domingo, 30 de março de 2014
sexta-feira, 28 de março de 2014
quinta-feira, 27 de março de 2014
quarta-feira, 26 de março de 2014
terça-feira, 25 de março de 2014
UM CONVITE PARA A PENITÊNCIA
Dom Aloísio Roque Oppermann
Arcebispo Emérito de Uberaba (MG)
Arcebispo Emérito de Uberaba (MG)
O perdão de nossos pecados,é uma necessidade espiritual. Mas
também psicológica. Nada melhor do que o pecador se sentir perdoado. “Feliz
aquele cuja iniquidade foi perdoada” (Sl 31, 1). Isso é benéfico para nós.
Restaura nossa autoestima. Sentir-se perdoado significa ter a sensação segura
de ser amado.
Trata-se de uma grande experiência interior, portadora da
paz e do equilíbrio psicológico. Faz levantar a cabeça. Mas como se pode obter
a misericórdia divina em nosso favor? Que possibilidades de perdão o Pai Justo
(Jo 17, 25) nos oferece para a purificação de nossas consciências? Cito alguns
caminhos, uns mais largos e outros mais estreitos. Entre eles lembro o amor
profundo e total para com Deus. “A caridade é o vínculo da perfeição” (Col 3,
14). É bem difícil, mas muitos alcançam essa graça. Cito, sobretudo, a prática
da caridade para com o próximo. “A caridade apaga uma multidão de pecados” (1
Pd 4, 8). Esse é um caminho bastante seguro, ao alcance de nossas mãos. Também,
vinculadas ao poder legítimo da Igreja, estão as indulgências, cujo poder de
perdão provem dos tesouros de santidade dos filhos da esposa de Cristo.
Mas um caminho proposto por Jesus, e aberto pela bondade do
Salvador, é o Sacramento da Penitência, também chamado de Confissão. É um
caminho seguro para a misericórdia divina, contanto que nos arrependamos e nos
ponhamos na senda da mudança interior. Nós acreditamos no poder que Jesus deu à
sua Igreja de perdoar, em nome de Deus, os pecados do povo. “Somos embaixadores
da reconciliação...Em nome de Cristo vos pedimos: deixai-vos reconciliar com
Deus” (2 Cor 5, 19-20). Esse sacramento não só perdoa os pecados, - por mais
graves que sejam, - mas nos dá forças para praticar o bem. O Papa Francisco
sugere que todas as Paróquias do mundo facilitem, nesta quaresma, a aproximação
dos Fiéis, a este sacramento. O sacramento é tão humano, que até a Psicologia
adotou a “confissão” como um método de terapia. Só existe uma diferença: após o
relato diante de psicólogo, este pode orientar o paciente e mostrar o caminho
da recuperação. Mas o Sacerdote pode perdoar, em nome de Deus. E isso é uma
segurança para nós. “Se o mau renunciar à sua malícia e praticar o bem, ele
viverá” (Ez 33, 19).
segunda-feira, 24 de março de 2014
EXAME DE CONSCIÊNCIA PARA UMA BOA CONFISSÃO
Para você fazer uma boa confissão na terça-feira, dia 25, é preciso examinar a
sua consciência, com a luz do Espírito Santo, com coragem, e nada a
esconder do sacerdote, que ali representa o próprio Jesus.
1 :: Amo a Deus mais do que as coisas, as pessoas, os
meus programas?
Ou será que eu tenho adorado deuses falsos, como o prazer da gula, o orgulho de aparecer, a
vaidade de me exibir, de querer ser "o bom", etc.?
2 :: Eu tenho, contra a lei de Deus, buscado poder,
conhecimento, riquezas, soluções para meus problemas em coisas proibidas, como:
horóscopos, mapa astral, leitura de cartas, búzios, tarôs, pirâmides, cristas,
espiritismo, macumba, candomblé, magia negra, invocação dos mortos, leitura das
mãos, etc.? Tenho cultivado superstições? Figas, amuletos, duendes,
gnomos e coisas parecidas? Procuro ouvir músicas que me influenciam provocando
alienação, violência, rebeldia e depravação?
3 :: Eu rezo, confio em Deus, procuro a Igreja, participo
da Santa Missa nos domingos? Eu me confesso? Comungo?
4 :: Eu leio os evangelhos, a Palavra viva de
Jesus, ou será que Ele é um desconhecido para mim?
5 :: Eu respeito, amo e defendo Deus, Nossa Senhora, os
Anjos, os Santos, as coisas sagradas, ou será que sou um blasfemador que age
como um inimigo de Jesus?
6 :: Eu amo, honro, ajudo os meus pais, ou meus irmãos,
a minha família? Ou será que eu sou "um problema a mais" dentro da
minha casa? Eu faço os meus pais chorarem? Eu sou um filho que só sabe exigir e
exigir? Eu minto e sou fingido com eles?
Vivo o mandamento: "Honrar pai e mãe"?
7 :: Como vai o meu namoro? Faço da minha garota um
objeto de prazer para mim? Como um cigarro que eu fumo e jogo a
"bita" fora? Ela (e) é uma "pessoa" com a qual quero
conviver ou é apenas uma "coisa" para me dar prazer?
8 : Eu respeito meu corpo e a minha saúde que são dons
de Deus? Ou será que eu destruo o meu corpo, que é o templo do Espírito Santo,
com a prostituição, com as drogas, as aventuras de alto risco, brigas,
violências, provocações, etc.?
9: Sou honesto? Ou será que tapeio os outros? Engano
meus pais? Pego dinheiro escondido deles? Será que eu roubei algo de
alguém, mesmo que seja algo sem muito valor? Já devolvi?
10:: Fiz mal para alguém? Feri alguém por palavras,
pensamentos, atitudes, tapas, com armas? Neguei o meu perdão a alguém? Desejei
vingança? Tenho ódio de alguém?
11 :: Eu falo mal dos outros? Vivo fofocando,
destruindo a honra e o bom nome das pessoas? Sou caluniador e mexeriqueiro? Vivo
julgando e condenando aos outros? Sou compassivo, paciente, manso? Sei
perdoar, como Jesus manda?
12 :: Sou humilde, simples, prestativo, amigo de
verdade?
13:: Vivo a caridade, sei sofrer para ajudar a
quem precisa de mim?
Partilho o que tenho com os irmãos ou sou egoísta?
14 :: Sou desapegado das coisas materiais, do dinheiro?
15 :: Sou guloso, vivo só para comer, ou como para
viver?
16 :: Eu bebo sem controle? Deixo que o álcool
destrua minha vida e desgrace a minha família?
17 :: Sou preguiçoso? Não trabalho direito? Deixo todas
as minhas coisas jogadas e mal-arrumadas, se estragando?
18 :: Sinto raiva de alguém é não perdoo o mal que me
fizeram? Desejo vingança contra alguém? Sou maldoso?
19:: Sou invejoso? Ciumento? Vivo desejando o mal para os
outros?
domingo, 23 de março de 2014
JESUS E A SAMARITANA
Dom José Alberto Moura
Arcebispo de Montes Claros (MS)
O encontro de Jesus com a samaritana frente ao poço de Jacó
traz-nos sobejo alimento para nossa preparação à celebração da Páscoa. Jesus
pede a água material para saciar sua sede física. Ele prova ter natureza
humana. Ao mesmo tempo ele promete à mulher a água viva que sacia a sede de
infinito, trazida da fonte do amor de Deus. O conhecimento manifestado pelo
Mestre sobre a história da vida da samaritana a faz vislumbrar-se e anunciar a
todos a presença do Messias (Cf. João 4,5-42). Na vida desregrada dela podemos
contemplar as dificuldades e os entraves da convivência humana nem sempre
acertada com os ditames da proposta divina.
No poço humano de nossa caminhada encontramos a variedade de
situações angustiantes. Não por menos tratamos na Quaresma sobre o porquê da
vida no seguimento a Jesus Cristo. No colóquio com Ele vamos percebendo a
dimensão do humano entrecruzado com o divino. O desejo da água viva do Messias
nos faz pessoas com vontade de crescimento. Precisamos da água e de tudo o que
é material. Mas devemos saber usá-los na perspectiva da vida de sentido. Na
realidade das injunções humanas e desumanas encontramos todo tipo de
convivência, inclusive à do tráfico de pessoas. Aí acontece a exploração dos
mais frágeis pelos inescrupulosos, tirando vantagem econômica dos feitos
escravos, comercializados, agredidos física, sexual e moralmente. Crianças,
jovens, mulheres são usados como meio de ganho, crianças usadas como fontes de
extração de órgãos para serem transplantados em outras pessoas de outros
lugares. Há mão de obra escrava, discriminações e desrespeito à dignidade
humana. Tudo isso se nos é apresentado à consideração na Campanha da
Fraternidade para o colocarmos no encaminhamento da fé transformadora,
levando-nos a assumir a água viva do Cristo que nos faz ressuscitar para uma
vida de verdadeira justiça e fraternidade. Sem compromisso com a promoção da
vida humana digna e justa não há celebração da Páscoa! Ele se dá na conversão
para vivermos da água viva do amor de Deus, que nos faz solidários e
comprometidos em também darmos aos outros a vida que Jesus nos trouxe.
Somos convidados a participar do encontro de Jesus com a samaritana
junto ao poço de Jacó. Talvez sejamos como aquela mulher, necessitada da
mudança de vida, sendo alimentados com a água viva do Salvador. Com ela vamos
chamar as pessoas para escutarem e seguirem a Jesus. Precisamos de descruzar os
braços para implantarmos em nosso convívio os valores do Senhor. A cidadania é
desrespeitada demais. As famílias são esfaceladas com a mentalidade consumista
e hedonista. A juventude precisa de quem lhe dê um norte diferente da droga, da
corrupção política, do descompromisso com os valores da justiça, da promoção da
formação e educação na fé para assumirmos os valores éticos e da convivência
fraterna. Isto se faz na doação de si, na busca de um ideal de promoção da vida
digna para todos, a partir dos mais deixados de lado e descriminados.
A formação da fé nos leva a seguirmos os passos do Mestre e
obtemos a paz, tão necessária no convívio humano, como lembra Paulo: “Irmãos,
justificados pela fé, estamos em paz com Deus” (Romanos 5,1).
sábado, 22 de março de 2014
SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO OU DA CONFISSÃO
Na próxima terça, 25 de março, às 20 horas, teremos vários padres atendendo confissões em nossa Paróquia. Para se preparar bem para esse momento de graça, aprenda um pouco mais sobre esse Sacramento:
1. O QUE É A CONFISSÃO?
Confissão ou Penitência é o Sacramento instituído por Nosso
Senhor Jesus Cristo, para que os cristãos possam ser perdoados de seus pecados
e receberem a graça santificante. Também é chamado de sacramento da
Reconciliação.
2. QUEM INSTITUIU O SACRAMENTO DA CONFISSÃO OU PENITÊNCIA?
O sacramento da Penitência foi instituído por Nosso Senhor
Jesus Cristo, segundo nos ensina o Evangelho de São João: "Depois dessas
palavras (Jesus) soprou sobre eles dizendo-lhes: Recebei o Espírito Santo.
Àqueles a quem vocês perdoarem os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a
quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos" (Jo 20, 22-23).
3. A IGREJA TEM A AUTORIDADE PARA PERDOAR OS PECADOS ATRAVÉS
DO SACRAMENTO DA PENITÊNCIA?
Sim, a Igreja tem esta autoridade porque a recebeu de Nosso
Senhor Jesus Cristo: "Em verdade vos digo: tudo o que ligardes sobre a
terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes sobre a terra será também
desligado no céu" (Mt 18,18).
4. POR QUE ME CONFESSAR E PEDIR O PERDÃO PARA UM HOMEM IGUAL
A MIM?
Só Deus perdoa os pecados. O Padre, mesmo sendo um homem
sujeito às fraquezas como outros homens, está ali em nome de Deus e da Igreja
para absolver os pecados. Ele é o ministro do perdão, isto é, o intermediário
ou instrumento do perdão de Deus, como os pais são instrumentos de Deus para
transmitir a vida a seus filhos; e como o médico é um instrumento para
restituir a saúde física, etc.
5. OS PADRES E BISPOS TAMBÉM SE CONFESSAM?
Sim, obedientes aos ensinamentos de Cristo e da Igreja,
todos os Padres, Bispos e mesmo o Papa se confessam com frequência, conforme o
mandamento: "Confessai os vossos pecados uns aos outros" (Tg 5,16 ).
6. O QUE É NECESSÁRIO PARA FAZER UMA BOA CONFISSÃO?
Para se fazer uma boa confissão são necessárias 5 condições:
a) um bom e honesto exame de consciência diante de Deus;
b) arrependimento sincero por ter ofendido a Deus e ao
próximo;
c) firme propósito diante de Deus de não pecar mais, mudar
de vida, se converter;
d) confissão objetiva e clara a um sacerdote;
e) cumprir a penitência que o padre nos indicar.
7. COMO DEVE SER A CONFISSÃO?
Diga o tempo transcorrido desde a última confissão. Acuse
(diga) seus pecados com clareza, primeiro os mais graves, depois os mais leves.
Fale resumidamente, mas sem omitir o necessário. Devemos confessar os nossos
pecados e não os dos outros. Porém, se participamos ou facilitamos de alguma
forma o pecado alheio, também cometemos um pecado e devemos confessá-lo (por
exemplo, se aconselhamos ou facilitamos alguém a praticar um aborto, somos tão
culpados como quem cometeu o aborto).
8. O QUE PENSAR DA CONFISSÃO FEITA SEM ARREPENDIMENTO OU SEM
PROPÓSITO DE CONVERSÃO, OU SEJA, SÓ PARA "DESCARREGAR" UM POUCO OS
PECADOS?
Além de ser uma confissão totalmente sem valor, é uma grave
ofensa à Misericórdia Divina. Quem a pratica comete um pecado grave de
sacrilégio.
9. QUE PECADOS SOMOS OBRIGADOS A CONFESSAR?
Somos obrigados a confessar todos os pecados graves
(mortais). Mas é aconselhável também confessar os pecados leves (veniais) para
exercitar a virtude da humildade.
10. O QUE SÃO PECADOS GRAVES (MORTAIS) E SUAS CONSEQUÊNCIAS?
São ofensas graves a Deus ou ao próximo. Eles apagam a
caridade no coração do homem e o desviam de Deus. Quem morre em pecado grave
(mortal) sem arrependimento, merece a morte eterna, conforme diz a Escritura:
"Há pecado que leva à morte" (1Jo 5,16b).
11. O QUE SÃO PECADOS LEVES (ou também chamados de VENIAIS)?
São ofensas leves a Deus e ao próximo. Embora ofendam a
Deus, não destroem a amizade entre Ele e o homem. Quem morre em pecado leve não
merece a morte eterna. "Toda iniquidade é pecado, mas há pecado que não
leva à morte" (1Jo 5, 17).
12. PODEIS DAR ALGUNS EXEMPLOS DE PECADOS GRAVES?
São pecados graves, por exemplo: O assassinato, o aborto
provocado, assistir ou ler material pornográfico, destruir de forma grave e
injusta a reputação do próximo, oprimir o pobre, o órfão ou a viúva, fazer mau
uso do dinheiro público, o adultério, a fornicação, entre outros.
13. QUER DIZER QUE TODO AQUELE QUE MORRE EM PECADO MORTAL
ESTÁ CONDENADO?
Merece a condenação eterna. Porém, somente Deus, que é justo
e misericordioso e que conhece o coração de cada pessoa, pode julgar.
14. E SE TENHO DÚVIDAS SE COMETI PECADO GRAVE OU NÃO?
Para que haja pecado grave (mortal) é necessário:
a) conhecimento, ou seja, a pessoa deve saber, estar
informada que o ato a ser praticado é pecado;
b) consentimento, ou seja, a pessoa tem tempo para refletir,
e escolhe (consente) cometer o pecado;
c) liberdade, isto é, significa que somente comete pecado
quem é livre para fazê-lo;
d) matéria, ou seja, significa que o ato a ser praticado é
uma ofensa grave aos Mandamentos de Deus e da Igreja.
Estas 4 condições também são aplicáveis aos pecados leves,
com a diferença que neste caso a matéria é uma ofensa leve contra os
Mandamentos de Deus.
15. SE ESQUECI DE CONFESSAR UM PECADO QUE JULGO GRAVE?
Se esquecestes realmente, o Senhor te perdoou, mas é preciso
acusá-lo ao sacerdote em uma próxima confissão.
16. E SE NÃO SINTO REMORSO, COMETI PECADO?
Não sentir peso na consciência (remorso) não significa que
não tenhamos pecado. Se nós cometemos livremente uma falta contra um Mandamento
de Deus, de forma deliberada, nós cometemos um pecado. A falta de remorso pode
ser um sinal de um coração duro, ou de uma consciência pouco educada para as
coisas espirituais (por exemplo, um assassino pode não ter remorso por ter
feito um crime, mas seu pecado é muito grave).
17. A CONFISSÃO É OBRIGATÓRIA?
O católico deve confessar-se no mínimo uma vez por ano, ao
menos a fim de se preparar para a Páscoa. Mas somos também obrigados toda vez
que cometemos um pecado mortal.
18. QUAIS OS FRUTOS DE SE CONFESSAR CONSTANTEMENTE?
Toda confissão apaga completamente nossos pecados, até mesmo
aqueles que tenhamos esquecido. E nos dá a graça santificante, tornando-nos
naquele instante uma pessoa santa. Tranquilidade de consciência, consolo
espiritual. Aumenta nossos méritos diante do Criador. Diminui a influência do
demônio em nossa vida. Faz criar gosto pelas coisas do alto. Exercita-nos na
humildade e nos faz crescer em todas as virtudes.
19. E SE TENHO DIFICULDADE PARA CONFESSAR UM DETERMINADO
PECADO?
Se somos conhecidos de nosso pároco, devemos neste caso
fazer a confissão com outro padre para nos sentirmos mais à vontade. Em todo
caso, antes de se confessar converse com o sacerdote sobre a sua dificuldade.
Ele usará de caridade para que a sua confissão seja válida sem lhe causar
constrangimentos. Lembre-se: ele está no lugar de Jesus Cristo!
20. O QUE SIGNIFICA A PENITÊNCIA DADA NO FINAL DA CONFISSÃO?
A penitência proposta no fim da confissão não é um castigo;
mas antes uma expressão de alegria pelo perdão celebrado.
Padre Wagner Augusto Portugal (Doutor em Moral)
quinta-feira, 20 de março de 2014
O BRASIL GANHA A PRIMEIRA FACULDADE DE DIREITO CANÔNICO
A Congregação para a Educação Católica, departamento da
Cúria Romana, aprovou, com decreto assinado no dia 26 de fevereiro, a ereção da
Faculdade de Direito Canônico São Paulo Apóstolo, primeira do gênero no Brasil.
O anúncio foi feito na manhã de segunda-feira, dia 17, pelo Cardeal Odilo Pedro
Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo. A nova
faculdade será instalada no dia 7 de abril, em Ato Acadêmico Solene às 9h30, na
sede da faculdade (avenida Nazaré, 993 - Ipiranga), com a presença do Núncio
Apostólico no Brasil, Dom Giovanni D’Aniello.
A Faculdade de Direito Canônico da Arquidiocese de São Paulo
é fruto da elevação do atual Instituto de Direito Canônico Padre Doutor
Giuseppe Benito Pegoraro, após solicitação da Arquidiocese. Em fevereiro, em
Roma, o Cardeal Scherer teve uma audiência com o prefeito da Congregação para a
Educação Católica, o Cardeal polônes Zenon Grocholewski, para tratar do
assunto. A autorização foi repassada a Dom Odilo na semana passada, em
telefonema da Nunciatura Apostólica.
Durante a sessão de anúncio da nova faculdade, o Cônego
Martin Segú Girona, nomeado decano da instituição, manifestou alegria pela
notícia. Segundo ele, 18 professores doutores já foram aprovados, pela
Congregação para Educação Católica, para lecionar Direito Canônico na nova
faculdade, e irão se dedicar a responder, “paulatina e progressivamente”, aos
novos desafios, sem perder de vista que a “Salus animarum” (Salvação da Alma) é
a suprema lei da Igreja.
Cônego Segu explicou, ainda, que “as faculdades
eclesiásticas, para poderem ser distinguidas das estatais, normalmente, são
qualificadas ou com o nome de pontifícias (as mais antigas e com direitos
adquiridos) ou então simplesmente com o titulo de faculdade, embora gozem
dos mesmo direitos e deveres das que ostentam o nome de Pontifícia. Isto porque
as novas faculdades erigidas pela Congregação para a Educação Católica são
igualmente supervisionadas pelo Dicastério Apostólico”.
Segundo documento divulgado à imprensa, um dos objetivos da
faculdade é investigar, aprofundar e explanar de maneira sistemática as fontes
do Direito, tanto as do passado, quanto as do presente, “procurando harmonizar
as exigências científicas com as necessidades pastorais do povo de Deus”.
Um outro objetivo é desenvolver o Direito Canônico, tendo
como guia o Magistério da Igreja, de maneira que a aplicação do decreto da
Congregação para a Educação Católica que renova a ordem nos estudos nas
faculdades de Direito Canônico, de 2 de setembro de 2002, contribua para a
compreensão das práticas latino-americanas e brasileiras sem desmerecer a
universalidade do Código. Além disso, a nova faculdade deve promover a
“formação jurídica tanto do clero e pessoas consagradas, como de leigos, dando
ênfase especial à formação e preparação dos professores em Direito Canônico e
de ministros de Cúria tanto para o Poder Executivo quanto para o Judiciário”.
CÚRIA METROPOLITANA DE SÃO PAULO
Comunicado do Arcebispo de São Paulo
Tenho a honra de comunicar a todos os interessados que a
Santa Sé, por Decreto da Congregação para a Educação Católica, de 26 de
fevereiro de 2014, assinado pelo Prefeito e pelo Secretário da mesma
Congregação, respectivamente, Cardeal Zenon Grocholewski e Arcebispo Vincenzo
Zani, erigiu a Faculdade de Direito Canônico “São Paulo Apóstolo”, na Arquidiocese
de São Paulo.
Na mesma data, também aprovou “ad experimentum” para 5 anos,
os Estatutos da nova Faculdade de Direito Canônico e lhe nomeou Grão-Chanceler
o Arcebispo metropolitano de São Paulo.
Desse modo, conforme projeto e pedido anteriormente apresentados
à Sé Apostólica, o Instituto de Direito Canônico “Padre Dr. Giuseppe Benito
Pegoraro”, até agora em função, foi elevado à condição de Faculdade
Eclesiástica de Direito Canônico, com a denominação de “São Paulo Apóstolo”, em
homenagem ao Apóstolo Missionário e Doutor dos povos.
A Faculdade de Direito Canônico São Paulo Apóstolo será
instalada, com solene Ato Acadêmico, no dia 07 de abril de 2014.
A aprovação e criação, em São Paulo, da primeira Faculdade
de Direito Canônico é motivo de especial júbilo e ação de graças a Deus. Ao
mesmo tempo, esse ato da Sé Apostólica abre novos horizontes para a formação
qualificada de leigos, sacerdotes, diáconos e religiosos no Direito
Eclesiástico, para o serviço do povo de Deus.
Manifesto meu profundo agradecimento à Direção e aos
Professores do Instituto de Direito Canônico “Padre Dr. Giuseppe Benito
Pegoraro” pelos anos de serviço dedicados ao mesmo Instituto e pela elaboração
do Projeto de criação da Faculdade de Direito Canônico, que agora alcançou seu
feliz êxito.
Da mesma forma, agradeço à Direção da Pontifícia
Universidade Lateranense, de Roma, pelo apoio recebido ao longo dos anos em que
o Instituto de Direito Canônico “Padre Dr. Giuseppe Benito Pegoraro” esteve
“afiliado” e “agregado” àquela Universidade, bem como pelo incentivo e
orientação oferecidos para o encaminhamento do projeto de criação da nova
Faculdade.
Agradeço à Santa Sé que, através da Congregação para a
Educação Católica, acolheu favoravelmente o pedido de elevação do Instituto em
Faculdade de Direito Canônico.
Deus seja louvado! O Apóstolo São Paulo interceda pela nova
Instituição eclesiástica, nascida para servir à vida e à missão da Igreja.
São Paulo, 17/3/2014
Arcebispo metropolitano de São Paulo
Grão-Chanceler da Faculdade de Direito Canônico
“São Paulo Apóstolo
quarta-feira, 19 de março de 2014
SOLENIDADE DE SÃO JOSÉ, ESPOSO DE MARIA
Para celebrar São José, esposo da Virgem Maria, tutor de
Jesus, a Igreja faz uma pausa nas celebrações quaresmais. A 19 de março,
destaca-se a solenidade litúrgica na qual ela louva o Senhor, festejando aquele
que foi escolhido para a santa missão de cuidar, como pai, do Filho de Deus
encarnado.
Ao narrar o nascimento de Jesus, o evangelista Mateus,
destaca a figura de José, colocando-o em estreita relação com Abraão, o pai de
povo hebreu e com Davi, de cuja descendência nasceria o Salvador. (Cf. Mt, 1,
1-24). Em sua descrição genealógica, demonstra que entre Abraão e Davi, houve
quatorze gerações e de Davi até o exílio da Babilônia, mais quatorze gerações e
desde aí até o nascimento de Cristo, mais quatorze, sinalizando o simbolismo do
número sete, o número da plenitude, duplamente presente nas três partes da
ordem genealógica. Passa a descrever a forma espiritual e miraculosa com que se
deu o nascimento de Jesus Cristo, narrando a experiência vital de José, o homem
justo, demonstrando que mais importante que o puro dado genealógico, é a
descendência na linha da fé, cuja origem maravilhosa está em Abraão aquele que
acreditou contra toda esperança. São Paulo, na carta aos Romanos (cf. Rom.4,
1-25), discorre sobre a justificação de Abraão pela fé, uma vez que não se
salvou pela observância da lei só revelada bem mais tarde no Sinai a Moisés.
Tal fé tem seu ponto máximo ao momento do nascimento do Messias, e para ela se
abrem de forma esplendorosa José e Maria de Nazaré. José, ao lado da santa
esposa, está posto nos umbrais do momento messiânico, provado por Deus e
mostrado como modelo de fé e disponibilidade diante o plano do Altíssimo.
Mateus classifica José como homem justo, aquele em cuja alma se dava a
justificação do alto, aquele cujo espírito estava ajustado de forma madura e
plena com o Senhor do Universo, Deus Pai amoroso e onipotente que cria e salva
a humanidade. Pela sua fé, na condição de esposo legal e casto de Maria, se
realiza a paternidade espiritual pela qual o Salvador, gerado pela força do
Espírito Santo no seio virginal da jovem de Nazaré, cumpre a promessa feita aos
primeiros pais e confirmada na profecia de Natan a Davi.
Em José se evidencia de forma eloqüente a vocação do homem
maduro que se realiza em ser fiel a toda prova, ao não abandonar Maria na
concepção extraordinária do Menino de Belém. Nele se pode contemplar a
integridade de alma, ao despojar-se de si mesmo diante do plano de Deus,
disponibilizando-se total e indivisamente para a missão de ser pai legal,
adotivo, do Menino Deus. Ao lado da Virgem esposa, José é modelo de pai que
cuida do filho, na certeza de estar servindo humildemente a Deus e de estar
diante de um mistério que só pode ser entendido dentro do prisma da mais
genuína fé e do mais completo amor.
Na vida da Igreja, José sempre ocupou lugar de distinção,
respeito e veneração. Os documentos do século VII, a festa litúrgica
introduzida no século XII, a expansão de sua devoção no ocidente, sobretudo a
partir do século XV e as várias distinções dadas ao seu nome nos tempos
modernos, fazem de São José um dos santos mais queridos e populares do mundo
cristão. O papa Pio IX (1846-1878) o declarou Patrono Universal da Igreja, por
ter sido escolhido por Deus para cabeça da família de Nazaré, a primeira Igreja
Doméstica. Sendo esposo de Maria Santíssima, pai putativo de Jesus, se torna
também patrono da Igreja, Corpo Místico de Cristo.
Mediante a confiança depositada por Deus neste homem justo e
bom, o fiel encontra razões para submeter-se ao seu patrocínio e à sua
intercessão, em Cristo, para que suplique ao Pai em todas as suas necessidades,
sobretudo as relacionadas com a família, a educação dos filhos e a manutenção
geral dos lares. Muitos seminários e outras casas de formação dos futuros
sacerdotes são postos sob o patrocínio de São José, bem como mosteiros e
conventos, pois ele é modelo de alguém que se entregou total e indivisivelmente
à obra do Senhor, não querendo nada para si, mas tudo para Deus.
DOM GIL ANTÔNIO MOREIRA
CELEBRE CONOSCO A SOLENIDADE DE SÃO JOSÉ: HOJE ÀS 17h
64 ANOS DE FUNDAÇÃO DA SOCIEDADE JOSELEITOS DE CRISTO
Hoje, Solenidade de São José, esposo de Maria, rendemos graças a Deus pelos 64 anos de fundação da Sociedade Joseleitos de Cristo. O Instituto dos Joseleitos foi fundado em Boquim - SE pelo Padre José Gumercindo Santos. Nossa Paróquia tem a graça de ter a presença dos Joseleitos nos 10 últimos anos de sua história. O primeiro Joseleito que aqui trabalhou foi o Padre Reinaldo Cruz de Santana (6 anos), depois veio o Padre Francisco Valter Lopes (quase dois anos) e desde 26 de fevereiro de 2012, está conosco, o Padre Júlio Cesar.
Os Joseleitos buscam viver na Igreja e no Mundo:
1) Em primeiro lugar, a santificação de seus membros
mediante a observância dos votos de pobreza, obediência e castidade e em
segundo, a difusão da Boa Nova de Jesus Cristo aos pobres, através da
assistência às paróquias periféricas da sociedade, trabalhar na educação
integral, entre a juventude e adultos, como ainda acolher e formar os órfãos e
os vocacionados pobres, não esquecendo a boa imprensa.
2) À luz das seguintes inspirações bíblicas: “Não me
lances longe de tua face, Senhor!” (cf. Sl 51, 13) e “A ti eu deixei
o meu pobre, tu serás a ajuda do órfão” (cf.Sl 10, 14), esta Sociedade tem
como distintivos: a busca de intensa união com Deus, da humildade e
simplicidade de São José, a solicitude para com os pobres, configurados nos
órfãos – pupila dos olhos de Deus -, a dedicação aos jovens e às vocações
religiosas e sacerdotais e a caridade fraterna.
terça-feira, 18 de março de 2014
domingo, 16 de março de 2014
MENSAGEM DO PAPA PARA A QUARESMA
Fez-Se pobre, para nos enriquecer com a sua pobreza
(cf. 2 Cor 8, 9)
Queridos irmãos e irmãs!
Por ocasião da Quaresma, ofereço-vos algumas reflexões com a
esperança de que possam servir para o caminho pessoal e comunitário de
conversão. Como motivo inspirador tomei a seguinte frase de São Paulo:
«Conheceis bem a bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, Se fez
pobre por vós, para vos enriquecer com a sua pobreza» (2 Cor 8, 9). O
Apóstolo escreve aos cristãos de Corinto encorajando-os a serem generosos na
ajuda aos fiéis de Jerusalém que passam necessidade. A nós, cristãos de
hoje, que nos dizem estas palavras de São Paulo? Que nos diz, hoje, a nós,
o convite à pobreza, a uma vida pobre em sentido evangélico?
A graça de Cristo
Tais palavras dizem-nos, antes de mais nada, qual é o estilo
de Deus. Deus não Se revela através dos meios do poder e da riqueza do mundo,
mas com os da fragilidade e da pobreza: «sendo rico, Se fez pobre por vós».
Cristo, o Filho eterno de Deus, igual ao Pai em poder e glória, fez-Se pobre;
desceu ao nosso meio, aproximou-Se de cada um de nós; despojou-Se,
«esvaziou-Se», para Se tornar em tudo semelhante a nós (cf. Fil 2,
7; Heb 4, 15). A encarnação de Deus é um grande mistério. Mas, a
razão de tudo isso é o amor divino: um amor que é graça, generosidade, desejo
de proximidade, não hesitando em doar-Se e sacrificar-Se pelas suas amadas
criaturas. A caridade, o amor é partilhar, em tudo, a sorte do amado. O amor
torna semelhante, cria igualdade, abate os muros e as distâncias. Foi o
que Deus fez connosco. Na realidade, Jesus «trabalhou com mãos humanas, pensou
com uma inteligência humana, agiu com uma vontade humana, amou com um coração
humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-Se verdadeiramente um de nós,
semelhante a nós em tudo, excepto no pecado» (Conc.
Ecum. Vat. II, Const. past. Gaudium
et spes, 22).
A finalidade de Jesus Se fazer pobre não foi a pobreza em si
mesma, mas – como diz São Paulo – «para vos enriquecer com a sua pobreza». Não
se trata dum jogo de palavras, duma frase sensacional. Pelo contrário, é
uma síntese da lógica de Deus: a lógica do amor, a lógica da Encarnação e
da Cruz. Deus não fez cair do alto a salvação sobre nós, como a esmola de quem
dá parte do próprio supérfluo com piedade filantrópica. Não é assim o amor de
Cristo! Quando Jesus desce às águas do Jordão e pede a João Baptista para O
baptizar, não o faz porque tem necessidade de penitência, de conversão;
mas fá-lo para se colocar no meio do povo necessitado de perdão, no meio de nós
pecadores, e carregar sobre Si o peso dos nossos pecados. Este foi o caminho
que Ele escolheu para nos consolar, salvar, libertar da nossa miséria. Faz
impressão ouvir o Apóstolo dizer que fomos libertados, não por meio da riqueza
de Cristo, mas por meio da sua pobreza. E todavia São Paulo conhece bem a
«insondável riqueza de Cristo» (Ef 3, 8), «herdeiro de todas as coisas» (Heb 1,
2).
Em que consiste então esta pobreza com a qual Jesus nos
liberta e torna ricos? É precisamente o seu modo de nos amar, o seu
aproximar-Se de nós como fez o Bom Samaritano com o homem abandonado meio morto
na berma da estrada (cf. Lc 10, 25-37). Aquilo que nos dá
verdadeira liberdade, verdadeira salvação e verdadeira felicidade é o seu amor
de compaixão, de ternura e de partilha. A pobreza de Cristo, que nos enriquece,
é Ele fazer-Se carne, tomar sobre Si as nossas fraquezas, os nossos pecados,
comunicando-nos a misericórdia infinita de Deus. A pobreza de Cristo é a maior
riqueza: Jesus é rico de confiança ilimitada em Deus Pai, confiando-Se a
Ele em todo o momento, procurando sempre e apenas a sua vontade e a sua
glória. É rico como o é uma criança que se sente amada e ama os seus pais, não
duvidando um momento sequer do seu amor e da sua ternura. A riqueza de Jesus é
Ele ser o Filho: a sua relação única com o Pai é a prerrogativa soberana
deste Messias pobre. Quando Jesus nos convida a tomar sobre nós o seu «jugo
suave» (cf. Mt 11, 30), convida-nos a enriquecer-nos com esta sua
«rica pobreza» e «pobre riqueza», a partilhar com Ele o seu Espírito filial e
fraterno, a tornar-nos filhos no Filho, irmãos no Irmão Primogénito (cf.Rm 8,
29).
Foi dito que a única verdadeira tristeza é não ser santos
(Léon Bloy); poder-se-ia dizer também que só há uma verdadeira miséria: é não
viver como filhos de Deus e irmãos de Cristo.
O nosso testemunho
Poderíamos pensar que este «caminho» da pobreza fora o de
Jesus, mas não o nosso: nós, que viemos depois d'Ele, podemos salvar
o mundo com meios humanos adequados. Isto não é verdade. Em cada época e
lugar, Deus continua a salvar os homens e o mundo por meio da pobreza de
Cristo, que Se faz pobre nos Sacramentos, na Palavra e na sua Igreja, que
é um povo de pobres. A riqueza de Deus não pode passar através da nossa
riqueza, mas sempre e apenas através da nossa pobreza, pessoal e comunitária,
animada pelo Espírito de Cristo.
À imitação do nosso Mestre, nós, cristãos, somos chamados a
ver as misérias dos irmãos, a tocá-las, a ocupar-nos delas e a trabalhar
concretamente para as aliviar. A miséria não coincide com a pobreza;
a miséria é a pobreza sem confiança, sem solidariedade, sem esperança. Podemos
distinguir três tipos de miséria: a miséria material, a miséria moral e a
miséria espiritual. A miséria material é a que habitualmente
designamos por pobreza e atinge todos aqueles que vivem numa condição indigna
da pessoa humana: privados dos direitos fundamentais e dos bens de primeira
necessidade como o alimento, a água, as condições higiénicas, o trabalho, a
possibilidade de progresso e de crescimento cultural. Perante esta miséria, a
Igreja oferece o seu serviço, a sua diakonia, para ir ao encontro das
necessidades e curar estas chagas que deturpam o rosto da humanidade. Nos
pobres e nos últimos, vemos o rosto de Cristo; amando e ajudando os pobres,
amamos e servimos Cristo. O nosso compromisso orienta-se também para fazer com
que cessem no mundo as violações da dignidade humana, as discriminações e os
abusos, que, em muitos casos, estão na origem da miséria. Quando o poder,
o luxo e o dinheiro se tornam ídolos, acabam por se antepor à exigência
duma distribuição equitativa das riquezas. Portanto, é necessário que as
consciências se convertam à justiça, à igualdade, à sobriedade e à partilha.
Não menos preocupante é a miséria moral, que
consiste em tornar-se escravo do vício e do pecado. Quantas famílias vivem na
angústia, porque algum dos seus membros – frequentemente jovem – se deixou
subjugar pelo álcool, pela droga, pelo jogo, pela pornografia! Quantas pessoas
perderam o sentido da vida; sem perspectivas de futuro, perderam a esperança! E
quantas pessoas se vêem constrangidas a tal miséria por condições sociais
injustas, por falta de trabalho que as priva da dignidade de poderem trazer o
pão para casa, por falta de igualdade nos direitos à educação e à saúde. Nestes
casos, a miséria moral pode-se justamente chamar um suicídio incipiente. Esta
forma de miséria, que é causa também de ruína económica, anda sempre associada
com a miséria espiritual, que nos atinge quando nos afastamos de Deus
e recusamos o seu amor. Se julgamos não ter necessidade de Deus, que em Cristo
nos dá a mão, porque nos consideramos auto-suficientes, vamos a caminho da
falência. O único que verdadeiramente salva e liberta é Deus.
O Evangelho é o verdadeiro antídoto contra a miséria
espiritual: o cristão é chamado a levar a todo o ambiente o anúncio libertador
de que existe o perdão do mal cometido, de que Deus é maior que o nosso pecado
e nos ama gratuitamente e sempre, e de que estamos feitos para a comunhão
e a vida eterna. O Senhor convida-nos a sermos jubilosos anunciadores desta
mensagem de misericórdia e esperança. É bom experimentar a alegria de difundir
esta boa nova, partilhar o tesouro que nos foi confiado para consolar os
corações dilacerados e dar esperança a tantos irmãos e irmãs imersos na
escuridão. Trata-se de seguir e imitar Jesus, que foi ao encontro dos pobres e
dos pecadores como o pastor à procura da ovelha perdida, e fê-lo cheio de amor.
Unidos a Ele, podemos corajosamente abrir novas vias de evangelização e
promoção humana.
Queridos irmãos e irmãs, possa este tempo de Quaresma
encontrar a Igreja inteira pronta e solícita para testemunhar, a quantos
vivem na miséria material, moral e espiritual, a mensagem evangélica, que se
resume no anúncio do amor do Pai misericordioso, pronto a abraçar em Cristo
toda a pessoa. E poderemos fazê-lo na medida em que estivermos
configurados com Cristo, que Se fez pobre e nos enriqueceu com a sua pobreza. A
Quaresma é um tempo propício para o despojamento; e far-nos-á bem
questionar-nos acerca do que nos podemos privar a fim de ajudar e enriquecer a
outros com a nossa pobreza. Não esqueçamos que a verdadeira pobreza dói: não
seria válido um despojamento sem esta dimensão penitencial. Desconfio da esmola
que não custa nem dói.
Pedimos a graça do Espírito Santo que nos permita ser «tidos
por pobres, nós que enriquecemos a muitos; por nada tendo e, no entanto, tudo
possuindo» (2 Cor 6, 10). Que Ele sustente estes nossos propósitos e
reforce em nós a atenção e solicitude pela miséria humana, para nos
tornarmos misericordiosos e agentes de misericórdia. Com estes votos, asseguro
a minha oração para que cada crente e cada comunidade eclesial percorra
frutuosamente o itinerário quaresmal, e peço-vos que rezeis por mim. Que o
Senhor vos abençoe e Nossa Senhora vos guarde!
Vaticano, 26 de Dezembro de 2013
Papa Francisco
sexta-feira, 14 de março de 2014
VIA SACRA
A Via Sacra é uma oração que nos lembra o caminho da dor e
do sofrimento de JESUS, no percurso de sua Divina missão Redentora, quando de
modo perfeito e heroico, demonstrou uma profunda obediência ao PAI ETERNO e um
infinito Amor à humanidade de todas as gerações.
Normalmente é rezada as Quartas-feiras e Sextas-feiras no
período da Quaresma. Todavia, por sua importância e valor espiritual, deveria
ser lembrada nos demais meses do ano, por todos aqueles que se sentirem
sensibilizados à amenizar as dores do Redentor e quiserem se irmanar aos
sofrimentos de JESUS, penitenciando-se de suas próprias culpas e das
transgressões da humanidade.
Rezar a Via Sacra é reviver na mente e no coração a grandeza
do Amor de DEUS, que para Salvar e Redimir a humanidade de todas as gerações,
entregou o seu Divino FILHO em holocausto, como Vítima Perfeita para lavar os
pecados de todos nós!
Em nossa Paróquia, rezaremos a Via-Sacra todas as sextas na Igreja às 19h30 e nas ruas na Sexta-feira Santa. Participe!
quarta-feira, 12 de março de 2014
COMO VENCER AS TENTAÇÕES
DOM ANTONIO CARLOS ROSSI KELLER
BISPO DE FREDERICO WESTPHALEN (RS)
O Evangelho do 1º Domingo da Quaresma (Mateus 4, 1-11), nos
mostrou a luta de Nosso Senhor Jesus Cristo contra Satanás, usando sempre
frases da Sagrada Escritura, como que a sugerir-nos que da Palavra de Deus nos
vem a luz para sabermos o que havemos de fazer, na hora da tentação.
O Demônio tenta-nos sempre com a mesma tática.
‑ Parte, de ordinário, de uma coisa naturalmente boa. Em
seguida deforma-a, exagerando, transformando em outro o objeto inicial da
tentação.
Nas tentações de Jesus, o demônio parte da fome (1ª); da Sua
missão de Messias que devia ser reconhecida por todos (2ª); e de Ele querer
estabelecer um Reino universal (3ª).Para nós, pode partir do cansaço, de
qualquer carência natural, da amizade, do cuidado das coisas temporais, etc.
‑ Quando nos quer enganar, não nos leva, em geral, a dizer
não a Deus imediatamente, mas a atrasar o nosso sim a Deus, a deixar para
depois. Ele sabe que, por sucessivos adiamentos, consegue levar-nos a faltar ao
dever.
Nas três tentações a que se submete, Jesus resume todas aquelas que podemos
sofrer:
‑ Voltar todas as nossas preocupações para os cuidados
materiais da vida. Depois, o prazer é desligado da sua finalidade: ao comer
procura o sabor, em vez da alimentação; na sexualidade, o prazer, em vez de o
colocar ao serviço da vida, do amor e da família; no desejo de alcançar um fim
(mesmo bom) o inimigo leva-nos a não olhar os meios para o conseguir. Um fim
bom nunca pode justificar meios que Deus condena.
Na Quaresma, aprendemos a lutar contra as tentações, a renovar
nossa vida de filhos de Deus. Preparemo-nos generosamente para uma renovação
interior nesta Quaresma, pela fidelidade às promessas do nosso Batismo.
Preparemo-nos também para a luta, o combate espiritual da
santificação. «Jejuou quarenta dias e quarenta noites e, por fim, teve
fome.»Todo o bom desportista prepara-se cuidadosamente para a competição,
treinando-se e prevenindo-se contra a tática do adversário. Jesus Cristo
prepara-Se para este combate singular pela oração e o jejum durante quarenta
dias e quarenta noites.
O jejum pode apresentar-se sob diversas formas:
‑ na comida e bebida, com referências à qualidade e à quantidade;
‑ nos olhos e nos ouvidos, quando nos abstemos de coisas más e de outras que,
mesmo sendo boas, nos custa passar sem elas, tais como programas de televisão,
restringir o uso do carro, mortificar os olhos, a língua nas conversas,
restringir o uso da internet, etc.
‑ A mortificação há de ser contínua, como os exercícios do atleta, para o
manterem em boa forma.
Recorramos filialmente à ajuda de Nossa Senhora, a fim de
alcançarmos a vitória.
segunda-feira, 10 de março de 2014
CARDEAL SE ENCONTRA COM O CLERO ARQUIDIOCESANO
Aconteceu nesta quinta-feira 06/03/2014, no Teatro Fernando
Torres no Tatuapé, o encontro de início de ano do Cardeal dom Odilo Pedro
Scherer com o Clero da Arquidiocese de São Paulo.
O auditório estava lotado, padres seculares, padres
religiosos, diáconos e irmãos e irmãs religiosas e alguns leigos estavam
presente, cerca de 500 pessoas.
As 9hs, já no auditório do teatro, Dom Julio Endi Akamine,
Dom Edmar Peron e equipe de liturgia preparam um momento de oração.
Em seguida Pe. Tarcísio, Coordenador de Pastoral convidou
dom Odilo para compôr a mesa e em seguida dom Odilo convidou os Bispos
Auxiliares para acompanhá-lo, junto com os padres dos vicariatos.
Em seguida dom Odilo falou de Dom Cláudio e Dom Paulo, de
sua estadia em Roma, da audiência com o Papa Francisco, do Consistório, da
Congregação para Educação Católica da qual faz parte e do seu desejo de formar
um vicariato da Pastoral Universitária.
Dom Odilo refletiu sobre a Exortação Apostólica EVANGELII
GAUDIUM, comentando alguns pontos fundamentais.
domingo, 9 de março de 2014
UM ANO DE PONTIFICADO DO PAPA FRANCISCO
ORAÇÃO PELO PAPA FRANCISCO:
Ó Jesus, Mestre e Pastor,
olha com carinho para o Papa Francisco.
Dá-lhe sabedoria para conduzir a Igreja
segundo o Evangelho,
e coragem para lidar
com os desafios do mundo atual.
Que este teu servidor seja para todos nós
um pai amigo, aberto e generoso para acolher
as angústias e as tristezas do povo,
mas também suas esperanças
de tempos melhores e vida mais digna.
Concede sempre ao nosso Papa:
fortaleza nas dificuldades,
suficiente luz nas incertezas,
conforto nas horas de solidão,
e otimismo em todas as circunstâncias.
Abençoa, Senhor, o Papa Francisco.
Que sua simplicidade e testemunho de vida
despertem, em cada pessoa,
sincero desejo de maior comunhão com Deus
e com os irmãos e irmãs.
Não o deixes nunca sozinho, Senhor,
e que nós, sensíveis às suas necessidades
espirituais e materiais, o acompanhemos sempre
com nossa oração solidária
e nosso amor filial.
Amém.
sábado, 8 de março de 2014
PARABÉNS MULHERES!
NOTA DA CNBB
1. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, saúda
todas as mulheres por ocasião do Dia Internacional da Mulher – 8 de março.
Agradecemos as mulheres que por sua vocação e missão lutam pela superação de
todo tipo de violência e possibilitam a construção de uma cultura de paz no
ambiente familiar e social.
2. Reconhecemos a enriquecedora atuação das mulheres na
sociedade e, especialmente, na vida e missão da Igreja. Partilham
responsabilidades pastorais com um estilo e dinâmicas próprias, expressas na
solicitude e no cuidado para com as pessoas nos diferentes serviços e
ministérios. Contudo, sabemos que ainda é necessário ampliar os espaços para
uma presença feminina mais incisiva na Igreja e em outros lugares onde se tomam
decisões importantes (Cf. EG 103).
3. No ano em que a CNBB propõe como tema da Campanha da
Fraternidade o Tráfico Humano, merece a nossa atenção o fato de muitas mulheres
serem vítimas deste crime, especialmente no que tange a exploração sexual. A
invisibilidade desta prática abominável se acentua pelo fato das vítimas serem
de famílias pobres, o que reforça a constatação da vulnerabilidade social da
mulher no Brasil. Diante desta realidade, a Igreja é chamada a ter uma atitude
de escuta e acolhida, à semelhança da atitude de Jesus diante dos apelos da
mulher cananeia (Cf. Mt 15,28).
4. Preocupa-nos o ambiente ainda adverso para as mulheres na
sociedade. É alarmante o número de mulheres mortas de forma violenta,
alcançando neste momento histórico o mais alto índice. São vítimas de
agressões, principalmente por causa de conflitos de gênero.
5. Não podemos esquecer o crescente número de mulheres que
são arrimo de família. Quase 40% dos lares brasileiros têm a mulher como
referência. Elas, na maioria das vezes, foram abandonadas pelos maridos ficando
com filhos e familiares doentes ou idosos com a responsabilidade de cuidá-los,
recebendo, um salário inferior ao dos homens e vivendo em condições insalubres.
6. Desejamos que, no cuidado da vida e no exercício da
caridade e da cidadania, as mulheres continuem sendo testemunho de perseverança
pelos caminhos que conduzem à dignidade, à liberdade, à justiça e à paz.
7. Nossa Senhora Aparecida, Mãe de Jesus e nossa, modelo de
mulher, esposa e trabalhadora, ilumine e proteja às mulheres de nosso país.
Brasília, 08 de março de 2014
Raymundo Damasceno Assis
Cardeal Arcebispo de Aparecida – SP
Presidente da CNBB
Dom José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luís - MA
Vice-presidente da CNBB
Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo-Auxiliar de Brasília – DF
Secretário-Geral da CNBB
sexta-feira, 7 de março de 2014
SIGNIFICADO DO CARTAZ DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE
1-O cartaz da Campanha da Fraternidade quer refletir a
crueldade do tráfico humano. As mãos acorrentadas e estendidas simbolizam a
situação de dominação e exploração dos irmãos e irmãs traficados e o seu
sentimento de impotência perante os traficantes. A mão que sustenta as
correntes representa a força coercitiva do tráfico, que explora vítimas que
estão distantes de sua terra, de sua família e de sua gente.
2-Essa situação rompe com o projeto de vida na liberdade e
na paz e viola a dignidade e os direitos do ser humano, criado à imagem e
semelhança de Deus. A sombra na parte superior do cartaz expressa as violações
do tráfico humano, que ferem a fraternidade e a solidariedade, que empobrecem e
desumanizam a sociedade.
3-As correntes rompidas e envoltas em luz revigoram a vida
sofrida das pessoas dominadas por esse crime e apontam para a esperança de
libertação do tráfico humano. Essa esperança se nutre da entrega total de Jesus
Cristo na cruz para vencer as situações de morte e conceder a liberdade a
todos. “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5, 1), especialmente os
que sofrem com injustiças, como as presentes nas modalidades do tráfico humano,
representadas pelas mãos na parte inferior.
4-A maioria das pessoas traficadas é pobre ou está em
situação de grande vulnerabilidade. As redes criminosas do tráfico valem-se
dessa condição, que facilita o aliciamento com enganosas promessas de vida mais
digna. Uma vez nas mãos dos traficantes, mulheres, homens e crianças, adolescentes
e jovens são explorados em atividades contra a própria vontade e por meios
violentos. (Fonte: CF 2014).
Assinar:
Postagens (Atom)