quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

ORIENTAÇÕES DO PAPA PARA RECEBER A INDULGÊNCIA NO ANO DA MISERICÓRDIA




O Papa Francisco enviou em 1 de setembro de 2015,  uma carta ao Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Arcebispo Rino Fisichella, responsável pela organização do Jubileu da Misericórdia, na qual descreve as diversas formas em que será possível obter indulgências durante o Ano Santo, entre 8 de dezembro deste ano até 20 de novembro de 2016.


Entre as novidades, o Papa concede a todos os sacerdotes a faculdade de absolver o pecado do aborto e a confirma a validação do Sacramento da Confissão realizado por sacerdotes da Fraternidade São Pio X.

A mensagem traz as reflexões sobre alguns pontos que o Papa considera importantes para que a celebração do Ano Santo seja “um verdadeiro momento de encontro com a misericórdia de Deus”.

“Espero que a indulgência jubilar chegue a cada um como uma experiência genuína da misericórdia de Deus, que vai ao encontro de todos com o rosto do Pai que acolhe e perdoa, esquecendo completamente o pecado cometido”, refletiu o Pontífice.
Peregrinação

Para viver e obter a indulgência, os fieis são chamados a realizar uma breve peregrinação rumo à Porta Santa, aberta em cada Catedral ou nas igrejas estabelecidas pelo Bispo diocesano, e nas quatro Basílicas Papais em Roma, como sinal do profundo desejo de verdadeira conversão.

“Estabeleço, igualmente, que se possa obter a indulgência nos Santuários onde se abrir a Porta da Misericórdia e nas igrejas que tradicionalmente são identificadas como Jubilares. É importante que este momento esteja unido, em primeiro lugar, ao Sacramento da Reconciliação e à celebração da santa Eucaristia com uma reflexão sobre a misericórdia”, recordou o Papa.

“Será necessário acompanhar estas celebrações com a profissão de fé e com a oração por mim e pelas intenções que trago no coração para o bem da Igreja e do mundo inteiro”, acrescentou Francisco.

Enfermos

Sobre aqueles que, por diversos motivos, estiverem impossibilitados de ir até à Porta Santa, sobretudo os doentes e as pessoas idosas e sós, que muitas vezes se encontram em condições de não poder sair de casa, o Papa garantiu:

É preciso “viver com fé e esperança jubilosa este momento de provação, recebendo a comunhão ou participando na santa Missa e na oração comunitária, inclusive por meio dos vários meios de comunicação – que será para eles o modo de obter a indulgência jubilar”, afirmou o Papa.
Presos

O pensamento de Francisco dirige-se também aos encarcerados.

“O Jubileu constituiu sempre a oportunidade de uma grande anistia, destinada a envolver muitas pessoas que, mesmo merecedoras de punição, todavia tomaram consciência da injustiça perpetrada e desejam sinceramente inserir-se de novo na sociedade, oferecendo o seu contributo honesto”, destacou o Pontífice.

E fez um pedido: “A todos eles chegue concretamente a misericórdia do Pai que quer estar próximo de quem mais necessita do seu perdão”.

O Papa destacou ainda que os presos “poderão obter a indulgência, e todas as vezes que passarem pela porta da sua cela, dirigindo o pensamento e a oração ao Pai, que este gesto signifique para eles a passagem pela Porta Santa, porque a misericórdia de Deus, capaz de mudar os corações, consegue também transformar as grades em experiência de liberdade”.

Misericórdia

Ao recordar seu pedido para que “a Igreja redescubra neste tempo jubilar a riqueza contida nas obras de misericórdia corporais e espirituais”, o Papa recordou que a experiência da misericórdia torna-se visível no testemunho de sinais concretos como o próprio Jesus nos ensinou”.

“Todas as vezes que um fiel viver uma ou mais destas obras pessoalmente obterá, sem dúvida, a indulgência jubilar. Daqui o compromisso a viver de misericórdia para alcançar a graça do perdão completo e exaustivo pela força do amor do Pai que não exclui ninguém. Portanto, tratar-se-á de uma indulgência jubilar plena, fruto do próprio evento que é celebrado e vivido com fé, esperança e caridade”.

Falecidos

O Papa explicou ainda que a indulgência jubilar poderá ser obtida também para quantos faleceram.

“A eles estamos unidos pelo testemunho de fé e caridade que nos deixaram. Assim como os recordamos na celebração eucarística, também podemos, no grande mistério da comunhão dos Santos, rezar por eles, para que o rosto misericordioso do Pai os liberte de qualquer resíduo de culpa e possa abraçá-los na beatitude sem fim”.

Remetendo ao seu magistério apresentado na Encíclica Laudato si, Francisco recordou que um dos graves problemas do nosso tempo é certamente a alterada relação com a vida: “uma mentalidade muito difundida já fez perder a necessária sensibilidade pessoal e social pelo acolhimento de uma nova vida”.

Aborto

Nesse contexto caótico, Francisco afirmou que “o drama do aborto é vivido por alguns com uma consciência superficial, quase sem se dar conta do gravíssimo mal que um gesto semelhante comporta. Muitos outros, ao contrário, mesmo vivendo este momento como uma derrota, julgam que não têm outro caminho a percorrer”.

O Papa dedicou atenção especial às mulheres que recorreram ao aborto. “Conheço bem os condicionamentos que as levaram a tomar esta decisão. Sei que é um drama existencial e moral. Encontrei muitas mulheres que traziam no seu coração a cicatriz causada por esta escolha sofrida e dolorosa”.

O que aconteceu é profundamente injusto – sublinhou o Papa – “contudo somente a sua verdadeira compreensão pode impedir que se perca a esperança. O perdão de Deus não pode ser negado a quem quer que esteja arrependido, sobretudo quando com coração sincero se aproxima do Sacramento da Confissão para obter a reconciliação com o Pai”.
Absolvição do pecado do aborto

Também por este motivo – destacou o Pontífice – “decidi conceder a todos os sacerdotes para o Ano Jubilar a faculdade de absolver do pecado de aborto quantos o cometeram e, arrependidos de coração, pedirem que lhes seja perdoado”.

Ao estender a absolvição do aborto a todos os sacerdotes, o Papa recomendou: “os sacerdotes devem se preparar para esta grande tarefa sabendo conjugar palavras de acolhimento genuíno com uma reflexão que ajude a compreender o pecado cometido, e indicar um percurso de conversão autêntica para conseguir entender o verdadeiro e generoso perdão do Pai, que tudo renova com a sua presença”.

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quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

MISSA DE ANO NOVO







MISSA DE ANO NOVO: DIA 31 ÀS 20 horas



ENTENDA O SIGNIFICADO DAS INDULGÊNCIAS NO ANO DA MISERICÓRDIA




Durante o Ano Santo da Misericórdia é possível obter a Indulgência jubilar passando em peregrinação pela Porta Santa como sinal de profunda conversão. Mas o que é a indulgência?

Diferentemente do que vem sido divulgado por alguns meios de comunicação, que informaram erroneamente que a indulgência é o “perdão dos pecados sem a necessidade da confissão”, a indulgência é a remissão total diante de Deus da “pena temporal” para os pecados já perdoados na Confissão sacramental no que diz respeito à “culpa”. Isso porque todo pecado, mesmo tendo sido perdoado por Deus, deixa um resíduo (de pena) a ser purificado – aqui na terra ou depois desta vida – a fim de que o amor seja totalmente imaculado.

Em entrevista à Rádio Vaticano, o penitencieiro-mor da Penitenciaria Apostólica, Cardeal Mauro Piacenza, explicou que “absolvidos os pecados, a desproporção entre a santidade de Deus e o seu amor e a negatividade do pecado é tão grande que permanecem resíduos: o pecado é perdoado, mas permanecem resíduos de pena”.

“Eis então que a Indulgência – e aí está a sua preciosidade – reside no fato de poder desfrutar da misericórdia infinita de Deus que purifica tudo – se não fosse irreverente, se poderia falar de uma espécie de ‘aspirador de pó divino’ – eliminando todo e qualquer resíduo”, acrescentou o Cardeal.

Ainda de acordo com o Penitencieiro, quando uma pessoa recebeu a Indulgência, após a Confissão, efetivamente é como depois do Batismo, “praticamente recomeça uma nova vida”.

“É claro que existem as condições para a Indulgência, ou seja, a Comunhão e a Confissão no arco de tempo conveniente, o fato de rezar segundo as intenções do Santo Padre, o fato de rezar um Pai-Nosso e um Credo... mas isso é nada diante daquilo que nos é dado, mas deve existir porque de certo modo estrutura o modo de receber a Indulgência. Porém, o fundamental é a contrição do coração, isto é, um ato de amor perfeito diante de Deus e em favor do próximo. E isso nos faz obter a Indulgência”, completou o Cardeal, ressaltando, ainda, que o Ano Santo se perfaz sobre dois pontos centrais, que são a Confissão e a Indulgência.”

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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

MAIS IMAGENS DA MISSA DA NOITE DE NATAL












O SENTIDO DO JUBILEU DA MISERICÓRDIA




A Igreja precisa desse momento extraordinário. Não digo: é bom para a Igreja este momento extraordinário. Digo: a Igreja precisa deste momento extraordinário. Na nossa época de profundas mudanças, a Igreja é chamada a oferecer a sua contribuição peculiar, tornando visíveis os sinais da presença e da proximidade de Deus. E o Jubileu é um tempo favorável para todos nós, para que contemplando a Divina Misericórdia, que supera todo limite humano e resplandece sobre a obscuridade do pecado, possamos nos tornar testemunhas mais confiantes e eficazes.

Dirigir o olhar a Deus, Pai misericordioso, e aos irmãos necessitados de misericórdia, significa concentrar a atenção sobre o conteúdo essencial do Evangelho: Jesus, a Misericórdia feita carne, que torna visível aos nossos olhos o grande mistério do Amor trinitário de Deus. Celebrar um Jubileu da Misericórdia equivale a colocar de novo no centro da nossa vida pessoal e das nossas comunidades o específico da fé cristã, isso é, Jesus Cristo, o Deus misericordioso.

Um Ano Santo, portanto, para viver a misericórdia. Sim, queridos irmãos e irmãs, este Ano Santo nos é oferecido para experimentarmos na nossa vida o toque doce e suave do perdão de Deus, a sua presença próximo a nós e a sua proximidade sobretudo nos momentos de maior necessidade.

Este Jubileu, em suma, é um momento privilegiado para que a Igreja aprenda a escolher unicamente “aquilo que a Deus mais agrada”. E o que é aquilo que “a Deus mais agrada”? Perdoar os seus filhos, ter misericórdia deles, a fim de que esses possam, por sua vez, perdoar os irmãos, brilhando como tochas da misericórdia de Deus no mundo. Isso é o que agrada mais a Deus. Sant’Ambrogio em um livro de teologia que tinha escrito sobre Adão, toma a história da criação do mundo e diz que Deus, todos os dias, depois de ter feito uma coisa – a lua, o sol ou os animais – diz: “E Deus viu que isso era bom”. Mas quando fez o homem e a mulher, a Bíblia diz: “Viu que isso era muito bom”. Sant’Ambrogio se pergunta: “Mas por que diz ‘muito bom’? Por que Deus ficou tão contente depois da criação do homem e da mulher?”. Porque no fim tinha alguém para perdoar. É belo isso: a alegria de Deus é perdoar, o ser de Deus é misericórdia. Por isso neste ano devemos abrir os corações, para que este amor, esta alegria de Deus nos preencha desta misericórdia. O Jubileu será um “tempo favorável” para a Igreja se aprendermos a escolher “aquilo que a Deus agrada mais”, sem cair na tentação de pensar que haja algo mais importante ou prioritário. Nada é mais importante que escolher “aquilo que a Deus agrada mais”, isso é, a sua misericórdia, o seu amor, a sua ternura, o seu abraço, as suas carícias!

Também a necessária obra de renovação das instituições e das estruturas da Igreja é um meio que deve nos conduzir a fazer a experiência viva e vivificante da misericórdia de Deus que, sozinha, pode garantir à Igreja ser aquela cidade colocada sobre um monte que não pode permanecer escondida (cfr Mt 5, 14). Brilha somente uma Igreja misericordiosa! Se esquecêssemos, mesmo que por um só momento, que a misericórdia é “aquilo que mais agrada Deus”, todo esforço nosso seria em vão, porque nos tornaríamos escravos das nossas instituições e das nossas estruturas, por mais renovadas que possam ser. Mas seríamos sempre escravos.

“Sentir forte em nós a alegria de termos sido renovados por Jesus, que como Bom Pastor veio nos buscar porque estávamos perdidos” (Homilia nas Primeiras Vésperas do Domingo da Divina Misericórdia, 11 de abril de 2015): este é o objetivo que a Igreja se coloca neste Ano Santo. Assim reforçaremos em nós a certeza de que a misericórdia pode contribuir realmente para a edificação de um mundo mais humano. Especialmente nestes nossos tempos, em que o perdão é um convidado raro nos âmbitos da vida humana, o chamado à misericórdia se faz mais urgente e isso em todo lugar: na sociedade, nas instituições, no trabalho e também na família.

Certo, alguém poderia fazer essa objeção: “Mas, Padre, a Igreja, nesse Ano, não deveria fazer algo a mais? É certo contemplar a misericórdia de Deus, mas há muitas necessidades urgentes!”. É verdade, há muito a fazer, e eu primeiro não me canso de recordar isso. Mas é necessário considerar que, na raiz da falta de misericórdia, há sempre o amor próprio. No mundo, isso toma a forma da busca exclusiva dos próprios interesses, dos prazeres e honras unidos à vontade de acumular riquezas, enquanto na vida dos cristãos se reveste muitas vezes de hipocrisia e de mundanidade. Todas essas coisas são contrárias à misericórdia. As investidas do amor próprio, que tornam a misericórdia estrangeira no mundo, são tantas e numerosas que muitas vezes nem somos capazes de reconhecê-las como limites e como pecado. Eis porque é necessário reconhecer ser pecador, para reforçar em nós a certeza da misericórdia divina. “Senhor, eu sou um pecador; Senhor, eu sou uma pecadora: venha com a tua misericórdia”. Essa é uma oração belíssima. É uma oração fácil de dizer todos os dias: “Senhor, eu sou um pecador; Senhor, eu sou uma pecadora: venha com a tua misericórdia”.

Queridos irmãos e irmãs, desejo que, neste Ano Santo, cada um de nós faça experiência da misericórdia de Deus, para ser testemunhas daquilo “que agrada mais a Ele”. É ingênuo acreditar que isso possa mudar o mundo? Sim, humanamente falando é tolice, mas “aquilo que é loucura de Deus é mais sábio que os homens e aquilo que é fraqueza de Deus é mais forte que os homens” (1 Cor 1, 25).




http://papa.cancaonova.com/papa-explica-o-significado-do-ano-da-misericordia/

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

SANTOS INOCENTES




A festa de hoje, instituída pelo Papa São Pio V, ajuda-nos a viver com profundidade este tempo da Oitava do Natal. Esta festa encontra o seu fundamento nas Sagradas Escrituras. Quando os Magos chegaram a Belém, guiados por uma estrela misteriosa, “encontraram o Menino com Maria e, prostrando-se, adoraram-No e, abrindo os seus tesouros, ofereceram-Lhe presentes – ouro, incenso e mirra. E, tendo recebido aviso em sonhos para não tornarem a Herodes, voltaram por outro caminho para a sua terra. Tendo eles partido, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse-lhe: ‘Levanta-te, toma o Menino e sua mãe e foge para o Egito, e fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o Menino para o matar’. E ele, levantando-se de noite, tomou o Menino e sua mãe, e retirou-se para o Egito. E lá esteve até à morte de Herodes, cumprindo-se deste modo o que tinha sido dito pelo Senhor por meio do profeta, que disse: ‘Do Egito chamarei o meu filho’. Então Herodes, vendo que tinha sido enganado pelos Magos, irou-se em extremo e mandou matar todos os meninos que havia em Belém e arredores, de dois anos para baixo, segundo a data que tinha averiguado dos Magos. Então se cumpriu o que estava predito pelo profeta Jeremias: ‘Uma voz se ouviu em Ramá, grandes prantos e lamentações: Raquel chorando os seus filhos, sem admitir consolação, porque já não existem'” (Mt 2,11-20) Quanto ao número de assassinados, os Gregos e o jesuíta Salmerón (1612) diziam ter sido 14.000; os Sírios 64.000; o martirológio de Haguenau (Baixo Reno) 144.000. Calcula-se hoje que terão sido cerca de vinte ao todo. Foram muitas as Igrejas que pretenderam possuir relíquias deles.

Na Idade Média, nos bispados que possuíam escola de meninos de coro, a festa dos Inocentes ficou sendo a destes. Começava nas vésperas de 27 de dezembro e acabava no dia seguinte. Tendo escolhido entre si um “bispo”, estes cantorzinhos apoderavam-se das estolas dos cônegos e cantavam em vez deles. A este bispo improvisado competia presidir aos ofícios, entoar o Inviatório e o Te Deum e desempenhar outras funções que a liturgia reserva aos prelados maiores. Só lhes era retirado o báculo pastoral ao entoar-se o versículo do Magnificat: Derrubou os poderosos do trono, no fim das segundas vésperas. Depois, o “derrubado” oferecia um banquete aos colegas, a expensas do cabido, e voltava com eles para os seus bancos. Esta extravagante cerimônia também esteve em uso em Portugal, principalmente nas comunidades religiosas.

A festa de hoje também é um convite a refletirmos sobre a situação atual desses milhões de “pequenos inocentes”: crianças vítimas do descaso, do aborto, da fome e da violência. Rezemos neste dia por elas e pelas nossas autoridades, para que se empenhem cada vez mais no cuidado e no amor às nossas crianças, pois delas é o Reino dos Céus. Por estes pequeninos, sobretudo, é que nós cristãos aspiramos a um mundo mais justo e solidário.

Santos Inocentes, rogai por nós!

domingo, 27 de dezembro de 2015

PALAVRA DE DEUS NO DOMINGO



Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 2,22-40

22Quando se completaram os dias
para a purificação da mãe e do filho,
conforme a Lei de Moisés,
Maria e José levaram Jesus a Jerusalém,
a fim de apresentá-lo ao Senhor.
23Conforme está escrito na Lei do Senhor:
'Todo primogênito do sexo masculino
deve ser consagrado ao Senhor.'
24Foram também oferecer o sacrifício
- um par de rolas ou dois pombinhos -
como está ordenado na Lei do Senhor.
25Em Jerusalém, havia um homem chamado Simeão,
o qual era justo e piedoso,
e esperava a consolação do povo de Israel.
O Espírito Santo estava com ele
26e lhe havia anunciado que nóo morreria
antes de ver o Messias que vem do Senhor.
27Movido pelo Espírito, Simeão veio ao Templo.
Quando os pais trouxeram o menino Jesus
para cumprir o que a Lei ordenava,
28Simeão tomou o menino nos braços
e bendisse a Deus:
29'Agora, Senhor, conforme a tua promessa,
podes deixar teu servo partir em paz;
30porque meus olhos viram a tua salvação,
31que preparaste diante de todos os povos:
32luz para iluminar as nações
e glória do teu povo Israel.'
33O pai e a mãe de Jesus estavam admirados
com o que diziam a respeito dele.
34Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus:
'Este menino vai ser causa
tanto de queda como de reerguimento
para muitos em Israel.
Ele será um sinal de contradição.
35Assim serão revelados
os pensamentos de muitos corações.
Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma.'
36Havia também uma profetisa, chamada Ana,
filha de Fanuel, da tribo de Aser.
Era de idade muito avançada;
quando jovem, tinha sido casada
e vivera sete anos com o marido.
37Depois ficara viúva,
e agora já estava com oitenta e quatro anos.
Nóo saía do Templo, dia e noite servindo a Deus
com jejuns e orações.
38Ana chegou nesse momento
e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino
a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.
39Depois de cumprirem tudo, conforme a Lei do Senhor,
voltaram à Galiléia, para Nazaré, sua cidade.
40O menino crescia e tornava-se forte,
cheio de sabedoria;
e a graça de Deus estava com ele.
Palavra da Salvação.

sábado, 26 de dezembro de 2015

CELEBRANDO O DIA DE NATAL











TEMPO DO NATAL




Após a celebração anual da Páscoa, a comemoração mais venerável para a Igreja é o Natal do Senhor e suas primeiras manifestações, pois o Natal é um tempo de fé, alegria e acolhimento do Filho de Deus que se fez Homem. O tempo do Natal vai da véspera do Natal de Nosso Senhor até o domingo depois da festa da aparição divina, em que se comemora o Batismo de Jesus. No ciclo do Natal são celebradas as festas da Sagrada Família, de Maria, mãe de Jesus e do Batismo de Jesus.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

BÊNÇÃO DO PAPA



Diante de milhares de fieis reunidos na Praça São Pedro e adjacências, o Papa Francisco dirigiu-se “à cidade e ao mundo” da sacada central da Basílica de São Pedro, para anunciar que “Cristo nasceu para nós (…) Ele é o “dia” luminoso que surgiu no horizonte da humanidade. Dia de misericórdia, em que Deus Pai revelou à humanidade a sua imensa ternura. Dia de luz que dissipa as trevas do medo e da angústia. Dia de paz, em que se torna possível encontrar-se, dialogar, reconciliar-se. Dia de alegria: uma «grande alegria» para os pequenos e os humildes, e para todo o povo”.

O presepio mostra-nos o “sinal” que Deus nos deu: “um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura”. E “juntamente com os pastores – convidou o Santo Padre - prostremo-nos diante do Cordeiro, adoremos a Bondade de Deus feita carne e deixemos que lágrimas de arrependimento inundem os nossos olhos e lavem o nosso coração, todos temos necessidade”:

“Ele, só Ele, nos pode salvar. Só a Misericórdia de Deus pode libertar a humanidade de tantas formas de mal – por vezes monstruosas – que o egoísmo gera nela. A graça de Deus pode converter os corações e suscitar vias de saída em situações humanamente irresolúveis”.

Paz no Oriente Médio

“Onde nasce a paz, já não há lugar para o ódio e a guerra” – disse o Pontífice - recordando que “precisamente lá onde veio ao mundo o Filho de Deus feito carne, continuam tensões e violências, e a paz continua um dom que deve ser invocado e construído”:

“Oxalá israelenses e palestinos retomem um diálogo direto e cheguem a um acordo que permita a ambos os povos conviverem em harmonia, superando um conflito que há muito os mantém contrapostos, com graves repercussões na região inteira. Ao Senhor, pedimos que o entendimento alcançado nas Nações Unidas consiga quanto antes silenciar o fragor das armas na Síria e pôr remédio à gravíssima situação humanitária da população exausta. É igualmente urgente que o acordo sobre a Líbia encontre o apoio de todos, para se superarem as graves divisões e violências que afligem o país. Que a atenção da Comunidade Internacional se concentre unanimemente em fazer cessar as atrocidades que, tanto nos referidos países, como no Iraque, Líbia, Iêmen e na África subsaariana, ainda ceifam inúmeras vítimas, causam imensos sofrimentos e não poupam sequer o patrimônio histórico e cultural de povos inteiros”.

Terrorismo e cristãos perseguidos

O Papa recordou ainda as vítimas dos “hediondos atos terroristas, em particular pelos massacres recentes ocorridos nos céus do Egito, em Beirute, Paris, Bamaco e Túnis”, pedindo também consolação e força ao Menino Jesus para os cristãos “perseguidos em muitas partes do mundo por causa de sua fé. São os mártires de hoje”.

África

O fortalecimento do diálogo na República Democrática do Congo, no Burundi e no Sudão do Sul foi ressaltado pelo Papa, “em prol da edificação de sociedades civis animadas por sincero espírito de reconciliação e compreensão mútua”.

Ucrânia e Colômbia

O Papa referiu-se também à Ucrânia, pedindo que a verdadeira paz “inspire a vontade de cumprir os acordos assumidos para se restabelecer a concórdia no país inteiro” e que ilumine os esforços do povo colombiano, para que “continue empenhado na busca da desejada paz”.

Dignidade humana ferida

O Papa recordou também da existência de “multidões de homens e mulheres que estão privados da sua dignidade humana e, como o Menino Jesus, sofrem o frio, a pobreza e a rejeição dos homens”:

“Chegue hoje a nossa solidariedade aos mais inermes, sobretudo às crianças-soldado, às mulheres que sofrem violência, às vítimas do tráfico de seres humanos e do narcotráfico”.

Refugiados

O drama das milhares de pessoas que viajam “em condições desumanas”, arriscando a própria vida em busca de segurança e de uma esperança foram recordados por Francisco:

“Sejam recompensados com abundantes bênçãos quantos, indivíduos e Estados, generosamente se esforçam por socorrer e acolher os numerosos migrantes e refugiados, ajudando-os a construir um futuro digno para si e seus entes queridos e a integrar-se nas sociedades que os recebem”.

Desempregados

O Santo Padre também pediu que o Senhor dê esperança aos desempregados, que são tantos, e sustente “o compromisso de quantos possuem responsabilidades públicas no campo político e econômico a fim de darem o seu melhor na busca do bem comum e na proteção da dignidade de cada vida humana”.

Encarcerados e misericórdia

Ao falar da misericórdia, o Papa dirigiu-se aos encarcerados:

“Onde nasce Deus, floresce a misericórdia. Este é o presente mais precioso que Deus nos dá, especialmente neste ano jubilar em que somos chamados a descobrir a ternura que o nosso Pai celeste tem por cada um de nós. O Senhor conceda, particularmente aos encarcerados, experimentar o seu amor misericordioso que cura as feridas e vence o mal”.

E assim hoje, juntos, concluiu o Papa, “exultemos no dia da nossa salvação”, fixando o olhar nos braços abertos de Jesus no presépio, que nos mostra o abraço misericordioso de Deus” e que proclama: “A paz esteja contigo!”.

Após o Papa concedeu a todos a sua Bênção com a Indulgência Plenária na forma prevista pela Igreja. 

Ao concluir, Francisco dirigiu-se a todos os presentes na Praça São Pedro e àqueles que o acompanhavam pela rádio, televisão e outros meios de comunicação, para desejar as suas mais cordiais felicitações de Natal:

Misericórdia com os irmãos

“É o Natal do Ano Santo da Misericórdia, por isto desejo a todos que possa acolher na própria vida a misericórdia de Deus, que Jesus Cristo nos deu, para sermos misericordiosos com os nossos irmãos. Assim, faremos crescer a paz!”. (JE)


Eis a mensagem na íntegra:

Queridos irmãos e irmãs, feliz Natal!

Cristo nasceu para nós, exultemos no dia da nossa salvação! Abramos os nossos corações para receber a graça deste dia, que é Ele próprio: Jesus é o «dia» luminoso que surgiu no horizonte da humanidade. Dia de misericórdia, em que Deus Pai revelou à humanidade a sua imensa ternura. Dia de luz que dissipa as trevas do medo e da angústia. Dia de paz, em que se torna possível encontrar-se, dialogar, reconciliar-se. Dia de alegria: uma «grande alegria» para os pequenos e os humildes, e para todo o povo (cf. Lc 2, 10).

Neste dia, nasceu da Virgem Maria Jesus, o Salvador. O presépio mostra-nos o «sinal» que Deus nos deu: «um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura» (Lc 2, 12). Como fizeram os pastores de Belém, vamos também nós ver este sinal, este acontecimento que, em cada ano, se renova na Igreja. O Natal é um acontecimento que se renova em cada família, em cada paróquia, em cada comunidade que acolhe o amor de Deus encarnado em Jesus Cristo. Como Maria, a Igreja mostra a todos o «sinal» de Deus: o Menino que Ela trouxe no seu ventre e deu à luz, mas que é Filho do Altíssimo, porque «é obra do Espírito Santo» (Mt 1, 20). Ele é o Salvador, porque é o Cordeiro de Deus que toma sobre Si o pecado do mundo (cf. Jo 1, 29). Juntamente com os pastores, prostremo-nos diante do Cordeiro, adoremos a Bondade de Deus feita carne e deixemos que lágrimas de arrependimento inundem os nossos olhos e lavem o nosso coração.

Ele, só Ele, nos pode salvar. Só a Misericórdia de Deus pode libertar a humanidade de tantas formas de mal – por vezes monstruosas – que o egoísmo gera nela. A graça de Deus pode converter os corações e suscitar vias de saída em situações humanamente irresolúveis.

Onde nasce Deus, nasce a esperança. Onde nasce Deus, nasce a paz. E, onde nasce a paz, já não há lugar para o ódio e a guerra. E no entanto, precisamente lá onde veio ao mundo o Filho de Deus feito carne, continuam tensões e violências, e a paz continua um dom que deve ser invocado e construído. Oxalá israelenses e palestinos retomem um diálogo direto e cheguem a um acordo que permita a ambos os povos conviverem em harmonia, superando um conflito que há muito os mantém contrapostos, com graves repercussões na região inteira.

Ao Senhor, pedimos que o entendimento alcançado nas Nações Unidas consiga quanto antes silenciar o fragor das armas na Síria e pôr remédio à gravíssima situação humanitária da população exausta. É igualmente urgente que o acordo sobre a Líbia encontre o apoio de todos, para se superarem as graves divisões e violências que afligem o país. Que a atenção da Comunidade Internacional se concentre unanimemente em fazer cessar as atrocidades que, tanto nos referidos países, como no Iraque, Líbia, Iémen e na África subsaariana, ainda ceifam inúmeras vítimas, causam imensos sofrimentos e não poupam sequer o património histórico e cultural de povos inteiros. Penso ainda em quantos foram atingidos por hediondos atos terroristas, em particular pelos massacres recentes ocorridos nos céus do Egipto, em Beirute, Paris, Bamaco e Túnis.

Aos nossos irmãos, perseguidos em muitas partes do mundo por causa da sua fé, o Menino Jesus dê consolação e força.

Paz e concórdia, pedimos para as queridas populações da República Democrática do Congo, do Burundi e do Sudão do Sul, a fim de se reforçar, através do diálogo, o compromisso comum em prol da edificação de sociedades civis animadas por sincero espírito de reconciliação e compreensão mútua.

Que o Natal traga verdadeira paz também à Ucrânia, proporcione alívio a quem sofre as consequências do conflito e inspire a vontade de cumprir os acordos assumidos para se restabelecer a concórdia no país inteiro.

Que a alegria deste dia ilumine os esforços do povo colombiano, para que, animado pela esperança, continue empenhado na busca da desejada paz.

Onde nasce Deus, nasce a esperança; e, onde nasce a esperança, as pessoas reencontram a dignidade. E, todavia, ainda hoje há multidões de homens e mulheres que estão privados da sua dignidade humana e, como o Menino Jesus, sofrem o frio, a pobreza e a rejeição dos homens. Chegue hoje a nossa solidariedade aos mais inermes, sobretudo às crianças-soldado, às mulheres que sofrem violência, às vítimas do tráfico de seres humanos e do narcotráfico.

Não falte o nosso conforto às pessoas que fogem da miséria ou da guerra, viajando em condições tantas vezes desumanas e, não raro, arriscando a vida. Sejam recompensados com abundantes bênçãos quantos, indivíduos e Estados, generosamente se esforçam por socorrer e acolher os numerosos migrantes e refugiados, ajudando-os a construir um futuro digno para si e seus entes queridos e a integrar-se nas sociedades que os recebem.

Neste dia de festa, o Senhor dê esperança àqueles que não têm trabalho e sustente o compromisso de quantos possuem responsabilidades públicas em campo político e econômico a fim de darem o seu melhor na busca do bem comum e na proteção da dignidade de cada vida humana.

Onde nasce Deus, floresce a misericórdia. Esta é o presente mais precioso que Deus nos dá, especialmente neste ano jubilar em que somos chamados a descobrir a ternura que o nosso Pai celeste tem por cada um de nós. O Senhor conceda, particularmente aos encarcerados, experimentar o seu amor misericordioso que cura as feridas e vence o mal.

E assim hoje, juntos, exultemos no dia da nossa salvação. Ao contemplar o presépio, fixemos o olhar nos braços abertos de Jesus, que nos mostram o abraço misericordioso de Deus, enquanto ouvimos as primeiras expressões do Menino que nos sussurra: «Por amor dos meus irmãos e amigos, proclamarei: “A paz esteja contigo”»! (Sal 122/121, 8).

MISSA DA NOITE DE NATAL