Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)
Dentro dos conceitos apresentados
pela tradição bimilenar da Igreja, sua fundamentação está baseada na figura da
Santíssima Trindade, na profunda unidade entre as três pessoas, formando uma
verdadeira comunidade. O que faz esta unidade é a intensidade vivenciada no
amor entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. O papa Francisco, que vem
encantando o mundo com seus gestos e expressões de simplicidade, em sua
primeira coletiva com os jornalistas, fez uma declaração fundamental sobre a
Igreja: Precisamos de “uma Igreja pobre para os pobres”, uma Igreja “da
verdade, da bondade e da beleza”. Ele valoriza o papel do jornalista na
divulgação da mensagem cristã.
Sentimos a presença da sabedoria
de Deus neste momento histórico da Igreja. Significa que ela ainda pode dar uma
contribuição positiva para a sociedade. Isto aconteceu no passado e em todas as
áreas da cultura, sendo impossível negar uma realidade tão marcante na ciência,
na história, na literatura, na área científica, nas questões sociais etc. Houve
muita coisa negativa por ser formada de humanos. O mundo faz o caminho do
bem e do mal. Não é por acaso que muitos optam pelo bem e não se deixam levar
pela maldade, que não condiz com a vontade do Criador. O mal causa destruição e
infelicidade para as pessoas envolvidas. Além disto, ele contamina os
desprevenidos e desestruturados em sua vida de fé e de cidadania.
O papa Francisco fala de uma
Igreja “da verdade”. Os apóstolos tiveram dificuldade para entender que o
projeto de Deus é da verdade e passa pela derrota, pelo dom gratuito, como o
fez Jesus até a morte. Hoje não é diferente numa cultura que proclama a
felicidade como “gozo” descomprometido e individualista. A sociedade é
formada por cidadãos que proclamam fé em Deus e outros que seguem diferentes
princípios. A Igreja tem por meta, dentro dos ensinamentos de Jesus Cristo,
fazer com que todos os cidadãos tenham vida e dignidade. Se não é isto, seu
caminho está fora do querer e da vontade de Deus.