Em sua primeira audiência geral
depois de mais de dois meses de recesso, o papa Francisco dedicou sua catequese
desta quarta-feira, 04 de setembro, à viagem que fez ao Brasil, por ocasião da
Jornada Mundial da Juventude. “Considero importante falar deste evento para
entender melhor o seu significado”, disse o Santo Padre. Antes de tudo, o
pontífice agradeceu a Deus o “presente” de poder voltar ao continente americano
e a Nossa Senhora Aparecida, “importante para a história da Igreja no Brasil e
na América Latina”, por tê-lo acompanhado durante toda a viagem.
Mais uma vez, agradeceu aos
organizadores e às autoridades civis e eclesiásticas e a todos os brasileiros
pela acolhida. “Brava gente esses brasileiros”, disse o papa sobre o
acolhimento que, para ele, é a primeira palavra que emerge da viagem ao Brasil.
Segundo Francisco, a generosidade das famílias e das paróquias brasileiras que
acolheram fraternalmente os peregrinos, superando as dificuldades e
inconvenientes, criou uma verdadeira rede de amizade.
O Santo Padre destacou o clima de
festa da Jornada. “Ver jovens do mundo inteiro, saudando-se e abraçando-se é um
testemunho para todos. Contudo, a JMJ é acima de tudo uma festa da fé: todos
unidos para louvar e adorar o Senhor”. Falou também do aspecto missionário do
evento. “O mandato de Cristo aos seus discípulos foi acompanhado da certeza de
que estaria com eles todos os dias. Isso é fundamental - disse o papa - pois
somente com Ele nós podemos levar o Evangelho, sem Cristo nada podemos fazer.
Com Ele, ao invés, podemos fazer tantas coisas. Mesmo um jovem, que aos olhos
do mundo conta pouco ou nada, aos olhos de Deus é um apóstolo do Reino, é uma
esperança para Deus!”
Francisco, então, se dirigiu
diretamente à juventude: “Saiam de vocês mesmos, de todo fechamento para levar
a luz e o amor do Evangelho a todos, até as extremas periferias da existência!
Este foi precisamente o mandato de Jesus que confiei aos jovens que lotavam a
perder de vista a praia de Copacabana. Um lugar simbólico, a margem do oceano,
que lembrava a margem do lago da Galileia.”
“Os jovens que estavam no Rio,
prosseguiu o pontífice, não são notícia porque não fazem escândalos e atos
violentos. Mas se permanecerem unidos a Jesus, eles constroem o seu Reino,
constroem fraternidade e são uma força potente para tornar o mundo mais justo e
mais belo para transformá-lo”. Francisco pediu coragem à juventude
mundial para assumir o desafio de ser esta a força de amor e de misericórdia
para mudar a realidade. “Acolhimento, festa, missão: que essas não sejam
mera lembrança do que aconteceu no Rio, mas sejam ânimo da nossa vida e a de
nossas comunidades", concluiu.
Oração:
Na saudação aos peregrinos,
em língua portuguesa, disse aos brasileiros que está com saudade de sua
visita a Aparecida e ao Rio. Francisco também recordou que sábado próximo será
dedicado ao jejum e à oração pela paz na Síria, no Oriente Médio e no mundo
inteiro.
“Renovo o convite a toda a Igreja
a viver intensamente este dia e, desde já, expresso reconhecimento aos outros
irmãos cristãos, irmãos de outras religiões e aos homens e mulheres de boa
vontade que quiserem se unir a este momento. Exorto em especial os fiéis
romanos e os peregrinos a participarem da vigília de oração, aqui na Praça S.
Pedro, às 19h, para invocar do Senhor o grande dom da paz. Que se eleve forte
em toda a terra o grito da paz!”