terça-feira, 25 de março de 2014

UM CONVITE PARA A PENITÊNCIA

Dom Aloísio Roque Oppermann
Arcebispo Emérito de Uberaba (MG)

O perdão de nossos pecados,é uma necessidade espiritual. Mas também psicológica. Nada melhor do que o pecador se sentir perdoado. “Feliz aquele cuja iniquidade foi perdoada” (Sl 31, 1). Isso é benéfico para nós. Restaura nossa autoestima. Sentir-se perdoado significa ter a sensação segura de ser amado.
Trata-se de uma grande experiência interior, portadora da paz e do equilíbrio psicológico. Faz levantar a cabeça. Mas como se pode obter a misericórdia divina em nosso favor? Que possibilidades de perdão o Pai Justo (Jo 17, 25) nos oferece para a purificação de nossas consciências? Cito alguns caminhos, uns mais largos e outros mais estreitos. Entre eles lembro o amor profundo e total para com Deus. “A caridade é o vínculo da perfeição” (Col 3, 14). É bem difícil, mas muitos alcançam essa graça. Cito, sobretudo, a prática da caridade para com o próximo. “A caridade apaga uma multidão de pecados” (1 Pd 4, 8). Esse é um caminho bastante seguro, ao alcance de nossas mãos. Também, vinculadas ao poder legítimo da Igreja, estão as indulgências, cujo poder de perdão provem dos tesouros de santidade dos filhos da esposa de Cristo.
Mas um caminho proposto por Jesus, e aberto pela bondade do Salvador, é o Sacramento da Penitência, também chamado de Confissão. É um caminho seguro para a misericórdia divina, contanto que nos arrependamos e nos ponhamos na senda da mudança interior. Nós acreditamos no poder que Jesus deu à sua Igreja de perdoar, em nome de Deus, os pecados do povo. “Somos embaixadores da reconciliação...Em nome de Cristo vos pedimos: deixai-vos reconciliar com Deus” (2 Cor 5, 19-20). Esse sacramento não só perdoa os pecados, - por mais graves que sejam, - mas nos dá forças para praticar o bem. O Papa Francisco sugere que todas as Paróquias do mundo facilitem, nesta quaresma, a aproximação dos Fiéis, a este sacramento. O sacramento é tão humano, que até a Psicologia adotou a “confissão” como um método de terapia. Só existe uma diferença: após o relato diante de psicólogo, este pode orientar o paciente e mostrar o caminho da recuperação. Mas o Sacerdote pode perdoar, em nome de Deus. E isso é uma segurança para nós. “Se o mau renunciar à sua malícia e praticar o bem, ele viverá” (Ez 33, 19).


segunda-feira, 24 de março de 2014

EXAME DE CONSCIÊNCIA PARA UMA BOA CONFISSÃO

Para você fazer uma boa confissão na terça-feira, dia 25,  é preciso examinar a sua consciência, com a luz do Espírito Santo, com coragem, e nada a esconder do sacerdote, que ali representa o próprio Jesus.

1 :: Amo a Deus mais do que as coisas, as pessoas, os meus programas?
Ou será que eu tenho adorado deuses falsos, como o  prazer da gula, o orgulho de aparecer, a vaidade de me exibir, de querer ser "o bom", etc.?

2 :: Eu tenho, contra a lei de Deus, buscado poder, conhecimento, riquezas, soluções para meus problemas em coisas proibidas, como: horóscopos, mapa astral, leitura de cartas, búzios, tarôs, pirâmides, cristas, espiritismo, macumba, candomblé, magia negra, invocação dos mortos, leitura das mãos, etc.? Tenho cultivado superstições? Figas, amuletos, duendes, gnomos e coisas parecidas? Procuro ouvir músicas que me influenciam provocando alienação, violência,  rebeldia e depravação?

3 :: Eu rezo, confio em Deus, procuro a Igreja, participo da Santa Missa nos domingos? Eu me confesso? Comungo?

4 :: Eu leio os evangelhos, a Palavra viva de Jesus, ou será que Ele é um desconhecido para mim?

5 :: Eu respeito, amo e defendo Deus, Nossa Senhora, os Anjos, os Santos, as coisas sagradas, ou será que sou um blasfemador que age como um inimigo de Jesus?

6 :: Eu amo, honro, ajudo os meus pais, ou meus irmãos, a minha família? Ou será que eu sou "um problema a mais" dentro da minha casa? Eu faço os meus pais chorarem? Eu sou um filho que só sabe exigir e exigir? Eu minto e sou fingido com eles?
Vivo o mandamento: "Honrar pai e mãe"?

7 :: Como vai o meu namoro? Faço da minha garota um objeto de prazer para mim? Como um cigarro que eu fumo e jogo a "bita" fora? Ela (e) é uma "pessoa" com a qual quero conviver ou é apenas uma "coisa" para me dar prazer?

8 : Eu respeito meu corpo e a minha saúde que são dons de Deus? Ou será que eu destruo o meu corpo, que é o templo do Espírito Santo, com a prostituição, com as drogas, as aventuras de alto risco, brigas, violências, provocações, etc.?

9:  Sou honesto? Ou será que tapeio os outros? Engano meus pais? Pego dinheiro escondido deles? Será que eu roubei algo de alguém, mesmo que seja algo sem muito valor? Já devolvi?

10:: Fiz mal para alguém? Feri alguém por palavras, pensamentos, atitudes, tapas, com armas? Neguei o meu perdão a alguém? Desejei vingança? Tenho ódio de alguém?

11 :: Eu falo mal dos outros? Vivo fofocando, destruindo a honra e o bom nome das pessoas? Sou caluniador e mexeriqueiro? Vivo julgando e condenando aos outros? Sou compassivo, paciente, manso? Sei perdoar, como Jesus manda?

12 :: Sou humilde, simples, prestativo, amigo de verdade?

13:: Vivo a caridade, sei sofrer para ajudar a quem precisa de mim?
Partilho o que tenho com os irmãos ou sou egoísta?

14 :: Sou desapegado das coisas materiais, do dinheiro?

15 :: Sou guloso, vivo só para comer, ou como para viver?

16 :: Eu bebo sem controle? Deixo que o álcool destrua minha vida e desgrace a minha família?

17 :: Sou preguiçoso? Não trabalho direito? Deixo todas as minhas coisas jogadas e mal-arrumadas, se estragando?

18 :: Sinto raiva de alguém é não perdoo o mal que me fizeram? Desejo vingança contra alguém? Sou maldoso?


19:: Sou invejoso? Ciumento? Vivo desejando o mal para os outros?

domingo, 23 de março de 2014

JESUS E A SAMARITANA

Dom José Alberto Moura
Arcebispo de Montes Claros (MS)



O encontro de Jesus com a samaritana frente ao poço de Jacó traz-nos sobejo alimento para nossa preparação à celebração da Páscoa. Jesus pede a água material para saciar sua sede física. Ele prova ter natureza humana. Ao mesmo tempo ele promete à mulher a água viva que sacia a sede de infinito, trazida da fonte do amor de Deus. O conhecimento manifestado pelo Mestre sobre a história da vida da samaritana a faz vislumbrar-se e anunciar a todos a presença do Messias (Cf. João 4,5-42). Na vida desregrada dela podemos contemplar as dificuldades e os entraves da convivência humana nem sempre acertada com os ditames da proposta divina.

No poço humano de nossa caminhada encontramos a variedade de situações angustiantes. Não por menos tratamos na Quaresma sobre o porquê da vida no seguimento a Jesus Cristo. No colóquio com Ele vamos percebendo a dimensão do humano entrecruzado com o divino. O desejo da água viva do Messias nos faz pessoas com vontade de crescimento. Precisamos da água e de tudo o que é material. Mas devemos saber usá-los na perspectiva da vida de sentido. Na realidade das injunções humanas e desumanas encontramos todo tipo de convivência, inclusive à do tráfico de pessoas. Aí acontece a exploração dos mais frágeis pelos inescrupulosos, tirando vantagem econômica dos feitos escravos, comercializados, agredidos física, sexual e moralmente. Crianças, jovens, mulheres são usados como meio de ganho, crianças usadas como fontes de extração de órgãos para serem transplantados em outras pessoas de outros lugares. Há mão de obra escrava, discriminações e desrespeito à dignidade humana. Tudo isso se nos é apresentado à consideração na Campanha da Fraternidade para o colocarmos no encaminhamento da fé transformadora, levando-nos a assumir a água viva do Cristo que nos faz ressuscitar para uma vida de verdadeira justiça e fraternidade. Sem compromisso com a promoção da vida humana digna e justa não há celebração da Páscoa! Ele se dá na conversão para vivermos da água viva do amor de Deus, que nos faz solidários e comprometidos em também darmos aos outros a vida que Jesus nos trouxe.
Somos convidados a participar do encontro de Jesus com a samaritana junto ao poço de Jacó. Talvez sejamos como aquela mulher, necessitada da mudança de vida, sendo alimentados com a água viva do Salvador. Com ela vamos chamar as pessoas para escutarem e seguirem a Jesus. Precisamos de descruzar os braços para implantarmos em nosso convívio os valores do Senhor. A cidadania é desrespeitada demais. As famílias são esfaceladas com a mentalidade consumista e hedonista. A juventude precisa de quem lhe dê um norte diferente da droga, da corrupção política, do descompromisso com os valores da justiça, da promoção da formação e educação na fé para assumirmos os valores éticos e da convivência fraterna. Isto se faz na doação de si, na busca de um ideal de promoção da vida digna para todos, a partir dos mais deixados de lado e descriminados.

A formação da fé nos leva a seguirmos os passos do Mestre e obtemos a paz, tão necessária no convívio humano, como lembra Paulo: “Irmãos, justificados pela fé, estamos em paz com Deus” (Romanos 5,1).

'DÁ-ME DE BEBER..."


sábado, 22 de março de 2014

SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO OU DA CONFISSÃO

Na próxima terça, 25 de março, às 20 horas, teremos vários padres atendendo confissões em nossa Paróquia. Para se preparar bem para esse momento de graça, aprenda um pouco mais sobre esse Sacramento: 


1. O QUE É A CONFISSÃO?
Confissão ou Penitência é o Sacramento instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, para que os cristãos possam ser perdoados de seus pecados e receberem a graça santificante. Também é chamado de sacramento da Reconciliação.

2. QUEM INSTITUIU O SACRAMENTO DA CONFISSÃO OU PENITÊNCIA?
O sacramento da Penitência foi instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo nos ensina o Evangelho de São João: "Depois dessas palavras (Jesus) soprou sobre eles dizendo-lhes: Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem vocês perdoarem os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos" (Jo 20, 22-23).


3. A IGREJA TEM A AUTORIDADE PARA PERDOAR OS PECADOS ATRAVÉS DO SACRAMENTO DA PENITÊNCIA?
Sim, a Igreja tem esta autoridade porque a recebeu de Nosso Senhor Jesus Cristo: "Em verdade vos digo: tudo o que ligardes sobre a terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes sobre a terra será também desligado no céu" (Mt 18,18). 

4. POR QUE ME CONFESSAR E PEDIR O PERDÃO PARA UM HOMEM IGUAL A MIM?  
Só Deus perdoa os pecados. O Padre, mesmo sendo um homem sujeito às fraquezas como outros homens, está ali em nome de Deus e da Igreja para absolver os pecados. Ele é o ministro do perdão, isto é, o intermediário ou instrumento do perdão de Deus, como os pais são instrumentos de Deus para transmitir a vida a seus filhos; e como o médico é um instrumento para restituir a saúde física, etc. 

5. OS PADRES E BISPOS TAMBÉM SE CONFESSAM?  
Sim, obedientes aos ensinamentos de Cristo e da Igreja, todos os Padres, Bispos e mesmo o Papa se confessam com frequência, conforme o mandamento: "Confessai os vossos pecados uns aos outros" (Tg 5,16 ).
  
6. O QUE É NECESSÁRIO PARA FAZER UMA BOA CONFISSÃO?
Para se fazer uma boa confissão são necessárias 5 condições:
a) um bom e honesto exame de consciência diante de Deus;
b) arrependimento sincero por ter ofendido a Deus e ao próximo;
c) firme propósito diante de Deus de não pecar mais, mudar de vida, se converter;
d) confissão objetiva e clara a um sacerdote;
e) cumprir a penitência que o padre nos indicar.

7. COMO DEVE SER A CONFISSÃO?
Diga o tempo transcorrido desde a última confissão. Acuse (diga) seus pecados com clareza, primeiro os mais graves, depois os mais leves. Fale resumidamente, mas sem omitir o necessário. Devemos confessar os nossos pecados e não os dos outros. Porém, se participamos ou facilitamos de alguma forma o pecado alheio, também cometemos um pecado e devemos confessá-lo (por exemplo, se aconselhamos ou facilitamos alguém a praticar um aborto, somos tão culpados como quem cometeu o aborto). 

8. O QUE PENSAR DA CONFISSÃO FEITA SEM ARREPENDIMENTO OU SEM PROPÓSITO DE CONVERSÃO, OU SEJA, SÓ PARA "DESCARREGAR" UM POUCO OS PECADOS?
Além de ser uma confissão totalmente sem valor, é uma grave ofensa à Misericórdia Divina. Quem a pratica comete um pecado grave de sacrilégio.

9. QUE PECADOS SOMOS OBRIGADOS A CONFESSAR?
Somos obrigados a confessar todos os pecados graves (mortais). Mas é aconselhável também confessar os pecados leves (veniais) para exercitar a virtude da humildade.
  
10. O QUE SÃO PECADOS GRAVES (MORTAIS) E SUAS CONSEQUÊNCIAS?
São ofensas graves a Deus ou ao próximo. Eles apagam a caridade no coração do homem e o desviam de Deus. Quem morre em pecado grave (mortal) sem arrependimento, merece a morte eterna, conforme diz a Escritura: "Há pecado que leva à morte" (1Jo 5,16b).

11. O QUE SÃO PECADOS LEVES (ou também chamados de VENIAIS)?
São ofensas leves a Deus e ao próximo. Embora ofendam a Deus, não destroem a amizade entre Ele e o homem. Quem morre em pecado leve não merece a morte eterna. "Toda iniquidade é pecado, mas há pecado que não leva à morte" (1Jo 5, 17).

12. PODEIS DAR ALGUNS EXEMPLOS DE PECADOS GRAVES?
São pecados graves, por exemplo: O assassinato, o aborto provocado, assistir ou ler material pornográfico, destruir de forma grave e injusta a reputação do próximo, oprimir o pobre, o órfão ou a viúva, fazer mau uso do dinheiro público, o adultério, a fornicação, entre outros.
  
13. QUER DIZER QUE TODO AQUELE QUE MORRE EM PECADO MORTAL ESTÁ CONDENADO?
Merece a condenação eterna. Porém, somente Deus, que é justo e misericordioso e que conhece o coração de cada pessoa, pode julgar.

14. E SE TENHO DÚVIDAS SE COMETI PECADO GRAVE OU NÃO?
Para que haja pecado grave (mortal) é necessário:
a) conhecimento, ou seja, a pessoa deve saber, estar informada que o ato a ser praticado é pecado;
b) consentimento, ou seja, a pessoa tem tempo para refletir, e escolhe (consente) cometer o pecado;
c) liberdade, isto é, significa que somente comete pecado quem é livre para fazê-lo;
d) matéria, ou seja, significa que o ato a ser praticado é uma ofensa grave aos Mandamentos de Deus e da Igreja.
Estas 4 condições também são aplicáveis aos pecados leves, com a diferença que neste caso a matéria é uma ofensa leve contra os Mandamentos de Deus.

15. SE ESQUECI DE CONFESSAR UM PECADO QUE JULGO GRAVE?
Se esquecestes realmente, o Senhor te perdoou, mas é preciso acusá-lo ao sacerdote em uma próxima confissão.

16. E SE NÃO SINTO REMORSO, COMETI PECADO?
Não sentir peso na consciência (remorso) não significa que não tenhamos pecado. Se nós cometemos livremente uma falta contra um Mandamento de Deus, de forma deliberada, nós cometemos um pecado. A falta de remorso pode ser um sinal de um coração duro, ou de uma consciência pouco educada para as coisas espirituais (por exemplo, um assassino pode não ter remorso por ter feito um crime, mas seu pecado é muito grave).
  
17. A CONFISSÃO É OBRIGATÓRIA?
O católico deve confessar-se no mínimo uma vez por ano, ao menos a fim de se preparar para a Páscoa. Mas somos também obrigados toda vez que cometemos um pecado mortal.

18. QUAIS OS FRUTOS DE SE CONFESSAR CONSTANTEMENTE?
Toda confissão apaga completamente nossos pecados, até mesmo aqueles que tenhamos esquecido. E nos dá a graça santificante, tornando-nos naquele instante uma pessoa santa. Tranquilidade de consciência, consolo espiritual. Aumenta nossos méritos diante do Criador. Diminui a influência do demônio em nossa vida. Faz criar gosto pelas coisas do alto. Exercita-nos na humildade e nos faz crescer em todas as virtudes.

 19. E SE TENHO DIFICULDADE PARA CONFESSAR UM DETERMINADO PECADO?
Se somos conhecidos de nosso pároco, devemos neste caso fazer a confissão com outro padre para nos sentirmos mais à vontade. Em todo caso, antes de se confessar converse com o sacerdote sobre a sua dificuldade. Ele usará de caridade para que a sua confissão seja válida sem lhe causar constrangimentos. Lembre-se: ele está no lugar de Jesus Cristo!

20. O QUE SIGNIFICA A PENITÊNCIA DADA NO FINAL DA CONFISSÃO?
A penitência proposta no fim da confissão não é um castigo; mas antes uma expressão de alegria pelo perdão celebrado.


Padre Wagner Augusto Portugal (Doutor em Moral)

quinta-feira, 20 de março de 2014

O BRASIL GANHA A PRIMEIRA FACULDADE DE DIREITO CANÔNICO

A Congregação para a Educação Católica, departamento da Cúria Romana, aprovou, com decreto assinado no dia 26 de fevereiro, a ereção da Faculdade de Direito Canônico São Paulo Apóstolo, primeira do gênero no Brasil. O anúncio foi feito na manhã de segunda-feira, dia 17, pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo. A nova faculdade será instalada no dia 7 de abril, em Ato Acadêmico Solene às 9h30, na sede da faculdade (avenida Nazaré, 993 - Ipiranga), com a presença do Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giovanni D’Aniello.
A Faculdade de Direito Canônico da Arquidiocese de São Paulo é fruto da elevação do atual Instituto de Direito Canônico Padre Doutor Giuseppe Benito Pegoraro, após solicitação da Arquidiocese. Em fevereiro, em Roma, o Cardeal Scherer teve uma audiência com o prefeito da Congregação para a Educação Católica, o Cardeal polônes Zenon Grocholewski, para tratar do assunto. A autorização foi repassada a Dom Odilo na semana passada, em telefonema da Nunciatura Apostólica.
Durante a sessão de anúncio da nova faculdade, o Cônego Martin Segú Girona, nomeado decano da instituição, manifestou alegria pela notícia. Segundo ele, 18 professores doutores já foram aprovados, pela Congregação para Educação Católica, para lecionar Direito Canônico na nova faculdade, e irão se dedicar a responder, “paulatina e progressivamente”, aos novos desafios, sem perder de vista que a “Salus animarum” (Salvação da Alma) é a suprema lei da Igreja.
Cônego Segu explicou, ainda, que “as faculdades eclesiásticas, para poderem ser distinguidas das estatais, normalmente, são qualificadas ou com o nome de pontifícias (as mais antigas e com direitos adquiridos) ou então simplesmente com o  titulo de faculdade, embora gozem dos mesmo direitos e deveres das que ostentam o nome de Pontifícia. Isto porque as novas faculdades erigidas pela Congregação para a Educação Católica são igualmente supervisionadas pelo Dicastério Apostólico”.
Segundo documento divulgado à imprensa, um dos objetivos da faculdade é investigar, aprofundar e explanar de maneira sistemática as fontes do Direito, tanto as do passado, quanto as do presente, “procurando harmonizar as exigências científicas com as necessidades pastorais do povo de Deus”.
Um outro objetivo é desenvolver o Direito Canônico, tendo como guia o Magistério da Igreja, de maneira que a aplicação do decreto da Congregação para a Educação Católica que renova a ordem nos estudos nas faculdades de Direito Canônico, de 2 de setembro de 2002, contribua para a compreensão das práticas latino-americanas e brasileiras sem desmerecer a universalidade do Código. Além disso, a nova faculdade deve promover a “formação jurídica tanto do clero e pessoas consagradas, como de leigos, dando ênfase especial à formação e preparação dos professores em Direito Canônico e de ministros de Cúria tanto para o Poder Executivo quanto para o Judiciário”.




                      CÚRIA METROPOLITANA DE SÃO PAULO                      
Comunicado do Arcebispo de São Paulo


Tenho a honra de comunicar a todos os interessados que a Santa Sé, por Decreto da Congregação para a Educação Católica, de 26 de fevereiro de 2014, assinado pelo Prefeito e pelo Secretário da mesma Congregação, respectivamente, Cardeal Zenon Grocholewski e Arcebispo Vincenzo Zani, erigiu a Faculdade de Direito Canônico “São Paulo Apóstolo”, na Arquidiocese de São Paulo.
Na mesma data, também aprovou “ad experimentum” para 5 anos, os Estatutos da nova Faculdade de Direito Canônico e lhe nomeou Grão-Chanceler o Arcebispo metropolitano de São Paulo.
Desse modo, conforme projeto e pedido anteriormente apresentados à Sé Apostólica, o Instituto de Direito Canônico “Padre Dr. Giuseppe Benito Pegoraro”, até agora em função, foi elevado à condição de Faculdade Eclesiástica de Direito Canônico, com a denominação de “São Paulo Apóstolo”, em homenagem ao Apóstolo Missionário e Doutor dos povos.
A Faculdade de Direito Canônico São Paulo Apóstolo será instalada, com solene Ato Acadêmico, no dia 07 de abril de 2014.
A aprovação e criação, em São Paulo, da primeira Faculdade de Direito Canônico é motivo de especial júbilo e ação de graças a Deus. Ao mesmo tempo, esse ato da Sé Apostólica abre novos horizontes para a formação qualificada de leigos, sacerdotes, diáconos e religiosos no Direito Eclesiástico, para o serviço do povo de Deus.
Manifesto meu profundo agradecimento à Direção e aos Professores do Instituto de Direito Canônico “Padre Dr. Giuseppe Benito Pegoraro” pelos anos de serviço dedicados ao mesmo Instituto e pela elaboração do Projeto de criação da Faculdade de Direito Canônico, que agora alcançou seu feliz êxito.
Da mesma forma, agradeço à Direção da Pontifícia Universidade Lateranense, de Roma, pelo apoio recebido ao longo dos anos em que o Instituto de Direito Canônico “Padre Dr. Giuseppe Benito Pegoraro” esteve “afiliado” e “agregado” àquela Universidade, bem como pelo incentivo e orientação oferecidos para o encaminhamento do projeto de criação da nova Faculdade.
Agradeço à Santa Sé que, através da Congregação para a Educação Católica, acolheu favoravelmente o pedido de elevação do Instituto em Faculdade de Direito Canônico.
Deus seja louvado! O Apóstolo São Paulo interceda pela nova Instituição eclesiástica, nascida para servir à vida e à missão da Igreja.
São Paulo, 17/3/2014

Arcebispo metropolitano de São Paulo
Grão-Chanceler da Faculdade de Direito Canônico
“São Paulo Apóstolo

quarta-feira, 19 de março de 2014

SOLENIDADE DE SÃO JOSÉ, ESPOSO DE MARIA


Para celebrar São José, esposo da Virgem Maria, tutor de Jesus, a Igreja faz uma pausa nas celebrações quaresmais. A 19 de março, destaca-se a solenidade litúrgica na qual ela louva o Senhor, festejando aquele que foi escolhido para a santa missão de cuidar, como pai, do Filho de Deus encarnado.
Ao narrar o nascimento de Jesus, o evangelista Mateus, destaca a figura de José, colocando-o em estreita relação com Abraão, o pai de povo hebreu e com Davi, de cuja descendência nasceria o Salvador. (Cf. Mt, 1, 1-24). Em sua descrição genealógica, demonstra que entre Abraão e Davi, houve quatorze gerações e de Davi até o exílio da Babilônia, mais quatorze gerações e desde aí até o nascimento de Cristo, mais quatorze, sinalizando o simbolismo do número sete, o número da plenitude, duplamente presente nas três partes da ordem genealógica. Passa a descrever a forma espiritual e miraculosa com que se deu o nascimento de Jesus Cristo, narrando a experiência vital de José, o homem justo, demonstrando que mais importante que o puro dado genealógico, é a descendência na linha da fé, cuja origem maravilhosa está em Abraão aquele que acreditou contra toda esperança. São Paulo, na carta aos Romanos (cf. Rom.4, 1-25), discorre sobre a justificação de Abraão pela fé, uma vez que não se salvou pela observância da lei só revelada bem mais tarde no Sinai a Moisés. Tal fé tem seu ponto máximo ao momento do nascimento do Messias, e para ela se abrem de forma esplendorosa José e Maria de Nazaré. José, ao lado da santa esposa, está posto nos umbrais do momento messiânico, provado por Deus e mostrado como modelo de fé e disponibilidade diante o plano do Altíssimo. Mateus classifica José como homem justo, aquele em cuja alma se dava a justificação do alto, aquele cujo espírito estava ajustado de forma madura e plena com o Senhor do Universo, Deus Pai amoroso e onipotente que cria e salva a humanidade. Pela sua fé, na condição de esposo legal e casto de Maria, se realiza a paternidade espiritual pela qual o Salvador, gerado pela força do Espírito Santo no seio virginal da jovem de Nazaré, cumpre a promessa feita aos primeiros pais e confirmada na profecia de Natan a Davi.
Em José se evidencia de forma eloqüente a vocação do homem maduro que se realiza em ser fiel a toda prova, ao não abandonar Maria na concepção extraordinária do Menino de Belém. Nele se pode contemplar a integridade de alma, ao despojar-se de si mesmo diante do plano de Deus, disponibilizando-se total e indivisamente para a missão de ser pai legal, adotivo, do Menino Deus. Ao lado da Virgem esposa, José é modelo de pai que cuida do filho, na certeza de estar servindo humildemente a Deus e de estar diante de um mistério que só pode ser entendido dentro do prisma da mais genuína fé e do mais completo amor.
Na vida da Igreja, José sempre ocupou lugar de distinção, respeito e veneração. Os documentos do século VII, a festa litúrgica introduzida no século XII, a expansão de sua devoção no ocidente, sobretudo a partir do século XV e as várias distinções dadas ao seu nome nos tempos modernos, fazem de São José um dos santos mais queridos e populares do mundo cristão. O papa Pio IX (1846-1878) o declarou Patrono Universal da Igreja, por ter sido escolhido por Deus para cabeça da família de Nazaré, a primeira Igreja Doméstica. Sendo esposo de Maria Santíssima, pai putativo de Jesus, se torna também patrono da Igreja, Corpo Místico de Cristo.
Mediante a confiança depositada por Deus neste homem justo e bom, o fiel encontra razões para submeter-se ao seu patrocínio e à sua intercessão, em Cristo, para que suplique ao Pai em todas as suas necessidades, sobretudo as relacionadas com a família, a educação dos filhos e a manutenção geral dos lares. Muitos seminários e outras casas de formação dos futuros sacerdotes são postos sob o patrocínio de São José, bem como mosteiros e conventos, pois ele é modelo de alguém que se entregou total e indivisivelmente à obra do Senhor, não querendo nada para si, mas tudo para Deus.


DOM GIL ANTÔNIO MOREIRA



CELEBRE CONOSCO A SOLENIDADE DE SÃO JOSÉ: HOJE ÀS 17h

64 ANOS DE FUNDAÇÃO DA SOCIEDADE JOSELEITOS DE CRISTO

Hoje, Solenidade de São José, esposo de Maria, rendemos graças a Deus pelos 64 anos de fundação da Sociedade Joseleitos de Cristo. O Instituto dos Joseleitos foi fundado em Boquim - SE pelo Padre José Gumercindo Santos. Nossa Paróquia tem a graça de ter a presença dos Joseleitos nos 10 últimos anos de sua história. O primeiro Joseleito que aqui trabalhou foi o Padre Reinaldo Cruz de Santana (6 anos), depois veio o Padre Francisco Valter Lopes (quase dois anos) e desde 26 de fevereiro de 2012, está conosco, o Padre Júlio Cesar. 



Os Joseleitos buscam viver na Igreja e no Mundo:

1) Em primeiro lugar, a santificação de seus membros mediante a observância dos votos de pobreza, obediência e castidade e em segundo, a difusão da Boa Nova de Jesus Cristo aos pobres, através da assistência às paróquias periféricas da sociedade, trabalhar na educação integral, entre a juventude e adultos, como ainda acolher e formar os órfãos e os vocacionados pobres, não esquecendo a boa imprensa.
2) À luz das seguintes inspirações bíblicas: “Não me lances longe de tua face, Senhor!” (cf. Sl 51, 13) e “A ti eu deixei o meu pobre, tu serás a ajuda do órfão” (cf.Sl 10, 14), esta Sociedade tem como distintivos: a busca de intensa união com Deus, da humildade e simplicidade de São José, a solicitude para com os pobres, configurados nos órfãos – pupila dos olhos de Deus -, a dedicação aos jovens e às vocações religiosas e sacerdotais e a caridade fraterna.


domingo, 16 de março de 2014

MENSAGEM DO PAPA PARA A QUARESMA

Fez-Se pobre, para nos enriquecer com a sua pobreza
(cf. 2 Cor 8, 9)


Queridos irmãos e irmãs!

Por ocasião da Quaresma, ofereço-vos algumas reflexões com a esperança de que possam servir para o caminho pessoal e comunitário de conversão. Como motivo inspirador tomei a seguinte frase de São Paulo: «Conheceis bem a bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, Se fez pobre por vós, para vos enriquecer com a sua pobreza» (2 Cor 8, 9). O Apóstolo escreve aos cristãos de Corinto encorajando-os a serem generosos na ajuda aos fiéis de Jerusalém que passam necessidade. A nós, cristãos de hoje, que nos dizem estas palavras de São Paulo? Que nos diz, hoje, a nós, o convite à pobreza, a uma vida pobre em sentido evangélico?

A graça de Cristo
Tais palavras dizem-nos, antes de mais nada, qual é o estilo de Deus. Deus não Se revela através dos meios do poder e da riqueza do mundo, mas com os da fragilidade e da pobreza: «sendo rico, Se fez pobre por vós». Cristo, o Filho eterno de Deus, igual ao Pai em poder e glória, fez-Se pobre; desceu ao nosso meio, aproximou-Se de cada um de nós; despojou-Se, «esvaziou-Se», para Se tornar em tudo semelhante a nós (cf. Fil 2, 7; Heb 4, 15). A encarnação de Deus é um grande mistério. Mas, a razão de tudo isso é o amor divino: um amor que é graça, generosidade, desejo de proximidade, não hesitando em doar-Se e sacrificar-Se pelas suas amadas criaturas. A caridade, o amor é partilhar, em tudo, a sorte do amado. O amor torna semelhante, cria igualdade, abate os muros e as distâncias. Foi o que Deus fez connosco. Na realidade, Jesus «trabalhou com mãos humanas, pensou com uma inteligência humana, agiu com uma vontade humana, amou com um coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-Se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, excepto no pecado» (Conc. Ecum. Vat. II, Const. past. Gaudium et spes, 22).
A finalidade de Jesus Se fazer pobre não foi a pobreza em si mesma, mas – como diz São Paulo – «para vos enriquecer com a sua pobreza». Não se trata dum jogo de palavras, duma frase sensacional. Pelo contrário, é uma síntese da lógica de Deus: a lógica do amor, a lógica da Encarnação e da Cruz. Deus não fez cair do alto a salvação sobre nós, como a esmola de quem dá parte do próprio supérfluo com piedade filantrópica. Não é assim o amor de Cristo! Quando Jesus desce às águas do Jordão e pede a João Baptista para O baptizar, não o faz porque tem necessidade de penitência, de conversão; mas fá-lo para se colocar no meio do povo necessitado de perdão, no meio de nós pecadores, e carregar sobre Si o peso dos nossos pecados. Este foi o caminho que Ele escolheu para nos consolar, salvar, libertar da nossa miséria. Faz impressão ouvir o Apóstolo dizer que fomos libertados, não por meio da riqueza de Cristo, mas por meio da sua pobreza. E todavia São Paulo conhece bem a «insondável riqueza de Cristo» (Ef 3, 8), «herdeiro de todas as coisas» (Heb 1, 2).
Em que consiste então esta pobreza com a qual Jesus nos liberta e torna ricos? É precisamente o seu modo de nos amar, o seu aproximar-Se de nós como fez o Bom Samaritano com o homem abandonado meio morto na berma da estrada (cf. Lc 10, 25-37). Aquilo que nos dá verdadeira liberdade, verdadeira salvação e verdadeira felicidade é o seu amor de compaixão, de ternura e de partilha. A pobreza de Cristo, que nos enriquece, é Ele fazer-Se carne, tomar sobre Si as nossas fraquezas, os nossos pecados, comunicando-nos a misericórdia infinita de Deus. A pobreza de Cristo é a maior riqueza: Jesus é rico de confiança ilimitada em Deus Pai, confiando-Se a Ele em todo o momento, procurando sempre e apenas a sua vontade e a sua glória. É rico como o é uma criança que se sente amada e ama os seus pais, não duvidando um momento sequer do seu amor e da sua ternura. A riqueza de Jesus é Ele ser o Filho: a sua relação única com o Pai é a prerrogativa soberana deste Messias pobre. Quando Jesus nos convida a tomar sobre nós o seu «jugo suave» (cf. Mt 11, 30), convida-nos a enriquecer-nos com esta sua «rica pobreza» e «pobre riqueza», a partilhar com Ele o seu Espírito filial e fraterno, a tornar-nos filhos no Filho, irmãos no Irmão Primogénito (cf.Rm 8, 29).
Foi dito que a única verdadeira tristeza é não ser santos (Léon Bloy); poder-se-ia dizer também que só há uma verdadeira miséria: é não viver como filhos de Deus e irmãos de Cristo.

O nosso testemunho
Poderíamos pensar que este «caminho» da pobreza fora o de Jesus, mas não o nosso: nós, que viemos depois d'Ele, podemos salvar o mundo com meios humanos adequados. Isto não é verdade. Em cada época e lugar, Deus continua a salvar os homens e o mundo por meio da pobreza de Cristo, que Se faz pobre nos Sacramentos, na Palavra e na sua Igreja, que é um povo de pobres. A riqueza de Deus não pode passar através da nossa riqueza, mas sempre e apenas através da nossa pobreza, pessoal e comunitária, animada pelo Espírito de Cristo.
À imitação do nosso Mestre, nós, cristãos, somos chamados a ver as misérias dos irmãos, a tocá-las, a ocupar-nos delas e a trabalhar concretamente para as aliviar. A miséria não coincide com a pobreza; a miséria é a pobreza sem confiança, sem solidariedade, sem esperança. Podemos distinguir três tipos de miséria: a miséria material, a miséria moral e a miséria espiritual. A miséria material é a que habitualmente designamos por pobreza e atinge todos aqueles que vivem numa condição indigna da pessoa humana: privados dos direitos fundamentais e dos bens de primeira necessidade como o alimento, a água, as condições higiénicas, o trabalho, a possibilidade de progresso e de crescimento cultural. Perante esta miséria, a Igreja oferece o seu serviço, a sua diakonia, para ir ao encontro das necessidades e curar estas chagas que deturpam o rosto da humanidade. Nos pobres e nos últimos, vemos o rosto de Cristo; amando e ajudando os pobres, amamos e servimos Cristo. O nosso compromisso orienta-se também para fazer com que cessem no mundo as violações da dignidade humana, as discriminações e os abusos, que, em muitos casos, estão na origem da miséria. Quando o poder, o luxo e o dinheiro se tornam ídolos, acabam por se antepor à exigência duma distribuição equitativa das riquezas. Portanto, é necessário que as consciências se convertam à justiça, à igualdade, à sobriedade e à partilha.
Não menos preocupante é a miséria moral, que consiste em tornar-se escravo do vício e do pecado. Quantas famílias vivem na angústia, porque algum dos seus membros – frequentemente jovem – se deixou subjugar pelo álcool, pela droga, pelo jogo, pela pornografia! Quantas pessoas perderam o sentido da vida; sem perspectivas de futuro, perderam a esperança! E quantas pessoas se vêem constrangidas a tal miséria por condições sociais injustas, por falta de trabalho que as priva da dignidade de poderem trazer o pão para casa, por falta de igualdade nos direitos à educação e à saúde. Nestes casos, a miséria moral pode-se justamente chamar um suicídio incipiente. Esta forma de miséria, que é causa também de ruína económica, anda sempre associada com a miséria espiritual, que nos atinge quando nos afastamos de Deus e recusamos o seu amor. Se julgamos não ter necessidade de Deus, que em Cristo nos dá a mão, porque nos consideramos auto-suficientes, vamos a caminho da falência. O único que verdadeiramente salva e liberta é Deus.
O Evangelho é o verdadeiro antídoto contra a miséria espiritual: o cristão é chamado a levar a todo o ambiente o anúncio libertador de que existe o perdão do mal cometido, de que Deus é maior que o nosso pecado e nos ama gratuitamente e sempre, e de que estamos feitos para a comunhão e a vida eterna. O Senhor convida-nos a sermos jubilosos anunciadores desta mensagem de misericórdia e esperança. É bom experimentar a alegria de difundir esta boa nova, partilhar o tesouro que nos foi confiado para consolar os corações dilacerados e dar esperança a tantos irmãos e irmãs imersos na escuridão. Trata-se de seguir e imitar Jesus, que foi ao encontro dos pobres e dos pecadores como o pastor à procura da ovelha perdida, e fê-lo cheio de amor. Unidos a Ele, podemos corajosamente abrir novas vias de evangelização e promoção humana.
Queridos irmãos e irmãs, possa este tempo de Quaresma encontrar a Igreja inteira pronta e solícita para testemunhar, a quantos vivem na miséria material, moral e espiritual, a mensagem evangélica, que se resume no anúncio do amor do Pai misericordioso, pronto a abraçar em Cristo toda a pessoa. E poderemos fazê-lo na medida em que estivermos configurados com Cristo, que Se fez pobre e nos enriqueceu com a sua pobreza. A Quaresma é um tempo propício para o despojamento; e far-nos-á bem questionar-nos acerca do que nos podemos privar a fim de ajudar e enriquecer a outros com a nossa pobreza. Não esqueçamos que a verdadeira pobreza dói: não seria válido um despojamento sem esta dimensão penitencial. Desconfio da esmola que não custa nem dói.
Pedimos a graça do Espírito Santo que nos permita ser «tidos por pobres, nós que enriquecemos a muitos; por nada tendo e, no entanto, tudo possuindo» (2 Cor 6, 10). Que Ele sustente estes nossos propósitos e reforce em nós a atenção e solicitude pela miséria humana, para nos tornarmos misericordiosos e agentes de misericórdia. Com estes votos, asseguro a minha oração para que cada crente e cada comunidade eclesial percorra frutuosamente o itinerário quaresmal, e peço-vos que rezeis por mim. Que o Senhor vos abençoe e Nossa Senhora vos guarde!

Vaticano, 26 de Dezembro de 2013

Papa Francisco

sexta-feira, 14 de março de 2014

VIA SACRA

A Via Sacra é uma oração que nos lembra o caminho da dor e do sofrimento de JESUS, no percurso de sua Divina missão Redentora, quando de modo perfeito e heroico, demonstrou uma profunda obediência ao PAI ETERNO e um infinito Amor à humanidade de todas as gerações.

Normalmente é rezada as Quartas-feiras e Sextas-feiras no período da Quaresma. Todavia, por sua importância e valor espiritual, deveria ser lembrada nos demais meses do ano, por todos aqueles que se sentirem sensibilizados à amenizar as dores do Redentor e quiserem se irmanar aos sofrimentos de JESUS, penitenciando-se de suas próprias culpas e das transgressões da humanidade.


Rezar a Via Sacra é reviver na mente e no coração a grandeza do Amor de DEUS, que para Salvar e Redimir a humanidade de todas as gerações, entregou o seu Divino FILHO em holocausto, como Vítima Perfeita para lavar os pecados de todos nós!



Em nossa Paróquia, rezaremos a Via-Sacra todas as sextas na Igreja às 19h30 e nas ruas na Sexta-feira Santa. Participe!

quarta-feira, 12 de março de 2014

COMO VENCER AS TENTAÇÕES

DOM ANTONIO CARLOS ROSSI KELLER
BISPO DE FREDERICO WESTPHALEN (RS)


O Evangelho do 1º Domingo da Quaresma (Mateus 4, 1-11), nos mostrou a luta de Nosso Senhor Jesus Cristo contra Satanás, usando sempre frases da Sagrada Escritura, como que a sugerir-nos que da Palavra de Deus nos vem a luz para sabermos o que havemos de fazer, na hora da tentação.
O Demônio tenta-nos sempre com a mesma tática.
‑ Parte, de ordinário, de uma coisa naturalmente boa. Em seguida deforma-a, exagerando, transformando em outro o objeto inicial da tentação.
Nas tentações de Jesus, o demônio parte da fome (1ª); da Sua missão de Messias que devia ser reconhecida por todos (2ª); e de Ele querer estabelecer um Reino universal (3ª).Para nós, pode partir do cansaço, de qualquer carência natural, da amizade, do cuidado das coisas temporais, etc.
‑ Quando nos quer enganar, não nos leva, em geral, a dizer não a Deus imediatamente, mas a atrasar o nosso sim a Deus, a deixar para depois. Ele sabe que, por sucessivos adiamentos, consegue levar-nos a faltar ao dever.
Nas três tentações a que se submete, Jesus resume todas aquelas que podemos sofrer:

‑ Voltar todas as nossas preocupações para os cuidados materiais da vida. Depois, o prazer é desligado da sua finalidade: ao comer procura o sabor, em vez da alimentação; na sexualidade, o prazer, em vez de o colocar ao serviço da vida, do amor e da família; no desejo de alcançar um fim (mesmo bom) o inimigo leva-nos a não olhar os meios para o conseguir. Um fim bom nunca pode justificar meios que Deus condena.
Na Quaresma, aprendemos a lutar contra as tentações, a renovar nossa vida de filhos de Deus. Preparemo-nos generosamente para uma renovação interior nesta Quaresma, pela fidelidade às promessas do nosso Batismo.
Preparemo-nos também para a luta, o combate espiritual da santificação. «Jejuou quarenta dias e quarenta noites e, por fim, teve fome.»Todo o bom desportista prepara-se cuidadosamente para a competição, treinando-se e prevenindo-se contra a tática do adversário. Jesus Cristo prepara-Se para este combate singular pela oração e o jejum durante quarenta dias e quarenta noites.
O jejum pode apresentar-se sob diversas formas:
‑ na comida e bebida, com referências à qualidade e à quantidade;
‑ nos olhos e nos ouvidos, quando nos abstemos de coisas más e de outras que, mesmo sendo boas, nos custa passar sem elas, tais como programas de televisão, restringir o uso do carro, mortificar os olhos, a língua nas conversas, restringir o uso da internet, etc.
‑ A mortificação há de ser contínua, como os exercícios do atleta, para o manterem em boa forma.

Recorramos filialmente à ajuda de Nossa Senhora, a fim de alcançarmos a vitória.


segunda-feira, 10 de março de 2014

CARDEAL SE ENCONTRA COM O CLERO ARQUIDIOCESANO

Aconteceu nesta quinta-feira 06/03/2014, no Teatro Fernando Torres no Tatuapé, o encontro de início de ano do Cardeal dom Odilo Pedro Scherer com o Clero da Arquidiocese de São Paulo.


O auditório estava lotado, padres seculares, padres religiosos, diáconos e irmãos e irmãs religiosas e alguns leigos estavam presente, cerca de 500 pessoas.
As 9hs, já no auditório do teatro, Dom Julio Endi Akamine, Dom Edmar Peron e equipe de liturgia preparam um momento de oração.


Em seguida Pe. Tarcísio, Coordenador de Pastoral convidou dom Odilo para compôr a mesa e em seguida dom Odilo convidou os Bispos Auxiliares para acompanhá-lo, junto com os padres dos vicariatos.
Em seguida dom Odilo falou de Dom Cláudio e Dom Paulo, de sua estadia em Roma, da audiência com o Papa Francisco, do Consistório, da Congregação para Educação Católica da qual faz parte e do seu desejo de formar um vicariato da Pastoral Universitária.

Dom Odilo refletiu sobre a Exortação Apostólica EVANGELII GAUDIUM, comentando alguns pontos fundamentais.

domingo, 9 de março de 2014

UM ANO DE PONTIFICADO DO PAPA FRANCISCO



ORAÇÃO PELO PAPA FRANCISCO:

Ó Jesus, Mestre e Pastor,
olha com carinho para o Papa Francisco.
Dá-lhe sabedoria para conduzir a Igreja
segundo o Evangelho,
e coragem para lidar
com os desafios do mundo atual.
Que este teu servidor seja para todos nós
um pai amigo, aberto e generoso para acolher
as angústias e as tristezas do povo,
mas também suas esperanças
de tempos melhores e vida mais digna.
Concede sempre ao nosso Papa:
fortaleza nas dificuldades,
suficiente luz nas incertezas,
conforto nas horas de solidão,
e otimismo em todas as circunstâncias.
Abençoa, Senhor, o Papa Francisco.
Que sua simplicidade e testemunho de vida
despertem, em cada pessoa,
sincero desejo de maior comunhão com Deus
e com os irmãos e irmãs.
Não o deixes nunca sozinho, Senhor,
e que nós, sensíveis às suas necessidades
espirituais e materiais, o acompanhemos sempre
com nossa oração solidária
e nosso amor filial.

Amém.


ORAÇÃO DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2014


sábado, 8 de março de 2014

PARABÉNS MULHERES!



NOTA DA CNBB

1. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, saúda todas as mulheres por ocasião do Dia Internacional da Mulher – 8 de março. Agradecemos as mulheres que por sua vocação e missão lutam pela superação de todo tipo de violência e possibilitam a construção de uma cultura de paz no ambiente familiar e social.
2. Reconhecemos a enriquecedora atuação das mulheres na sociedade e, especialmente, na vida e missão da Igreja. Partilham responsabilidades pastorais com um estilo e dinâmicas próprias, expressas na solicitude e no cuidado para com as pessoas nos diferentes serviços e ministérios. Contudo, sabemos que ainda é necessário ampliar os espaços para uma presença feminina mais incisiva na Igreja e em outros lugares onde se tomam decisões importantes (Cf. EG 103).
3. No ano em que a CNBB propõe como tema da Campanha da Fraternidade o Tráfico Humano, merece a nossa atenção o fato de muitas mulheres serem vítimas deste crime, especialmente no que tange a exploração sexual. A invisibilidade desta prática abominável se acentua pelo fato das vítimas serem de famílias pobres, o que reforça a constatação da vulnerabilidade social da mulher no Brasil. Diante desta realidade, a Igreja é chamada a ter uma atitude de escuta e acolhida, à semelhança da atitude de Jesus diante dos apelos da mulher cananeia (Cf. Mt 15,28).
4. Preocupa-nos o ambiente ainda adverso para as mulheres na sociedade. É alarmante o número de mulheres mortas de forma violenta, alcançando neste momento histórico o mais alto índice. São vítimas de agressões, principalmente por causa de conflitos de gênero.
5. Não podemos esquecer o crescente número de mulheres que são arrimo de família. Quase 40% dos lares brasileiros têm a mulher como referência. Elas, na maioria das vezes, foram abandonadas pelos maridos ficando com filhos e familiares doentes ou idosos com a responsabilidade de cuidá-los, recebendo, um salário inferior ao dos homens e vivendo em condições insalubres.
6. Desejamos que, no cuidado da vida e no exercício da caridade e da cidadania, as mulheres continuem sendo testemunho de perseverança pelos caminhos que conduzem à dignidade, à liberdade, à justiça e à paz.
7. Nossa Senhora Aparecida, Mãe de Jesus e nossa, modelo de mulher, esposa e trabalhadora, ilumine e proteja às mulheres de nosso país.


Brasília, 08 de março de 2014

Raymundo Damasceno Assis
Cardeal Arcebispo de Aparecida – SP
Presidente da CNBB


Dom José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luís - MA
Vice-presidente da CNBB



Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo-Auxiliar de Brasília – DF
Secretário-Geral da CNBB

APRENDA O HINO DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2014


sexta-feira, 7 de março de 2014

SIGNIFICADO DO CARTAZ DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE


1-O cartaz da Campanha da Fraternidade quer refletir a crueldade do tráfico humano. As mãos acorrentadas e estendidas simbolizam a situação de dominação e exploração dos irmãos e irmãs traficados e o seu sentimento de impotência perante os traficantes. A mão que sustenta as correntes representa a força coercitiva do tráfico, que explora vítimas que estão distantes de sua terra, de sua família e de sua gente.
2-Essa situação rompe com o projeto de vida na liberdade e na paz e viola a dignidade e os direitos do ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus. A sombra na parte superior do cartaz expressa as violações do tráfico humano, que ferem a fraternidade e a solidariedade, que empobrecem e desumanizam a sociedade.
3-As correntes rompidas e envoltas em luz revigoram a vida sofrida das pessoas dominadas por esse crime e apontam para a esperança de libertação do tráfico humano. Essa esperança se nutre da entrega total de Jesus Cristo na cruz para vencer as situações de morte e conceder a liberdade a todos. “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5, 1), especialmente os que sofrem com injustiças, como as presentes nas modalidades do tráfico humano, representadas pelas mãos na parte inferior.

4-A maioria das pessoas traficadas é pobre ou está em situação de grande vulnerabilidade. As redes criminosas do tráfico valem-se dessa condição, que facilita o aliciamento com enganosas promessas de vida mais digna. Uma vez nas mãos dos traficantes, mulheres, homens e crianças, adolescentes e jovens são explorados em atividades contra a própria vontade e por meios violentos. (Fonte: CF 2014).