha apenas 7 anos fez a sua 1ª Eucarístia.
Com 11 anos o pequeno José Gumercindo que demonstrava o desejo de servir a igreja como sacerdote é convidado pelo bondoso salesiano Pe. Pedro Ghislande à fazer parte da família salesiana do grande São João Bosco...
Padre Guislande o recebeu seis meses mais tarde na Escola Agrícola Salesiana de Tebaida, nas proximidades de Aracajú. De lá José Gumercindo foi transferido para Jaboatão, Pernambuco, e depois para o Colégio São Manoel em Lavrinhas, São Paulo, onde concluiu os seus estudos secundários.
Em Lavrinhas fez o seu noviciado no ano de 1925 e em 28 de janeiro de 1926, sua 1ª Profissão Religiosa...
PE. GUMERCINDO - FUNDADOR DOS JOSELEITOS NA CASA MÃE

Dali em diante o jovem José Gumercindo entrega-se totalmente nas mãos do Senhor e torna-se um grande instrumento de Deus para a evangelização...
Em 1927 retornou a Jaboatão e juntos com outros colegas participou da inauguração da Inspetoria de São Luis Gonzaga, onde iniciou em 1927 o seu curso de Filosofia.
No dia 08 de setembro de 1934 foi ordenado sacerdote no Santuário Salesiano do Sagrado Coração de Jesus, no Recife, pelas mãos de Dom Manoel de Paiva, bispo diocesano de Garanhuns, como Padre José Gumercindo dos Santos, ele continua sua vida de total doação à Igreja e à Congregação Salesiana.
Padre José Gumercindo dos Santos serviu à Congregação Salesiana por 29 anos, com sua inteligência, seu trabalho, seu dinamismo, seu caráter peregrino e sua fé extraordinária.
Com grande paciência e serenidade, Padre José suportou diversas incompreensões e injustiças partidas de pessoas com corações mesquinhos. No início de suas fundações religiosas ele teve que trocar o nome de Salesiano pelo de Joseleito de Cristo mas porque não lhe deram outra opção, forçado por aquele que não entenderam ou não quiseram entender a força do carisma que o impulsionava a cumprir uma missão que o Senhor lhe entregara...
Em Baturiré, como professor e confessor da casa, Padre José Gumercindo encontra entre as alunas do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, sob sua direção espiritual, aquelas escolhidas por Deus para com ele dar início à fundação da Sociedade Santa Terezinha. Ali naquela cidade ele e suas "filhas espirituais" sofrem diversas repressões e são incompreendidos.
Padre José foi enviado para Ananindeua, no Pará. Ali encontra encontra apoio para a sua fundação, no Bispo de Aracaju que o conheceu desde criança, Dom José Tomás da Silva e em março de 1947, traz de Baturiré, após vencidos muitos obstáculos, as 8 fundadoras realizaram em 12 de março a Fundação da Sociedade Santa Terezinha.
Os Salesianos porém, não permitem que ele realize tal fundação sendo um deles, com muita tristeza o Pedre José pede então a sua dispensa da congregação.
Em 1950 o Pdre José Gumercindo dos Santos vai à Roma e mediante instruções de lá recebidas, ele realiza a fundação de uma congregação masculina, a Sociedade Joseleitos de Cristo, que logo após sua fundação foi paralisada por alguns anos por imposição da autoridade diocesana, é reestruturada em 1958, já em Tucano, na Bahia.

Em Tucano depois de muitos esforços o Pe. José Gumercindo,constrói o Seminário São José vocacionário dos futuros padres joseleitos, que sempre acolheu e deve acolher, por vontade manifesta do fundador, a todos os vocacionados, gratuitamente.
Mais tarde constrói o "Lar Dona Ritinha" que acolhia os velhinhos indigentes, não só de Tucano mas de onde chegar...
O seu fervor e amor à Igreja não conhece barreiras, e inspirado pelo Espírito Santo, no dia 8 de setembro de 1960 com algumas religiosas da Sociedade Santa Terezinha, ele funda a Congregação Divino Mestre, "filha caçula do seu coração".
Em 1978 ele sofre uma das maiores dores de sua vida...
Dona Ritinha sua genitora, parte para a eternidade. Ela que além de mãe, era sua companheira e a madrinha que cuidava de seus seminaristas. deixou-lhe profunda saudade e um vazio insubstituível.
Nas décadas de 1950 à 1980 o Pe. José Gumercindo dos Santos realizou diversas viagens à diversos países em busca de recursos para que suas obras e fundações pudessem bem funcionar...
No dia 15 de agosto de 1991 o Pe. José Gumercindo dos Santos completou 84 anos festejado por seus "filhos e filhas", amigos e ex-alunos. Nesta data conta-se que ele escreveu em seu diário: "Agradeço à Mãe de Deus, ter feito hoje os meus 84 anos de vida toda entregue a Ela, como escravo de Maria"
No dia 7 de setembro, na Santa Missa celebrada pela Pátria, no Seminário São José ele conclui suas orações com o piedoso "Exercício da Boa Morte".
No dia Seguinte, 8 de setembro, celebra na Igreja Matriz de Tucano em Ação de Graças pelo seu 57º Aniversário de Ordenação Sacerdotal.
No dia 09 de setembro, Padre José celebra na Capela das Irmãs, no Instituto Pe. Gumercindo, e logo após viaja com elas para cumprir alguns compromissos que já estavam agendados.
No dia 10 de setembro de 1991, Pe. José Gumercindo dos Santos ainda em Feira de Santana, celebra às 06h30min a Missa na Capelinha da Irmãs e durante o dia ele lê, brinca com as crianças do "Educandário", conversa com as pessoas e faz suas orações diárias...
Às 12h00min Pe. José Gumercindo dos Santos recebe uma ligação do Joseleitos que estavam reunidos em São Paulo e consultado sobre a possibilidade de se realizar uma reunião entre os sócios, ele responde: "Não só aprovo, mas abençôo, contando que seja para o bem da Sociedade (Congregação)".
Ele às 14h00min terminando um de seus compromissos, convida as irmãs a rezarem com ele para que a reunião em São Paulo fosse bem sucedida. Era o Pai atento e preocupado com a sua congregação e seus "filhos".
às 19h00min, instantes depois de rezar caminhando como de costume, o 3º terço diário, em Louvor de Nossa Senhora, o Pai fundador da Sociedade Joseleitos de Cristo e demai congregações religiosas sentiu-se mal e poi socorrido por suas filhas que o encaminharam ao Pronto Socorro do EMEC, onde avisado, já esperava o seu médico cardiologista, Dr. Mário Sérgio Bacellar. O mesmo viu que o casa era de extrema gravidade e solicitou imediatamente o transporte do Pe. José Gumercindo para a UTI e lá praticou tudo o que era possível para salvá-lo.
Naquele 10 de setembro de 1991, Padre José Gumercindo às 20h30min entregou a Deus sua alma eleita, purificada pelo sofrimento e pelo amor. Suas últimas palavras ao sentir-se mal foi: "Valei-me Nossa Senhora!".
A notícia da morte do Padre José Gumercindo dos Santos espalhou-se rapidamente e foi divulgada pela Rádio Sociedade e pela TV Itapoan, si dirigiram ao local onde estava o corpo deste santo homem varios sacerdotes da Sociedade Joseleitos de Cristo e demais congregações e dioceses além de suas "filhas espiriutais", amigos e ex alunos.
No dia seguinte à sua morte seu corpo foi levado à sua amada Tucano, onde grande multidão consternada o esperava para prestar-lhe uma última homenagem.
Foi sepultado às 15h00min do dia 12 de setembro de 1991 após a missa de Corpo presente na Igreja Matriz, concelebrada por Dom Mário Zanetta, bispo diocesano de Paulo Afonso, por Dom Jackson Berenguer Prado, 48 sacerdotes, entre joseleitos diocesanos e amigos, estavam presentes quase todas as religiosas de suas congregações e de outras, sendo seu corpo levado por uma grande multidão consternada e comovida, para o repouso dos justos no Cemitério da Família Gumercindiana, construído por ele nas terras do Seminário São José, hoje transformado em Capela Mortuária.




Os Joseleitos buscam viver na Igreja e no Mundo:
1) Em primeiro lugar, a santificação de seus membros mediante a observância dos votos de pobreza, obediência e castidade e em segundo, a difusão da Boa Nova de Jesus Cristo aos pobres, através da assistência às paróquias periféricas da sociedade, trabalhar na educação integral, entre a juventude e adultos, como ainda acolher e formar os órfãos e os vocacionados pobres, não esquecendo a boa imprensa.
2) À luz das seguintes inspirações bíblicas: “Não me lances longe de tua face, Senhor!” (cf. Sl 51, 13) e “A ti eu deixei o meu pobre, tu serás a ajuda do órfão” (cf. Sl 10, 14), esta Sociedade tem como distintivos: a busca de intensa união com Deus, da humildade e simplicidade de São José, a solicitude para com os pobres, configurados nos órfãos – pupila dos olhos de Deus -, a dedicação aos jovens e às vocações religiosas e sacerdotais e a caridade fraterna.

CONSELHO GERAL


A Espiritualidade Joseleita baseia-se no jeito humilde de São José que acolhendo a Virgem Maria tornou-se pai do Menino-Deus. Seguindo um princípio genealógico e histórico, a nossa Espiritualidade nos remete necessariamente a São Francisco de Sales, fonte da qual bebeu Dom Bosco, que tão fortemente influenciou Pe. Gumercindo.

Eis alguns traços:
1- Oração, sustento da espiritualidade como abertura a Deus e serviço aos outros
O espírito de oração é base para discernir a vontade de Deus. Dom Bosco valorizava muito a oraçãoque acontece no desenrolar da vida, no cotidiano, sem descuidar-se dos momentos de intensa oração. Buscava a Deus como o Pai que cuida, provê, que educa. Inspiração para o seu trabalho com as crianças e jovens.
 2- Todos somos criados à imagem de Deus e para o bem
Nessa condição, todos somos chamados a união com Deus. Daí brota a inspiração para se tratar a todos com reverência e respeito e amabilidade. Ser amável, antes, cada um consigo frente  às próprias fragilidades, a fim de sê-lo depois com os outros. Desse modo, ninguém se sentirá motivado a arvorar-se juiz dos outros, mas com, misericórdia, se empenhará para superar qualquer atitude de represália e violência.
 3- Experiência de Deus em nossa história
Deus vem ao nosso encontro mediante a encarnação do Verbo. Ele se encontra conosco e nos fala no cotidiano da história.  Desse modo então devemos busca-lo. Atentar-se para não desperdiçar energia com lamentações referentes ao passado nem demasiadas preocupações com o futuro, porém viver o presente de modo prático, sabendo que aí Deus pode e quer nos falar.  “Dom Bosco era uma pessoa prática, gostava de coisas concretas. Isso se refletia também em sua maneira de se relacionar com Deus”.
 4- A vida como vocação
Viver é responder positivamente aos apelos de Deus, lendo com atenção todos os sinais divinos para que a vida própria e dos outros seja tratada com dignidade. Nenhum ser humano é destinado à marginalidade, mas à vida e em abundância.
 5- Espiritualidade da acolhida
Acolhe quem não se sente autossuficiente e percebe o outro como valor. Dom Bosco expressava a acolhida no que ele chamava de clima de família. Um ambiente de descontração e espontaneidade, sem abrir mãos de regras necessárias à ordem.
 6- Tudo por amor
São Francisco de Sales nos inspira “uma ‘espiritualidade do coração’, o coração divino e humano ocupados no amor apaixonado de um para com o outro”. Só a amor, não a força, sustenta a busca de santidade, como expressão de alegria e realização, ainda que em situações de cruz. Esse amor é exigente, mas é o que move a pessoa a atitudes de cultivo da vida interior, à prática das virtudes e da atenção e serviço no trato com idosos, jovens, colaboradores e companheiros.
  7- Crescer espiritualmente mediante relacionamentos
A convivência diária na família ou na comunidade, os afazeres dos mais simples aos mais complexos devem se constituir em lugares de crescimento na virtude. A celebração comunitária da fé na oração e louvor diários nos devem   motivar a irmos além de nossas preocupações pessoais e oferecermos nossos dons com vistas ao bem de todos. A amizade cultivada como um dom do Espírito é um forte elemento da espiritualidade salesiana. Esse espírito de relacionamento Dom Bosco aplica à educação. Ele privilegiava o contato do educador com o educando.
 8- Otimismo e operosidade
Para São Francisco de Sales o pecado entrou no mundo provocando grandes males, porém Deus é quem detém a última palavra sobre nós por meio de Jesus.  Daí brota nossa esperança. “Este nos oferece a graça para realizar nossas potencialidades humanas; para tornar-nos amantes de Deus e do próximo, para crescer em perfeição e tornar-nos santos. Por sua confiança na Providência de Deus e sabendo que Deus dirige tudo para o bem, a Espiritualidade Salesiana irradia otimismo. Quer em meio a grandes provas, quer em grandes alegrias, o nosso coração pode estar em paz, seguro na certeza de que ‘o mesmo Deus que toma cuidado de nós hoje, cuidará de nós amanhã e sempre’.” O otimista não se lamenta nem se perturba diante das adversidades, mas enfrenta os desafios com trabalho de modo simples e direto, convicto de assim corresponde à providência divina.
 9- A festa e a alegria como componentes da espiritualidade
Quem é contente com a vida, acolhida como dom, tem certeza de ser querido por Deus e sente-se também capaz de amar é feliz e o demonstra na festa. S. Fco de Sales defende a alegria como própria da santidade. O seu cultivo favorece a relação com crianças e jovens, bem como a sua educação.
 10 – Espiritualidade de comunhão eclesial
Abertura à comunhão com a Igreja em todos os níveis, com o Papa e com os bispos.
 11- Espiritualidade Mariana.
Nossa Senhora ocupa um lugar privilegiado como aquela que socorre e protege.