O Papa Francisco cria hoje 19
novos cardeais, provenientes de doze diferentes países, entre os
quais o único brasileiro foi o arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta. A
lista inclui responsáveis da Cúria Romana e várias dioceses. Dom Lorenzo
Baldisseri, que foi Núncio Apostólico no Brasil, também foi nomeado. Dos novos,
o Santo Padre uniu também ao Colégio Cardinalício três arcebispos
eméritos, que – disse – se distinguiram pelo seu serviço à Santa Sé e à Igreja.
Agora o Brasil passa a ter dez cardeais, sendo atualmente
cinco votantes (com menos de 80 anos), num eventual conclave. Os cardeais
brasileiros são, além de Dom Orani, nomeado hoje: Dom Eusébio Oscar
Scheid, do Rio de Janeiro; Dom Paulo Evaristo Arns, de São Paulo; Dom José
Freire Falcão, de Brasília; Dom Serafim Fernandes de Araújo, de Belo
Horizonte; Dom Cláudio Hummes, de São Paulo, e Dom Geraldo Majella Agnelo,
de Salvador. Também os arcebispos Dom Odilo Pedro Scherer, de São
Paulo; Dom Raymundo Damasceno Assis, de Aparecida e Dom João Braz de
Aviz, atual prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as
Sociedades de Vida Apostólica, no Vaticano (os grifados são, atualmente,
votantes).
Colégio Cardinalício
O Colégio de Cardeais, cuja origem está ligada ao
clero antigo da Igreja Romana, tem a função de eleger o sucessor de Pedro e
aconselhá-lo em questões de maior importância. Seja nos escritórios da Cúria
Romana ou em seus ministérios nas Igrejas locais em todo o mundo, os cardeais
são chamados a partilhar de modo especial na solicitude do Papa para com a
Igreja universal, promovendo a santidade, a comunhão e paz da Igreja A cor viva
de suas vestes tem sido tradicionalmente vista como um sinal de seu compromisso
de defender o rebanho de Cristo até o derramamento de seu sangue. (cf.
Discurso de Bento XVI, na audiência com os novos cardeais, familiares e fiéis,
em 26 de novembro de 2012).
Francisco seguiu a regra dos 120 cardeais eleitores com
menos de 80 anos. Atualmente havia 13 lugares “vacantes”, outros 3 serão
“vacantes” até o próximo mês de maio. Por isso o Papa escolheu 16 eleitores.
Dos 16 eleitores, 4 são membros da Cúria, portanto um quarto do total, e 12 são
Arcebispo ou Bispos residenciais de países todos diferentes entre eles.A
distribuição dos prelados residenciais eleitores está bem distribuída entre os
diversos continentes:
Europa 2; América do Norte e Central 2; América do Sul 3; África2; Ásia 2.A
escolha de cardeais do Burkina Faso e do Haiti indica a atenção pelos povos
provados pela pobreza.
Foram escolhidos prelados residenciais também de sedes não tradicionamente
“cardinalícias”, como Perúgiana Itália, Cotabato na Ilha de Mindanau nas
Filipinas.Entre os cardeais não eleitores destaca-se a criação de Dom
Capovilla, Secretário do Beato Papa João XXIII, que será canonizado no mês de
abril.
O mais idoso é Dom Capovilla, 98 anos, e o mais jovem, Dom Langlois, 55
anos.Destaque o Brasil é a escolha por parte do Papa Fancisco de Dom Orani João
Tempesta e do Arcebispo Dom Lorenzo Baldisseri, que por quase 10 anos foi
Núncio Apostólico no Brasil e hoje é o Secretário do Sínodo dos Bispos.
Rito do Consistório
Após a proclamação das leituras e da alocução, o Santo Padre
vai ler a fórmula de criação e proclamará solenemente os nomes dos novos
cardeais, para os unir com “um vínculo mais estreito à Sé de Pedro”.
Depois terá lugar a profissão de fé e o juramento dos novos
cardeais, de fidelidade e obediência ao Papa e seus sucessores, “agora e para
sempre”. A profissão de fé, que faz parte do Símbolo
niceno-constantinopolitano, é a síntese da fé da Igreja que cada um recebe no
momento do Batismo.
Cada um ajoelha-se, para receber o barrete cardinalício, que
o Papa impõe “como sinal da dignidade do cardinalato”, significando que todos
devem estar prontos a comportar-se “com fortaleza, até à efusão do
sangue".
O Papa oferece ainda um anel aos novos cardeais para que se
“reforce o amor pela Igreja”, seguindo-se a atribuição a cada cardeal uma
igreja de Roma (título ou diaconia) – que simboliza a “participação na
solicitude pastoral do Papa” na cidade -, bem como a entrega da bula de criação
cardinalícia, momento selado por um abraço de paz.