Hoje, nossa Arquidiocese celebra a Solenidade da conversão de São Paulo.
Ao celebrar a festa da conversão de São Paulo apóstolo, neste dia 25, é bom fazer uma
pergunta fundamental: O que levou Saulo, um homem de profunda rigidez na
observância dos preceitos hebraicos, a tão alto grau de excelência na fé cristã
e na propagação desta? O que proporcionou uma mudança assim tão radical a ponto
de transformar um grande perseguidor em um enorme apóstolo?
O dicionário da língua portuguesa, dentre outras definições,
aponta a palavra conversão sob dois pontos culminates: sob o ponto de vista da
Psicologia é o processo em virtude do qual emoções se transformam em
manifestações físicas. E sob o ponto de vista da Física é oprocesso de
decaimento radioativo em que a energia de um núcleo excitado se transfere para
um elétron orbital que é ejetado do átomo, acompanhado, em geral, pela emissão
de rais X característicos.
Você deve estar se perguntando: “O que estas duas definições
têm a ver com Saulo, sua conversão e seu ministério na Igreja?” É a definição
mais cabível que encontrei para explicar o processo sucedido na vida deste
grande servo de Deus, que de tão intenso foi convencido a mudar o próprio nome
para Paulo.
Uma pessoa que se converte a uma religião ou retorna a freqüentar àquela religião da infância,
abandonada havia tempos, logo deixa certos vícios e maus costumes. Como devemos
aferir, na vida do apóstolo Paulo não foi assim, pois ele cultivava uma vida
reta e santa segundo a doutrina hebraica. Por isso, a conversão deste apóstolo
é algo maior do que um simples mudar de direção ou de religião.
Saulo, nascido em Tarsus
cidade da atual Turquia foi detido, a caminho de
Damasco, por meio de um encontro inusitado e inesperado com Alguém a quem ele
negava e perseguia. Este encontro foi tão marcante que o jogou por terra,
tirando-lhe a vista e tornando-o dependente dos demais. Um homem que antes
perseguia, maltratava e aprisionava os cristãos, agora se torna frágil e dependente, todavia não
por muito tempo, mas somente para o período necessário à “transformação
atômica” do seu ser. Após esse encontro, ele sentiu-se profundamente tocado,
assim como os átomos que são excitados com a energia atômica. Todavia o que o
tocou não foi uma energia atômica, mas algo muito mais potente e mais sublime que esta. Ele foi tocado pelo Amor! Era
isso que faltava na vida dele, que era um verdadeiro seguidor da lei. Faltava
o Amor, que é Jesus!
Ele sofreu uma transformação radical em contato com o Amor e
a partir daquele momento não poderia mais ser o mesmo, nem estar fechado no seu
mundo de judeu observante da lei e da religião judaicas, mas tinha de ir
proclamar a todo o mundo, que este Amor é Jesus de Nazaré, a quem, antes, ele perseguia ferozmente.
Neste ponto entra em questão a segunda parte da definição de
conversão. Após a conversão não se pode ficar estático, mas se deve ter
“manifestações físicas” e “emissões de raios X característicos”. Isso aconteceu
com Paulo, pois, após sua conversão ao Amor, ele se tornou o apóstolo de todas
as gentes.
Portanto, a Festa da Conversão de São Paulo pode levá-lo a
dois questionamentos fundamentais para as práticas cristãs: Você já
recebeu Jesus, que é Amor, e fez sua experiência pessoal com Ele? Ou vive no
seguimento de leis e estatutos, que por si só não têm vida?
Paulo viveu há aproximadamente dois mil anos aqui na Terra Santa, mas, hoje, o encontro com Jesus pode
acontecer com você, aí onde você está agora. Basta estar atento à voz do
Deus-Amor e aceitá-Lo.