sexta-feira, 31 de julho de 2015
DEUS NA CIDADE
Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo (SP)
As metrópoles concentram, atualmente, grande parte da população mundial. Dias atrás, foi divulgada a notícia de que a China pretenderia constituir uma megalópole capaz de acolher até cem milhões de habitantes! Também no Brasil, apesar da extensão territorial imensa, a população está bastante concentrada nas “cidades milionárias”.
O tema das metrópoles é objeto de observações e estudos diversificadas. A cidade grande, para muitas pessoas, continua a ser um sonho dourado de bem estar, boas oportunidades, vida confortável, bens e serviços socializados... Na prática, porém, chamam mais a atenção os efeitos colaterais indesejados desse sonho urbano, como o desconforto da mobilidade e do transporte, serviços deficitários ou precários, falta de trabalho e emprego, tensões sociais, marginalização de parte da população, solidões em meio à multidão, organizações criminosas, violência, medo...
Na semana passada, dias 21 e 22 de julho, a Pontifícia Academia das Ciências Sociais promoveu no Vaticano um encontro interessante com a participação de cerca de 70 prefeitos de grandes cidades do mundo inteiro; também 5, de metrópoles brasileiras. Não faltou o encontro com o Papa Francisco. Tratou-se da parte que as metrópoles têm na preservação do meio ambiente, “casa comum” da grande família humana, e da “ecologia humana”, com as exclusões sociais que se verificam com frequência nas metrópoles. Como em São Paulo, por exemplo.
Na ocasião, o Papa destacou que a preocupação da Igreja com as metrópoles é social e ecológica; melhor dito, é sócio-ambiental. Acima de tudo, porém, a preocupação da Igreja é com a realização eficaz e frutuosa da sua missão evangelizadora na cidade grande. A Igreja já está presente nas cidades grandes e tenta realizar sua missão; mas, sendo realistas, é inevitável constatar que ela enfrenta desafios grandes e dificuldades novas para realizar a sua missão nas grandes metrópoles.
As megalópoles são um fenômeno bastante recente na história da humanidade. Não é de hoje que a Igreja se preocupa com a “pastoral urbana”; já Concílio Vaticano II, no Decreto Ad Gentes sobre a atividade missionária da Igreja, aparece uma referência à necessidade de estender a atividade missionária nos novos contextos urbanos (cf nº 20). Atualmente, 50 anos depois do Concílio, as questões urbanas que a Igreja deve enfrentar são bem diferentes: já não se trata apenas de criar uma certa “pastoral urbana”, como se fosse mais uma entre várias iniciativas pastorais.
O desafio agora é bem mais amplo: como ser uma Igreja urbana e fazer de toda a ação eclesial na cidade uma ação evangelizadora urbana? Não podemos fazer de conta que a cidade grande, ao nosso redor, não existe, ou que seja apenas um detalhe incômodo para a vida e a missão da Igreja... A cidade grande é um campo prioritário para a vida e a missão da Igreja; se não a encararmos assim, corremos o risco de nos tornarmos, nós mesmos, um corpo estranho à metrópole.
E o Magistério da Igreja retomou a reflexão sobre a presença da Igreja nos grandes centros urbanos em diversas ocasiões, quer em documentos pontifícios, quer nos documentos do Magistério local dos bispos, como nas Conferências dos Bispos da América Latina e do Caribe (Puebla, Santo Domingo, Aparecida) e também da CNBB. O Papa Francisco aborda o tema de maneira incisiva na Exortação Evangelii Gaudium e na encíclica “Laudato sìi – sobre o cuidado da casa comum”.
O clero da arquidiocese de São Paulo fará seu curso anual de aprofundamento teológico e pastoral justamente sobre o tema - “Deus na cidade”. Será em Itaici, de 3 a 6 de agosto, e contará com a assessoria de um especialista sobre o tema: Pe. Carlos Maria Galli, professor da Universidade Católica de Buenos Aires. Será uma ocasião para avançarmos no esforço de sermos uma Igreja na metrópole paulistana, como tudo o que isso requer e significa.
Publicado em O São Paulo
quinta-feira, 30 de julho de 2015
PAPA FRANCISCO É O PRIMEIRO INSCRITO DA JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE NA CRACÓVIA
Desde domingo, 26, estão abertas as inscrições para a Jornada Mundial da Juventude de 2016, que se realizará em Cracóvia, na Polônia, de 26 a 31 de julho. Faltando exatamente um ano para o evento, o Comitê Organizador ativou na manhã de domingo o sistema que foi desenvolvido em parceria com o Pontifício Conselho para os Leigos.
Depois do Angelus, ao lado de dois jovens, o Papa Francisco foi o primeiro a se inscrever para a JMJ, dando início à abertura das inscrições dos jovens.
"Eu mesmo quis abrir as inscrições e acabo de me inscrever como peregrino mediante um dispositivo eletrônico. Celebrada durante o Ano da Misericórdia, esta Jornada será, num certo sentido, o jubileu da juventude, chamada a refletir sobre o tema 'Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia' (Mt 5,7). Convido os jovens de todo o mundo a viver esta peregrinação seja indo a Cracóvia, seja participando deste momento de graça nas próprias comunidades."
Como se inscrever
Para se inscrever, é preciso acessar a página oficial da JMJ Cracóvia e clicar na opção “Participe”. Assim, os interessados serão redirecionados para o questionário de inscrição, que estará disponível em cinco idiomas: polonês, inglês, italiano, francês e espanhol.
O processo de inscrição será dividido em duas fases. Na primeira, serão registrados os macro grupos (até 5.000 participantes). Já na segunda, esses macro grupos serão divididos em subgrupos (cada um até 150 no máximo).
É recomendável que os grupos estrangeiros, ao se registrarem, entrem em contato com os coordenadores da JMJ na Conferência Episcopal de seu país. As comunidades internacionais como ordens, congregações, institutos ou movimentos devem se registrar de maneira independente através de seus centros nacionais ou internacionais.
No sistema de inscrição, não haverá necessidade de fornecer detalhes de todos os peregrinos. Na segunda fase da inscrição, aparecerão questões detalhadas sobre o responsável pelo subgrupo e seu substituto.
Para obter uma descrição completa do grupo, deverá ser informada a quantidade de menores de idade (aqueles acima de 13 anos), pessoas com necessidades especiais e aqueles que necessitam de visto para visitar a Polônia. Para os dois últimos grupos, haverá questionários especiais a serem preenchidos.
Pacotes de inscrição e kit peregrino
Os peregrinos registrados terão diferentes pacotes para escolher, entre eles, pacotes para a semana inteira ou somente para o fim de semana. Dentro da taxa de inscrição, assim como foi feito na Jornada no Brasil, os participantes escolherão: refeições com acomodação, refeições sem acomodação, acomodação sem refeições ou nem acomodação nem refeições.
Nota-se que todos os peregrinos dentro de um subgrupo precisarão escolher os mesmos tipos de pacotes e o mesmo idioma para catequese.
Todos os registrados receberão um kit peregrino, no qual eles poderão encontrar os materiais necessários para os eventos centrais, informações sobre a cidade, entre outros.
Por que se inscrever?
O Comitê Organizador incentiva a todos que irão participar da JMJ a se registrarem. Os dados coletados no sistema de registro ajudarão na preparação logística, alimentação, acomodação, organização dos lugares onde se realizarão os eventos centrais, entre outros.
Do ponto de vista dos peregrinos, o registro no sistema, dependendo do pacote escolhido, é uma garantia de acomodação, deslocamento eficiente ao redor de Cracóvia, acesso aos eventos, comida durante a JMJ e um conjunto de informações necessárias para vivenciar esses dias incríveis da melhor maneira possível.
quarta-feira, 29 de julho de 2015
SANTA MARTA, ROGAI POR NÓS!
Hoje lembramos a vida de Santa Marta, que tem seu testemunho gravado nas Sagradas Escrituras. Padres e teólogos encontram em Marta e sua irmã Maria, a figura da vida ativa (Marta) e contemplativa (Maria). O nome Marta vem do hebraico e significa “senhora”.
No Evangelho, Santa Marta apresenta-se como modelo ativo de quem acolhe: “… Jesus entrou em uma aldeia e uma mulher chamada Marta o recebeu em sua casa” (Lc 10,38).
Esta não foi a única vez, já que é comprovada a grande amizade do Senhor para com Marta e seus irmãos, a ponto de Jesus chorar e reviver o irmão Lázaro.
A tradição nos diz que diante da perseguição dos judeus, Santa Marta, Maria e Lázaro, saíram de Bethânia e tiveram de ir para França, onde se dedicaram à evangelização. Santa Marta é considerada em particular como patrona das cozinheiras e sua devoção teve início na época das Cruzadas.
Santa Marta, rogai por nós!
terça-feira, 28 de julho de 2015
PAPA SE REUNIU COM PREFEITOS DE DIVERSAS PARTES DO MUNDO
Cerca de 70 prefeitos de várias partes do mundo se reuniram na terça e quarta-feira, 21 e 22 de julho, no Vaticano, para discutir as mudanças climáticas, as novas formas de escravidão moderna e o desenvolvimento sustentável, em evento realizado pela Pontifícia Academia das Ciências.
O workshop “Escravidão Moderna e Mudanças Climáticas” contou com a participação de sete prefeitos brasileiros, que prepararam uma carta relatando os principais desafios enfrentados pelos governos locais e pedindo o reconhecimento da Organização das Nações Unidas (ONU) como atores fundamentais na promoção da sustentabilidade e do desenvolvimento humano. Os prefeitos também solicitam por meio do documento que haja uma transferência de recursos e tecnologias dos países desenvolvidos aos países em desenvolvimento, e que este repasse seja feito diretamente às cidades, considerando o consumo de recursos naturais dos países.
Periferia e crescimento desenfreado
Em seu discurso improvisado que encerrou o primeiro dia do encontro, Francisco falou que “o trabalho mais sério e mais profundo se faz da periferia até o centro”. “Se o trabalho não vem das periferias até o centro, não tem efeito”, afirmou ele ao apontar as responsabilidades dos prefeitos e os motivos pelos quais eles participam do evento.
Mais uma vez ele pode falar ao mundo sobre suas expectativas de que a comunidade internacional chegue a um consenso e produza um documento final com propostas concretas durante a cúpula sobre o clima, a ser realizada em novembro, em Paris. Segundo ele, “as Nações Unidas precisam se envolver mais fortemente nesses problemas, especialmente com o tráfico de seres humanos, provocado por este fenômeno ambiental, a exploração das pessoas”.
O papa apontou que o inchaço das grandes cidades é provocado pelas consequências de um movimento de desenvolvimento tecnocrático de exclusão, no qual as pessoas no campo têm seu acesso à terra diminuído e migram para os centros urbanos, e que este problema está ligado à maneira como se cuida do ambiente. “É um fenômeno mundial. As grandes cidades crescem cada vez mais, e junto com elas, os bolsões de pobreza e miséria, onde as pessoas sofrem as consequências das negligências com o planeta”, conclui.
Encíclica Social
Sobre a Laudato si’, Francisco afirmou que ela não é uma “encíclica verde, mas sim uma encíclica social”, pois dentro dela, assim como da vida social do homem, não é possível separar o cuidado com o meio ambiente. “O problema do ambiente é uma atitude social, que nos socializa”, refletiu.
Ele enfatizou que a cultura do cuidado pelo ambiente não é apenas uma “atitude verde, é muito mais”. “Cuidar do ambiente significa uma atitude de ecologia humana. Já não podemos dizer a pessoa está aqui e a criação e o ambiente estão ali. A ecologia é total, é humana. Foi o que eu quis expressar naLaudato si’, que não se pode separar o homem do resto. Existe uma relação de incidência mútua, seja do ambiente sobre a pessoa, seja da pessoa no modo como trata o ambiente. E, também, o efeito de ‘rebote’ contra o homem, quando o ambiente é maltratado”, explicou.
Compromissos
Nesta terça-feira, 21, ao final do Simpósio sobre “Prosperidade, população e planeta”, o papa e os prefeitos reunidos assinaram uma Declaração conjunta, que menciona de modo especial a Conferência sobre o Clima de Paris (COP21) como a última efetiva possibilidade de negociar acordos que possam manter o aquecimento global provocado pelo homem em um limite seguro.
“Os líderes políticos de todos os Estados-membros das Nações Unidas têm uma responsabilidade especial em concordar na COP21 para um ambicioso acordo sobre o clima, que limite o aquecimento global a um nível seguro para toda a humanidade, protegendo os pobres e os vulneráveis do perigo mortal constituído pelas mudanças climáticas em andamento. Os países de alta renda deveriam contribuir para financiar as despesas com a finalidade de atenuar as mudanças climáticas nos países de baixo renda, como prometeram fazer”, diz trecho do texto.
No documento, os prefeitos afirmam se empenharem “em favorecer a emancipação dos pobres e dos que vivem em condições de vulnerabilidade, reduzindo sua exposição a eventos extremos e catastróficos derivantes de profundas alterações de natureza ambiental, econômica e social, que criam terreno fértil para o tráfico de seres humanos e as migrações forçadas”.
Lutar pelo fim dos abusos, da exploração, do tráfico de pessoas e de órgãos, além da prostituição e servidão doméstica também estão entre os compromissos assumidos. “Queremos que as nossas cidades e centros urbanos se tornem sempre mais socialmente inclusivos, seguros, flexíveis e sustentáveis. Todos os setores e as partes interessadas devem fazer sua parte e nós nos empenhamos plenamente neste sentido, como prefeitos e como pessoas”, desejam.
Com informações e fotografia da Rádio Vaticano
segunda-feira, 27 de julho de 2015
DOM JULIO FALA SOBRE A IDEOLOGIA DE GÊNERO AO PORTAL A12
Por Valquíria Vieira, 20 de Julho de 2015 às 13h41.
Compartilhado do Portal A12 de Aparecida
O prazo para a apresentação dos Planos Municipais de Educação foi encerrado no em 24 de junho, mas as questões sobre ideologia de gênero ainda podem voltar a diversas discussões da sociedade.
O A12.com conversou Dom Júlio Endi Akime, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo (SP) e secretário geral do Regional Sul 1 da CNBB que esclareceu a posição da Igreja diante dessa discussão, como o tema ainda pode estar em discussão na sociedade e a importância da família na educação e formação das pessoas.
A12 - Explique a posição da Igreja diante da ideologia de gênero e a preocupação com os que sofrem preconceito, discriminação ou algum tipo de exclusão.
"A Igreja rejeita decidida e fortemente a ideologia de gênero. Com a mesma clareza e decisão rejeita o preconceito contra grupos sociais, a discriminação e a exclusão de pessoas."
Dom Júlio - A Igreja rejeita decidida e fortemente a ideologia de gênero. Com a mesma clareza e decisão rejeita o preconceito contra grupos sociais, a discriminação e a exclusão de pessoas. Uma coisa é ensinar e defender o rompimento entre o sexo biológico e a identidade sexual; outra é a atitude misericordiosa em relação às pessoas com tendências homossexuais. A ideologia de gênero afirma que homem e mulher não diferem pelo sexo, mas pelo gênero, e que ser menino ou menina é uma construção social imposta pela sociedade, família e educação. A ideologia de gênero vai no caminho oposto da lei natural e desconstrói o conceito de família, que tem seu fundamento na união estável entre homem e mulher.
A Igreja rejeita a ideologia de gênero porque o projeto desconstrói a família. Segundo essa ideologia os homens e as mulheres não têm atração pelo sexo oposto por natureza, mas por causa de condicionamentos da sociedade. Por isso o desejo sexual pode ser orientado para qualquer sexo, o que justificaria o casamento de pessoas do mesmo sexo. Em vez da atração sexual pelo sexo oposto, a ideologia de gênero apregoa uma sexualidade perversa polimorfa.
"A Igreja rejeita a ideologia de gênero porque o projeto desconstrói a família."
Basta pesquisar a literatura disponível para se dar conta desse projeto de desconstrução da família, do casamento entre homem e mulher, da maternidade e paternidade. Cito um autor de vários manuais utilizados nas Universidades norte-americanas para ilustrar o projeto da ideologia do gênero.
“A supressão da família biológica fará desaparecer a obrigação de proceder à repressão sexual. A homossexualidade masculina, o lesbianismo e as relações sexuais, fora do casamento, não serão consideradas apenas de maneira liberal, mas também como opções alternativas, fora do alcance da regulamentação do Estado. Em vez disso, até mesmo as categorias de homossexualidade e de heterossexualidade serão abandonadas: a própria instituição das ‘relações sexuais’, em que o homem e a mulher exercem um papel bem determinado, desaparecerá. A humanidade poderá enfim alcançar a sua sexualidade natural perversa e polimorfa” (Alison Jagger “Political Philosophies of Women’s Liberation”, Feminism and Philosophy, 1977, 13; grifo meu).
A12 - Com a rejeição da ideologia de gênero nos planos municipais de educação, há possibilidade dessa questão continuar em discussão? Por quê?
Dom Júlio - A discussão vai continuar e é importante que os cristãos se engajem conscientemente no debate público como cidadãos. Como cristãos não queremos impor nossas convicções aos outros, mas também não renunciamos ao nosso direito de participar democraticamente da educação e dos rumos da sociedade brasileira.
Os adeptos da ideologia de gênero consideram a educação uma estratégia importante para impor as suas convicções. O que vimos até agora na votação dos Planos de Educação é o que se percebe no mundo todo: os defensores da ideologia de gênero lutam por integrar sua visão nos programas escolares a fim de desconstruir e suprimir a família biológica tradicional.
Não é justo tratar os cristãos como cidadão de segunda classe. Infelizmente é próprio de uma ideologia a falta de diálogo com a ciência, com a realidade e com a sociedade. Uma ideologia é um sistema de pensamento fechado em uma lógica de ferro que não permite a possibilidade de revisar sua própria posição. Muitas vezes os cristãos são chamados de “dogmáticos” (no sentido pejorativo da palavra). Mas se prestarmos atenção ao modo como os adeptos da teoria do gênero argumentam e agem perceberemos como eles são “dogmáticos” (no pior sentido da palavra).
A12 - Diante de toda essa discussão gerada em torno da ideologia de gênero o que podemos destacar sobre a importância da família na educação e na formação da sociedade?
Dom Júlio - A família biológica, formada por um homem-pai e uma mulher-mãe e os filhos concebidos pela sua união (infelizmente temos que usar essa linguagem para maior clareza num contexto de grande confusão!) é a célula mãe da sociedade: a sociedade será o que for a família. A desconstrução da família, da paternidade e da maternidade não é uma questão privada dos indivíduos. Ela terá consequências deletérias para toda a sociedade.
Dois homens ou duas mulheres não concebem filhos! Sejamos realistas: a procriação humana (plenamente humana) precisa de pai e de mãe! Além disso, sabemos muito bem que pai e mãe não são intercambiáveis. Cada qual contribui para o filho de modo diferente, permitindo que este construa a própria identidade, principalmente a sexual.
Ter filho não é um direito! Ele não é um bem de consumo, que viria ao mundo em função das necessidades ou dos desejos ou dos direitos das pessoas. Embora o fato de alguém não poder ter filhos seja fonte de sofrimento, a reivindicação dos lobbies homossexuais não é legítima. É preciso um homem e uma mulher, ou melhor, um pai e uma mãe para gerar humanamente um filho. Querer ignorar essa exigência humana e biológica é um forte indício de que a reivindicação não é justa.
E se queremos falar mesmo de direitos, devemos falar do direito da criança a ter pai e mãe para construir a sua personalidade.
domingo, 26 de julho de 2015
OS AVÓS DE JESUS
Com alegria celebramos hoje a memória dos pais de Nossa Senhora: São Joaquim e Sant’Ana. Em hebraico, Ana exprime “graça” e Joaquim equivale a “Javé prepara ou fortalece”.
Alguns escritos apócrifos narram a respeito da vida destes que foram os primeiros educadores da Virgem Santíssima. Também os Santos Padres e a Tradição testemunham que São Joaquim e Sant’Ana correspondem aos pais de Nossa Senhora. Sant’Ana teria nascido em Belém. São Joaquim na Galileia. Ambos eram estéreis. Mas, apesar de enfrentarem esta dificuldade, viviam uma vida de fé e de temor a Deus.
O Senhor então os abençoou com o nascimento da Virgem Maria e, também segundo uma antiga tradição, São Joaquim e Sant’Ana já eram de idade avançada quando receberam esta graça. A menina Maria foi levada mais tarde pelos pais Joaquim e Ana para o Templo, onde foi educada, ficando aí até ao tempo do noivado com São José.
A data do nascimento e morte de ambos não possuímos, mas sabemos que vivem no coração da Igreja e nesta são cultuados desde o século VI.
São Joaquim e Sant’Ana, rogai por nós!
PALAVRA DE DEUS NO DOMINGO
Evangelho de Jesus Cristo segundo João 6,1-15
Naquele tempo:
1Jesus foi para o outro lado do mar da Galiléia,
também chamado de Tiberíades.
2Uma grande multidão o seguia,
porque via os sinais que ele operava
a favor dos doentes.
3Jesus subiu ao monte
e sentou-se aí, com os seus discípulos.
4Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus.
5Levantando os olhos,
e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro,
Jesus disse a Filipe:
'Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?'
6Disse isso para pô-lo à prova,
pois ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer.
7Filipe respondeu:
'Nem duzentas moedas de prata bastariam
para dar um pedaço de pão a cada um'.
8Um dos discípulos,
André, o irmão de Simão Pedro, disse:
9'Está aqui um menino com
cinco pães de cevada e dois peixes.
Mas o que é isso para tanta gente?'
10Jesus disse:
'Fazei sentar as pessoas'.
Havia muita relva naquele lugar,
e lá se sentaram, aproximadamente, cinco mil homens.
11Jesus tomou os pães,
deu graças
e distribuiu-os aos que estavam sentados,
tanto quanto queriam.
E fez o mesmo com os peixes.
12Quando todos ficaram satisfeitos,
Jesus disse aos discípulos:
'Recolhei os pedaços que sobraram,
para que nada se perca!'
13Recolheram os pedaços
e encheram doze cestos
com as sobras dos cinco pães,
deixadas pelos que haviam comido.
14Vendo o sinal que Jesus tinha realizado,
aqueles homens exclamavam:
'Este é verdadeiramente o Profeta,
aquele que deve vir ao mundo'.
15Mas, quando notou que estavam querendo levá-lo
para proclamá-lo rei,
Jesus retirou-se de novo, sozinho, para o monte.
Palavra da Salvação.
sábado, 25 de julho de 2015
SÃO CRISTÓVÃO E OS MOTORISTAS
Todos precisamos de proteção. Dependemos de Deus. Para as situações de risco, como é o caso de quem está na direção de um veículo, não elevar o pensamento para o alto ao ocupar seu posto de pilotagem será sempre uma temeridade. Em velocidade, os motorizados ajudam a encurtar distâncias, mas ao mesmo tempo nos colocam em estado de menor segurança e adiantam situações inesperadas. A fé vem em nosso socorro: Deus é Pai. Os santos, na glória, unem nossa pobre condição humana à santidade divina e diante do trono do Altíssimo, oram por nós, imersos na intercessão de Cristo. Costume antigo entre os cristãos é solicitar a companhia orante destes irmãos que nos precederam na fé e viveram situações semelhantes às nossas. Nós os chamamos de Padroeiros.
São Cristóvão é o anjo protetor dos motoristas. Mas, além da intercessão, o fiel deve olhar para os santos procurando exemplo de vida. Cristóvão, antes de se tornar cristão, se chamava Réprobo. Era um cananeu rude, alto de estatura. Inculto, mas inteligente, desejava conhecer e servir ao rei mais poderoso da terra.
Certo dia lhe apresentaram um. Foi com ele a uma peça de teatro na qual o nome do diabo era repetido com freqüência. A cada vez que o ouvia, o rei fazia o sinal da cruz. Por que fazes este sinal, perguntou Rébrobo. Para me livrar das artimanhas do demônio, respondeu. O escravo não se conformou. Se há alguém de quem tens medo, então não és mais poderoso que ele. Começou então a procurar o diabo para servi-lo, admitindo ser ele o maioral da terra. Um ser bem apessoado, atraente e forte iniciou por encantar o servo gigante.
Porém, um dia andando com ele pela estrada, viu que em certo sítio, o demônio desviou caminho. Perguntou: por que desvias? Porque neste trecho há cruz igual à de um tal Jesus de quem tremo de medo. Constatou Réprobo: então este é maior do que ti. Abandonou-o de imediato e andou a procura do novo rei. Encontrou-o através de um eremita que lhe falou sobre o Salvador. O cristão lhe explicou que para encontrar a Cristo era necessária a oração. O convertido entristeceu-se e disse: não sei rezar ainda. Então, podes jejuar. Para mim esta prática é ainda muito difícil, pois preciso de muito alimento para manter meu pesado corpo. Então, disse-lhe o catequista, comece pela caridade e chegarás ao encontro com Cristo. Como era alto, pôs-se misericordiosamente a transportar nos ombros pessoas que precisavam atravessar um rio sem pontes.
Certo dia, chegou à margem uma criança que com caridade pôs em travessia. Pesava muito; peso descomunal. Correu risco de não suportar e se afogar nas águas caudalosas. Ao chegar ao outro lado, reclamou: você me causou perigo e quase me levou à morte. Porque pesa tanto? Parecia-me ter o mundo inteiro sobre os ombros. O menino então esclarece: tranqüiliza-te; sou o Cristo a quem serves. Transportastes o rei da terra, o criador do mundo. Por isso, terminada a catequese, o santo eremita o batizou com o nome de Cristóvão, que significa Transportador de Cristo.
Cristóvão a partir de então se tornou um cristão tão fiel e exemplar que a muitos outros converteu para Deus. Certa vez, o imperador mandou soldados para prendê-lo obrigando-o a adorar deuses pagãos. Ele, ao encontrá-los impressionou-os tão bem com sua bondade e fé que eles desistiram de prendê-lo. Cristóvão não aceitou. Levem-me, disse-lhes. No caminho os soldados se transformaram e se fizeram cristãos. Para levar Cristóvão a pecar, o rei mandou duas belas moças o tentarem. Uma chamava-se Nicéia outra Aquilina. Antes que elas iniciassem seus afagostatura, que alguns o achavam quase um gigante. consideram l atraes, Cristóvão lhes falou sobre a fé e a moral cristã e elas se arrependeram e pediram o batismo, deixando a vida de prostituição. Tão forte foi a conversão delas que nem diante das torturas voltaram atrás, mas enfrentaram corajosamente o martírio. Cristóvão foi perseguido, torturado, açoitado e por fim decapitado, mas nunca deixou de amar e servir ao maior e único Rei do mundo que em sua estrada teve a graça de encontrar.
Eis aí, motorista, seu patrono e seu exemplo.
sexta-feira, 24 de julho de 2015
quinta-feira, 23 de julho de 2015
PAPA AGRADECE PRESENTE QUE OS MORADORES DE RUA DE SÃO PAULO ENVIARAM
O Papa Francisco ficou comovido ao receber, na manhã de quarta-feira (22/7), um crucifixo e rosários feitos com materiais recicláveis pelos moradores de rua de São Paulo, cujo acompanhamento pastoral é feito pelo Padre Júlio Lancelotti.
O Pontífice recebeu os presentes das mãos do cura da Catedral da Sé, Padre Luiz Eduardo Baronto, que participou da audiência que o Papa concedeu ao Cardeal Claudio Hummes.
“O Papa ficou muito comovido quando entregamos os presentes. Ele mandou de volta um solidéu dizendo que com esse gesto é como se ele tocasse cada um dos moradores de rua”, contou à RV o Padre Baronto.
O Papa ainda quis que um vídeo fosse gravado e mostrado aos moradores de rua e ao Padre Lancelotti. O vídeo foi feito com um celular pelo Padre Baronto que, muito emocionado, não soube o porquê do vídeo não ter saído com a voz do Papa. “Um problema técnico”, disse.
quarta-feira, 22 de julho de 2015
VINDE E DESCANSAI
Todos os que trabalham têm necessidade de reservar-se um tempo para o repouso. O trabalho pastoral não é diferente. A atividade pastoral é, como afirma São Paulo, “um trabalho difícil e árduo” (2Cor 11, 23). Eis o motivo pelo qual, ao retornar da missão, os apóstolos são convidados por Jesus a descansar um pouco, num lugar tranquilo.
Parar não é fácil. Entramos num ritmo tão frenético que, via de regra, encontramos uma grande dificuldade em nos desligarmos de nossas atividades corriqueiras. Porém, os períodos de descanso são fundamentais para nossa saúde física, mental e espiritual. Tomado pela ‘fadiga’ ninguém desenvolve bem suas atividades. Diz o livro do Gênesis que ao concluir a criação do universo, no sétimo dia, Deus descansou (cf. Gn 2, 2). E Deus abençoou e santificou o sétimo dia, o dia do descanso. (cf. Gn 2, 3).
Com relação ao trabalho pastoral não é diferente. É preciso também repousar, porém, o repouso pastoral é diferente, pois é um ‘descansar’ na companhia de Jesus, ao calor de sua amizade, para, no silêncio da oração, atingirmos às raízes de nossa vida. É preciso cuidar bem das raízes, pois é delas, por exemplo, que as árvores nutrem a própria vida e frutificam. Então, em que situação se encontram as raízes de minha vida? Vivo de acordo com a fé que professo? São indagações fundamentais para a eficiência de nossa vida pastoral. Caso contrário, nosso apostolado corre o risco de se tornar puro ‘ativismo’, ou seja, fazer as coisas por fazer. Um trabalho sem alma! Isso quando não é fuga de casa, dos problemas familiares. Quantos problemas são camuflados por uma dissimulada ‘solicitude pastoral’!
Além disso, o ativismo pastoral nada mais é que ‘fuga de si mesmo’. A desculpa de mergulhar no trabalho pastoral é, sem dúvida, o melhor álibi para esconder-se de si mesmo, sob uma aparência de ‘espiritualidade’. Daí o medo de se ‘retirar’ para momentos de silêncio.
O silêncio ajuda a rever conceitos, repensar decisões e planejar melhor a vida. Como é bom criar distância em relação ao passado, para ver, sem pressa, o que realmente fizemos e ensinamos. ‘Olhar serenamente e sem desculpas para o diário da vida que escrevemos’. Todavia, esse olhar é diferente, pois é um ‘olhar orante’, ou seja, um olhar iluminado pela presença de Deus: olhar a realidade como Deus olha!
Outro ensinamento fundamental do evangelho de hoje para o trabalho pastoral diz respeito à compaixão. A comoção de Jesus diante das ‘ovelhas sem pastor’ é sinal da sua preocupação e do seu amor. Revela a sua sensibilidade e manifesta a sua solidariedade para com todos os sofredores. Não podemos permanecer insensíveis e inoperantes diante do sofrimento alheio. O cristão é alguém que tem de sentir como seus os sofrimentos do próximo. Amém!
Dom José Roberto Palau
Vigário Episcopal da Região Ipiranga
terça-feira, 21 de julho de 2015
segunda-feira, 20 de julho de 2015
A AÇÃO DE SATANÁS E DOS DEMÔNIOS
Qual é alcance da ação de Satanás e dos demônios: tem Satanás acesso aos nossos pensamentos? Pode ele controlar a nossa mente da mesma forma como ele pode – no caso das possessões – controlar o corpo?
O Catecismo da Igreja Católica nos ajuda a responder a essas perguntas.
O poder de Satanás não é infinito. Ele não passa de criatura, poderosa pelo fato de ser puro espírito, mas sempre criatura: não é capaz de impedir a edificação do reino de Deus. Embora Satanás atue no mundo por ódio contra Deus e seu Reino em Jesus Cristo, embora sua ação cause graves danos – de natureza espiritual e, indiretamente, até de natureza física – para cada homem e para a sociedade, esta ação é permitida pela divina providência, que, com vigor e doçura, dirige a história do homem e do mundo. A permissão divina da atividade diabólica é um grande mistério, mas “sabemos que tudo contribui para o bem daqueles que amam Deus” (Rm 8,28) (395).
O poder de Satanás não é infinito. Só Deus é o Onipotente, só Ele pode agir na nossa alma, no mais profundo de nosso ser. Somente Deus pode atingir essa profundidade do nosso ser. Por isso, o batismo não é mero rito externo, mas, realmente e misteriosamente, nos dá um novo ser.
Satanás e os demônios são criaturas poderosas porque são espírito puro. O que Deus faz, não o desfaz mais; os seus dons são sem arrependimento e sem volta; se Ele dá, não mais retira. Por isso não retira dos demônios a inteligência com a qual eles foram criados enquanto anjos. Assim eles podem influir poderosamente em nossos pensamentos no sentido de que podem nos induzir a ter maus pensamentos. Uma pessoa humana tem o poder de sugerir maus pensamentos quando nos sugere: “Veja esse filme pornô”. “Não seja careta! Veja essa revista!”. Se isso é verdade em relação à pessoa humana, quanto mais em relação ao demônio!
Mas “devemos discernir entre ser tentado e consentir na tentação” (2847). O demônio não tem o poder de nos obrigar a pecar em pensamento; não tem o poder de controlar os pensamentos a não ser que sejamos nós a entregar-lhe tal controle. Assim devemos distinguir em ser provados em nossos pensamentos do fato de nós consentirmos com os maus pensamentos. Ninguém poderá dizer: “Não pude fazer nada contra os meus maus pensamentos. Não tive como evitá-los”.
Também as outras pessoas podem conhecer nossos pensamentos na medida em que os expressamos com palavras e ações. Enquanto criatura puramente espiritual, a capacidade do demônio em conhecer os nossos pensamentos é ainda mais aguda perspicaz e sutil. Mas somente Deus é Onisciente; somente Ele pode penetrar o mais profundo do nosso pensamento sem, contudo, violar a dignidade humana.
Devemos nos angustiar ou ficar assustados porque o demônio nos tenta também em nossos pensamentos? Não. Porque é vencendo a tentação que nós crescemos e nos santificamos. “O Espírito Santo nos faz discernir entre a provação, necessária ao crescimento do homem interior em vista de uma virtude comprovada, e tentação que leva ao pecado e à morte” (2847).
Dom Julio Endi Akamine
domingo, 19 de julho de 2015
PALAVRA DE DEUS NO DOMINGO
Naquele tempo:
30 Os apóstolos reuniram-se com Jesus
e contaram tudo o que haviam feito e ensinado.
31 Ele lhes disse:
'Vinde sozinhos para um lugar deserto,
e descansai um pouco'.
Havia, de fato, tanta gente chegando e saindo
que não tinham tempo nem para comer.
32 Então foram sozinhos, de barco,
para um lugar deserto e afastado.
33 Muitos os viram partir e reconheceram que eram eles.
Saindo de todas as cidades, correram a pé,
e chegaram lá antes deles.
34 Ao desembarcar,
Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão,
porque eram como ovelhas sem pastor.
Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas.
Palavra da Salvação.
sábado, 18 de julho de 2015
CONCLUÍDA INVESTIGAÇÃO SOBRE POSSÍVEL MILAGRE ATRIBUÍDO À MADRE TERESA DE CALCUTÁ NO BRASIL
A Congregação para a Causa dos Santos concluiu as
investigações locais sobre o possível milagre atribuído à intercessão de Beata
Madre Teresa de Calcutá para a cura inexplicável de um homem em Santos (SP), em
meados de 2008.
O caso da cura milagrosa em Santos – que poderá determinar a
canonização de Madre Teresa – chegou ao Vaticano no início deste ano e logo foi
considerado válido por apresentar elementos contundentes para a instauração de
um processo. Tanto que a fase diocesana do tribunal vaticano aconteceu entre 19
e 26 de junho, na diocese de Santos.
Fatos evidentes
O Promotor de Justiça no processo local, Padre Caetano
Rizzi, afirmou que tudo aconteceu muito rapidamente porque os fatos são
evidentes.
“Ouvimos diversas testemunhas, ouvimos o possível
miraculado. Foi um processo longo, intenso, com muitas audiências e muito
trabalho. Mas a graça de Deus nos faz chegar a conclusão de que não temos aqui
uma palavra para explicar o que aconteceu. Está sendo um processo muito rápido
porque os fatos são evidentes”, explicou
O Delegado episcopal vaticano para o tribunal local,
Monsenhor Robert Sarno, explica que agora, antes do possível milagre ser levado
até o conselho médico da Congregação para a Causa dos Santos, ele precisa ser
analisado por dois médicos autônomos indicados pela Congregação.
Fase Vaticana
“Eles devem emitir uma opinião se existe uma explicação
científica para a imediata e instantânea cura da pessoa. Se um deles afirma que
sim, então o caso vai para a análise do conselho médico da Congregação que vai
avaliar o possível milagre com base nos depoimentos das testemunhas e na
documentação médica do caso”.
Após esta análise, caso os médicos deem uma posição
afirmativa sobre a autenticidade do milagre, o caso passa para o conselho
teológico da Congregação que deverá analisar os elementos teológicos do
possível milagre.
“Podemos demonstrar que, no momento em que a intercessão da
Beata Madre Teresa de Calcutá foi pedida, as condições do doente mudaram
inexplicavelmente? Se os teólogos apresentarem uma resposta afirmativa para
esta pergunta, o caso passa para a análise dos bispos e cardeais da
Congregação. Se eles considerarem que o milagre não tem explicação científica –
comprovado pelos médicos e concedido por Deus por meio de Madre Teresa de
Calcutá e aprovado pelo Conselho Teológico –, então eles encaminharão seu
parecer positivo ao Papa que é o único que tem autoridade para julgar o caso”.
Arquidiocese de São Paulo
sexta-feira, 17 de julho de 2015
quinta-feira, 16 de julho de 2015
NOSSA SENHORA DO CARMO, ROGAI POR NÓS!
Ao olharmos para a história da Igreja encontramos uma linda página marcada pelos homens de Deus, mas também pela dor, fervor e amor à Virgem Mãe de Deus: é a história da Ordem dos Carmelitas, da qual testemunha o cardeal Piazza: “O Carmo existe para Maria e Maria é tudo para o Carmelo, na sua origem e na sua história, na sua vida de lutas e de triunfos, na sua vida interior e espiritual”.
Carmelo (em hebraico, “carmo” significa vinha; e “elo” significa senhor; portanto, “Vinha do Senhor”): este nome nos aponta para a famosa montanha que fica na Palestina, donde o profeta Elias e o sucessor Elizeu fizeram história com Deus e com Nossa Senhora, que foi pré-figurada pelo primeiro numa pequena nuvem (cf. I Rs 18,20-45).
Estes profetas foram “participantes” da Obra Carmelita, que só vingou devido à intervenção de Maria, pois a parte dos monges do Carmelo que sobreviveram (século XII) da perseguição dos muçulmanos, chegaram fugidos na Europa e elegeram São Simão Stock como seu superior geral; este, por sua vez, estava no dia 16 de julho intercedendo com o Terço, quando Nossa Senhora apareceu com um escapulário na mão e disse-lhe: “Recebe, meu filho, este escapulário da tua Ordem, que será o penhor do privilégio que eu alcancei para ti e para todos os filhos do Carmo. Todo o que morrer com este escapulário será preservado do fogo eterno”.
Vários Papas promoveram o uso do escapulário e Pio XII chegou a escrever: “Devemos colocar em primeiro lugar a devoção do escapulário de Nossa Senhora do Carmo – e ainda – escapulário não é ‘carta-branca’ para pecar; é uma ‘lembrança’ para viver de maneira cristã, e assim, alcançar a graça duma boa morte”.
Neste dia de Nossa Senhora do Carmo, não há como não falar da história dos Carmelitas e do escapulário, pois onde estão os filhos aí está a amorosa Mãe.
Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós!
O ESCAPULÁRIO DE NOSSA SENHORA DO CARMO
Muitas pessoas usam o escapulário ou outros objetos de devoção sem saber o seu verdadeiro significado, pior ainda quando usam como um amuleto, algo mágico que dá sorte, que livra de mau olhado ou coisa semelhante. Como se o verdadeiro sentido não viesse do coração daquele que usa tal objeto, que conhecendo o seu verdadeiro significado o usa para sinalizar algo que esta no seu intimo, sua fé, seus propósitos, sua conversão, a quem pertence. Muitos usam cruzes, medalhinhas, terços e grande numero usam o escapulário de Nossa Senhora do Carmo; como modismo, porque todo mundo esta usando ou aquele artista usou na novela. Qual o verdadeiro significado do Escapulário?
O Escapulário ou Bentinho do Carmo é um sinal externo de devoção mariana, que consiste na consagração à Santíssima Virgem Maria, por meio da inscrição na Ordem Carmelita, na esperança de sua proteção maternal. O escapulário do Carmo é um sacramental. No dizer do Vaticano II, “um sinal sagrado, segundo o modelo dos sacramentos, por intermédio do qual significam efeitos, sobretudo espirituais, que se obtêm pela intercessão da Igreja”. (SC 60)
“A devoção do Escapulário do Carmo fez descer sobre o mundo copiosa chuva de graças espirituais e temporais”. (Pio XII, 6/8/50)
A devoção ao Escapulário de Nossa Senhora do Carmo teve início com a visão de São Simão Stock. Segundo a tradição, a Ordem do Carmo atravessava uma fase difícil entre os anos 1230-1250. Recém-chegada à Europa como nômade, expulsa pelos mulçumanos do Monte Carmelo, ela atravessava um período crítico. Os frades carmelitas encontravam forte resistência de outras ordens religiosas para sua inserção. Eram hostilizados e até satirizados por sua maneira de vestir. O futuro da Ordem era dirigida por Simão Stock, homem de fé e grande devoto de Nossa Senhora. Nesta aflitiva situação ele compôs uma oração, que repetia constantemente.
Flor do Carmelo, Videira florescente,
Esplendor do Céu,
Mãe sempre Virgem e Singular,
Aos Carmelitas daí privilégios
Ó Estrela do Mar.
Ao pedir “privilégios” o santo monge buscava junto à Mãe do Céu, sinais evidentes de proteção à Ordem a Ela dedicada. No dia 16 de julho de 1251, enquanto o piedoso Simão rezava esta oração, a Virgem apareceu. Tomando o escapulário nas mãos disse: “Filho caríssimo, recebe este Escapulário, sinal especial de minha confraternidade. Eis o sinal da salvação! Salvação dos perigos. Quem morrer revestido com ele, não padecerá do fogo do eterno”.
O escapulário era um avental usado pelos monges durante o trabalho para não sujar a túnica. Colocado sobre as escápulas (ombros), o escapulário é uma peça do hábito que ainda hoje todo carmelita usa.
Com o tempo, estabeleceu-se um escapulário reduzido para ser dado aos fiéis leigos. Dessa forma, quem o usasse poderia participar da espiritualidade do Carmelo e das grandes graças que a ele estão ligadas; entre outras o privilégio sabatino: em sua bula chamada Sabatina, o Papa João XXII afirma que aqueles que usarem o escapulário serão depressa libertados das penas do purgatório no sábado que se seguir a sua morte. As vantagens do privilégio sabatino foram ainda confirmadas pela Sagrada Congregação das Indulgências, em 14 de julho de 1908.
O escapulário é feito de dois quadradinhos de tecido marrom unidos por cordões, tendo de um lado a imagem de Nossa Senhora do Carmo, e de outro o Coração de Jesus, ou o brasão da Ordem do Carmo. É uma miniatura do hábito carmelita, por isso é uma veste. Quem se reveste do escapulário passa fazer parte da família carmelita e se consagra a Nossa Senhora. Assim, o escapulário é um sinal visível da nossa aliança com Maria. É importante destacar algumas atitudes que devem ser assumidas por quem se reveste deste sinal mariano:
• Colocar Deus em 1º lugar na sua vida e buscar sempre realizar a vontade D’ele.
• Escutar a Palavra de Deus na Bíblia e praticá-la na vida.
• Buscar a comunhão com Deus através da oração, que é um diálogo íntimo que temos com Aquele que nos ama.
• Abrir-se ao sofrimento do próximo, solidarizando-se com ele em suas necessidades, procurando solucioná-las.
• Participar com freqüência dos sacramentos da Igreja, Eucaristia e Confissão, para poder aprofundar o mistério de Cristo em sua vida.
O escapulário não é sinal de proteção mágica: não é amuleto. Não é garantia automática de salvação. Não nos dispensa de viver as exigências da vida cristã. A imposição do Escapulário do Carmo é feita uma única vez para toda a vida, por um religioso carmelita ou por um sacerdote que siga o rito estabelecido pela Igreja. A benção é dada à pessoa para que ela seja digna de vesti-lo, e não ao escapulário. O escapulário gasto pode ser substituído por outro ou por uma medalha.
Fonte consultada: http://www.carmelitas.org.br
quarta-feira, 15 de julho de 2015
PAPA FRANCISCO COM OS JOVENS NO PARAGUAI
O Papa Francisco esteve com os jovens do Paraguai naquele
que foi o seu último grande encontro naquele país. O Santo Padre falou de
improviso e entregou o texto que tinha preparado e que agora aqui publicamos
aos bispos do Paraguai:
Queridos jovens!
Enche-me de alegria poder encontrar-me convosco, neste clima
de festa. Poder ouvir os vossos testemunhos e partilhar o vosso entusiasmo e
amor a Jesus.
Obrigado, D. Ricardo Valenzuela, responsável da pastoral
juvenil, pelas suas palavras! Obrigado, Manuel e Liz, pela coragem de
partilhardes as vossas vidas, oferecendo o vosso testemunho neste encontro. Não
é fácil falar das nossas coisas pessoais, e menos ainda diante de tantas
pessoas. E vós partilhastes o tesouro maior que tendes: as vossas vicissitudes,
as vossas vidas e como Jesus, pouco a pouco, entrou nelas.
Para responder às vossas perguntas, gostaria de realçar
algumas das coisas que partilhastes.
Manuel, falaste mais ou menos assim: «Hoje tenho desejos, de
sobra, de servir os outros; tenho vontade de me vencer». Passaste por momentos
muito difíceis, situações muito dolorosas, mas hoje tens grande desejo de
servir, de sair, de partilhar a tua vida com os outros.
Liz não é nada fácil ser mãe dos próprios pais, sobretudo
quando se é jovem, mas que grande sabedoria e maturidade encerram as tuas
palavras, quando nos dizias: «Hoje jogo com ela, mudo-lhe as fraldas… Coisas
todas, que hoje ofereço a Deus; e estou apenas compensando o que mãe fez por
mim».
Vós, jovens paraguaios, sois corajosos de verdade.
Partilhastes também como conseguistes continuar; onde
encontrastes forças. Na paróquia – dissestes ambos –, nos amigos da paróquia e
nos retiros espirituais que lá se organizavam. Duas chaves muito importantes:
os amigos e os retiros espirituais.
Os amigos. A amizade é um dos presentes maiores que uma
pessoa, um jovem pode ter e pode oferecer. É verdade! Como é difícil viver sem
amigos. Vede se esta não é uma das coisas mais belas que Jesus disse:
«Chamei-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi ao meu Pai» (Jo
15, 15). Um dos maiores segredos do cristão radica-se no facto de ser amigo,
amigo de Jesus. Quando uma pessoa ama alguém, permanece ao seu lado, cuida
dele, ajuda-o, diz-lhe o que pensa, mas sem o deixar caído por terra. Assim faz
Jesus connosco, nunca nos deixa caídos por terra. Os amigos apoiam-se, fazem-se
companhia, protegem-se. Assim procede o Senhor connosco. Serve-nos de apoio.
Os retiros espirituais. Santo Inácio tem uma meditação
famosa, chamada das duas bandeiras. Descreve, por um lado, a bandeira do
demónio e, por outro, a bandeira de Cristo. Seria como as camisas de duas
equipes; e pergunta-nos, em qual delas gostaríamos de jogar.
Com aquela meditação, leva-nos a imaginar como seria
pertencer a uma ou a outra equipe. Seria como perguntar: Com quem queres jogar
na vida?
E Santo Inácio diz que o demónio, para recrutar jogadores,
promete àqueles que jogam com ele riqueza, honras, glória e poder. Serão
famosos. Serão endeusados por todos.
No lado oposto, apresenta-nos o jogo de Jesus. Não como algo
fantástico. Jesus não nos apresenta uma vida de “estrelas”, famosos; pelo
contrário, jogar com Ele é um convite à humildade, ao amor, ao serviço aos
outros. Jesus não nos mente. Toma-nos a sério.
Na Bíblia, o demónio é chamado o pai da mentira. Ele
prometia ou, melhor, fazia-te crer que, se fizesses certas coisas, serias
feliz; mas depois dás-te conta de que não és nada feliz; foste atrás de algo
que, longe de te dar a felicidade, fez-te sentir mais vazio, mais triste.
Amigos, o diabo, é um «vende fumaça». Promete-te, promete-te, mas não te dá
nada, nunca cumpre nada do que diz. É um mau pagador. Faz-te desejar coisas que
não depende dele que tu as obtenhas ou não. Faz-te depositar a esperança em
algo, que nunca te fará feliz. Este é o seu jogo, esta é a sua estratégia:
falar muito, oferecer muito e não fazer nada. É um grande «vende fumaça»,
porque tudo o que nos propõe é fruto da divisão, de nos compararmos com os
outros, de pisar a cabeça aos outros para conseguirmos as nossas coisas. É um
«vende fumaça», porque o único caminho para alcançar tudo isto é pôr de lado os
teus amigos, não dar apoio a ninguém. Porque tudo se baseia na aparência.
Faz-te crer que o teu valor depende de quanto possuis.
Do lado contrário, temos Jesus que nos oferece o seu jogo.
Não nos vende fumaça; não nos promete, aparentemente, grandes coisas. Não nos
diz que a felicidade está na riqueza, no poder, no orgulho. Antes pelo
contrário, mostra-nos que o caminho é outro. Este Treinador diz aos seus
jogadores: bem-aventurados, felizes os pobres em espírito, os que choram, os
mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de
coração, os que trabalham pela paz, os perseguidos por causa da justiça. E
conclui dizendo: Alegrai-vos com tudo isto.
Por que motivo? Porque Jesus não nos mente. Mostra-nos um
caminho que é vida, que é verdade. Ele mesmo é a grande prova disso. É o seu
estilo, a sua maneira de viver a existência, a amizade, a relação com o seu
Pai. E a isto nos convida: a sentirmo-nos filhos, filhos amados.
Jesus não te vende fumaça. Porque sabe que a felicidade
verdadeira, a felicidade que enche o coração não está nos trapos que vestimos,
nos sapatos que calçamos, na etiqueta de determinada marca. Ele sabe que a
verdadeira felicidade encontra-se em sermos sensíveis, em aprender a chorar com
os que choram, em aproximar-se de quem está triste, em deixar chorar sobre o
próprio ombro, dar um abraço. Quem não sabe chorar, não sabe rir e,
consequentemente, não sabe viver. Jesus sabe que, neste mundo de tanta
concorrência, inveja e agressividade, a verdadeira felicidade passa por
aprender a ser pacientes, a respeitar os outros, a não condenar nem julgar
ninguém. Quem se irrita já perdeu: diz o ditado. Não abandoneis o vosso coração
à ira, ao rancor. Felizes os que têm misericórdia. Felizes os que sabem
colocar-se no lugar de outro, os que têm a capacidade de abraçar, de perdoar.
Todos experimentamos isto alguma vez. Todos, em determinados momentos, nos sentimos perdoados: como é bom! É como reaver a vida, ter uma nova
oportunidade. Não há nada mais belo do que ter nova oportunidade. É como se a
vida voltasse a começar. Por isso, felizes aqueles que são portadores de nova
vida, de novas oportunidades. Felizes quantos trabalham para isso, aqueles que
lutam para isso. Erros, todos cometemos; as equivocações, não têm conta. Por
isso, felizes aqueles que são capazes de ajudar os outros a sair dos seus
erros, das suas equivocações. São verdadeiros amigos e não deixam ninguém caído
por terra. Estes são os puros de coração, aqueles que, conseguindo ver mais
além da simples nódoa, superam as dificuldades. Felizes aqueles que se fixam
especialmente na parte boa dos outros.
Liz, tu nomeaste Chikitunga, uma Serva de Deus paraguaia.
Disseste que era como tua irmã, tua amiga, teu modelo. Ela, como muitos outros,
mostra-nos que o caminho das Bem-aventuranças é um caminho de plenitude, um
caminho possível, real; que enche o coração. Os Santos são nossos amigos e
modelos que já deixaram de jogar neste campo, mas transformaram-se naqueles
jogadores indispensáveis para quem sempre se olha a fim de darmos o melhor de
nós mesmos. Eles são a prova de que Jesus não é um «vende fumaça», mas que a
sua proposta é mesmo de plenitude. Acima de tudo, é uma proposta de amizade: amizade
verdadeira, amizade de que todos precisamos. Amigos, segundo o estilo de Jesus.
Não para ficarmos entre nós, mas sair pelo campo, ir fazer mais amigos. Para
contagiar com a amizade de Jesus toda a gente, onde quer que esteja, no
trabalho, no estudo, na noitada, por whastapp, no facebook ou no twitter.
Quando saem para dançar, ou estão a tomar um bom tereré. Na praça ou jogando
uma partida no campo do bairro. É aí que estão os amigos de Jesus. Não vendendo
fumaça, mas dando apoio; o apoio de saber que somos felizes, porque temos um
Pai que está no Céu.
terça-feira, 14 de julho de 2015
PAPA SE DESPEDA DA AMÉRICA LATINA
O Papa Francisco chegou, nesta segunda-feira, 13, ao
aeroporto de Roma-Ciampino, por volta das 13h40 locais, depois de doze horas e
meia de voo vindo do Paraguai em sua viagem apostólica para a América
Latina, que começou no Equador e passou pela Bolívia.
O Pontífice embarcou no Aeroporto de Assunção, Paraguai,na
noite do domingo, 12. Seu último compromisso oficial no Paraguai foi o encontro
com os jovens. Mas em seguida, Francisco parou para abençoar o local onde um
incêndio, em 2004, destruiu o Centro Comercial Ycuà Bolaños, matando 400
pessoas e deixando mais de 500 feridos.
No Aeroporto, o Santo Padre foi recebido pelo Presidente
Horácio Manuel Cartes. A cerimônia de despedida contou com a participação de um
coral de jovens indígenas, que fez uma apresentação de vozes e instrumentos
típicos, evocando a atmosfera das Reduções jesuíticas, recordadas pelo Papa
Francisco em dois discursos. Em seguida, outro grupo de danças rendeu sua
homenagem final ao ilustre hóspede.
Passando por diferenças quase extremas de temperatura e
altitudes, Francisco mostrou-se absolutamente à vontade, “em casa” – como
afirmou num discurso – ao encontrar culturas tão ricas e diversas dos povos
latino-americanos, que em comum, tem também as desigualdades e a história de
luta por um mundo mais justo e fraterno. Profundo conhecedor da realidade
latino-americana, Francisco escutou, observou e falou, mas acima de tudo,
mostrou proximidade, apontando situações de injustiça, mas acima de tudo
encorajando e levando esperança. Ele que viajou ao continente sob o lema da
alegria e da esperança, da Evangelii Gaudium, tão citada em seus
pronunciamentos.
O Pontífice falou sobre família, alegria, diálogo, cultura
do encontro, justiça, descarte, pobres, solidariedade, fraternidade,
gratuidade, subsidiariedade, cultura, memória, crianças, jovens, idosos,
inclusão.
Discipulado: identidade do cristão
Pela manhã, depois de visitar a comunidade paraguaia de
Bañado Norte, o Papa Francisco presidiu a celebração eucarística no Parque Ñu
Guazú, em Assunção com a presença de milhares de fiéis. O Santo Padre iniciou a
homilia partindo do versículo 13 do Salmo 84: “O Senhor dar-nos-á chuva e dará
fruto a nossa terra”. “Somos convidados a celebrar a misteriosa comunhão entre
Deus e o seu Povo, entre Deus e nós. A chuva é sinal da sua presença, na terra
trabalhada pelas nossas mãos. Uma comunhão que sempre dá fruto, que sempre dá
vida. Esta confiança brota da fé, de saber que contamos com a sua graça que
sempre transformará e regará a nossa terra”, refletiu.
Segundo o pontífice, esta confiança se aprende, se educa.
“Uma confiança que se vai gerando no seio duma comunidade, na vida duma
família. Uma confiança que se transforma em testemunho no rosto de tantos que
nos encorajam a seguir Jesus, a ser discípulos d’Aquele que nunca desilude”.
Ao falar sobre o evangelho, Francisco destacou que o texto
de Mateus (6, 7-13) apresenta o discipulado como “cédula de identidade do
cristão”. “Poderíamos concentrar-nos em palavras como ‘pão’, ‘dinheiro’,
‘alforje’, ‘cajado’, ‘sandálias’, ‘túnica’. E seria lícito. Mas parece-me que
há aqui uma palavra-chave, que poderia passar despercebida. Uma palavra central
na espiritualidade cristã, na experiência do discipulado: hospitalidade. Como
bom mestre, Jesus envia-os a viver a hospitalidade. Diz-lhes: ‘Permanecei na
casa onde vos derem alojamento’, disse, ainda, o pontífice.
domingo, 12 de julho de 2015
PALAVRA DE DEUS NO DOMINGO
Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 6,7-13
Naquele tempo:
7Jesus chamou os doze,
e começou a enviá-los dois a dois,
dando-lhes poder sobre os espíritos impuros.
8Recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho,
a não ser um cajado;
nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura.
9Mandou que andassem de sandálias
e que não levassem duas túnicas.
10E Jesus disse ainda:
'Quando entrardes numa casa,
ficai ali até vossa partida.
11Se em algum lugar não vos receberem,
nem quiserem vos escutar, quando sairdes,
sacudi a poeira dos pés, como testemunho contra eles!'
12Então os doze partiram
e pregaram que todos se convertessem.
13Expulsavam muitos demônios
e curavam numerosos doentes, ungindo-os com óleo.
Palavra da Salvação.
sábado, 11 de julho de 2015
SÃO BENTO, ROGAI POR NÓS!
Abade vem de “Abbá”, que significa pai, e isto o
santo de hoje bem soube ser do monaquismo ocidental. São Bento nasceu em
Núrcia, próximo de Roma, em 480, numa nobre família que o enviou para estudar
na Cidade Eterna, no período de decadência do Império.
Diante da decadência – também moral e espiritual – o jovem
Bento abandonou todos os projetos humanos para se retirar nas montanhas da
Úmbria, onde dedicou-se à vida de oração, meditação e aos diversos exercícios
para a santidade. Depois de três anos numa retirada gruta, passou a atrair
outros que se tornaram discípulos de Cristo pelos passos traçados por ele, que
buscou nas Regras de São Pacômio e de São Basílio uma maneira ocidental e
romana de vida monástica. Foi assim que nasceu o famoso mosteiro de Monte
Cassino.
A Regra Beneditina, devido a sua eficácia de inspiração que
formava cristãos santos por meio do seguimento dos ensinamentos de Jesus e da
prática dos Mandamentos e conselhos evangélicos, logo encantou e dominou a
Europa, principalmente com a máxima “Ora et labora”. Para São Bento a vida
comunitária facilitaria a vivência da Regra, pois dela depende o total
equilíbrio psicológico; desta maneira os inúmeros mosteiros, que enriqueceram o
Cristianismo no Ocidente, tornaram-se faróis de evangelização, ciência, escolas
de agricultura, entre outras, isso até mesmo depois de São Bento ter entrado no
céu com 67 anos.
São Bento, rogai por nós!
sexta-feira, 10 de julho de 2015
SAIBA O QUE É "IDEOLOGIA DE GÊNERO" E COMPREENDA O RISCO QUE ELA REPRESENTA À SOCIEDADE SE FOR IMPLANTADA NA EDUCAÇÃO DO BRASIL
Alessandra Borges
Da Redação
O portal cancaonova.com entrevistou padre Demétrio Gomes, da Arquidiocese de Niterói
(RJ), para explicar aos nossos internautas o significado do termo “Ideologia de
Gênero”, que na última semana foi pauta da mídia secular devido à votação dos
Planos Municipais de Educação.
O Plano Nacional de Educação (PNE) aprovou, no dia 25 de
junho de 2014, a Lei 13.005, responsável por definir os caminhos da educação no
Brasil nos próximos dez anos. Após a aprovação da lei fica sob a
responsabilidade dos governos municipais e estaduais a elaboração do próprio
plano local de educação.
Entre os muitos tópicos abordados por este plano, está o
perigo da implantação da referida ideologia [Ideologia de Gênero] na educação
pública e privada. Confira a explicação do sacerdote sobre o assunto:
“Nós não podemos nos omitir, pois, desde 1995, na
Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU), em Pequim, na China, o
termo ‘gênero’ foi introduzido e a partir daí começou a ser empurrado ‘goela
abaixo’ a diversos países. Aqui no Brasil é previsto pela Constituição Federal
que exista um Plano Nacional de Educação, com duração de dez anos, com o
objetivo de articular o Sistema Nacional de Educação em regime de colaboração.
Enfim, para que todos os estados mantenham certo padrão naquilo que seriam as diretrizes
da educação do país. Portanto, em 25 de junho do ano passado, o Congresso
Nacional decretou e foi sancionada pela presidente da república uma lei que
aprovava o novo PNE. E neste plano [PNE] tentou-se introduzir a chamada
‘Ideologia de Gênero’ e os deputados reprovaram em máxima [votação], graças à
grande mobilização popular que se levantou e que democraticamente foi mostrar
os seus interesses sobre o que a sociedade brasileira pensa de fato. E esta
termologia ‘Ideologia de Gênero’ foi tirada da PNE.
O problema é que, de modo escondido, o Ministério da
Educação está tentando agora empurrar – via Planos Municipais de Educação –
esta mesma ideologia que foi vetada no Congresso dos Deputados, em cada
município. E se nós não fizermos nada, isso vai ser introduzido em cada cidade;
portanto, vai reger a educação dos nossos filhos e das nossas crianças nos
próximos dez anos.
É necessário que todos nós nos levantemos e mostremos
democraticamente aquilo que nós pensamos e defendamos a própria natureza humana.
Não se trata aqui de (embora a vida seja defendida por católicos) defender
interesses religiosos, pois não podemos impor a nossa fé a qualquer pessoa que
seja”.
Durante a entrevista, padre Demétrio destaca a importância
da família e indica algumas orientações da Igreja deixadas por São João Paulo
II, como a Teologia do Corpo, e as encíclicas do Papa Emérito Bento XVII e do
Papa Francisco sobre o assunto.
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