quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Santa Margarida Maria Alacoque, Virgem, da Ordem da Visitação



Imagem de Santa Margarida Maria, no altar de nossa Paróquia


Na festividade de são João evangelista de 1673, uma moça de vinte e cinco anos, irmã Margarida Maria, recolhida em oração diante do Santíssimo Sacramento, teve o singular privilégio da primeira manifestação visível de Jesus, que se repetiria por outros dois anos, toda primeira sexta-feira do mês.

Em 1675, durante a oitava do Corpo de Deus, Jesus manifestou-se-lhe com o peito aberto e, apontando com o dedo seu Coração, exclamou: 

“Eis o Coração que tem amado tanto aos homens a ponto de nada poupar até exaurir-se e consumir-se para demonstrar-lhes o seu amor. E em reconhecimento não recebo senão ingratidão da maior parte deles”

Margarida Maria Alacoque, escolhida por Jesus para ser a mensageira do Sagrado Coração, já fazia um ano que vestira o hábito das monjas da Visitação em Paray-le-Monial. Nascera a 22 de agosto de 1647 em Verosvres, na Borgonha. Seu pai, juiz e tabelião, morreu quando Margarida era ainda muito jovem. Assim ela conheceu a humilhação da necessidade, vivendo ao capricho de parentes pouco generosos e nada propensos a consentir que ela realizasse o seu desejo de fechar-se no convento. Procuraram, ao contrário, distraí-la, fazendo-a frequentar festinhas mundanas, às quais Margarida participou com entusiasmo, para depois arrepender-se amargamente e autopunir-se com duras penitências.

Aos nove anos recebeu a primeira comunhão e aos 22, a confirmação, para a qual quis se preparar com confissão geral: empregou nada menos que quinze dias para escrever num caderninho a grande lista dos seus pecados e faltas, para ler depois ao confessor. Nessa oportunidade acrescentou ao nome de Margarida o de Maria. Depois, vencidas as últimas dificuldades da parte da mãe, que teria preferido vê-la muito bem casada, pôde entrar no convento da Ordem da Visitação, fundado havia sessenta anos por são Francisco de Sales.

As extraordinárias visões com que foi favorecida trouxeram-lhe no começo incompreensões e julgamentos precipitados, até que, por escolha divina, foi posta sob a direção espiritual do jesuíta bem-aventurado Padre Cláudio de la Colombière. Este com discrição e com zelo tirou o véu que cobria as maravilhas de Paray-le-Monial. No último período de sua vida, nomeada mestra das noviças, ela teve a consolação de ver propagar-se a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, e os próprios opositores de outrora mudarem-se em fervorosos propagadores. Apagou-se docemente, aos 43 anos, a 17 de outubro de 1690. Canonizada em 1920, a data da sua festa foi antecipada de um dia para não coincidir com a de santo Inácio de Antioquia