segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Sínodo da Amazônia terminou no sábado




Teve inicio no dia 6 de outubro e terminou neste sábado, 26, O Sínodo da Amazônia, encontro de bispos da Igreja Católica que neste ano discutiu a maior floresta do mundo, no Vaticano.
O sínodo deste ano foi convocado em outubro de 2017 pelo Papa Francisco, com o objetivo, segundo o Vaticano, de debater as dificuldades da Igreja atender os povos da região, especialmente os indígenas
Durante todos esses dias foram discutidos temas ambientais, sociais e próprios da Igreja Católica presente nos nove países que compreendem territórios da região amazônica como é o caso do Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Guiana, Guiana Francesa, Venezuela e Suriname.
Participaram bispos, padres e freiras dessa região, além de estudiosos, pessoas ligadas à Organização das Nações Unidas (ONU) e membros dos escritórios do Vaticano (a Cúria Romana).
Como a maior parte da floresta está no Brasil, o sínodo teve muitos participantes brasileiros, sendo o mais importante deles, o relator-geral, responsável pela redação dos documentos, o cardeal Dom Claudio Hummes.
Por 128 votos a favor e 41 contra, a possibilidade de ordenar homens casados, idôneos e já ativos na comunidade católica foi aprovada nesse final de semana. Conscientes de que essa solução não será um milagre na região, onde o deserto de padres abre espaço para a igreja evangélica, o Sínodo também votou a favor da reflexão sobre a liderança de mulheres em comunidades católicas, mesmo que a possibilidade que se tornem diaconisas esteja descartada por enquanto.
Na missa de encerramento do Sínodo da Amazônia, neste domingo, dia 27, no Vaticano, o Papa Francisco mirou seu sermão na política predatória brasileira na região. Em mea culpa, referindo-se à atuação da própria Igreja na doutrinação de indígenas durante o processo de colonização do Brasil, o pontífice disse que “os erros do passado não foram suficientes para deixarmos de saquear os outros e causar ferimentos aos nossos irmãos e a nossa irmã terra: vimos isso no rosto desfigurado da Amazônia”.
“Quantas vezes quem está à frente, como o fariseu relativamente ao publicano, levanta muros para aumentar as distâncias, tornando os outros ainda mais descartados. Ou então, considerando-os atrasados e de pouco valor, despreza as suas tradições, cancela suas histórias, ocupa os seus territórios e usurpa os seus bens”, disse o papa, em uma crítica direta às políticas atuais que têm a pretensão de incluir indígenas na chamada “cultura judaico-cristã”.


Missa de encerramento do Sínodo da Amazônia no Vaticano