O Papa Francisco chegou, nesta segunda-feira, 13, ao
aeroporto de Roma-Ciampino, por volta das 13h40 locais, depois de doze horas e
meia de voo vindo do Paraguai em sua viagem apostólica para a América
Latina, que começou no Equador e passou pela Bolívia.
O Pontífice embarcou no Aeroporto de Assunção, Paraguai,na
noite do domingo, 12. Seu último compromisso oficial no Paraguai foi o encontro
com os jovens. Mas em seguida, Francisco parou para abençoar o local onde um
incêndio, em 2004, destruiu o Centro Comercial Ycuà Bolaños, matando 400
pessoas e deixando mais de 500 feridos.
No Aeroporto, o Santo Padre foi recebido pelo Presidente
Horácio Manuel Cartes. A cerimônia de despedida contou com a participação de um
coral de jovens indígenas, que fez uma apresentação de vozes e instrumentos
típicos, evocando a atmosfera das Reduções jesuíticas, recordadas pelo Papa
Francisco em dois discursos. Em seguida, outro grupo de danças rendeu sua
homenagem final ao ilustre hóspede.
Passando por diferenças quase extremas de temperatura e
altitudes, Francisco mostrou-se absolutamente à vontade, “em casa” – como
afirmou num discurso – ao encontrar culturas tão ricas e diversas dos povos
latino-americanos, que em comum, tem também as desigualdades e a história de
luta por um mundo mais justo e fraterno. Profundo conhecedor da realidade
latino-americana, Francisco escutou, observou e falou, mas acima de tudo,
mostrou proximidade, apontando situações de injustiça, mas acima de tudo
encorajando e levando esperança. Ele que viajou ao continente sob o lema da
alegria e da esperança, da Evangelii Gaudium, tão citada em seus
pronunciamentos.
O Pontífice falou sobre família, alegria, diálogo, cultura
do encontro, justiça, descarte, pobres, solidariedade, fraternidade,
gratuidade, subsidiariedade, cultura, memória, crianças, jovens, idosos,
inclusão.
Discipulado: identidade do cristão
Pela manhã, depois de visitar a comunidade paraguaia de
Bañado Norte, o Papa Francisco presidiu a celebração eucarística no Parque Ñu
Guazú, em Assunção com a presença de milhares de fiéis. O Santo Padre iniciou a
homilia partindo do versículo 13 do Salmo 84: “O Senhor dar-nos-á chuva e dará
fruto a nossa terra”. “Somos convidados a celebrar a misteriosa comunhão entre
Deus e o seu Povo, entre Deus e nós. A chuva é sinal da sua presença, na terra
trabalhada pelas nossas mãos. Uma comunhão que sempre dá fruto, que sempre dá
vida. Esta confiança brota da fé, de saber que contamos com a sua graça que
sempre transformará e regará a nossa terra”, refletiu.
Segundo o pontífice, esta confiança se aprende, se educa.
“Uma confiança que se vai gerando no seio duma comunidade, na vida duma
família. Uma confiança que se transforma em testemunho no rosto de tantos que
nos encorajam a seguir Jesus, a ser discípulos d’Aquele que nunca desilude”.
Ao falar sobre o evangelho, Francisco destacou que o texto
de Mateus (6, 7-13) apresenta o discipulado como “cédula de identidade do
cristão”. “Poderíamos concentrar-nos em palavras como ‘pão’, ‘dinheiro’,
‘alforje’, ‘cajado’, ‘sandálias’, ‘túnica’. E seria lícito. Mas parece-me que
há aqui uma palavra-chave, que poderia passar despercebida. Uma palavra central
na espiritualidade cristã, na experiência do discipulado: hospitalidade. Como
bom mestre, Jesus envia-os a viver a hospitalidade. Diz-lhes: ‘Permanecei na
casa onde vos derem alojamento’, disse, ainda, o pontífice.