Teve inicio no dia 6 de outubro
e terminou neste sábado, 26, O Sínodo da Amazônia,
encontro de bispos da Igreja Católica que neste ano discutiu a maior floresta
do mundo, no Vaticano.
O sínodo deste ano foi convocado em outubro de 2017 pelo Papa Francisco,
com o objetivo, segundo o Vaticano, de debater as dificuldades da Igreja
atender os povos da região, especialmente os indígenas
Durante todos esses dias foram discutidos
temas ambientais, sociais e próprios da Igreja Católica presente nos nove
países que compreendem territórios da região amazônica como é o caso do Brasil,
Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Guiana, Guiana Francesa, Venezuela e
Suriname.
Participaram bispos, padres e freiras
dessa região, além de estudiosos, pessoas ligadas à Organização das Nações
Unidas (ONU) e membros dos escritórios do Vaticano (a Cúria Romana).
Como a maior parte da floresta está no
Brasil, o sínodo teve muitos participantes brasileiros, sendo o mais importante
deles, o relator-geral, responsável pela redação dos documentos, o cardeal Dom
Claudio Hummes.
Por 128 votos a favor e 41 contra, a possibilidade
de ordenar homens casados, idôneos e já ativos na comunidade católica foi
aprovada nesse final de semana. Conscientes de que essa solução não será um
milagre na região, onde o deserto de padres abre espaço para a igreja
evangélica, o Sínodo também votou a favor da reflexão sobre a liderança de
mulheres em comunidades católicas, mesmo que a possibilidade que se tornem diaconisas
esteja descartada por enquanto.
No discurso final do evento, Papa Francisco
também anunciou que a destruição
do meio ambiente passa a ser considerado, dentro da Igreja Católica, "um
pecado ecológico".
Na
missa de encerramento do Sínodo da Amazônia, neste domingo, dia 27, no
Vaticano, o Papa Francisco mirou seu sermão na política predatória brasileira na
região. Em mea culpa, referindo-se à atuação da própria Igreja na
doutrinação de indígenas durante o processo de colonização do Brasil, o
pontífice disse que “os erros do passado não foram suficientes para deixarmos
de saquear os outros e causar ferimentos aos nossos irmãos e a nossa irmã
terra: vimos isso no rosto desfigurado da Amazônia”.
“Quantas
vezes quem está à frente, como o fariseu relativamente ao publicano, levanta
muros para aumentar as distâncias, tornando os outros ainda mais descartados.
Ou então, considerando-os atrasados e de pouco valor, despreza as suas
tradições, cancela suas histórias, ocupa os seus territórios e usurpa os seus
bens”, disse o papa, em uma crítica direta às políticas atuais que têm a
pretensão de incluir indígenas na chamada “cultura judaico-cristã”.
Missa de encerramento do Sínodo da Amazônia no Vaticano |