sexta-feira, 23 de novembro de 2012

MENSAGEM PARA O DIA NACIONAL DOS LEIGOS



Estimados irmãos leigos:

Desejo dirigir-lhes esta MENSAGEM na ocasião do  Dia Nacional dos Leigos,
celebrado no próximo domingo, dia 25 de novembro.

Nesse Domingo, último do Ano Litúrgico, 25.11.2012, celebramos a  Solenidade de Cristo Rei e somos confrontados com o significado maior da nossa vida e da existência deste mundo: nossa meta final é o encontro com Jesus Cristo glorificado, nosso Salvador, Senhor da Igreja e Senhor de nossas vidas; dele esperamos receber o convite tão esperado para entrar na alegria da vida eterna e ter parte da felicidade sem fim do Reino de Deus, finalmente manifestado em sua plenitude. Seremos admitidos ao banquete celeste, se nesta vida tivermos sido bons e fiéis servidores do Reino de Deus, sobretudo pela acolhida e o serviço aos irmãos mais necessitados.

Ao mesmo tempo, a solenidade de Cristo Rei nos recorda que, enquanto discípulos de Cristo e já “cidadãos” do Reino de Deus neste mundo, somos enviados como testemunhas e mensageiros da Boa Nova do Reino para nossos irmãos, em todos os ambientes sociais e circunstâncias históricas em que vivemos e atuamos. Conhecendo bem a preciosidade do Reino de Deus e atraídos por  ele, como quem encontrou um grande tesouro, todos os batizados são convidados a dar o melhor de si para ajudar outras pessoas a descobrirem a “pérola preciosa” do Reino de Deus e a se fazerem seus discípulos.

Assim, desejo encorajar todos vocês, caros leigos e leigas da Arquidiocese de São Paulo, a viverem intensamente o  Ano da Fé, que a Igreja toda está vivendo e celebrando; nossa fé cristã católica é valiosa como um tesouro e precisa ser melhor conhecida, para ser mais amada e transmitida ao próximo, com verdadeira paixão, sobretudo para quem a desconhece ainda. Nesse sentido, peçamos todos que Deus nos conceda a graça de uma fé firme e esclarecida, como lhes escrevi na minha 2ª. Carta Pastoral –  Senhor, aumentai a nossa fé!  Escrevi essa Carta Pastoral, dedicando-a especialmente a todos vocês. Procuremos conhecer mais e melhor nossa fé, ao longo deste ano, lendo e estudando o Catecismo da Igreja  Católica, ou o Compêndio do Catecismo, como pede o Papa Bento XVI. Participemos das muitas iniciativas sugeridas na Carta Pastoral para viver com proveito o Ano da Fé.

Todos os batizados são participantes da vida e da missão da Igreja, cada um conforme o dom que recebeu de Deus. Aos pais e avós, peço uma dedicação especial na transmissão da fé aos filhos e netos e na sua iniciação à vida  cristã e eclesial. Aos membros de agregações laicais, dedicadas especialmente à evangelização, encorajo a serem generosas testemunhas da fé para os irmãos. Se isso for feito, as novas gerações continuarão receber a “herança da fé”, como nós recebemos, e continuarão a crer, como nós cremos; mas se isso deixar de ser feito, a nossa fé corre o risco de não ser mais acolhida, professada e praticada pelas próximas gerações. Ajudar algum irmão ou filho a se aproximar de Deus e a ter uma experiência forte e bela da fé é o maior bem que lhe podemos fazer!

Mas quero encorajar também a todos os leigos e leigas, como discípulos do Reino de Deus e de Jesus Cristo,  a se envolverem na vida da sociedade e nas responsabilidades sociais. O vasto campo da missão dos leigos é, sobretudo,  o das relações familiares, sociais, econômicas, políticas, educativas e culturais. É nelas que devemos, sobretudo, fazer aparecer a beleza do Reino de Deus e contribuir, com os demais agentes sociais, para edificar este mundo no bem. Sei que não é uma missão fácil, mas contamos com a graça de Deus, que nunca nos abandona.

E, como se propõe a Igreja de Cristo, que está na Arquidiocese de São Paulo, no seu novo Plano de Pastoral, sejamos “testemunhas de Deus na cidade de São Paulo”. Em toda parte onde as pessoas nos virem, saibam que somos discípulos de Jesus Cristo e, por causa de nossa fé nele, estamos profundamente comprometidos com o bem comum, a justiça social, a dignidade humana e o respeito por toda pessoa. Isso é tanto mais importante, quando vemos nossa cidade ferida de medo por causa da violência que se manifesta por toda parte. Somos discípulos daquele que é o Príncipe da Paz e proclamou felizes e bem aventurados os promotores da paz.

Caríssimos filhos e filhas desta querida Arquidiocese de São Paulo, sejamos todos “bons e fiéis servidores” do Reino de Deus neste mundo, para sermos merecedores do belo convite do Grande Rei, quando nos apresentarmos diante dele, no final de nossa vida: “muito bem, servo bom e fiel, entra na alegria do teu Senhor!” (cf Mt 25,21). 

Deus os guarde na sua paz! Pela intercessão de São Paulo Apóstolo, Patrono de nossa Arquidiocese, e de Nossa Senhora da Assunção, invoco sobre todos a bênção de Deus!

Card. D. Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo