Estimados irmãos leigos:
Desejo dirigir-lhes esta MENSAGEM na ocasião
do Dia Nacional dos Leigos,
celebrado no próximo domingo, dia 25 de novembro.
Nesse Domingo, último do Ano Litúrgico, 25.11.2012,
celebramos a Solenidade de Cristo Rei e somos confrontados com o significado
maior da nossa vida e da existência deste mundo: nossa meta final é o encontro com
Jesus Cristo glorificado, nosso Salvador, Senhor da Igreja e Senhor de nossas
vidas; dele esperamos receber o convite tão esperado para entrar na alegria da vida eterna
e ter parte da felicidade sem fim do Reino de Deus, finalmente manifestado em sua
plenitude. Seremos admitidos ao banquete celeste, se nesta vida tivermos sido bons
e fiéis servidores do Reino de Deus, sobretudo pela acolhida e o serviço aos irmãos mais
necessitados.
Ao mesmo tempo, a solenidade de Cristo Rei nos
recorda que, enquanto discípulos de Cristo e já “cidadãos” do Reino de Deus neste
mundo, somos enviados como testemunhas e mensageiros da Boa Nova do Reino para
nossos irmãos, em todos os ambientes sociais e circunstâncias históricas em
que vivemos e atuamos. Conhecendo bem a preciosidade do Reino de Deus e atraídos
por ele, como quem encontrou um grande tesouro, todos os batizados são convidados a
dar o melhor de si para ajudar outras pessoas a descobrirem a “pérola preciosa” do
Reino de Deus e a se fazerem seus discípulos.
Assim, desejo encorajar todos vocês, caros leigos e
leigas da Arquidiocese de São Paulo, a viverem intensamente o Ano da Fé, que a Igreja toda está vivendo e celebrando; nossa fé cristã católica é valiosa como
um tesouro e precisa ser melhor conhecida, para ser mais amada e transmitida ao
próximo, com verdadeira paixão, sobretudo para quem a desconhece ainda. Nesse
sentido, peçamos todos que Deus nos conceda a graça de uma fé firme e esclarecida, como
lhes escrevi na minha 2ª. Carta Pastoral –
Senhor, aumentai a nossa fé!
Escrevi essa Carta Pastoral, dedicando-a especialmente a todos vocês.
Procuremos conhecer mais e melhor nossa fé, ao longo deste ano, lendo e estudando o Catecismo da
Igreja Católica, ou o Compêndio do Catecismo, como pede o Papa Bento XVI. Participemos
das muitas iniciativas sugeridas na Carta Pastoral para viver com proveito o Ano da
Fé.
Todos os batizados são participantes da vida e da
missão da Igreja, cada um conforme o dom que recebeu de Deus. Aos pais e avós, peço uma
dedicação especial na transmissão da fé aos filhos e netos e na sua iniciação à
vida cristã e eclesial. Aos membros de agregações laicais, dedicadas especialmente à
evangelização, encorajo a serem generosas testemunhas da fé para os irmãos. Se isso
for feito, as novas gerações continuarão receber a “herança da fé”, como nós
recebemos, e continuarão a crer, como nós cremos; mas se isso deixar de ser feito, a
nossa fé corre o risco de não ser mais acolhida, professada e praticada pelas próximas
gerações. Ajudar algum irmão ou filho a se aproximar de Deus e a ter uma experiência
forte e bela da fé é o maior bem que lhe podemos fazer!
Mas quero encorajar também a todos os leigos e
leigas, como discípulos do Reino de Deus e de Jesus Cristo, a se envolverem na vida da sociedade e nas responsabilidades sociais. O vasto campo da missão
dos leigos é, sobretudo, o das relações familiares, sociais, econômicas,
políticas, educativas e culturais. É nelas que devemos, sobretudo, fazer aparecer a beleza do
Reino de Deus e contribuir, com os demais agentes sociais, para edificar este mundo no
bem. Sei que não é uma missão fácil, mas contamos com a graça de Deus, que nunca
nos abandona.
E, como se propõe a Igreja de Cristo, que está na
Arquidiocese de São Paulo, no seu novo Plano de Pastoral, sejamos “testemunhas de
Deus na cidade de São Paulo”. Em toda parte onde as pessoas nos virem, saibam que
somos discípulos de Jesus Cristo e, por causa de nossa fé nele, estamos profundamente
comprometidos com o bem comum, a justiça social, a dignidade humana e o respeito
por toda pessoa. Isso é tanto mais importante, quando vemos nossa cidade ferida de
medo por causa da violência que se manifesta por toda parte. Somos discípulos daquele
que é o Príncipe da Paz e proclamou felizes e bem aventurados os promotores da paz.
Caríssimos filhos e filhas desta querida
Arquidiocese de São Paulo, sejamos todos “bons e fiéis servidores” do Reino de Deus neste
mundo, para sermos merecedores do belo convite do Grande Rei, quando nos
apresentarmos diante dele, no final de nossa vida: “muito bem, servo bom e fiel, entra na
alegria do teu Senhor!” (cf Mt 25,21).
Deus os guarde na sua paz! Pela intercessão de São
Paulo Apóstolo, Patrono de nossa Arquidiocese, e de Nossa Senhora da Assunção,
invoco sobre todos a bênção de Deus!
Card. D. Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo