Na
solenidade de São José, nesta terça-feira, 19, papa Francisco dedicou toda a
sua homilia às virtudes do patrono da Igreja e como os fiéis podem se inspirar
em suas qualidades.
Logo
no início, Francisco recordou seu predecessor, o papa emérito Bento 16, já que,
na festa de São José, é celebrado o seu onomástico (celebrado pelas pessoas que
tem o mesmo nome do santo lembrado naquele dia).
Comentando
as leituras do dia, o Papa falou da missão de José: ser guardião de Maria e de
Jesus, mas com uma guarda que depois se alarga à Igreja. Uma guarda que se
realiza com discrição e humildade, no silêncio, mas com uma presença constante
e uma fidelidade total, mesmo quando não consegue entender.
“Deus
não deseja uma casa construída pelo homem, mas quer a fidelidade à sua Palavra,
ao seu desígnio”, disse.
Francisco
explicou também que José responde à sua vocação com disponibilidade e
prontidão, mas essa vocação não diz respeito somente aos cristãos, tendo uma
dimensão antecedente que é simplesmente humana.
Essa
vocação antecedente é a de guardar a criação inteira, a beleza da criação, como
relata o livro de Gênesis e mostrou São Francisco de Assis: é ter respeito por
toda a criatura de Deus e pelo ambiente onde se vive, é guardar as pessoas, em
especial os mais frágeis. “Sejam guardiões dos dons de Deus!”
Nesse
sentido, papa Francisco fez um apelo aos que ocupam cargos de responsabilidade
em âmbito econômico, político ou social, a todos os homens e mulheres de boa
vontade. “Sejamos ‘guardiões’ da criação, do desígnio de Deus inscrito na
natureza, guardiões do outro, do ambiente; não deixemos que sinais de
destruição e morte acompanhem o caminho deste nosso mundo!”.
Por
fim, Francisco falou do início do seu ministério como novo Bispo de Roma,
Sucessor de Pedro, que inclui também um poder. Explicando qual é esse poder, o
Papa mencionou o convite de Jesus a Pedro: apascenta as minhas ovelhas.
“Jamais
nos esqueçamos que o verdadeiro poder é o serviço, e que o próprio Papa, para
exercer o poder, deve entrar sempre mais naquele serviço que tem o seu vértice
luminoso na Cruz; deve olhar para o serviço humilde, concreto, rico de fé, de
São José e, como ele, abrir os braços para guardar todo o Povo de Deus e
acolher, com afeto e ternura, a humanidade inteira, especialmente os mais pobres,
os mais fracos, os mais pequeninos, aqueles que Mateus descreve no Juízo final
sobre a caridade: quem tem fome, sede, é estrangeiro, está nu, doente, na
prisão”.
Papa
Francisco encerrou pedindo a intercessão da Virgem Maria, de São José, de São
Pedro e São Paulo, de São Francisco, para que o Espírito Santo acompanhe o seu
ministério.